A história é conhecida: q em algum programa de tv com playback, nos 80’s, o Iron Maiden resolveu zoar os diretores/emissora e trocaram de instrumentos durante a apresentação.
Tinha ouvido falar se tratar do “Top Of the Pops”, tradicionalíssimo programa inglês. Foi na tv alemã, em 1986. Playback de “Wasted Years”, e nem da música inteira. Bizarro os caras terem topado a roubada.
Com os olhos de hoje, tenho q tosco era o programa, ñ a banda ali ahah
E o barato de ver os caras, quase 33 anos atrás, se divertindo num palco. Menos Adrian Smith. Steve Harris rachando o bico, putz. Logo após as coisas ficariam mais tensas e profissionais. Viraria trampo.
“Awoken Broken”, Primal Rock Rebellion, 2012, Spinefarm Records/Hellion Records
sons: NO FRIENDLY NEIGHBOUR / NO PLACE LIKE HOME / I SEE LIGHTS / BRIGHT AS A FIRE / SAVAGE WORLD / TORTURED TONE / WHITE SHEETS ROBES / AS TEARS FALLING FROM THE SKY / AWOKEN BROKEN / SEARCH FOR BLISS / SNAKE LADDERS / MIRROR AND THE MOON
formação: Mikee W. Goodman (vocals, words), Adrian Smith (guitars, bass, backing vocals), Dan Foord (drums)
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O nome da banda é ruim e o vocalista com dreadlocks, chatonildo e aborrecido. Como convinha a um new metal padrão. E já um tanto ultrapassado quando este “Awoken Broken” saiu.
O baterista, por sua vez, apresenta bom repertório, enquanto Adrian Smith compondo e tocando baixo + guitarras faz imaginar quão melhor teria sido o estilo/modinha caso suas bandas tivessem guitarristas de verdade.
Quer dizer… os sites e imprensa daqui à época chamaram de “projeto experimental” ou “metal alternativo” envolvendo Smith. Passação de pano contumaz. A quem ouvir, ñ fica muita outra opção: um quase new metal. Digo “quase” pq ausente de batidas grooveadas estereotipadas características. Ao mesmo tempo em q nada há aqui de Iron Maiden e guitarras dobradas, harmonizadas e/ou pretensões épicas.
Olhando ainda em retrospecto, vejo com a maior cara dum “British Lion”: tal como com Steve Harris, provavelmente envolvendo Smith dando força pra banda q tinha q cumprir contrato, ainda q terminada. O tal SikTh, em q militavam Mikee Goodman e Dan Foord.
A maior prova? Ñ fizeram nenhum show ou cometeram qualquer turnê como Primal Rock Rebellion. Sequer prometeram. Projeto de estúdio assumido. Disco lançado, uns vídeos e entrevistas e pronto.
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A capa acho bem legal. E o q é o som? Montes de riffs e texturas em afinação baixa (soando abafados um tanto), o baixo só endossando, bateria na maior parte do tempo acompanhando (fosse bateria eletrônica em loop nuns sons pouca diferença faria) e a curiosidade em se ouvir Smith “fora da casinha”. Sujeito tem recursos, e pra mim o q destilou – em palhetadas thrash, dissonâncias cirúrgicas, solos obtusos e dedilhados poucos óbvios – em momentos deste “Awoken Broken” supera o farofento Psycho Motel.
As letras já tentei prestar atenção, mas o tal Goodman põe tudo a perder. Ñ soa nem Jonathan Davis, tampouco Serj Tankian. Parece q ouviu Mike Patton demais, mas ñ tão direito e imitou mal: vocalizações ora em sobreposições incômodas ora afetadas fora de métrica, gritos forçados e sussurros inoportunos, refletindo postura certamente única, mas – reitero – chatonilda e aborrecida. Ñ convida à introspecção: cansa e empapuça.
Os sons em q ñ atrapalha – tanto – são pra mim os melhores: “No Place Like Home” (refrão meio Skid Row?), “I See Lights” e “Bright As A Fire” (as mais “comuns”), “White Sheet Robes” e a faixa-título. Tb por me soarem músicas mais completas e formatadas. A derradeira “Mirror And the Moon” tem um violão bacaninha no meio da sujeira, decantando alguma influência setentista q ñ identifiquei.
