Em tempos pretéritos por aqui já disse: a Bizz foi meu berço.
E ñ só baseado em memória afetiva q digo: foi a melhor revista de música q este país já teve. Comecei nela em 1988, fui seguindo, fui atrás das anteriores, assinei por muito tempo e só desencanei quando a própria revista decaiu, ali pro fim dos 90’s.
Minha maior inspiração pra escrever sobre música veio dali. Lia e relia as resenhas de discos e shows, minhas sessões favoritas. Depois pra mim é q vieram Rock Brigade (minha primeira – ainda tenho – foi uma com o Michael Kiske de calça vermelha na capa), Valhalla, Rock Press, Revista Zero e outras tantas revistas e sites, inclusive de heavy metal.
Q pra mim veio um pouco depois de eu começar a curtir rock.
Tudo isso pra preambular q tive um papo com o märZ no sábado sobre a revista. E sobre edições especiais de heavy metal da mesma (Bizz Heavy ou Heavy Bizz?), q ele teve e eu nem nunca soube da existência.
A Bizz oitentista ñ enfatizava o heavy metal. Era basicamente BRock e rock inglês (The Smiths, New Order, Echo & the Bunnymen, Siouxsie & the Banshees, The Cure, Jesus & Mary Chain – vide acima) dos quais eram devotos, eventualmente MPBD consagrada e algum jazz, e ocasionalmente falavam de heavy metal, em resenhas de 1 parágrafo de discos primordiais de Venom, Metallica, Slayer, Saxon e tal.
E aí, me deparei com umas pérolas, q devem ter em torrent ou coisa do tipo, mas q resolvi tornar pauta freqüente aqui no blog. [Uma bizarrice: entrevista com Motörhead SEM Lemmy; apenas Animal Tayor e Würzel]. Pra gerar discussão (obviamente), mas tb pra vermos o tipo de olhar q se tinha (dum certo mainstream) ao estilo então “maldito”, e ainda conferirmos equívocos de avaliação e profecias involuntariamente certeiras.
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Nesta vez, da edição de fevereiro de 1988 (cuja capa, acima, peguei do Google pq a minha rasgou e ñ mais existe), resolvi pegar uma pauta de 2 páginas, assinada por um certo Marcos Campolim, um dos raros entendedores do assunto na publicação, falando em “Metal Brasileiro”.
Intitulada “Metal Brasileiro – é o que só pode ser”, teve ainda uma intro q dizia “Ele mostra suas garras – e não é de hoje. Com a explosão do heavy metal no exterior, muitos grupos daqui podem chamar a atenção”.
Segue:
“A atual geração do heavy metal brasileiro possui uma infinidade de bandas. Concentrado no eixo sudeste – junto aos grandes centros -, o metal tem conquistado seguidores em todo o Brasil, num reflexo do que acontece, atualmente, em todo o mundo.
Uma boa parte desses grupos passa por uma fase de transição, tanto nos temas abordados como no instrumental. Quanto às letras, aquele satanismo que por muito tempo marcou a trajetória do metal está sendo, pouco a pouco, deixado de lado, abrindo espaço para contestações políticas ou temas desenvolvidos de acordo com a identidade de cada banda.
Mas essa quantidade de bandas não espelha qualidade – a mesmice musical ainda é o grande mal que afeta a maioria delas. Mesmo assim, os trabalhos diferenciados vêm aparecendo gradualmente. Por hora, destacaremos cinco deles: Panic, Mutilator, Korzus, Atomica e Taurus.
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O Korzus apareceu em meados de 84 e começou a freqüentar o circuito metal paulista em dezembro do mesmo ano. Influenciados tanto pelas correntes mais tradicionais do heavy quanto pelas mais recentes, como o black metal, eles foram convidados a entrar na coletânea “SP Metal II” (Baratos Afins), lançada no primeiro semestre de 86. Em dezembro a Devil Discos lançou o “Korzus ao Vivo”, gravado em um show ocorrido no Sesc Pompéia em julho de 85. Essa gravação serviu para cobrir o lapso de tempo em que o Korzus ficou parado, para reestruturações. “Sonho Maníaco”, o LP solo lançado esse ano pela Devil, mostra o trabalho atual do Korzus. Atentos às mais variadas influências – do progressivo ao jazz rock, inclusive -, o disco vem recebendo elogios dos fãs, bem como abrindo espaços fora de seu Estado. A formação que o gravou incluía Sílvio (guitarra), Dick (baixo), Pompeu (vocal) e Zhema (bateria), que se suicidou em outubro último. Embora ainda abalado pela morte de Zhema, o Korzus pretende dar continuidade ao trabalho e promete um som “cada vez mais ácido”, como diz o Sílvio.
