Mas e aí, quanto vale o show? Vai valer 800 contos? Será q com o fim do Megadeth o Tesouro toca junto? Será q é recado pro IronMaiden? Será q vai cantar uma com o DennisStratton? Sabiam q o AndreMatos (sem acento) quase foi do IronMaiden?
Só uma coisa sei, por ora: sujeito está aqui em SP, pra evento de nerd abonado e molecada desempregada, a CCXP. Pra dar palestra.
28 músicas – ou uma intro + 28 músicas? – no meu 28⁰ show do ano. Nada mal.
Gosto de Inocentes, mas há muito tempo não ia a um show. Q me lembre, a última vez este blog sequer se cogitava existir: eram meados dos 90’s e os vi no Centro Cultural Vergueiro, com abertura do Volkana.
(Volkana. Ainda. Com Marielle. No. Vocal)
E os caras estão aí ainda. Beirando os 30 anos da formação “nova” Clemente/Ronaldo/Anselmo/Nonô. E não sabia o q esperar: nostalgia, bolor ou contundência?
Contundência ganhou.
Assim: trinca inicial impactante.
“Fechem os Olhos dos Jornais” abriu em playback. E tudo bem. Enquanto os sujeitos entravam na penumbra, com um giroflex de viatura policial (q ficou intacto durante a apresentação) dando o tom. Acaba o som – q é meio um hip hop pancadão – os 4 estão tapando os olhos. Brilhante.
Nada de “boa noite” ou “e aí?”: mandaram “Nada de Novo no Front”, em cima da pinta do massacre Israel – Palestina. Desnecessário legenda. Daí “A Cidade Não Pára” e “Nada Pode Nos Deter”, de retórica puramente Inocentes, tomaram forma.
Clemente só foi dar uma saudação antes de explicar “Lisa”, q já era sobre empoderamento feminino há tempos. E dedicar a amiga antiga presente. E dizer q não gostava de ficar explicando letras. Não precisa.
E pra quem conhece a banda, reitero: desnecessário. Baita letrista e cronista urbano, Clemente e a banda desfilaram repertório de todas as fases da banda – com exceção de “Estilhaços” (1992) – sendo plenamente compreendidos.
E passou de uma hora e meia o show. Tipo futebol com acréscimos, os caras não querendo sair. Pq pegaram o embalo no decorrer.
Clemente estava rouco, mas aos poucos “esquentou”. Continua não muito brilhante nos comentários e brincadeiras, mas q q tem?
A banda demonstrou o entrosamento de décadas, e gana. Destaco o baterista Nonô, meio “retão” pro meu gosto, mas preciso e sem esmorecer. Acho q por ele e Clemente, estavam tocando até agora.
***
Ronaldo, q tinha visto mês passado no RoqueReverso, cantou “Eu Vou Ouvir Ramones” e ainda “Desequilíbrio”, quando Clemente desceu e entrou no meio da roda no público TOCANDO GUITARRA.
Esse foi o (alto) nível. Platéia envelhecida, muita criança (içadas ao palco quase no fim) presente – coisa q só o Sesc proporciona – som excelente e banda competente. Zero formulaicos ou burocráticos: como não curtir?
Problema técnico q estragou um pouco – e não a ponto de Clemente nos pedir desculpas – foram uns maus contatos no baixo, resolvido quando roadie trocou o tal cabeçote.
Teve brado pró-Palestina, teve “Pátria Amada” e “Pânico em SP”, “A Face de Deus” continua herética e recomendo conferir vídeos (só achei 2, segue um) no YouTube. Foi um puta show, a pretexto de lançarem um single novo (tocado) (e não disponível no merchan…), “Queima!”, mas foi bem mais q isso.
Inocentes é do tamanho do RatosdePorão, só q ficou do tamanho da metrópole, provinciana e imensa a um só tempo. Contradições…
no set-list abaixo destaco sons pra quem quiser conhecer melhor e fazer uma playlist
Set-list: 1. “Fechem os Olhos dos Jornais” 2. “Nada de Novo no Front” 3. “A Cidade Não Pára” 4. “Nada Pode Nos Deter” 5. “Lisa” 6. “Rotina” 7. “Expresso Oriente” 8. “Garotos do Subúrbio” 9. “Ele Disse Não” 10. “A Face de Deus” 11. “Eu Vou Ouvir Ramones” 12. “São Paulo” (365) 13. “Aprendi a Odiar” 14. “Medo de Morrer” 15. “4 Segundos” 16. “Underground” 17. “MisériaeFome” 18. “Nem Tudo Volta” 19. “Restos de Nada” (RestosdeNada) 20. “Desequilíbrio” (Restos de Nada) 21. “Escombros” 22. “Queima!” 23. “Cala a Boca” 24. “Pátria Amada” 25. “Pânico em SP” – bis: 26. “Quanto Vale a Liberdade?” (Cólera) 27. “Blitzkrieg Bop” (Ramones) 28. “I Fought the Law” (TheBobbyFullerFour/TheClash) 29. “Franzino Costela” (SexNoise)
Seu nome: Catherine Fearns. É de Liverpool e mora na Suiça.