Paguei 3 contos num saldão num sebo: o famoso encalhe da Hellion. Ninguém parece ter ligado, comprado ou sentido saudade. Ñ é q é ruim, nem difícil; requer tempo/prioridade pra analisar. Tem no You Tube inteiro – https://www.youtube.com/watch?v=PMCSF5moJmA – então por q comprar? E é isso.
Na falta dum parágrafo conclusivo, recomendo a quem leu até aqui voltar aos 2 primeiros. Daí encerrar. Coda.
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CATA PIOLHO CCLXX – “The Tower” – Voivod ou Bruce Dickinson? // “Coma”: Overkill ou Guns N’Roses? // “Children Of the Sun”: Dead Can Dance ou Judas Priest?
Nesses nossos tempos tão vis de viralizações e virulências q a internet proporciona, eis mais uma – mas ñ mais uma qualquer – nova banda de power metal q vazou. Ajudemos os caras curtindo e clicando!
https://www.youtube.com/watch?v=_G6NdiFg68o
Falando sério um pouco: hoje conhecemos os fãs doentes de metal, sem noção desde sempre e em qualquer idade. Abaixo de 25 anos, claro, quando ñ dói tudo depois e por uns 2 dias. E em qualquer tempo.
Nesta época, o Iron Maiden criou isso tb, ñ só os sons. (Q platéia de bingo é essa?). Ñ só Paul Ba’Ianno (cantando pra caralho!) parecendo um cover freak de Elvis (cosplay ainda ñ existia), mas tb tomando choque em microfone antes de pararem “Remember Tomorrow”.
Fora isso, banda lançando fita de introdução e levando um tempão pra entrar no palco, checando afinação e volumes. Fora isso, a Gibson usada por Adrian Smith q continua sendo usada. Além disso, 3 dos caras aí continuam na banda e nos mesmos lugares no palco até hoje. Passados quase 37 anos.
Tivesse saído nos tempos de vhs, juro q teria assistido até distorcer som e imagem.
Difícil analisar racionalmente o RANÇO q tenho tido dos caras.
E ñ por truezice, de “ah, morreram no black album” ou coisa do tipo. Um pouco é por eu ter tocado em duas bandas cover já, e ñ suportar nem ouvir certos sons, certos álbuns, mesmo. Outra parte é q ñ me convence Jaiminho Hetfield ao vivo e suas demagogias de “família Metallica” e colete fashion de patches gourmet, vendido na internet por uma fábula.
E q me faz abordar o Metallica-2016 por alguns prismas, a seguir:
1) se tem, há muito, das limitações/repetições do Iron Maiden. Q ñ pode fugir muito das harmonias em terça ou da afinação em E ou das mesmas melodias de sempre – pois deixariam de ser Iron Maiden. O q gera algo lúdico dos últimos álbuns, de brincarmos com sons q parecem “isso”, “aquilo” ou “aquele outro”. Mas o Metallica ñ vai exibindo um esgotamento de si próprio?
Com a diferença de ñ terem um “Adrian Smith” pra tentar disfarçar.
2) será q um moleque q começou no metal com System Of A Down e Slipknot vai conseguir curtir o “peso” desse Metallica? Atendo sujeito, velhão, q está se interessando por heavy metal em geral – antes tarde do q mais tarde! – e q outro dia me afirmou achar SOAD mais pesado q Metallica; mesmo o do “Master Of Puppets”.
Me fez (re)pensar…
3) vendedores na Galeria do Rock terão um Feliz Natal com a chegada do petardo daqui a 3 dias. Vai vender muito. Sei lá pra quem. E vendedor camarada de loja preferida nem tinha se tocado de q virá cd duplo… melhor ainda pro varejo. De sei lá quem q irá consumir o acrílico anacrônico
4) pelo q pude perceber, virá duplo sem real necessidade. Pelo q pude aferir, todos os 12 sons caberiam em 80 minutos de mídia. Nem o “… And Justice For All” convertido pra digital exigiu disco duplo.