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O Atomica vem de São José dos Campos (São Paulo) e foi montado em outubro de 85 por Laerte (vocal), Mário (bateria), André (baixo), João Paulo e Pyda (guitarras). O Atomica tem suas raízes musicais no heavy metal dos anos 70, estilo considerado, pelos integrantes da banda, de vital importância para as fusões atuais do heavy. Mesmo assim, sua maior influência vem de grupos americanos como Metallica, Anthrax e Exodus. Logo após os primeiros seis meses de formação, eles estrearam na Semana da Cultura de São José dos Campos. Em seguida, partiram para vários shows no interior do Estado e daí para o Rio e Minas. Recebendo boa aceitação do público nas diversas cidades em que se apresentaram, eles resolveram, no primeiro semestre de 87, gravar uma fita demo. Com ela nas mãos, o selo Enigma confirmou o contrato para um LP. “Disturbing the Noise” é o título provisório do disco que deverá ser lançado pelo selo Equinox, de Juiz de Fora, numa produção conjunta com o Enigma.
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No sul, os gaúchos do Panic sentem dificuldade em divulgar seu trabalho devido a distância do eixo RJ-SP. Formado em julho de 85 e ensaiando no subsolo da loja Megaforce de Porto Alegre, o Panic tem como integrantes Marcelo (bateria), Olsen (baixo), Reneger (vocal) e Martinez e Paulo Cássio (guitarras). Assim que recebeu uma demo com três músicas do Panic, Walcyr, da Woodstock Discos de São Paulo, se interessou em produzir o primeiro LP do grupo. Mesmo tendo lançado “Rotten Church” em agosto último, o Panic só conseguiu fazer sua primeira apresentação ao vivo em outubro deste ano no Ocidente (o espaço underground de Porto Alegre). O Panic concentra seu estilo na rapidez da bateria. Suas influências são, portanto, DRI e Slayer. Eles partem, agora, para uma divulgação maior de seu trabalho e a programação de shows, já que em sua cidade isso se torna muito difícil devido ao fato de a banda ser a única do gênero em Porto Alegre.
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Os mineiros do Mutilator foram influenciados, desde o início, pelas bandas de black e death metal, além do hardcore. Mas com o passar do tempo eles exploraram novas sonoridades, tendendo para músicas mais trabalhadas e de menor velocidade. Juntos desde o segundo semestre de 85, Magu (guitarra solo), Rodrigo (bateria), Ricardo (baixo) e Kleber (guitarra base e vocal) participaram da coletânea “Warfare Noise”, lançada pela Cogumelo Discos de Belo Horizonte no ano passado. Enquanto não saía a coletânea, o Mutilator fez uma série de apresentações pelo interior de São Paulo e Minas Gerais, abrindo shows de outras bandas como, por exemplo, o Sepultura. Logo após o lançamento desse disco (no início de 87), eles entraram em estúdio para gravar um LP próprio, o “Immortal Force”, lançado em junho deste ano. Com ele, o Mutilator firmou sua posição e ganhou um grande número de fãs pelo Brasil. Eles são a segunda banda mineira a chamar a atenção do mercado exterior, depois do Sepultura.
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O Taurus é um quarteto carioca formado em 85. Durante o primeiro ano de existência eles conseguiram fazer alguns pequenos shows e gravar duas demos. A proposta para um LP surgiu pelo selo Point Rock (RJ) surgiu com a segunda demo. “Signo de Taurus” foi gravado em julho de 86 e impulsionou o grupo para uma posição relativamente boa no cenário do heavy nacional. Formado por Jeziel (vocal, guitarra base), os irmãos Cláudio (guitarra solo) e Sérgio Bezz (bateria) e Jean (baixo), o Taurus é a única dessas bandas que se define dentro de um estilo metal (as outras se recusam a dar rótulos para seu trabalho), se autointitulando “power-speed“. Bastante influenciados por Metallica, a ênfase do som do Taurus recai sobre as guitarras de Cláudio e Jeziel. Atualmente eles se preparam para lançar o segundo LP, que deverá sair em maio de 88, inclusive no exterior. Como lamenta Jean, em relação ao heavy metal: “Existe uma barreira entre o Brasil e o mundo. Nós vivemos o presente e o Brasil não nos diz nada quanto a isso – o presente está lá fora”.
