Um fato: cada disco do IronMaiden lançado entre o homônimo de estréia e “SeventhSonOfASeventhSon” é o preferido de quem é fã, opções variando conforme o gosto pessoal + memória afetiva. É do jogo.
Uma impressão: “PieceOfMind” vejo como o “menos preferido” em geral (eu mesmo tenho “Powerslave” no topo), até menos q “LiveAfterDeath“, disco ao vivo. E ñ sei se entendo.
Quarentando hoje, acho um disco absurdo nos saltos técnico e composicional em relação a “TheNumberOftheBeast“, lançado ano antes! E o maior culpado disso é Nicko McBrain, excelso e tremendo baterista, q chegou chegando (nunca mais saiu) e chutando baldes + paus de barraca já na intro de “Where Eagles Dare”. E ñ só.
É como se ele tivesse ajudado a refundar o Maiden, q já tinha um groove próprio com Clive Burr, mas pareceu ter chegado a limites. Nada aqui, bateristicamente falando, tem limites. Ainda menos os demais “donzelos”.
Tá, é o disco de “The Trooper”, manjada e cansativa (pra mim) e de “Flight Of Icarus” + “Revelations” recentemente resgatadas em turnês retrô, sem q ninguém reclame. Nem eu. Mas e as músicas menos lembradas?
“Die Your Boots On” tem um riff e uma pegada nunca mais repetidas. E tem “die” cantada 53 ou 54 vezes, fiz post sobre, ñ me lembro agora. “Where Eagles Dare” ouso – ops – afirmar ser a pedra fundamental do powermetal. “Sun And Steel” é a música mais ThinLizzy (ainda ativos em 1983) deles, e isso é elogio; ousada e tipicamente lado B.
“Still Life” é muito diferente do “som Maiden” – tanto o de antes, como o chassi posterior – fora dos trilhos, pérola, lavrada pelo discreto Dave Murray. E minha preferida do disco. E difícil de tocar…
E mesmo q a “Quest For Fire” historicamente equivocada e arrastada um tanto + a épica “torta” “To Tame A Land” soem atualmente meio “fillers“, tenho “PieceOfMind” como um álbum arrojado, amplo e diverso como nunca mais a banda fez e faria. Estavam se descobrindo, descontrolados, inspirados. Voando sem asas de cera.
Às vezes até penso em mudar meu preferido pra ele.
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*discutimos o álbum em pauta cronofágica há 5 ou 10 anos, q me lembre. Mesmo ñ lembrando 100% do q foi opinado e observado, inclusive por mim. Daí propor a efeméride um pouco diferente desta vez, neste disco
Fim do inventário a tôa. Ócil indócil, só aqui no Thrash Com H.
NOVEMBRO 01.80 – lançamento “Live!! + One” 04.02 – lançamento caixa “Eddie’s Archieve”, com “BBC Archieves”, “Beast Over Hammersmith” e “Best Of the ‘B’ Sides” (cd’s) + lançamento “Edward the Great: the Greatest Hits” 06.89 – lançamento single “Infinite Dreams” 07.88 – lançamento single “The Clairvoyant” 08.93 – lançamento “Live At Donnington” + 08.04 lançamento dvd “The History Of Iron Maiden – Part 1: The Early Years” 09.79 – lançado “The Soundhouse Tapes” 10.93 – lançado vhs “Donnington Live 92” 14.06 – lançamento single “Different World” 17.17 – lançamento “The Book Of Souls: Live Chapter” 18.22 – upload videoclipe/lançamento single “Total Eclipse” + relançamento vinil triplo comemorativo 40 anos de “The Number Of the Beast” com “Total Eclipse” no lugar de “Gangland” e “Beast Over Hammersmith” 20.20 – lançamento “Nights Of the Dead, Legacy Of the Beast: Live in Mexico City” 21.80 – primeira apresentação com Adrian Smith, num programa de tv alemão 22.86 – lançamento single “Strange In A Strange Land” + 22.19 re-relançamento “A Matter Of Life And Death” em versão digipack remasterizada com adesivo e bonequinho Eddie soldado 24.03 – lançamento single “Rainmaker’ 26.01 – lançamento dvd “Classic Albums: The Number Of the Beast”
DEZEMBRO 02.85 – lançamento single “Run to the Hills” ao vivo 07.98 – lançado “Eddie Head” box set (12 discos remasterizados, cd com entrevista e certificado de autenticidade numerado) 18.83 – participação no “Dortmund Festival” com Def Leppard, Scorpions, Judas Priest, Ozzy Osbourne, Quiet Riot e Michael Schenker Group 21.80 – show no Rainbow q gerou o vhs “Live At the Rainbow” 23.58 – aniversário Dave Murray 24.90 – lançamento single “Bring Your Daughter to the Slaughter” 25.75 – Steve Harris funda o Iron Maiden 26.06 – lançamento single “Different World” em picture disc 30 e 31.78 – gravações de “The Soundhouse Tapes”
Reiterando as fontes: página do Iron Maiden no Metal Archieves e páginas facebúquicas The Metal Realm e Terreiro do Heavy Metal.