“The Book Of Souls”, Iron Maiden, 2015, Parlophone/Warner Brasil
(cd 1) IF ETERNITY SHOULD FAIL (Bruce Dickinson) / SPEED OF LIGHT (Adrian Smith/Bruce Dickinson) / THE GREAT UNKNOWN (Adrian Smith/Steve Harris) / THE RED AND THE BLACK (Steve Harris) / WHEN THE RIVER RUNS DEEP (Adrian Smith/Steve Harris) / THE BOOK OF SOULS (Janick Gers/Steve Harris)
(cd 2) DEATH OR GLORY (Adrian Smith/Bruce Dickinson) / SHADOWS OF THE VALLEY (Janick Gers/Steve Harris) / TEARS OF A CLOWN (Adrian Smith/Steve Harris) / THE MAN OF SORROWS (Dave Murray/Steve Harris) / EMPIRE OF THE CLOUDS (Bruce Dickinson)
formação: Bruce Dickinson (vocals and piano), Dave Murray (guitars), Adrian Smith (guitars), Janick Gers (guitars), Steve Harris (bass and keyboards), Nicko McBrain (drums)
keyboards by Michael Kenney, orchestration by Jeff Bova
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Antes de qualquer mais nada: fazer música gigante ñ significa fazer música progressiva. Ou prog.
Outra coisa: o Iron Maiden sempre teve um pé no progressivo. Desde 1980: “Phantom Of the Opera”. No q me fica a dúvida: será q desaprenderam tudo?
Provavelmente ñ ouvem os próprios discos e/ou as próprias músicas em casa. “Hallowed Be Thy Name”, “To Tame A Land”, “Powerslave”, “Caught Somewhere In Time”, “Infinite Dreams”, “Mother Russia”, “Sign Of the Cross”, “Blood Brothers”… Ou a abordagem de criadores ñ lhes dá isenção para analisar ou deles desfrutar. Ñ entendo.
Um clichê inútil e vão em qualquer análise da banda, pelo menos desde “Brave New World”, acho a de comparar os novos lançamentos aos discos clássicos (até “Seventh Son Of A Seventh Son” ou até “No Prayer For the Dying”?): ñ dá, ñ rola. A Donzela, neste “The Book Of Souls”, é a banda reformatada desde “A Matter Of Life And Death” (2006) e ñ parece fadada a mudar, aceitemos o fato. Discos anteriores eram outra banda, outra época, e já estão feitos, basta ouví-los pela enésima vez e babar. Caso reprisassem alguns destes, monte de gente criticaria tb.
A outra chave de análise q considero equivocada, mas ainda bastante recorrente, é a de reclamar q sempre fizeram os mesmos discos (como se “Seventh Son…” e “The X-Factor” tivessem sido mais do mesmo), sem quererem fugir de fórmula e sonoridades consagradas, pra ñ desagradarem a casta de fãs incondicionais. Pois mudaram e parece ñ estarem desagradando…
No geral, achei esse disco novo desnecessariamente PROLIXO, no q culpo a produção. Pra q catso pagam um certo Kevin Shirley desde 2000, se o q emana do álbum soa autoindulgendente ao paroxismo? A impressão é a dos caras quererem fazer tudo – compor, gravar, mixar – muito rápido e sem maiores complicações, o q envolveria EDITAR parte do material. Burilar arestas tb. E ainda maneirar em certas liberdades atribuídas.
Os donzelos devem estar em clima interpessoal bastante favorável, ou tvz maduros o bastante pra ñ conflitarem por qualquer coisa. Fora imbuídos duma auto-suficiência beirando a soberba de SABEREM q deles nada de muito ruim virá, em termos de composição ou execução. Então, dá-lhe espaço pra solos adoidado, ninguém podar espaços alheios ou “jogarem para as músicas”, ao invés de para si próprios e suas auto-estimas. O material aqui registrado, a meu ver, era coisa pra ficarem ANO trabalhando. Pra soar realmente bombástico, ousado, desafiador, instigante.
Maior exemplo: “The Red And the Black”, de 13 minutos totais, contém 6 MINUTOS de solos de guitarra. Um desbunde pra quem curte (estão longe de soarem abomináveis ou protocolares) e pra guitarristas, mas um exagero q mesmo Yngwie Malmsteen tvz capitulasse. Cito-o tb como simbólico daquilo q me soa a FALÊNCIA de Steve Harris como compositor: é esta sua única música – letra e música – no disco, e a q mais vejo sofrer de obsolescência. Com potencial, mas mal direcionada: um excesso de “o-ô” pra tentar animá-la (e como se a letra gigante já ñ a poluísse), a introdução (interessantíssima) desnecessariamente repetida ao final – “estrategema AMOLAD” q comparece por aqui em outros 2 sons – e vocal bastante dissociado duma melodia, o q em se tratando de Iron Maiden soa grave, muito grave.