No final de 2016 o Helloween anunciou oficialmente aquilo que se estendia como boato por semanas: Michael Kiske e Kai Hansen estavam de volta à banda para uma série de shows (e quem sabe algo mais) em 2017, ano em que se celebraria o 30º aniversário do primeiro “Keeper Of the Seven Keys”. Para o público brasileiro havia ainda a cereja do bolo, a confirmação de que a turnê teria início por aqui (no final, acabaram rolando uns shows antes na América Central e na Colômbia contrariando a própria banda, segundo declaração na Roadie Crew).
A venda de ingressos começou dias depois do anúncio e confesso que não dei muita bola. Quando resolvi dar uma sondada nos valores, pra minha surpresa eles já estavam esgotados poucas horas depois. E “como quem quer desdenha”, me toquei que eu realmente gostaria de ver a banda tocando, principalmente o repertório de Kai Hansen com ele cantando. Até no You Tube é difícil achar.
Mais surpreendente ainda foram eles anunciarem um show extra, com data e horários programados para a venda de ingressos. Desta vez, me antecipei e já adquiri o meu par rapidamente. Um dos pontos que diferenciava de outros shows a que já fui é que neste, após o recebimento, eu teria exatos 12 meses (!!!) de espera até a data.
Salto no tempo para outubro de 2017, quando a turnê se iniciou. Um cuidado que tomei (e que tenho tomado regularmente) é evitar o “spoiler de setlist“. Sempre achei mais legal descobrir na hora que a banda X ressuscitou um antigo hit, ou a banda Y tocou aquela música que nunca toca ou que a banda Z tirou do repertório “aquele clássico” e deixou todo mundo puto. Mas hoje em dia todos já sabem dias antes quais músicas serão tocadas e, para mim, estraga a surpresa. Inclusive até abandonei por uns dias o blog do chefe Txuca (sorry pela redução de pageviews na semana haha), quando notei que ele havia postado comentários sobre a turnê.
Desta maneira, compareci ao Espaço das Américas com a cabeça completamente limpa, sem fazer idéia do que tocariam, além daquelas certezas (“Eagle Fly Free”, “Future World”, “Dr. Stein”, “I Want Out”, “Power”). Também sequer tinha lido as matérias sobre a doença do Kiske e os playbacks na América Central, então fui com o “desconfiômetro” totalmente desligado. Também não fiquei sabendo dos problemas técnicos do telão na primeira noite em São Paulo e nem sabia qual seria a dinâmica dos vocalistas.
Comprei os ingressos para o setor “Mezanino Open Bar & Food”, um tremendo upgrade se comparado aos tempos de dogão, sanduíche de calabresa e cerveja quente na porta. Tudo bem que o “food” tratava-se apenas de pipocas e croquetes com gosto de peixe (vide acima), mas o open bar compensou (se bem que ao final era só água, provavelmente para botar os bêbados para fora).
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Bem, vamos ao show. Um dos pontos que mais critico em relação às bandas que regularmente vêm por aqui é a pouca variação de setlist, fato que não me anima muito a sair de casa e pagar uma fortuna em ingressos. Por exemplo: no repertório que o Megadeth apresentou 2 dias depois, nada menos do que 12 das 15 músicas tocadas também estavam no setlist em 2005, última vez que os vi ao vivo.
E, felizmente, o Helloween foi generoso. Poucas vezes vi um repertório tão equilibrado, a ponto de não sentir falta de nenhuma música, nem achar que alguma outra sobrou.
A apresentação teve início com um cara da produção (o tecladista daquele Noturnall) saudando o público e avisando para quem não sabia: seria gravado um DVD. Pediu para filmar alguns aplausos e gritos e disse para que, durante “I Want Out”, o público soltasse bexigas laranjas.
