Ranqueando músicas meio relegadas em discografias *.
Hoje, os roqueiros de tiozão.
“Iron Maiden” – “Strange World” “Killers” – “Twilight Zone” “The Number Of the Beast” – “Invaders” “Piece Of Mind” – “Still Life” “Powerslave” – “Back In the Village”
“Somewhere In Time” – “Sea Of Madness” “Seventh Son Of A Seventh Son” – “Only the Good Die Young” (nhé) “No Prayer For the Dying” – “Public Enema Number One” “Fear Of the Dark” – “Weekend Warrior”
“The X-Factor” – “Blood On the World’s Hands” “Virtual XI” – “Lightning Strikes Twice”
“Brave New World” – “The Mercenary” “Dance Of Death” – “Wildest Dreams” § AMOLAD – “Brighter Than A Thousand Suns” “The Final Frontier” – “Isle Of Avalon”
“The Book Of Souls” – todas q ñ “Empire Of the Clouds” “Senjutsu” – “Death Of the Celts”
*descontados os discos ao vivo; quem quiser, à vontade § melhor versão tá no “Death On the Road”, mas deixa quieto
Relatório bimensal de algo q pautei no início do ano: anotar durante 2022 todas as datas comemorativas de integrantes, lançamentos e circunstâncias envolvendo o Iron Maiden.
Bastante coisa pra 59 dias até o momento:
JANEIRO 03.01.05 relançamento em versão limitada do single “The Number Of the Beast” em vinil 7 polegadas 27.01.57 aniversário Janick Gers
FEVEREIRO 02.02.81 lançamento do “Killers”; 02.02.96 lançamento do single “Lord Of the Flies” 04.02.08 relançamento do dvd “Live After Death”, remasterizado 06.02.06 lançamento dvd ao vivo “Death On the Road” 08.02.80 lançamento single “Running Free” 10.02.99 volta de Adrian Smith e Bruce Dickinson à Donzela 12.02.82 lançamento single “Run to the Hills”; 12.02.90 relançamento em cd single “Running Free”/”Sanctuary”
13.02.58 aniversário Derek Riggs 17.02.81 início da turnê “Killers” 19.02.90 relançamento em cd single “Women In Uniform”/”Twilight Zone” 24.02.90 lançamento VHS “The First Ten Years” 25.02.82 início da “Beast On the Road Tour”, de 12 datas 26.02.90 relançamento single “Purgatory” 27.02.57 aniversário Adrian Smith
As fontes são duas páginas de Facebook, “The Metal Realm” e “Terreiro do Metal”, o Metal Archieves (site) e uns amigos fanáticos em rede social.
17 eventos ocorridos em 15 datas diversas. 25,42% dos dias deste ano foram “Datas Maiden”.
Sai amanhã “The Burning”, novo do projeto paralelo do Stevão. British Lion. A julgar pelo single (acima) e por um outro, “Lightning”, tb já disponível, está melhor. Mas ñ muito.
Vocal chato, som meio genérico, sem aquela inspiração ou identidade toda.
Deixo o embate “parece Maiden” pra lá. Pois ñ parece. Já q ñ tem Bruce Dickinson, Adrian Smith, nem principalmente Nicko McBrain. Dá até pra fingir ser um Iron Maiden com Steve, Dave Murray e Janick Gers. Mas tb ñ faz jus.
O q fico encafifado é:
1) será plano de aposentadoria do chefe? Cansado de mandar na matriz, estaria achando uma menor (do tipo q toca pra Cine Jóia semi-cheio) pra continuar chefão?
2) indício de q o Iron Maiden estaria parando aos poucos mesmo? Me parece difícil haver algum anúncio de “fim da banda”. A ñ ser q Bruce o faça ou alguém venha a falecer
3) fazer ou criar os filhos, parece já estar feito. Todos grandes. Jogar futebol tvz a idade já ñ permita. Então bora tornar o trampo um hobby? Sei lá.
Uma hora aconteceria; se é q já ñ aconteceu e ñ ficamos sabendo.