Harris parece, nesse sentido, estar sofrendo do mesmo mal de Lemmy Kilmister: vai ficando mais velho e mais verborrágico, poluindo os sons de letras em detrimento das melodias (cada vez mais rarefeitas e restritas) e de refrãos q causem comoção. Tá virando dramaturgo, caralho? Ñ encontrei nas 11 faixas do petardo um refrão grudento qualquer. Ou um riff realmente inspirado. Desculpem.
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Exemplo reverso: “Shadows Of the Valley”, embora pouco candidata a canção memorável futura, exibe trabalho de arranjo e de mudanças de andamento q a mim poderiam ter sido a tônica em todos os sons. Ainda q com um riff inicial quase “Wasted Years” sobre uma base algo “Out Of the Silent Planet”, contém parte com “o-Ô” coerente e marcante. “Tears Of A Clown” mostra alguma ousadia baterística tb (Nicko McBrain infelizmente caminha em zona de conforto, ou ñ o deixam arrepiar) e uma aura meio Rainbow q ñ entendo como pejorativa: se é pra serem progressivos, q bebam das águas barrentas de outrora para tal!
Trechos vários q remetem a sons antigos comparecem tb a rodo. Nem sempre caindo bem: “The Great Unknown” parece “Killers”, pra daí desembocar em trechos “Paschendale” e levadas “The Loneliness Of the Long Distance Runner”. Há pedaços de “Losfer Words”, de “Where the Wild Winds Blows”… Há mudanças abruptas de andamentos sem q um lick, uma melodia sem bateria ou uma pausa lhes ressalte.
Citei nos nomes dos sons acima tb os autores, pra poder marcar alguns esforços: Adrian Smith e Bruce Dickinson quase salvam o trabalho, e deles achei os melhores momentos do disco. Soa inacreditável q “Empire Of the Clouds”, com 18 minutos, soe coerente e interessante. Soa. Ñ dá sono ou remete a suítes progressivas chatonildas intermináveis. (Conheço sons do Savatage muito menores em duração q cansam bem mais). Fora ser ÚNICO som a ter melodia inspirada, q “gruda”. Provavelmente isso se dando por uma mudança de forma, ñ de conteúdo: é um Maiden com piano. Fez diferença.
“If Eternity Should Fail” abre o álbum com melodia meio western e timbres invulgares, mas padece da repetição excessiva do refrão (6 vezes ao final, pra encher lingüiça tb no encarte, q os repete?) e duma locução final francamente amadora (coisa de banda iniciante, pra assustar incautos). Deveria ter sido feita sem efeito. As duas parcerias Smith/Dickinson mostram-se até culhudas, mas sintomaticamente são as mais afetadas por Pro Tools: estamos em 2015 pros caras desovarem músicas q soam saídas de fita cassete gasta?
Dissociação criminosa melodia-vocal tb comparece em “When the River Runs Deep”, som pesado e rápido (pros atuais padrões). Gostei da faixa-título, iniciada e finda acústica – bem à moda Janick Gers – mas inferior às “Dream Of Mirrors” ou “Dance Of Death” de outrora. “The Man Of Sorrows” ñ revisita o som quase homônimo da carreira solo de Dickinson (ufa!) e comparece no ‘sistema de cotas maideniano’ como o som de Dave Murray, facilmente identificado desde os idos de “Still Life”: solinho harmonizado bacana introduzindo música mais melódica, quase balada.
Detalhes sutis outros: 1) os drives rasgados de Dickinson já eram. Infelizmente. Os sons Smith-Dickinson (os mais ásperos) foram levemente saturados na mixagem pra poder disfarçar. Ao mesmo tempo em q momentos de agudos desnecessários e constrangedores (“Speed Of Light” e “When the River Runs Deep”) comparecem, tvz por querer compensar. A voz do homem está mais pra limpa e aguda – desnecessariamente aguda em “The Red And the Black” – q pra agressiva; 2) Steve Harris abandonou a abordagem rítmica/tercinada full time há tempos, e ninguém parece se dar conta. Acho do cacete q esteja mandando ver umas escalas e uns solinhos vez ou outra.