O set começou com “Helloween”, com vocais alternando entre Kiske e Andi Deris. Em seguida vieram “Dr. Stein”, “I’m Alive”, “If I Could Fly”, “Are You Metal?” e primeira surpresa, “Rise And Fall” (acredito que, literalmente por décadas, não era tocada), seguida por “Waiting For the Thunder”. Os cantores se revezavam no palco em momentos solo ou em duetos e estavam numa vibe bem legal, brincando um com o outro. Inclusive no final de “Why?”, Deris mudou o finalzinho dizendo “you are perfect!” pro Kiske.
Uma animação com umas abóboras engraçadas meio que anunciava as músicas no telão, fato que fiquei sabendo que não rolou no dia anterior. Foi aí que veio ao mesmo tempo o melhor momento e o balde d’água fria: Kai Hansen assume os vocais para dar início a “Starlight” e no meio da música o P.A. vai pro saco. Só se ouvia uma bateria não microfonada e um baixo sem distorção, quase inaudível. Mas o curioso é que a banda não percebeu e continuou tocando e público cantava como se nada tivesse acontecido (até agora não sei se isso é bom ou ruim). E ainda emendaram “Ride the Sky” sem som até que alguém do staff entrou no palco e avisou que o áudio estava cortado.
Passaram-se uns 10 minutos até a banda voltar e o Kai explicar o que tinha acontecido. Ele anuncia que começariam tudo de novo e mandaram “Starlight” mais uma vez. Na metade, o P.A. não aguenta e o problema volta, desta vez com a banda abandonando o palco bem puta da vida.
Mais 15 minutos até que retornam, com tudo funcionando. E segue o medley com “Starlight”, “Ride the Sky”, “Judas”, “Heavy Metal (Is the Law)”. Em seguida, Deris e Kiske dividem os vocais nas baladas “Forever And One (Neverland)” e “A Tale That Wasn’t Right”. “I Can” foi a única de “Better Than Raw” e antecipou o solo de bateria de Dani Loeble, “o cara que mais está trabalhando nesta turnê”, como brincou Deris. No solo, um dueto com Ingo Schwichtenberg no telão deu até certa emoção para o momento.
Mais uma surpresa boa em seguida: “Livin’ Ain’t No Crime”, um ótimo lado B, emendado com “A Little Time”. Veio então uma trinca da ‘fase Deris‘: “Why?”, “Sole Survior” e “Power”, antecipando a última do “Walls Of Jericho”, “How Many Tears”, com os três dividindo o vocal.
A banda deixa o palco e, para o primeiro bis, mandam a intro “Invitation” e “Eagle Fly Free”. É duro, mas é verdade: demorou 24 anos pra essa música voltar a ser bem cantada. Emendam com os mais de 13 minutos de “Keeper Of the Seven Keys”, que termina com um coro do público enquanto o grupo se retira do palco, um por um.
Passados alguns minutos, Kai Hansen faz um pequeno solo e inicia o riff de “Future World”, encerrando o show com “I Want Out”.
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Saldo extremamente positivo. Se essa formação dará futuro, ninguém sabe. A julgar pela música inédita que compuseram [postada por aqui em 27 de Outubro último], não achei nada demais. No palco, a sintonia entre os vocalistas foi bem legal, mas não dá para saber o que se passa com Michael Weikath, já que demonstrar qualquer emoção nunca foi lá seu ponto forte. Mas presumo que tudo isso vai ser definido até o instante em que Kai Hansen não ficar de saco cheio e voltar para seu Gamma Ray, onde provavelmente vive em paz.
Tudo pra ser o evento do ano, o show dos últimos anos: quem por aqui ñ ficou sabendo, desde ano passado, do “Pumpkins United”, parquinho temático melódico turnê comemorativa bombástica do Helloween com seus TRÊS vocalistas juntos?
Anunciaram show pra cá (o de amanhã), q vendeu tudo em dias. Anunciaram show extra. Vendido tudo tb. Ranhetices minhas à parte, um puta evento, uma baita sacada, diga-se de passagem e pra dizer a verdade. Com direito a comoção aflita e especulações ansiosas acerca do set-list.
Fizeram até música inédita, celebratória, na melhor (modo de dizer) vibe “metal nacional”…
E aí a tal turnê abobrinha começa semana passada no México… Acusações de playback de Michael Kiske nuns momentos… Com direito a vídeos depois rancados do You Tube.