O quê?
Janick Gers rodando a guitarra, q sai “voando”. Semana passada. Fim de show, última música (“Iron Maiden”) e tal.
Achei melhor ver do q só comentar do ouvir falar. Imperícia do cara, nada de roadie incompetente ou gente seriamente ferida. Parece ñ ter acertado ninguém.
Impressão é de q Bruce Dickinson percebeu, e ñ se envolveu. Duvido q os outros 3 tenham sacado.
***
Agora é começar a ver as “teorias” de q isso faz parte do show do Iron Maiden e q no Rock In Rio e aqui em São Paulo deve rolar igual. Mais ou menos sintônicas a 1985, quando uma certa repórter global cravou q a guitarrada na testa q Bruce Dickinson se auto-infligiu (e sangrou) durante “Revelations” era parte do show…
Pra início de conversa, reitero o q já postei no Facebook: ñ sou de treta, mas depois do q vi e ouvi dia 11 em Londres, quem vier com papo de q Dio foi maior q Bruce Dickinson, vou dar na cara com força.
Senão, vejam. Quem, durante um show de 16 sons, é capaz de:
lutar esgrima no palco com Eddie Trooper?
zoar os outros quase todos, passando-lhes a espada nas bundas? (Steve Harris ñ curtiu)
na idade q está, topar abrir apresentação com “Aces High” (pouco mais lenta, mas ok) emendando em “Where Eagles Dare”?
usar um lança-chamas alucinadamente durante “Flight Of Icarus”, enquanto cantava?
encerrar com “Run to the Hills” cavalgando num cavalinho de brinquedo? O som inteiro
fazer um brinde sem noção ao fim (era último show da turnê e precisavam fazer o jabá da cerveja), chamando Nicko McBrain – q está abstêmio após 19 anos – pra beber?
Menos mal q, nessa última, Nicko, tb sem noção, levou tão de boa q foi ao microfone falar umas coisas e topou brindar tb. De copo de plástico vazio ahah
Além disso tudo, q ñ foi pouco: Bruce fez o show inteiro realmente sem ler letra. Zero teleprompter, zero colas pelo chão. 60 anos em plena forma, mais a cura do câncer e a certeza da estabilidade empregatícia o tornaram ainda mais sem noção, ainda mais demente, ainda mais intenso. Bruce Dickinson é o nome da besta. E isso seria tudo o q eu poderia dizer a respeito do show todo.
Mas vou falar tb do clima, da vibe.
Lugar imenso. Gigantesco, babilônico. Nababesco. A tal O2 Arena, q além do show, ainda abriga uma puta galeria de pubs e restaurantes, tinha ainda uma exposição de heróis Marvel/D.C. (a q ñ fui, já tinha fechado) e uma balada de playboy, cujas periguetes de shortinho agarrado e tops (tem na Terra da Rainha tb) denunciavam.
Tive q pegar 2 lances de escada rolante pra chegar a meu lugar. Q era sentado, em lugar almofadado, porém lateral ao palco. Perdi ver o telão, ñ consegui ver a banda de frente, e ainda na maior parte do tempo só vi o tampo do cocoruto do papai Noel Dave Murray. Do Nicko só via as mãos, uns pratos e uns 3 tons tons da bateria (ñ veria muita coisa a mais caso visse de frente ahah). Mas preferi focar no bom:
Vi tudo da perspectiva de quem via parte do backstage: roadies correndo pra lá e pra cá, Bruce saindo a cada som/cada dois pra trocar de roupa, roadie manejando o controle remoto do Eddie. E curti os SONS sem distração ou firulas pirotécnicas.
E com um pessoal à volta tb veterano, alguns até mais q eu. Num clima de show de metal incrível: pessoas se cumprimentando ao fim, se surpreendendo com os sons antigos (impecavelmente executados), cantando a plenos pulmões a intro de “Doctor Doctor” (!!), sujeito à frente me oferecendo breja – q recusei educadamente – e nenhuma, absolutamente nenhuma, treta. Ou descontentamento.