Conclusão: ñ é um disco ruim, mas tb ñ achei bom. Pra mim, bastante inferior ao potencial q teria e ñ quiseram fazer. Fora anacrônico no formato duplo, falsamente ousado. Superior a “AMOLAD”, mas bem menos inspirado q “The Final Frontier”. Gostei da capa, essa sim ousada. Tocarão 1 ou 2 sons ao vivo – pra delírio dos fanáticos e dos hipsters – e difcilmente será lembrado como disco icônico, influente ou trangressor daqui 10 anos. Na dúvida, farei post cronofágico daqui um 1 ano pra averiguar eheh
“Instant Clarity”, Michael Kiske, 1996, Raw Power/Castle
sons: BE TRUE TO YOURSELF * / THE CALLING * / SOMEBODY SOMEWHERE / BURNED OUT / NEW HORIZONS * / HUNTED * / ALWAYS / THANX A LOT! * / TIME’S PASSING BY / SO SICK / DO I REMEMBER A LIFE?
formação: Michael Kiske (vocals, guitars, piano, keyboards, sound effects), Ciriaco Taraxes (guitars; piano on “Do I Remember A Life?”), Kay Rudi Wolke (drums; guitars on “Time’s Passing By”), Jens Mencl (bass)
participações especiais: Kai Hansen (guitars on “Be True to Yourself”, “New Horizons” and “Thanx A Lot!”), Adrian Smith (guitars on “The Calling”, “New Horizons” and “Hunted”), Norbert Krietemeyer (flute on “Do I Remember A Life?”)
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Houve um momento cataclísmico noventista em q pareceu q o mundo iria acabar em barranco devido à saída de Michael Kiske do Helloween. Ñ q ñ tenha sido um evento, mas hj entendo q teve muita firula da Rock Brigade a respeito.
E a História mostrou q o Helloween continuou MUITO BEM sem ele, afinal.
Quando este “Instant Clarity”, saiu, lembro da apreensão q o envolvia. Sobretudo entre os viúvos e viúvas do canário-mor, cujo repúdio a Andi Deris na banda happy happy acompanhava o luto. Tb lembro, vagamente, de resenhas na época nem detonarem, tampouco elogiarem ostensivamente o material. Num modus operandi de crítico q hj entendo como o dum safo distanciamento: quem ñ gostou, ñ quis falar tão mal, pois ñ entendeu muito bem e/ou poderia acabar gostando; quem gostou, ñ se descabelou em elogios, por conta do material em si. E de tb ñ ter entendido bem qual é.
E a questão me parece assim: realmente ñ é uma porcaria de álbum, mas tb ñ há nada por aqui q, a meu ver, credencie o disco como algo injustamente depreciado, apressadamente ufanado, nem mesmo como material seminal, q tenha legado influências a rodo.
Por mais q o sujeito miando em “Be True to Yourself” o Chatovarius tenha chupinhado em sua “Alpha & Omega”. Por mais q “The Calling” e “New Horizons” me soem os únicos sons passíveis de arranjos pelo Helloween. Por mais louvável q “Always” preste-se como réquiem ao recém-falecido Ingo Schwichtenerg.
Resumo do álbum: os sons q contém Kai Hansen e Adrian Smith (alguns inclusive como co-autores, asteriscados todos acima) são os mais a ver com metal. Mais um metal levemente próximo daquilo q o Helloween consagrou em “Chameleon”. Menos divertido e porra-louca, no entanto. Tvz até por conta dos músicos de apoio soarem mais comportados (como no “Skunkworks”, do Bruce Dickinson): bateristicamente desolador me é ver apenas “New Horizons” conter trampo de 2 bumbos. Ñ encontro nas 11 faixas qualquer refrão memorável de sair cantando junto – no q poderia ser pobrema meu só, mas creio se dar por “Instant Clarity” denotar o quão tépido como compositor Michael Kiske sempre foi.