(aparentemente com o link acima tb já tirado do whiplash)
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Como vivemos em tempos big brother, em q NADA mais escapa a um celular ou a testemunhos menos deslumbrados, veio uma nota dando conta de q Kiske andava meio mal, devido à viagem ao México…
Michael Kiske Health Issues!
With regret we have to announce that Michael Kiske has voice problems, caused by our tiring travel schedule.
He gave his best during the first two shows in Mexico, but after consulting a doctor he was told his voice needs to rest.
We thought about cancelling tomorrow´s show in San Jose, Costa Rica, but HELLOWEEN and especially Michael don´t want to let the fans down. We know that many of you have anticipated this for a long time and made many sacrifices to attend our show!
Having this in mind, we decided to strip down the setlist so we can continue the tour.
Michael is eager to perform for the fans in San Jose, but unfortunately his participation will depend on tomorrows medical advice.
Thank you for your understanding!
E como ñ se podia ficar pior, shows seguintes na Costa Rica foram “encurtados” (de “sons Kiske“) e Kai Hansen assinou o B.O.: “Michael Kiske tvz tenha feito playback no México”:
Todo o esplendor do “metal nacional”. Sem tirar nem pôr. Sem cagar nem desocupar a moita.
Playboyzada reclama da falta de apoio, da falta de público, do público ñ comprar cd’s. Quer tomar a mídia de assalto. Daí, paga pra tocar em festival (Kiara Rocksfeelings) e fica fazendo cover de Pantera, Racionais MC’s, Tears For Fears (com a mãe do vocalista – !!) e ainda paga Michael Kiske pra dar um toque gourmet.
Provavelmente Kiske deve estar morando embaixo dalguma ponte na Alemanha. Ñ agüentei OUVIR: fiquei com a tv no “mute” na hora. O amigo FC foi taxativo como eu jamais conseguiria, no Facebook.
Agora é agüardar as análises isentas e gloriosas da mídia especializada.
Lembro haver citado “Chameleon” e “Master Of the Rings”, do Helloween, entre os meus. Por considerar os discos-bônus, q constam em edições especiais dos mesmos, coisa melhor q os discos oficiais lançados.
Outro dia postei no Facebook a pedrada “Long Live the King” pra polemizar sobre a banda um pouco (e recensear a meia dúzia de órfãos de MichaelKiske ainda atuantes ahah), e o assunto foi mudando pro tanto de faixas-bônus q esses alemães têm e só saem no Japão, ou ocasionalmente aqui.
Claro q existem pressões mercadológicas pros caras fazerem músicas de sobra, mas gostaria de saber quem é q orienta mal os sujeitos, q acabam lançando coisas q DEVERIAM ser lado-b e sonegando coisas q fariam muito melhor aos discos conhecidos. Mesmo “Unarmed” tem um! Ainda q um box triplo intitulado “Treasure Chest” tenha saído em 2002, dando conta dos lados-b (nem todos, pelo q parece) de “Chameleon”, “Master Of the Rings” e constando “A Game We Shouldn’t Play” linkada acima.
Claro q o Helloween, pra quem lê seus encartes, é banda com “sistema de cotas” entre os vários compositores como só ñ os Titãs fazem melhor (na verdade, fazem pior. Vide os sons do Nando Reis…), o q explicaria os sons do baixista Markus Grosskopf serem, majoritariamente, dos q ficam de fora.
Tipo este, raspa do “Gambling With the Devil”. WTF?!?
O escopo do post já se fez. Helloween a esta altura poderia lançar DOIS ÁLBUNS muito fodas só de sobras. Listo alguns outros, inéditos (pq tb há covers), pra ñ ficar postando mais janelinhas:
“Still I Don’t Know”, “Take It to the Limit”, “Walk Your Way”, “Light In the Sky” e “Time Goes By” (“The Time Of the Oath”)
“Back On the Ground”, “Moshi-Moshi No Uta” e “A Game We Shouldn’t Play” (“Better Than Raw”)
“Madness Of the Crowds” e “Deliver Us From Temptation” (“The Dark Ride”)
“Far Away” (“Rabbit Don’t Come Easy”)
“Revolution”, “Never Surrender”, “Run”, “Find My Freedom” e “See the Night” (“Gambling With the Devil”)
“I’m Free”, “Faster We Fall” e “Aiming High” (“7 Sinners”)
“Another Shot Of Life” e “No Eternity” (“Straight Out Of Hell”)
Inacreditável a produtividade germânica, hum?