Nem mesmo o meu, com “The Trooper”, “Fear Of the Dark” (blah!) e “Hallowed Be Thy Name” incluídas no set. Percebi q fazem parte importante da coisa. (E Nicko, na segunda, inventou um groove bastante interessante). Ñ exatamente pontos altos, mas nem um pouco mal recebidas.
Tinha criança (mesmo), tinha adolescente, tinha adulto, tinha tiozão (tipo eu) e tinha idoso. Os caras têm q agradar a todos, ñ tem jeito. Faltaram músicas? Tvz. Nada do “Somewhere In Time”, do “No Prayer For the Dying” (sonho meu!), do “Dance Of Death”, dos 2 últimos ou mesmo do “Killers” (“Wratchild” já deu, afinal). Mas eu ñ percebi na hora e nem dei falta até agora.
Em minha chatice habitual, ñ consegui pôr um defeito na porra toda.
Falando dos sons: solos Murray-Smith impecavelmente executados. Nicko McBrain monstruoso: ñ perdeu uma virada, ñ ramelou um andamento, mandou o pé direito mais insano do heavy metal. Tvz o baixo estivesse um pouco baixo, mas dane-se. Janick ñ briga mais com o Eddie (perdeu a função), mas briga com os cabos ahah Porra, 4 sons do “Piece Of Mind”. Tivessem tocado “Die With Your Boots On”, eu infartaria.
Surpresas? 2 sons da “fase Blaze”: “The Clansman” e “Sign Of the Cross”, o primeiro com intensa recepção.
As fotos q tirei do show ñ ficaram grande coisa. Mesmo. Ora borradas, ora distantes demais, por isso ñ postei tudo. Deve haver amostras melhores no Google e no You Tube.
Por fim, meu depoimento emotivo: chorei durante “Two Minutes to Midnight”. Foi foda.
Sobre algumas das fotos acima:
a) na segunda se vê um tiozão tocando guitarra. Sujeito ficou horas tocando Maiden na saída do metrô (estação North Greenwich), tirando selfie, se divertindo, ganhando os trocos merecidos e acompanhado por bateria eletrônica impecável. Com direito a crachá de músico autorizado, sei lá, pela prefeitura. Imaginem a ambiência de chegar num lugar e ouvir “Flash Of the Blade”
b) na terceira, em q se vê a O2 Arena lotada, se desmente por completo a balela de q o Maiden só lota show na América Latina. Enfiem os comentários abalizados no cu os q continuarem a dizer isso. Complexo de vira lata do caralho
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Set-list: intro com “Doctor Doctor” (U.F.O.) + discurso do Churchill 1. “Aces High” 2. “Where Eagles Dare” 3. “Two Minutes to Midnight” 4. “The Clansman” 5. “The Trooper” 6. “Revelations” 7. “For the Greater Good Of God” 8. “The Wicker Man” 9. “Sign Of the Cross” 10. “Flight Of Icarus” 11. “Fear Of the Dark” 12. “The Number Of the Beast” 13. “Iron Maiden” – bis – 14. “The Evil That Men Do” 15. “Hallowed Be Thy Name” 16. “Run to the Hills”
“The Book Of Souls”, Iron Maiden, 2015, Parlophone/Warner Brasil
(cd 1) IF ETERNITY SHOULD FAIL (Bruce Dickinson) / SPEED OF LIGHT (Adrian Smith/Bruce Dickinson) / THE GREAT UNKNOWN (Adrian Smith/Steve Harris) / THE RED AND THE BLACK (Steve Harris) / WHEN THE RIVER RUNS DEEP (Adrian Smith/Steve Harris) / THE BOOK OF SOULS (Janick Gers/Steve Harris)
(cd 2) DEATH OR GLORY (Adrian Smith/Bruce Dickinson) / SHADOWS OF THE VALLEY (Janick Gers/Steve Harris) / TEARS OF A CLOWN (Adrian Smith/Steve Harris) / THE MAN OF SORROWS (Dave Murray/Steve Harris) / EMPIRE OF THE CLOUDS (Bruce Dickinson)
formação: Bruce Dickinson (vocals and piano), Dave Murray (guitars), Adrian Smith (guitars), Janick Gers (guitars), Steve Harris (bass and keyboards), Nicko McBrain (drums)
keyboards by Michael Kenney, orchestration by Jeff Bova
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Antes de qualquer mais nada: fazer música gigante ñ significa fazer música progressiva. Ou prog.