O baixista Mencl é destaque instrumental: sempre jogando algum “molho” e groove nos sons. O desempenho vocal é tb tímido, com pouquíssimos momentos realmente kiskicos de outrora. O álbum é homogêneo, com exceção de “Thanx a Lot!” (uma coisa meio folk, com vocais saturados e solo legal do Hansen), “So Sick” (algo bluesy, de voz distorcida e a única com aparente desabafo pra cima dos ex-colegas e de empresários ou gravadora envolvidos) e “Do I Remember A Life?” (balada longuíssima, com piano e flauta), q parecem coisa q o cara tvz precisasse pôr pra fora sem o imprimatur da ex-banda.
Comparações e aproximações finais: 1) tvz “Instant Clarity” possa servir àquela visita em casa daquela garota q curta pouco ou nada de heavy metal. Rola uns climas; 2) tivesse nascido nos EUA, tvz Kiske tivesse a partir dele (e da carreira errática com a qual prosseguiu) se tornado compositor de aluguel pra bandas como Aerosmtv ou Nickelblargh, e ñ sei se isso seria legal; 3) é um disco light, q mais adequadamente seria se chamasse “Distant Clarity”, mas jamais a ponto de causar vergonha a alguém de tê-lo comprado ou baixado. A ñ ser q pague uma fortuna por versão importada. O pior a acontecer será abandoná-lo nalgum fundo de prateleira ou deletá-lo uns dias depois, sem maiores conflitos.
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CATA PIOLHO CCXI – tirado da bio iômmica, de fonte canhota e sem os tocos duns dedos: o riff de “(Fight For Your) Right to Party”, dos Beastie Boys, parece ter sido chupinhado/sampleado do de “Hot Line”, do Black Sabbath
Discutimos bastante no mês passado por aqui o conceito (ainda ñ claramente definido) e a presença de “fillers“, músicas enche-lingüiça, em discos bons/ótimos, de bandas idem.
Ocorreu listar o contrário, ñ em quantidade suficiente pra virar uma das listas de sebunda-feira. Sons q foram “sobras”, mas q claramente poderiam ter constado nos discos oficiais.
Fazendo pouco esforço pra lembrar, me veio “Reach Out”, lado b do Iron Maiden da safra “Somewhere In Time”. Foi lado b do single da “Wasted Years”, salvo engano.
Ok q é som mais hard rock com Adrian Smith fazendo o vocal principal – e por isso deve ter sido limado do álbum por ñ fazer parte do “conceito” – mas, porra, ñ poderia ter constado nalgum disco oficial mesmo assim?
Eu acho q poderia. Curiosidade adicional: por algum tempo, ano passado, a Kiss fm por aqui tocou o som generosamente.
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Já postei por aqui a versão de “In-A-Gadda-da-Vida” q o Slayer fez, ainda nos 80’s. E q encontrei apenas no vinilzão q adquiri da trilha sonora de “Abaixo de Zero”.
Parece q a versão saiu num box, “Soudtracks Of the Apocalypse”, e lá fora até saiu como bônus nalguma tiragem do próprio “South Of Heaven”. Uma Bizz antiga dizia q a versão chegou a tocar em rádio nos EUA. Daí, fico vendo aquele monte de cover dispensável ou Pro Tools em “Undisputted Attitude”… ñ poderia ter constado?
A volta recente do Faith No More gerou a coletânea dupla tchaptchura “The Very Best Definitive Ultimate Greatest Hits Collection”, q o maior atrativo pra mim é o 2º cd, de 10 sons (9 próprios) q ñ entraram nos álbuns oficiais. Sobraram, pq se percebe (ou tvz seja minha opinião só) q mesmo o mais legal deles ficaria redundante ou ñ faria parte do “conceito” dos álbuns.
No entanto, ñ me parece q ficasse mal “Absolute Zero” (tocada pela 1ª vez ao vivo recentemente, num show no Peru ou Colômbia) ou “The Big Kahuna” nalgum dos discos. No “Angel Dust” ou no “Album Of the Year” (ainda mais neste), até sem tirar nenhuma outra, penso q ficariam legais.
Ainda me ocorreu lembrar da safra “Hidden Treasures” do Megadeth. “Go to Hell” (compreensível se limada pela reza a la “Enter Sandman”), “99 Ways to Die”, “Angry Again” e “Breakpoint” acho muito fodas pra terem sido (quase q só) música de trilha sonora. Constassem no “Countdown to Extinction” (sem excluir nenhuma ali), tornariam o disco ainda melhor. Pra mim, pelo menos.
