VALE LER
“Músicas & Musas – A Verdadeira História Por Trás de 50 Clássicos Pop”, Micheal Heatley e Frank Hopkinson, 2010, Gutenberg Editora
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Taí um livro q quando vi, achei duma simplicidade pouco óbvia genial. Lista de mulheres/musas inspiradoras de canções ao longo da história do rock/pop. Li a contracapa, bizoiei por cima alguns dos sons/capítulos contemplados, levei.
Defeito: conter Beatles (4 sons – fora 2 de Paul McCartney solo), Rolling Stones (3 sons), David Bowie, Elton John, Leonard Cohen e Bob Dylan (2 sons de cada) em demasia. Vejo nisso ainda um problema de (in)coerência com o título do livro: ou “Hey Negrita” é “clássico pop” tanto quanto “Under My Thumb”??
Interessante achei muitas das musas serem claramente (eufemisticamente, pros autores) patricinhas periguetes sessentistas/setentistas. Mulherada gostosa se fazendo de sonsas pra catar os roqueiros. Q o diga Marianne Faithfull, conhecida íntima dos Rolling Stones de antanho – e constando no livro por “Carrie Anne”, dum tal The Hollies a ela dedicada, entretanto – inacreditavelmente constando da capa. Ñ parece a tiazona acabada do clipe do Metallica de anos atrás. Outras, divas de gente da “arte”, tipo Wandy Warhol, cuja Edie Sedgwick propiciou “Femme Fatale”, do Velvet Underground, citada.
Defeito: ñ conter “Edie (Ciao Baby)”, do The Cult, q trata (e sei lá por q) da mesma Edie, falecida ainda nos 70’s. Além disso, vemos material ostensivamente sessentista e setentista: material recente, pós 80’s, tem bem pouco – Guns N’Roses (“Sweet Child O’Mine”), Coldplay (cujo “Moses” tem ainda defeito extra: é sobre o filho do vocalista com a Gwyneth Paltrow, e ñ sobre ela), Counting Crows (“Mrs. Potter’s Lullaby” – feita pro vocalista catar a Monica Potter), Oasis (“Wonderwall”) e Lenny Kravitz (“It Ain’t Over ‘till It’s Over”).
A qualidade das fotos, do papel, da editoração – aspectos um tanto periféricos – creio valer ressaltar. Ñ se trata de livro traduzido e adaptado “nas coxas”, a despeito dumas raríssimas falhas de tradução ou digitação.
Gente manjada se faz notar: a tal Mia Farrow, toda mimimi uns anos atrás por ter tomado chifre do Woody Allen (pedofilia à parte), é das mulheres mais rodadas q pratinho do microondas: aos 24, já era ex de Frank Sinatra (q ñ fez música pra ela) e se envolveu com o marido duma certa Dory Previn – cuja “Beware Of Young Girls”, q inaugura a lista (os sons constam em ordem alfabética), foi feita em sua “homenagem”. Sua irmã, Prudence, gerou “Dear Prudence” dos Beatles, por conta dum retiro na Índia em q as Farrow foram com os ingleses.
Jenny Boyd gerou uma tal “Jennifer Juniper” dum tal Donovan, com quem supostamente teve caso. Garotinha liberal e fã de drogas, se envolveu com baterista do Fleetwood Mac adiante e casou-se com baterista do King Crimson (Ian Wallace) mais tarde. Jenny esta irmã de Pattie, famigerada mulher de George Harrison, q o largou pra ficar com Eric Clapton e geraria “Something”, “Layla” (de quando Clapton foi pra cima dela, ainda casada com o beatle) e “Wonderful Tonight”. Minha esposa, tivesse conhecido essas modelos, ñ demoraria a chamá-las de “vacas” ahah
Defeito outro no livro: tudo muito antropocêntrico. Inglaterra e Estados Unidos obviamente predominando, embora 1 Bob Marley conste da lista e “nossa” Helô Pinheiro conste em “Garota De Ipanema”, provavelmente a única música brasileira q 95% desses gringos conhecem. Até hj. Muita música folk tb. O fato de ñ haver qualquer informação sobre os autores pouco esclarece acerca de faixa etária (devem ser uns tiozões viúvos dos 60’s) e de preferências musicais DIRETAS. Pois as indiretas se saca nas linhas e entrelinhas.
Pra quem estranhou haver Elton John nisto tudo: sim, consta. Cometendo sons pruma tenista famosa com quem se encantou (mas ñ levou. E nem quis) e pra breve esposa do perceiro letrístico. Algumas histórias parecem constar superficialmente: “Every Breath You Take” (Police), de interpretação notadamente ambígua, ñ trata tanto assim da esposa de Sting à época; “Lovely Rita” (Beatles) trata duma guardinha de trânsito q multou McCartney… q ele nem catou, tampouco se chamava Rita.
Em suma, recomendo a leitura por conta de histórias bem legais , como “See Emily Play” (Pink Floyd); “My Sharona”, música horrível, mas capa do single e namorada do cara do The Knack por um tempo; “Rosanna” (Toto) é meio pra Rosanna Arquette; bem como as de David Bowie, q a mim atestam o MAU GOSTO com mulher do sujeito, tanto quanto “Lola” (The Kinks) q era mesmo um traveco, e tudo bem. Mas torço pra q a idéia gere algum modismo de se fazer livros semelhantes, mais atualizados e até mais voltados aos sons pesados…
… ou ñ seria interessante, a despeito da misoginia maiúscula no heavy metal, lermos sobre a Condessa Bathory, querermos saber quem foi Melissa, contabilizarmos as musas inspiradoras de David Coverdale ou conhecermos a ilustríssima merecedora de “Nothing Else Matters”, na qual o ogro James Hetfield mostrou-se, ora, tb pessoa sensível?
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CATA PIOLHO CCVIII – “Halo”: Machine Head ou Beyoncé? // “She-Wolf”: Megadeth ou Shakira? // “Thanx For Nothing”: Overkill ou Mariah Carey?