Outra coisa: o Iron Maiden sempre teve um pé no progressivo. Desde 1980: “Phantom Of the Opera”. No q me fica a dúvida: será q desaprenderam tudo?
Provavelmente ñ ouvem os próprios discos e/ou as próprias músicas em casa. “Hallowed Be Thy Name”, “To Tame A Land”, “Powerslave”, “Caught Somewhere In Time”, “Infinite Dreams”, “Mother Russia”, “Sign Of the Cross”, “Blood Brothers”… Ou a abordagem de criadores ñ lhes dá isenção para analisar ou deles desfrutar. Ñ entendo.
Um clichê inútil e vão em qualquer análise da banda, pelo menos desde “Brave New World”, acho a de comparar os novos lançamentos aos discos clássicos (até “Seventh Son Of A Seventh Son” ou até “No Prayer For the Dying”?): ñ dá, ñ rola. A Donzela, neste “The Book Of Souls”, é a banda reformatada desde “A Matter Of Life And Death” (2006) e ñ parece fadada a mudar, aceitemos o fato. Discos anteriores eram outra banda, outra época, e já estão feitos, basta ouví-los pela enésima vez e babar. Caso reprisassem alguns destes, monte de gente criticaria tb.
A outra chave de análise q considero equivocada, mas ainda bastante recorrente, é a de reclamar q sempre fizeram os mesmos discos (como se “Seventh Son…” e “The X-Factor” tivessem sido mais do mesmo), sem quererem fugir de fórmula e sonoridades consagradas, pra ñ desagradarem a casta de fãs incondicionais. Pois mudaram e parece ñ estarem desagradando…
No geral, achei esse disco novo desnecessariamente PROLIXO, no q culpo a produção. Pra q catso pagam um certo Kevin Shirley desde 2000, se o q emana do álbum soa autoindulgendente ao paroxismo? A impressão é a dos caras quererem fazer tudo – compor, gravar, mixar – muito rápido e sem maiores complicações, o q envolveria EDITAR parte do material. Burilar arestas tb. E ainda maneirar em certas liberdades atribuídas.
Os donzelos devem estar em clima interpessoal bastante favorável, ou tvz maduros o bastante pra ñ conflitarem por qualquer coisa. Fora imbuídos duma auto-suficiência beirando a soberba de SABEREM q deles nada de muito ruim virá, em termos de composição ou execução. Então, dá-lhe espaço pra solos adoidado, ninguém podar espaços alheios ou “jogarem para as músicas”, ao invés de para si próprios e suas auto-estimas. O material aqui registrado, a meu ver, era coisa pra ficarem ANO trabalhando. Pra soar realmente bombástico, ousado, desafiador, instigante.
Maior exemplo: “The Red And the Black”, de 13 minutos totais, contém 6 MINUTOS de solos de guitarra. Um desbunde pra quem curte (estão longe de soarem abomináveis ou protocolares) e pra guitarristas, mas um exagero q mesmo Yngwie Malmsteen tvz capitulasse. Cito-o tb como simbólico daquilo q me soa a FALÊNCIA de Steve Harris como compositor: é esta sua única música – letra e música – no disco, e a q mais vejo sofrer de obsolescência. Com potencial, mas mal direcionada: um excesso de “o-ô” pra tentar animá-la (e como se a letra gigante já ñ a poluísse), a introdução (interessantíssima) desnecessariamente repetida ao final – “estrategema AMOLAD” q comparece por aqui em outros 2 sons – e vocal bastante dissociado duma melodia, o q em se tratando de Iron Maiden soa grave, muito grave.
