IRON MAIDEN
Allianz Parque, 06.12.24
Um show honesto.

Só idiotas, hipsters e resenheiros roquistas reclamaram “faltou essa, faltou aquela”. Tudo pelo like e pelos haters. Todo mundo q esteve nas duas datas sabia exatamente o q seria tocado, e fim de papo.
Pessoalmente, achei ótimo não ter “The Number Of the Beast”, “Hallowed Be Thy Name” e “Run to the Hills”. Nem “Wrathchild” e “Running Free”‘ ou “Sanctuary” protocolares debilóides ao final. “Wasted Years” parece ter assumido esse lugar.
Ao mesmo tempo, teve “Fear Of the Dark” e “The Trooper”. Aliás, as mais comemoradas…
Essa Past And Future Tour era de 36% “Senjutsu“, 36% “Somewhere In Time” e 28% velharia (“Iron Maiden”, “The Prisoner”, “Can I Play With Madness?” e “Fear Of the Dark”). E pra mim soou coeso como nunca. Repertório encaixou. Músicas de “Senjutsu” funcionando melhor ao vivo. Pessoalmente, só excluiria “Days Of Future Past”, chatinha.
Qualquer outra do disco novo pra mim cairia melhor. E a resenha acaba aqui.

(daqui pra baixo, outras coisas)
Assisti ao show no último setor do estádio (Cadeira Superior), na antepenúltima fileira antes da última parede extremamente oposta ao palco. E o som estava ALTO, quase precisando de protetor.
Daí tb as fotos ruins; definição de imagens do celular + telões não funcionou. Melhor foto de integrantes, essa aí do Janick.
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Assisti sem saber da despedida do Nicko. Q me fez entender terem-no deixado sozinho no palco ao final. Era a despedida.
Fui pra prestar atenção no q ele NÃO tocaria: não tocou as partes rufadas antes do solo em “Caught Somewhere In Time”, não fez a virada introdutória em “The Trooper”, e em outras músicas tocadas mais lentas, deu mais peso.
Como no refrão em “Heaven Can Wait”: ficou mais bate-estaca. “Can I Play With Madness?” mais lenta achei mais interessante tb. Aquele intermezzo baixo/bateria em “Iron Maiden” ganhou vigor. Na “The Trooper”, sobrou espaço pra Dave Murray meter um bend q reinterpretou o som.

Tudo isso gerando um ganho adicional: um Bruce Dickinson impecável, q não apanhou (tanto – explico abaixo) dos andamentos e desafinou semitonou praticamente nada. Turnê retrô anterior tava foda.
“Alexander the Great” (podia ter sido ela 14 vezes seguidas), “Strange In a Strange Land”, “Caught Somewhere In Time”, “The Prisoner” (Nicko quase acertando a introdução, tocando mais lento) e “Death Of the Celts” (única com discursão de Bruce antes) achei os pontos altos. “The Writing On the Wall” foi feita pra tocar em estádio e “Hell On Earth” não soou enorme cansou ao vivo.
Fiquei um pouco decepcionado com o início de “Caught Somewhere In Time” – os 55 segundos iniciais – ser playback, mas foi do jogo. E a virada q finda os solos e volta ao riff principal não rolou. Mas nunca imaginei q a veria/ouviria ao vivo, com andamento a contento + timbres e solos idênticos, então foda-se. Ficou do caralho.
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Outro detalhe q percebi: teclados baixos na mixagem. Sonoridade em geral mais orgânica e pesada. Som de caixa e bumbo tb mais pesados. Fez diferença.
(ou é minha surdez agindo e não ouvi a porra do teclado ahah)

Homenagem a Paul Di’Anno pareceu rolar em “Iron Maiden”, quando Bruce pôs uma jaqueta de couro. Um detalhe a toa, não lembro q em outras turnês tivesse rolado.
Teria q ver shows anteriores desta turnê tb pra desempatar. Mas não vi resenha (ainda) citando.
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Amigo q estava noutro setor comentou comigo depois sobre as escorregadas de Nicko nos andamentos. Me apressei a defender o aposentado, pondo a culpa em Bruce: em “Heaven Can Wait”, o mesmo (Bruce) chegou a dar umas deslizadas. Mas nada demais.
Tvz “Wasted Years” tenha tido um tanto. Mas era de se esperar dum baterista convalescido dum AVC, ué.
E em “Fear Of the Dark” – q já ouvi versões bem piores – aproveitei pra coçar o saco por 8 minutos.
Em suma: nem o melhor, tampouco o pior show da Donzela – foi meu 6⁰ Iron Maiden – q já presenciei. Achei surpreendentemente bom.
E se Iron Maiden é Religião, pude testemunhar q ao contrário de todas as outras eles entregam milagres. Entregaram alguns sexta-feira. E nessa tour toda, ao q parece.
Não fui pra falar mal, nem teria ido de verdade (comprei ingresso desistente de amiga de amigo) e tinha baixa expectativa, mas q bom q achei bom de verdade. Passou rápido, fluiu, me convenceram.
PS – teve o Volbeat tb, mas deixa pra lá