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Contabilizando o 6(66)º bimestre: 28 eventos em 25 datas. 40,98% dos dias foram “datas Maiden”.
Contabilizando o ano inteiro: 177 eventos (fosse 1 por dia, quase a metade dos dias do ano) em 140 datas. 38,35% dos dias num ano são “datas Maiden”.
Pouquinho mais de uma “data Maiden” a cada 3 dias. Às vezes, a cada 2, às vezes a cada 3: tem alguém de Exatas por aqui?
Ranqueando músicas meio relegadas em discografias *.
Hoje, os roqueiros de tiozão.
“Iron Maiden” – “Strange World” “Killers” – “Twilight Zone” “The Number Of the Beast” – “Invaders” “Piece Of Mind” – “Still Life” “Powerslave” – “Back In the Village”
“Somewhere In Time” – “Sea Of Madness” “Seventh Son Of A Seventh Son” – “Only the Good Die Young” (nhé) “No Prayer For the Dying” – “Public Enema Number One” “Fear Of the Dark” – “Weekend Warrior”
“The X-Factor” – “Blood On the World’s Hands” “Virtual XI” – “Lightning Strikes Twice”
“Brave New World” – “The Mercenary” “Dance Of Death” – “Wildest Dreams” § AMOLAD – “Brighter Than A Thousand Suns” “The Final Frontier” – “Isle Of Avalon”
“The Book Of Souls” – todas q ñ “Empire Of the Clouds” “Senjutsu” – “Death Of the Celts”
*descontados os discos ao vivo; quem quiser, à vontade § melhor versão tá no “Death On the Road”, mas deixa quieto
10 MÚSICAS FAVORITAS DE AUTORIA* OU CO-AUTORIA DE DAVE MURRAY NO IRON MAIDEN:
“Public Enema Number One” [“No Prayer For the Dying”]
“Still Life” [“Piece Of Mind”]
“The Reincarnation Of Benjamin Breeg” [“A Matter Of Life And Death”]
“Twilight Zone” [faixa bônus do “Killers”]
“Lightning Strikes Twice” [“Virtual XI”]
“Rainmaker” [“Dance Of Death”]
“Dejà-Vu” [“Somewhere In Time”]
“Fates Warning” [“No Prayer For the Dying”]
“Charlotte the Harlot” [“Iron Maiden”]*
“Sanctuary” [faixa bônus do “Iron Maiden”]
Uma dúvida: sei, como é razoavelmente sabido, q “22 Acacia Avenue” meio q continua “Charlotte the Harlot”. Mas li nuns comentários, q puxaram post do whiplash, dizendo se tratar duma saga em 4 partes. Q ainda continua em “Hooks In You” e encerraria em “From Here to Eternity”. Procede, afinal?
E videotecagem semanal do bonna segue nos comentários.
Sai amanhã “The Burning”, novo do projeto paralelo do Stevão. British Lion. A julgar pelo single (acima) e por um outro, “Lightning”, tb já disponível, está melhor. Mas ñ muito.
Vocal chato, som meio genérico, sem aquela inspiração ou identidade toda.
Deixo o embate “parece Maiden” pra lá. Pois ñ parece. Já q ñ tem Bruce Dickinson, Adrian Smith, nem principalmente Nicko McBrain. Dá até pra fingir ser um Iron Maiden com Steve, Dave Murray e Janick Gers. Mas tb ñ faz jus.
O q fico encafifado é:
1) será plano de aposentadoria do chefe? Cansado de mandar na matriz, estaria achando uma menor (do tipo q toca pra Cine Jóia semi-cheio) pra continuar chefão?
2) indício de q o Iron Maiden estaria parando aos poucos mesmo? Me parece difícil haver algum anúncio de “fim da banda”. A ñ ser q Bruce o faça ou alguém venha a falecer
3) fazer ou criar os filhos, parece já estar feito. Todos grandes. Jogar futebol tvz a idade já ñ permita. Então bora tornar o trampo um hobby? Sei lá.
