parece um Overkill mais lento e com o vocal rouco. Pitadas de SacredReich. Nada contra
lembro de märZ dizendo q foi um puta show no Summer Breeze. Acredito
culpo a imprensa do metal nacional pela banda nunca ter pegado por aqui. Sempre o mesmo papo de “exbandadobaixistadoMetallica“. Ex-baixista. Há 24 anos. Ex-Flotsam&Jetsam há 38.
PS – de ex-baixista do Prong tb, mas nem Tommy Victor deve lembrar de todos os ex-baixistas do Prong ahahah
Eu gosto muito de DeathAngel, pra mim uma das melhores bandas de thrashmetal de todos os tempos, mas injustamente nunca receberam o merecido reconhecimento. Seus músicos são bem acima da média, assim como suas composições, além de nunca terem lançado um album ruim em toda a sua carreira.
Foi pensando nisso que deixei a apresentação do Carcass apos 25 minutos (sacrilégio!) e me dirigi ao SunStage para ver os californianos (bandas tocando simultaneamente em locais diferentes foi pra mim o único ponto negativo do festival). E nao me arrependi.
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Já com o alento de alguma sombra proporcionada pelo palco bloqueando o sol escaldante, me posicionei a uns 3 metros da grade e de lá pude assistir a todo o show com relativo conforto e tranquilidade. Antes de tudo, um pequeno disclaimer: DeathAngel é Mark Osegueda e Rob Cavestany. Foi o talento e a resiliência desses dois que manteve a banda de pé por todos esses anos. Dito isso, a performance de Ted Aguilar, Damien Sisson e Will Carroll nada deixa a desejar na comparação. Sao todos ótimos músicos em estúdio e palco, e isso se traduz em ótimos álbuns e shows.
Começaram com sangue nos olhos e assim foi por todo o curto e eletrizante show. A linha de frente se movimenta por todo o palco, interage com o publico e demonstra o vigor de jovens na casa dos 25 anos. Osegueda está em plena forma e sua voz não falha em nenhum momento. Cavestany é a felicidade em pessoa: corre, pula, sorri o tempo todo, parece uma criança se divertindo. Aguilar é mais contido, mas provém a base solida para que o companheiro possa brilhar nos solos.
Sisson é um ótimo baixista, mas o som de seu instrumento me pareceu um pouco baixo no mix. Carroll era uma máquina lá atrás, e deve ter perdido uns 3 quilos em 60 minutos.
“Lord Of Hate”, “Seemingly Endless Time” (amo essa música), “I Came For Blood”, “The Ultra Violence”, “Thrown To The Wolves” e outros clássicos agitaram o público durante todo seu curto set. Foi maravilhoso, mas mereciam o palco principal e mais tempo de show. Flotsam&Jetsam e Forbidden sao ótimas bandas, mas empalidecem na comparação com o DeathAngel, e ainda assim tocaram no palco grande e melhor estruturado.
Pessoalmente, queria ter visto MercyfulFate, Overkill com o Junior, Carcass, RatosdePorão (q Leo me disse ter sido noutro nível de insanidade em relação a shows-Sesc), ZumbisdoEspaço e tvz ficasse pendurando entre o Anthrax e o Amorphis.
A venda de ingressos pro ano q vem sem confirmações – e em 2 dias só – parece estratégia de fidelização.
Mas e aí aos amigos, todos reidratados e dormidos: o q ficou?
Bandas/artistas q não cansam de “voltar”. Às vezes tiveram até algum holofote, mas não suficiente pra ficar tentando retornos. Não têm cacife nem pra nostalgia. 6 por 666 sempre.
Kerry King ensaiando com Paul Bostaph uma nova banda. Confirmando o q todo mundo sabia: era o único q queria seguir com o Slayer. Q eram ele, Tom Araya e 2 funcionários contratados.
O Viper ocupou durante um tempo o posto de segunda banda de metal mais bem sucedida do Brasil, em um cenário onde o que não faltavam eram candidatos. E isso se manteve após a saída de André Matos, com o bom “Evolution”, de 1992.
Com André, se foram as tendências neo-clássicas da banda e Pit Pasarel passa a ser o principal compositor, imprimindo uma pegada mais crua, mas ainda com ótimos ganchos e refrãos. Com a incapacidade de reproduzir as partes vocais de seu cantor original, a banda basicamente muda de estilo, concentra-se no novo material e vira outra coisa. Que funciona muito bem dessa maneira. Excursionam pelo mundo todo, fazem o protocolar “sucesso no Japão” e firmam seu espaço.
E aí vem a hora do segundo álbum dessa “nova banda”. Nesse ponto, confesso que parei, nem lembro o motivo. Mas o fato é que nunca cheguei a comprar ou ouvir “Coma Rage”, só o fazendo por conta do lançamento remasterizado recente. Terminei a audição há pouco e já abri o laptop pra escrever isto, antes que o impacto desapareça.
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Não tenho como saber o que passava na cabeça desses então jovens na casa de seus vinte e poucos anos, mas julgando somente pelo que gravaram, acho que se cansaram de uma vez por todas daquele estilo de metal com que eram rotulados, o famigerado power metal/metal melódico.
Era 1994, Sepultura e Pantera estavam estourados. O grunge era ainda muito popular por aqui. Danzig, Prong, Ministry, Paradise Lost, Helmet, Fight, também. Continuassem na linha do “Evolution”, teriam seu espaço garantido. Mas não foi o que optaram fazer.
Se a produção do álbum anterior tinha ficado a cargo de Charlie Bauerfeind, famoso por ter a mão boa com bandas com DNA ‘helloweenístico’, o produtor escolhido para o novo álbum deixava claro a direção escolhida: Bill Metoyer, o homem por trás da mesa de som de quase todo mundo na Metal Blade Records. Alguns de seus clientes mais famosos: Slayer, Sadus, Morbid Angel, C.O.C., Dark Angel, Sacred Reich, Flotsam & Jetsam, Trouble e muitos mais (a lista com produções suas no Wikipedia é assustadora).
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“Coma Rage” é rápido, pesado, agressivo às vezes, e pouco ou nada tem que lembre remotamente o Viper original. É, realmente, outra banda. Mas uma banda que, se havia achado um espaço confortável e funcional em “Evolution”, nesse atolou na lama. A produção de Metoyer deixou tudo grosso, pastoso, direto e sem muito espaço pra melodias e ganchos, algo que Pit sabia compor tão bem.
E o curioso nessa edição em CD é a presença das demos que haviam gravado e autoproduzido, a fim de apresentar a idéia ao produtor gringo: são basicamente idênticas ao produto final.
Ou seja, a mudança foi consciente e não fruto da concepção de Bill Metoyer. Fica a impressão que tentaram ser o que não era nem nunca conseguiriam ser. Não agradou e foram perdendo popularidade aqui e lá fora. Ao ponto de, em um ato de aparente desespero, mudarem ainda mais no álbum seguinte, causando o harakiri definitivo da banda.
“Coma Rage” não é ruim, mas empalidece frente ao catálogo anterior do Viper. Vale a aquisição para engordar a coleção e discografia da banda, mas não tenho muita pretensão de ouvir mais do que uma vez a cada 18 meses ou algo assim.