Harris parece, nesse sentido, estar sofrendo do mesmo mal de Lemmy Kilmister: vai ficando mais velho e mais verborrágico, poluindo os sons de letras em detrimento das melodias (cada vez mais rarefeitas e restritas) e de refrãos q causem comoção. Tá virando dramaturgo, caralho? Ñ encontrei nas 11 faixas do petardo um refrão grudento qualquer. Ou um riff realmente inspirado. Desculpem.
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Exemplo reverso: “Shadows Of the Valley”, embora pouco candidata a canção memorável futura, exibe trabalho de arranjo e de mudanças de andamento q a mim poderiam ter sido a tônica em todos os sons. Ainda q com um riff inicial quase “Wasted Years” sobre uma base algo “Out Of the Silent Planet”, contém parte com “o-Ô” coerente e marcante. “Tears Of A Clown” mostra alguma ousadia baterística tb (Nicko McBrain infelizmente caminha em zona de conforto, ou ñ o deixam arrepiar) e uma aura meio Rainbow q ñ entendo como pejorativa: se é pra serem progressivos, q bebam das águas barrentas de outrora para tal!
Trechos vários q remetem a sons antigos comparecem tb a rodo. Nem sempre caindo bem: “The Great Unknown” parece “Killers”, pra daí desembocar em trechos “Paschendale” e levadas “The Loneliness Of the Long Distance Runner”. Há pedaços de “Losfer Words”, de “Where the Wild Winds Blows”… Há mudanças abruptas de andamentos sem q um lick, uma melodia sem bateria ou uma pausa lhes ressalte.
Citei nos nomes dos sons acima tb os autores, pra poder marcar alguns esforços: Adrian Smith e Bruce Dickinson quase salvam o trabalho, e deles achei os melhores momentos do disco. Soa inacreditável q “Empire Of the Clouds”, com 18 minutos, soe coerente e interessante. Soa. Ñ dá sono ou remete a suítes progressivas chatonildas intermináveis. (Conheço sons do Savatage muito menores em duração q cansam bem mais). Fora ser ÚNICO som a ter melodia inspirada, q “gruda”. Provavelmente isso se dando por uma mudança de forma, ñ de conteúdo: é um Maiden com piano. Fez diferença.
“If Eternity Should Fail” abre o álbum com melodia meio western e timbres invulgares, mas padece da repetição excessiva do refrão (6 vezes ao final, pra encher lingüiça tb no encarte, q os repete?) e duma locução final francamente amadora (coisa de banda iniciante, pra assustar incautos). Deveria ter sido feita sem efeito. As duas parcerias Smith/Dickinson mostram-se até culhudas, mas sintomaticamente são as mais afetadas por Pro Tools: estamos em 2015 pros caras desovarem músicas q soam saídas de fita cassete gasta?
Dissociação criminosa melodia-vocal tb comparece em “When the River Runs Deep”, som pesado e rápido (pros atuais padrões). Gostei da faixa-título, iniciada e finda acústica – bem à moda Janick Gers – mas inferior às “Dream Of Mirrors” ou “Dance Of Death” de outrora. “The Man Of Sorrows” ñ revisita o som quase homônimo da carreira solo de Dickinson (ufa!) e comparece no ‘sistema de cotas maideniano’ como o som de Dave Murray, facilmente identificado desde os idos de “Still Life”: solinho harmonizado bacana introduzindo música mais melódica, quase balada.
Detalhes sutis outros: 1) os drives rasgados de Dickinson já eram. Infelizmente. Os sons Smith-Dickinson (os mais ásperos) foram levemente saturados na mixagem pra poder disfarçar. Ao mesmo tempo em q momentos de agudos desnecessários e constrangedores (“Speed Of Light” e “When the River Runs Deep”) comparecem, tvz por querer compensar. A voz do homem está mais pra limpa e aguda – desnecessariamente aguda em “The Red And the Black” – q pra agressiva; 2) Steve Harris abandonou a abordagem rítmica/tercinada full time há tempos, e ninguém parece se dar conta. Acho do cacete q esteja mandando ver umas escalas e uns solinhos vez ou outra.