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Por fim, um azeite: fiz o post reouvindo “Better Than Raw”. E descobri UM motivo adicional e nada casual pro álbum ser tão bom: ñ tem sequer UM SOM ou UMA co-autoria de Roland Grapow…
Link do 274º post whipláshico tratando duma “volta” de Michael Kiske ao Helloween. Ou da 1753ª “provável” participação deste nalgum show-efeméride de sua ex-banda.
Algo provavelmente cogitado em bastidores por gente ligada à banda, ou à gravadora deles, pela 517ª vez. Nem Kiske deve ter mais SACO pra isso. Daí o trecho abaixo, com o qual concordo 100%:
O negócio é o seguinte, deixando todas essas coisas de lado, existe uma outra coisa que eu acho estranho quando se trata disso. Eu fui ligado a este nome, “Helloween“, não mais do que sete anos, foi menos do que sete anos, e os álbuns “keepers” foram os mais bem-sucedidos, mas depois disso, eles estão com um novo vocalista e ele já está na banda há 20 anos. Se você olhar para isso, ambas as bandas – o Helloween da fase “Keepers” e o novo, são muito diferentes. Elas soam muito diferentes. Não só por causa do vocalista, elas soam diferentes em muitos aspectos, e para meus ouvidos, eu não tenho nada a ver com isso mais, mas isso é só de minha parte. As pessoas que assistem aos shows da banda hoje em dia, eu tenho certeza que é por causa dos álbuns que eles fizeram depois, com seu novo vocalista, e eles querem ouvir esse cara, e eu não me importo com isso. Eu não quero subir no palco e cantar o meu material para as pessoas que querem ouvir o Andi. Quando estou em turnê com o Unisonic, elas querem me ouvir tocar junto com Kai (Hansen), e tocar “I Want Out” e “March Of Time”, e isso funciona.
1º som: “I Want Out”, de ver videoclipe na mtv noventista e, salvo engano, tb na tv Gazeta. Achei o clipe engraçado, mas bobo (depois passou a ser bobo, mas legal) e ñ curti muito a banda: época de radicalismo, só considerava dignos de audição thrash e punk; coisas repletas de guitarras harmonizadas e vocalistas canário me embrulhavam o estômago. Iron Maiden era o limite, the final frontier ahah
1º álbum: “Live In the U.K.”, gravado de vinil nessa mesma época. Ainda tenho a fita, e meu irmão ainda o vinil, dalgum amigo q emprestou a ele e ñ mais buscou. Algum gene recessivo meu à época soprou q eu poderia acabar gostando mais à frente (prefiro Andi Deris!), mesmo achando uma babaquice aquele trecho com Michael Kiske imitando Elvis. E achando “How Many Tears” uma coisa até interessante
Mesmo princípio das listas ramificantes do mês passado: bandas matrizes e bandas/carreiras solo/projetos paralelos derivados – ñ anteriores – destas. Lista happy happy desta vez.
A minha:
Helloween
Gamma Ray
Iron Savior
Masterplan
Michael Kiske
SupaRed [pra inteirar 6]
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PS – há quanto tempo estamos brincando de listas toda sebunda-feira, hum? Uns 4 anos por aqui + uns 2 quando era noutro portal: será exagero requerir algum recorde no Guinness??
“Instant Clarity”, Michael Kiske, 1996, Raw Power/Castle
sons: BE TRUE TO YOURSELF * / THE CALLING * / SOMEBODY SOMEWHERE / BURNED OUT / NEW HORIZONS * / HUNTED * / ALWAYS / THANX A LOT! * / TIME’S PASSING BY / SO SICK / DO I REMEMBER A LIFE?
formação: Michael Kiske (vocals, guitars, piano, keyboards, sound effects), Ciriaco Taraxes (guitars; piano on “Do I Remember A Life?”), Kay Rudi Wolke (drums; guitars on “Time’s Passing By”), Jens Mencl (bass)
participações especiais: Kai Hansen (guitars on “Be True to Yourself”, “New Horizons” and “Thanx A Lot!”), Adrian Smith (guitars on “The Calling”, “New Horizons” and “Hunted”), Norbert Krietemeyer (flute on “Do I Remember A Life?”)