Pra início de conversa, reitero o q já postei no Facebook: ñ sou de treta, mas depois do q vi e ouvi dia 11 em Londres, quem vier com papo de q Dio foi maior q Bruce Dickinson, vou dar na cara com força.
Senão, vejam. Quem, durante um show de 16 sons, é capaz de:
lutar esgrima no palco com Eddie Trooper?
zoar os outros quase todos, passando-lhes a espada nas bundas? (Steve Harris ñ curtiu)
na idade q está, topar abrir apresentação com “Aces High” (pouco mais lenta, mas ok) emendando em “Where Eagles Dare”?
usar um lança-chamas alucinadamente durante “Flight Of Icarus”, enquanto cantava?
encerrar com “Run to the Hills” cavalgando num cavalinho de brinquedo? O som inteiro
fazer um brinde sem noção ao fim (era último show da turnê e precisavam fazer o jabá da cerveja), chamando Nicko McBrain – q está abstêmio após 19 anos – pra beber?
Menos mal q, nessa última, Nicko, tb sem noção, levou tão de boa q foi ao microfone falar umas coisas e topou brindar tb. De copo de plástico vazio ahah
Além disso tudo, q ñ foi pouco: Bruce fez o show inteiro realmente sem ler letra. Zero teleprompter, zero colas pelo chão. 60 anos em plena forma, mais a cura do câncer e a certeza da estabilidade empregatícia o tornaram ainda mais sem noção, ainda mais demente, ainda mais intenso. Bruce Dickinson é o nome da besta. E isso seria tudo o q eu poderia dizer a respeito do show todo.
Mas vou falar tb do clima, da vibe.
Lugar imenso. Gigantesco, babilônico. Nababesco. A tal O2 Arena, q além do show, ainda abriga uma puta galeria de pubs e restaurantes, tinha ainda uma exposição de heróis Marvel/D.C. (a q ñ fui, já tinha fechado) e uma balada de playboy, cujas periguetes de shortinho agarrado e tops (tem na Terra da Rainha tb) denunciavam.
Tive q pegar 2 lances de escada rolante pra chegar a meu lugar. Q era sentado, em lugar almofadado, porém lateral ao palco. Perdi ver o telão, ñ consegui ver a banda de frente, e ainda na maior parte do tempo só vi o tampo do cocoruto do papai Noel Dave Murray. Do Nicko só via as mãos, uns pratos e uns 3 tons tons da bateria (ñ veria muita coisa a mais caso visse de frente ahah). Mas preferi focar no bom:
Vi tudo da perspectiva de quem via parte do backstage: roadies correndo pra lá e pra cá, Bruce saindo a cada som/cada dois pra trocar de roupa, roadie manejando o controle remoto do Eddie. E curti os SONS sem distração ou firulas pirotécnicas.
E com um pessoal à volta tb veterano, alguns até mais q eu. Num clima de show de metal incrível: pessoas se cumprimentando ao fim, se surpreendendo com os sons antigos (impecavelmente executados), cantando a plenos pulmões a intro de “Doctor Doctor” (!!), sujeito à frente me oferecendo breja – q recusei educadamente – e nenhuma, absolutamente nenhuma, treta. Ou descontentamento.
Nem mesmo o meu, com “The Trooper”, “Fear Of the Dark” (blah!) e “Hallowed Be Thy Name” incluídas no set. Percebi q fazem parte importante da coisa. (E Nicko, na segunda, inventou um groove bastante interessante). Ñ exatamente pontos altos, mas nem um pouco mal recebidas.
Tinha criança (mesmo), tinha adolescente, tinha adulto, tinha tiozão (tipo eu) e tinha idoso. Os caras têm q agradar a todos, ñ tem jeito. Faltaram músicas? Tvz. Nada do “Somewhere In Time”, do “No Prayer For the Dying” (sonho meu!), do “Dance Of Death”, dos 2 últimos ou mesmo do “Killers” (“Wratchild” já deu, afinal). Mas eu ñ percebi na hora e nem dei falta até agora.
Em minha chatice habitual, ñ consegui pôr um defeito na porra toda.
Falando dos sons: solos Murray-Smith impecavelmente executados. Nicko McBrain monstruoso: ñ perdeu uma virada, ñ ramelou um andamento, mandou o pé direito mais insano do heavy metal. Tvz o baixo estivesse um pouco baixo, mas dane-se. Janick ñ briga mais com o Eddie (perdeu a função), mas briga com os cabos ahah Porra, 4 sons do “Piece Of Mind”. Tivessem tocado “Die With Your Boots On”, eu infartaria.