Conclusão: ñ é um disco ruim, mas tb ñ achei bom. Pra mim, bastante inferior ao potencial q teria e ñ quiseram fazer. Fora anacrônico no formato duplo, falsamente ousado. Superior a “AMOLAD”, mas bem menos inspirado q “The Final Frontier”. Gostei da capa, essa sim ousada. Tocarão 1 ou 2 sons ao vivo – pra delírio dos fanáticos e dos hipsters – e difcilmente será lembrado como disco icônico, influente ou trangressor daqui 10 anos. Na dúvida, farei post cronofágico daqui um 1 ano pra averiguar eheh
Andei dando uma limpada aqui em casa e encontrei velhos recortes com entrevistas ou resenhas para jornais ou revistas nada afinadas com o heavy metal. Coisas de 20 anos atrás, velharias. Q resolvi transformar em posts pq renderão risadas, espanto ou discussões (se é q é pra isso q o Thrash Com H serve).
A q segue abaixo copiada é uma matéria de 1992 sobre o Iron Maiden, ainda ñ habituais ao nosso Brasil brasileiro, com entrevista e box de resenha (do “Fear Of the Dark”) por sujeito q ainda ñ tinha virado ghost writter mais ou menos aparecido de biografia do Lobão, Claudio Julio Tognolli. Foi acompanhada de foto de Bruce Dickinson na turnê “Powerslave” (1985 – 1986), daquelas com ele usando uma coruja empalhada na cara, ou coisa q o valha. Uff!…
(por minha vez, preferi ilustrar o post com foto mais horrenda)
Segue:
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CANTOR DO IRON ANUNCIA TURNÊ PELO BRASIL
A banda inglesa de heavy metalIron Maiden chega ao Brasil nos últimos dias de julho, em uma turnê que começa em São Paulo, vai ao Rio de Janeiro e termina em Porto Alegre.
Em entrevista à Folha, por telefone, o vocalista Bruce Dickinson disse que a viagem não se justifica só pelo lançamento do novo LP, “Fear Of the Dark”. “Queremos conhecer de perto a música brasileira e, talvez, colocar alguns elementos dela no nosso trabalho”, diz.
Para quem conhece o trabalho do Iron Maiden, a afirmação sugere que a banda vai adotar um menu que, em última análise, não chegará a ter o gosto de qualquer coisa que um corvo não possa comer. Afinal, alguém consegue imaginar um berimbau subjugando o arbítrio de uma guitarra elétrica?
O novo disco do Maiden traz letras que Bruce considera “inovadoras” para a carreira do grupo. Por exemplo: “Fear is the Key” relata as paranóias e agruras de um adolescente que tem pavor de fazer sexo, assolado pela Aids. “Be Quick Or Be Dead” depara com a ilusão de um mundo contaminado pela corrupção, golpes de colarinho branco etc.
Para saber disso, tentando algumas palavras com Bruce, há que se cumprir uma tarefa inglória: o homem é seco, parece um Darth Wader do balacocabo – talvez porque, como todo roqueiro inglês, ele siga a máxima de Lorde Cecil: “Nunca explique, nunca peça desculpas”.
Adorado no Brasil, desprezado nos EUA (e nem de todo idolatrado na Inglaterra), Bruce Dickinson diz que o futuro do rock está nas bandas de Seattle, noroeste dos EUA. Considera o rock norte-americano atual melhor do que o inglês. E acha que os anos 90 não oferecerão muitas novidades estéticas no pop, mas apenas “mudanças de atitude”. A seguir, os principais trechos da entrevista.
Folha – Como você define esse novo LP?
Bruce Dickinson – É o nosso melhor disco nos últimos dez anos, desde que fizemos “The Number Of the Beast”. Gravamos em nosso próprio estúdio um grupo de doze músicas fantásticas, que falam de coisas como a Aids, corrupção na política, motivos ecológicos. Há também uma música mais lenta, “Wasting Love”.