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Houve um momento cataclísmico noventista em q pareceu q o mundo iria acabar em barranco devido à saída de Michael Kiske do Helloween. Ñ q ñ tenha sido um evento, mas hj entendo q teve muita firula da Rock Brigade a respeito.
E a História mostrou q o Helloween continuou MUITO BEM sem ele, afinal.
Quando este “Instant Clarity”, saiu, lembro da apreensão q o envolvia. Sobretudo entre os viúvos e viúvas do canário-mor, cujo repúdio a Andi Deris na banda happy happy acompanhava o luto. Tb lembro, vagamente, de resenhas na época nem detonarem, tampouco elogiarem ostensivamente o material. Num modus operandi de crítico q hj entendo como o dum safo distanciamento: quem ñ gostou, ñ quis falar tão mal, pois ñ entendeu muito bem e/ou poderia acabar gostando; quem gostou, ñ se descabelou em elogios, por conta do material em si. E de tb ñ ter entendido bem qual é.
E a questão me parece assim: realmente ñ é uma porcaria de álbum, mas tb ñ há nada por aqui q, a meu ver, credencie o disco como algo injustamente depreciado, apressadamente ufanado, nem mesmo como material seminal, q tenha legado influências a rodo.
Por mais q o sujeito miando em “Be True to Yourself” o Chatovarius tenha chupinhado em sua “Alpha & Omega”. Por mais q “The Calling” e “New Horizons” me soem os únicos sons passíveis de arranjos pelo Helloween. Por mais louvável q “Always” preste-se como réquiem ao recém-falecido Ingo Schwichtenerg.
Resumo do álbum: os sons q contém Kai Hansen e Adrian Smith (alguns inclusive como co-autores, asteriscados todos acima) são os mais a ver com metal. Mais um metal levemente próximo daquilo q o Helloween consagrou em “Chameleon”. Menos divertido e porra-louca, no entanto. Tvz até por conta dos músicos de apoio soarem mais comportados (como no “Skunkworks”, do Bruce Dickinson): bateristicamente desolador me é ver apenas “New Horizons” conter trampo de 2 bumbos. Ñ encontro nas 11 faixas qualquer refrão memorável de sair cantando junto – no q poderia ser pobrema meu só, mas creio se dar por “Instant Clarity” denotar o quão tépido como compositor Michael Kiske sempre foi.
O baixista Mencl é destaque instrumental: sempre jogando algum “molho” e groove nos sons. O desempenho vocal é tb tímido, com pouquíssimos momentos realmente kiskicos de outrora. O álbum é homogêneo, com exceção de “Thanx a Lot!” (uma coisa meio folk, com vocais saturados e solo legal do Hansen), “So Sick” (algo bluesy, de voz distorcida e a única com aparente desabafo pra cima dos ex-colegas e de empresários ou gravadora envolvidos) e “Do I Remember A Life?” (balada longuíssima, com piano e flauta), q parecem coisa q o cara tvz precisasse pôr pra fora sem o imprimatur da ex-banda.
Comparações e aproximações finais: 1) tvz “Instant Clarity” possa servir àquela visita em casa daquela garota q curta pouco ou nada de heavy metal. Rola uns climas; 2) tivesse nascido nos EUA, tvz Kiske tivesse a partir dele (e da carreira errática com a qual prosseguiu) se tornado compositor de aluguel pra bandas como Aerosmtv ou Nickelblargh, e ñ sei se isso seria legal; 3) é um disco light, q mais adequadamente seria se chamasse “Distant Clarity”, mas jamais a ponto de causar vergonha a alguém de tê-lo comprado ou baixado. A ñ ser q pague uma fortuna por versão importada. O pior a acontecer será abandoná-lo nalgum fundo de prateleira ou deletá-lo uns dias depois, sem maiores conflitos.
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CATA PIOLHO CCXI – tirado da bio iômmica, de fonte canhota e sem os tocos duns dedos: o riff de “(Fight For Your) Right to Party”, dos Beastie Boys, parece ter sido chupinhado/sampleado do de “Hot Line”, do Black Sabbath