Surpresas? 2 sons da “fase Blaze”: “The Clansman” e “Sign Of the Cross”, o primeiro com intensa recepção.
As fotos q tirei do show ñ ficaram grande coisa. Mesmo. Ora borradas, ora distantes demais, por isso ñ postei tudo. Deve haver amostras melhores no Google e no You Tube.
Por fim, meu depoimento emotivo: chorei durante “Two Minutes to Midnight”. Foi foda.
Sobre algumas das fotos acima:
a) na segunda se vê um tiozão tocando guitarra. Sujeito ficou horas tocando Maiden na saída do metrô (estação North Greenwich), tirando selfie, se divertindo, ganhando os trocos merecidos e acompanhado por bateria eletrônica impecável. Com direito a crachá de músico autorizado, sei lá, pela prefeitura. Imaginem a ambiência de chegar num lugar e ouvir “Flash Of the Blade”
b) na terceira, em q se vê a O2 Arena lotada, se desmente por completo a balela de q o Maiden só lota show na América Latina. Enfiem os comentários abalizados no cu os q continuarem a dizer isso. Complexo de vira lata do caralho
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Set-list: intro com “Doctor Doctor” (U.F.O.) + discurso do Churchill 1. “Aces High” 2. “Where Eagles Dare” 3. “Two Minutes to Midnight” 4. “The Clansman” 5. “The Trooper” 6. “Revelations” 7. “For the Greater Good Of God” 8. “The Wicker Man” 9. “Sign Of the Cross” 10. “Flight Of Icarus” 11. “Fear Of the Dark” 12. “The Number Of the Beast” 13. “Iron Maiden” – bis – 14. “The Evil That Men Do” 15. “Hallowed Be Thy Name” 16. “Run to the Hills”
“The Book Of Souls”, Iron Maiden, 2015, Parlophone/Warner Brasil
(cd 1) IF ETERNITY SHOULD FAIL (Bruce Dickinson) / SPEED OF LIGHT (Adrian Smith/Bruce Dickinson) / THE GREAT UNKNOWN (Adrian Smith/Steve Harris) / THE RED AND THE BLACK (Steve Harris) / WHEN THE RIVER RUNS DEEP (Adrian Smith/Steve Harris) / THE BOOK OF SOULS (Janick Gers/Steve Harris)
(cd 2) DEATH OR GLORY (Adrian Smith/Bruce Dickinson) / SHADOWS OF THE VALLEY (Janick Gers/Steve Harris) / TEARS OF A CLOWN (Adrian Smith/Steve Harris) / THE MAN OF SORROWS (Dave Murray/Steve Harris) / EMPIRE OF THE CLOUDS (Bruce Dickinson)
formação: Bruce Dickinson (vocals and piano), Dave Murray (guitars), Adrian Smith (guitars), Janick Gers (guitars), Steve Harris (bass and keyboards), Nicko McBrain (drums)
keyboards by Michael Kenney, orchestration by Jeff Bova
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Antes de qualquer mais nada: fazer música gigante ñ significa fazer música progressiva. Ou prog.
Outra coisa: o Iron Maiden sempre teve um pé no progressivo. Desde 1980: “Phantom Of the Opera”. No q me fica a dúvida: será q desaprenderam tudo?
Provavelmente ñ ouvem os próprios discos e/ou as próprias músicas em casa. “Hallowed Be Thy Name”, “To Tame A Land”, “Powerslave”, “Caught Somewhere In Time”, “Infinite Dreams”, “Mother Russia”, “Sign Of the Cross”, “Blood Brothers”… Ou a abordagem de criadores ñ lhes dá isenção para analisar ou deles desfrutar. Ñ entendo.
Um clichê inútil e vão em qualquer análise da banda, pelo menos desde “Brave New World”, acho a de comparar os novos lançamentos aos discos clássicos (até “Seventh Son Of A Seventh Son” ou até “No Prayer For the Dying”?): ñ dá, ñ rola. A Donzela, neste “The Book Of Souls”, é a banda reformatada desde “A Matter Of Life And Death” (2006) e ñ parece fadada a mudar, aceitemos o fato. Discos anteriores eram outra banda, outra época, e já estão feitos, basta ouví-los pela enésima vez e babar. Caso reprisassem alguns destes, monte de gente criticaria tb.