Folha – Parece que vocês não mudaram em nada o jeito de compor, aquelas paredes de guitarras e baterias que parecem uma Harley Davison com sujeira no carburador.
Bruce – Devo dizer que eu ouço muitas coisas, quando gosto bastam três minutos para que uma música me influencie. Sei rapidamente o que é bom para mim e esse disco é um exemplo disso. Uma guitarra de seis cordas e a voz sempre vão ser a base de tudo, sempre. O que tem me influenciado agora é o Nirvana, Red Hot Chili Peppers, Pearl Jam. Essas bandas de Seattle são fora de série, fazem rock melhor do que se faz hoje na Inglaterra.
Folha – Mas esse último disco tem muito de Deep Purple…
Bruce – É que temos um guitarrista novo e fantástico, Janick Gers. Ele trabalho comigo em meu disco solo, “Tattooed Millionaires”. Ele também já havia tocado com a Ian Gillan Band e com o Deep Purple. Mas nós inovamos bastante. Quando afirmo isso tenho que explicar que nós, nesse disco, mudamos de atitude, ficamos mais sofisticados. O rock é uma atitude, você deve falar sempre o que está pensando e essa é a grande inovação.
Folha – O que você tem feito para tentar inovar?
Bruce – Ainda continuo um fã do Deep Purple, do Peter Gabriel, do Black Sabbath. Mas acho que, não sei se funcionaria, gostaria de, num próximo trabalho, ver algo de ‘world music’, ver com o tempo o que está acontecendo em áreas diferentes, inclusive elementos da música brasileira, que quero conhecer bem agora. Por que não? Também quero tentar essas coisas na Argentina e no México, para onde vamos depois do Brasil. No final de tudo isso, começamos nossa turnê na Europa, no dia 15 de agosto.
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[box resenha]
BANDA SE PERDE NAS MIÇANGAS
É melhor que os fãs do Iron Maiden não acreditem em Bruce Dickinson ao esperar de “Fear Of the Dark”, já lançado pela EMI-Odeon, algo melhor que “The Number Of the Beast”. O grupo tenta resgatar as frequências irrecuperáveis do Deep Purple e se perde em miçanguices. Há que se tomar xarope depurativo antes de ligar a vitrola.
O Maiden esqueceu que, para quem é limitado, a variação dos timbres serve como uma saída para enganar o ouvinte pouco exigente. Os rapazes tentaram esse ardil, mas adotam truques antigos: guitarras, em blocos de intervalos de terças e quintas, tentam bordar “novidades”; violões de doze cordas, com timbres mediavalescos, preparam a ambiência para guitarras incandescentes; trêmulos nos vocais são edulcorados com berros pontiagudos das alavancas Floyd Rose – um dos chavões que o rock trouxe no início dos anos 80.
Se sobra alguma coisa do disco, é a faixa “From the Eternity”, cujos blocos remetem à incandescência que algum dia gente como o Rush chegou a fazer. Também pouco resta daquele escárnio que Bruce Dickinson, pobre subsidiário de histórias de terror, costumava imprimir com suas risadinhas monstruosas. Enfim: o disco só serve para os fanáticos.
Pessoas por aqui provavelmente já souberam – tá no whiplash, no UOL, no Facebook e etc. Só ñ sei se deu no Datena ainda – do carro alegórico com o Eddie, por conta de, no carnaval do Rio da Janeiro este ano, a Mocidade Independente “q ganhava desfiles quando o bicheiro ainda ñ tinha morrido” de Padre Miguel, estar propondo enredo sobre o Rock In Rio.
Bem… pra quem ñ soube, ó a foto
E por ora, apenas me ocorre comentar/especular três coisas:
sem um Janick Gers pendurado nele, ñ parece tão real
em havendo participação no desfile de algum integrante da donzela, claramente ñ só os caras foram convidados como tb acabaram entrando com alguma grana, pra ajudar
Nicko McBrain pra diretor de bateria! Seria bateria NOTA DÉISCHH