Enfim. Fora a discussão lançada, queria ver q NOME poderíamos dar a sons assim, meio sobras de filé mignon.
Todo mundo por aqui sabe q ñ curto o Alex Skolnick.
Morrerei tentando entender a admiração q muitos – sobretudo, guitarristas. Apenas guitarristas? – sentem pelo cara, e o máximo q posso dizer favoravelmente a seu estilo punheteiro de guitarra é q, ao menos no “The Formation Of Damnation” eu acho q ele ñ atrapalhou muito.
Ao contrário de nos álbuns clássicos do Testament. Apesar de “Return to Serenity”. Sou bem mais o James Murphy!
(por mais q entenda de guitarras e/ou estilos guitarrísticos – mal sei quando é o Dave Papai Noel Murray ou quando é o Adrian Smith solando, se ñ estiver VENDO Iron Maiden!… – tanto quanto o Ozzy entende de música)
E é por essas e outras q havia ignorado post whiplashico (notadamente replicado por vários outros sites sérios por aí. Tipo o www.novometal.com, de onde tirei) de já algumas semanas, do sujeito fazendo considerações bastante INTERESSANTES acerca de Blackie Lawless, o irmão da Xena, q tem aquela banda de nome de inseto.
Num blog q tem (nada de Twitter!) chamado Skolnotes. Visitem http://skolnotes.blogspot.com/
No texto, replicado abaixo, curti a densidade do assunto, a perspectiva pela qual abordou o “mito” Lawless e a postura algo despojada, nada dono da verdade. Q é o q eu gostaria de ser quando crescer por aqui!
Assumo: fiquei com INVEJA disto…
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TESTAMENT: um estudo psicológico no vocalista do WASP
O guitarrista do TESTAMENT, Alex Skolnick, dividiu seus pensamentos sobre Blackie Lawless, vocalista do W.A.S.P., no último texto de seu blog, o Skolnotes. Um trecho está disponível abaixo.
“Alguns anos atrás, nós tocamos em um festival europeu com a banda W.A.S.P. O cantor principal, Blackie Lawless, que tem algo em torno de 1,82m e usa sapatos de plataforma, chegou nos bastidores carrancudo e com o nariz empinado. Por algum motivo, ele entrou como se fosse John Wayne em um filme de faroeste, com passos pesados pelo saloon, armas cuspindo fogo. Ao mesmo tempo ele era frio, distante e pouco amigável. Parecia que ele era tudo o que importava, e o resto de nós não existisse.
Blackie é um glam rocker de Los Angeles, que era mencionado juntamente com outros ícones como Nikki Sixx do MOTLEY CRUE. Ele é um dos descendentes do roqueiro ALICE COOPER, pré-MARILYN MANSON. Mas por algum motivo sua música não teve a popularidade ou o poder destes outros artistas. Talvez porque não seja muito boa.
Mas do comportamento nos bastidores aquele dia, você poderia pensar que ele era uma estrela do rock no mesmo nível de Steven Tyler do AEROSMITH e Roger Daltrey do THE WHO. Eu já encontrei tanto Steven quanto Roger, e não posso imaginá-los agindo daquela maneira se eles tentassem.
Todos em minha banda ficaram um pouco mal por causa dele, e falaram sobre o quanto Blackie era ‘otário’. Normalmente eu me sentiria compelido em dar a alguém o benefício da dúvida e defender a pessoa de ser ‘mal compreendida’ ou alguma outra besteira (é o [signo] Libra em mim, imagino, eu tento entender todos). Mas neste caso eu concordei, a atitude de Blackie era indefensável.
No entanto, eu tinha que dar a mão para ele. Ele emitia uma aura infernal. Foi o bastante para eu admitir uma admiração secreta: não por seu comportamento, mas por ele ter a coragem de fazê-lo.
‘Eu sei o que vocês estão dizendo, e concordo com vocês’, eu disse para os caras da banda. ‘Mas vocês sabem o que? Aquele cara acredita que ele é [tudo aquilo]’. Houve um silêncio estranho. ‘Vocês não veem?’, continuei. ‘Ele acredita em sua grandeza, nós sentimos isso, mesmo que nós não concordemos. E eu garanto que o público dele também compra essa ideia’. Mais silêncio.