(copiei do q printei há pouco. E segue)
Pianista clássica de formação, compositora tb, já tocou teclados e guitarra em banda toda feminina, ChaosRising. E é escritora de ficção/terror: achei uns 7 livros já escritos por ela.
Nenhum q eu conheça, mas tudo bem.
Parece encontrar tempo livre pra rearranjar deathmetal pra piano, vide “Heartwork” acima (q eu esperava mais), “Scourge Of Iron” (CannibalCorpse – curti) e “Slaughter Of the Soul” (AttheGates), q ainda nem vi e aguardo os amigos Leo e Jessiê o fazerem e se pronunciarem.
Não é a primeira pessoa a tocar heavymetal no piano e certamente não será a última (o apocalipse já foi), daí a dica e perguntar por impressões.
TOP 10 DISCOS CUJOS TÍTULOS PODERIAM SER DE DISCOS DO DEICIDE:
“Jazz From Hell”, Frank Zappa
“Christ Illusion”, Slayer
“Cross Purposes”, Black Sabbath
“Heretic”, Morbid Angel
“God Hates Us All”, Slayer
“God Cries”, Asphyx
“Breeding the Spawn”, Suffocation
“Humanicide”, Death Angel
“Starless And Bible Black”, King Crimson
“God Was Created”, Vehemence
WhatsAppin’: choradeira e clickbaits inveterados. Suruba de ctrl c + ctrl v nos sites de metal. Parece até q morreu alguém.
Tesouro saiu do Megadave e apagaram as fotos no site oficial. Nossa, q coisa. Nossa, quanta falta de assunto. Chamem o Conselho de Segurança da ONU. Página facebúquica afirmando q ainda ñ houve comunicado oficial. Aham. Putz. Vixe. Geração Nutella pode voltar a curtir Taylor Swift, q mata mais gente em show q o MEGADETH jamais fez https://www.mundometalbr.com/megadeth-fotos-de-kiko-loureiro-sao-apagadas-do-site-oficial/
Forçação de barra chamar de gótico. Por causa do vocal grave? Gótico é Andrew Eldritch e PeterMurphy imitando DavidBowie. Gótico é Robert Smith happysad e Wayne Hussey chorão. Vocal de Peter Steele não trazia desses pedigrees, fora soterrado de efeitos. Bah.
Os hits eram longos, clipes intermináveis. Disk Mtv com Astrid Fontenelle e mulherada babando pelo cara altão com marra de vampiro… O q tinha a ver com música?
Independente das minhas ressalvas, parte considerável do mundão curtiu: foi o 1⁰ disco da Roadrunner a ganhar disco de ouro (500 mil cópias) e o 2⁰ do selo a atingir milhão de cópias (disco de platina). E acabei curtindo mais o “OctoberRust” seguinte. Sem neuras.
Aprendi q o lance todo era o senso de humor debilóide e excêntrico de Peter Steele permeando tudo. Neste aqui, nas faixas não tão lembradas (“Kill All the White People”, “Can’t Lose You”) e nas vinhetas über sexistas (“Machine Screw” e “Dark Side Of the Womb”), e ainda na auto-ironia contida na contracapa:
“não confunda falta de talento com genialidade”. Sagaz!
Aprendi sobre Steele conhecendo retroativamente ainda o Carnivore, de mesma vibe. E rachando de rir a cada entrevista concedida, exalando conteúdo q humoristas de standup dariam os rins (das mães) pra fazer.
Não foram a melhor banda do mundo (exceção aos fãs), não faziam metal gótico, não tocavam bem e alopraram adoidado: “BloodyKisses” sobreviveu ao hype, aos hits e aos 90’s. Tb não geraram imitações, q bom. Tem banda muito pior – e pior tb por se levar a sério – da época.