Tudo isso me leva a crer que é preciso um estudo psicológico em Blackie. Onde alguém pode achar a audácia de ter esse tipo de comportamento?”
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… por mais q, no mesmo blog depois, tenha lavrado outro texto mais extenso (com apartes legais acerca do significado de certos ídolos pro fã de metal), só q meio de fazeção de média (ficou com medo de ser reconhecido pelo próprio… ui!) e, pra mim, desnecessariamente reparatório.
(o critério: álbuns em q a banda tentou dar uma guinada, mexer no som, evoluir etc. mas deu em nada. Ou então deu merda)
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1)“Shit Anger”, Metallica
[tentaram virar new metal, o System Of A Down da vez, mas haviam passado da idade. Baixar afinação, abusar de pro tools e limar o Kirk Hammett tb ñ foram assim inovações. Praticamente hors-concours, um dos piores álbuns já cometidos]
2)“Risk”, Megadeth
[Páreo duríssimo com o acima: Dave Mustaine tentou virar o Metallica do “Load” e “Reload”, copiando até o encarte fosco e tosco. Daí cagou mais ainda tentando botar a culpa no Marty Friedman depois]
3)“Blackacidevil”, Danzig
[o pigmeu soturno tentou inovar, após demitir toda a banda, emulando (mal) o Nine Inch Nails. Se ñ é o cover de Black Sabbath e o Jerry Cantrell pra dar uma disfarçada…]
4)“Mutations”, Fight
[se a idéia de álbum de remixes é valorizar ou recriar os sons, este ep é a lição de como Ñ FAZÊ-LO. Nenhum som ficou melhor q o original. A “cover” de Judas ao vivo no fim QUASE salva isto aqui]
5)“Falling Into Infinity”, Dream Theater
[tentativa capenga de virarem comerciais, tendo Desmond Child como co-compositor (cacófato rula!) num som, fora a “ajuda” do pior tecladista q tiveram. Claro q tem site e fã xiita q livra a barra, mas tem q ser muito, muito, muito, MUITO devoto dos caras pra isso]
6)“End Of the Century”, Ramones
[só ñ é o pior deles pq lançariam ainda “Subterranean Jungle”. Tentativa patética e ridícula de emplacarem comercialmente, tendo Phil Spector como produtor, q só afundou mais o barco. “Baby I Love You” nem o Cudeplay teria coragem de cometer. Ñ fossem as 3 músicas boas q tem, seria completo lixo]
7)“Feedback”, Rush
[o q melhor pra comemorar 30 anos de formação do q lançar álbum de cover? Ainda mais banda q jamais havia gravado nenhum. Álbum repleto de pro tools, q só ñ maculou a reputação do trio pq seus fãs (entre os quais me incluo) são os melhores do mundo (a prova? Lancei em 7º) e pq lançaram coisa mais digna e melhor comemorativa no dvd “R 30”]
8)“Demonic”, Testament
[tentativa frustrada de virarem death metal. Alguns sons, melhor regravados e ensaiados, ñ fariam mal. Deveriam ser presos sem fiança por terem SUBAPROVEITADO Gene Hoglan, um dos maiores CRIMES no heavy metal. Menos mal q com time melhor entrosado, disseram a q viriam, e vieram, no “The Gathering”]
9)“Skunkworks”, Bruce Dickinson
[tio Bruce tem MUITO crédito na praça. Pq tentou virar grunge e ñ conseguiu. E mesmo assim ñ se queimou tanto por aí. Dúvida: resgatar Adrian Smith nos magnânimos 2 álbuns seguintes foi por a água – comercialmente falando – ter batido na bunda?]
10)“Endorama”, Kreator
[caso oposto a todos os outros álbuns q citei: o Kreator (ops, o Mille Petrozza) quis virar gótico e conseguiu! Comercialmente falando ñ vingou, e aí voltaram ao modo antigo posteriormente, em muito o q se discutir a respeito de INTEGRIDADE ARTÍSTICA. Até curto o álbum, mas acho q é coisa q deveria ter sido lançada como projeto paralelo, sob outro nome]