A outra chave de análise q considero equivocada, mas ainda bastante recorrente, é a de reclamar q sempre fizeram os mesmos discos (como se “Seventh Son…” e “The X-Factor” tivessem sido mais do mesmo), sem quererem fugir de fórmula e sonoridades consagradas, pra ñ desagradarem a casta de fãs incondicionais. Pois mudaram e parece ñ estarem desagradando…
No geral, achei esse disco novo desnecessariamente PROLIXO, no q culpo a produção. Pra q catso pagam um certo Kevin Shirley desde 2000, se o q emana do álbum soa autoindulgendente ao paroxismo? A impressão é a dos caras quererem fazer tudo – compor, gravar, mixar – muito rápido e sem maiores complicações, o q envolveria EDITAR parte do material. Burilar arestas tb. E ainda maneirar em certas liberdades atribuídas.
Os donzelos devem estar em clima interpessoal bastante favorável, ou tvz maduros o bastante pra ñ conflitarem por qualquer coisa. Fora imbuídos duma auto-suficiência beirando a soberba de SABEREM q deles nada de muito ruim virá, em termos de composição ou execução. Então, dá-lhe espaço pra solos adoidado, ninguém podar espaços alheios ou “jogarem para as músicas”, ao invés de para si próprios e suas auto-estimas. O material aqui registrado, a meu ver, era coisa pra ficarem ANO trabalhando. Pra soar realmente bombástico, ousado, desafiador, instigante.
Maior exemplo: “The Red And the Black”, de 13 minutos totais, contém 6 MINUTOS de solos de guitarra. Um desbunde pra quem curte (estão longe de soarem abomináveis ou protocolares) e pra guitarristas, mas um exagero q mesmo Yngwie Malmsteen tvz capitulasse. Cito-o tb como simbólico daquilo q me soa a FALÊNCIA de Steve Harris como compositor: é esta sua única música – letra e música – no disco, e a q mais vejo sofrer de obsolescência. Com potencial, mas mal direcionada: um excesso de “o-ô” pra tentar animá-la (e como se a letra gigante já ñ a poluísse), a introdução (interessantíssima) desnecessariamente repetida ao final – “estrategema AMOLAD” q comparece por aqui em outros 2 sons – e vocal bastante dissociado duma melodia, o q em se tratando de Iron Maiden soa grave, muito grave.
Harris parece, nesse sentido, estar sofrendo do mesmo mal de Lemmy Kilmister: vai ficando mais velho e mais verborrágico, poluindo os sons de letras em detrimento das melodias (cada vez mais rarefeitas e restritas) e de refrãos q causem comoção. Tá virando dramaturgo, caralho? Ñ encontrei nas 11 faixas do petardo um refrão grudento qualquer. Ou um riff realmente inspirado. Desculpem.
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Exemplo reverso: “Shadows Of the Valley”, embora pouco candidata a canção memorável futura, exibe trabalho de arranjo e de mudanças de andamento q a mim poderiam ter sido a tônica em todos os sons. Ainda q com um riff inicial quase “Wasted Years” sobre uma base algo “Out Of the Silent Planet”, contém parte com “o-Ô” coerente e marcante. “Tears Of A Clown” mostra alguma ousadia baterística tb (Nicko McBrain infelizmente caminha em zona de conforto, ou ñ o deixam arrepiar) e uma aura meio Rainbow q ñ entendo como pejorativa: se é pra serem progressivos, q bebam das águas barrentas de outrora para tal!
Trechos vários q remetem a sons antigos comparecem tb a rodo. Nem sempre caindo bem: “The Great Unknown” parece “Killers”, pra daí desembocar em trechos “Paschendale” e levadas “The Loneliness Of the Long Distance Runner”. Há pedaços de “Losfer Words”, de “Where the Wild Winds Blows”… Há mudanças abruptas de andamentos sem q um lick, uma melodia sem bateria ou uma pausa lhes ressalte.
Citei nos nomes dos sons acima tb os autores, pra poder marcar alguns esforços: Adrian Smith e Bruce Dickinson quase salvam o trabalho, e deles achei os melhores momentos do disco. Soa inacreditável q “Empire Of the Clouds”, com 18 minutos, soe coerente e interessante. Soa. Ñ dá sono ou remete a suítes progressivas chatonildas intermináveis. (Conheço sons do Savatage muito menores em duração q cansam bem mais). Fora ser ÚNICO som a ter melodia inspirada, q “gruda”. Provavelmente isso se dando por uma mudança de forma, ñ de conteúdo: é um Maiden com piano. Fez diferença.
“If Eternity Should Fail” abre o álbum com melodia meio western e timbres invulgares, mas padece da repetição excessiva do refrão (6 vezes ao final, pra encher lingüiça tb no encarte, q os repete?) e duma locução final francamente amadora (coisa de banda iniciante, pra assustar incautos). Deveria ter sido feita sem efeito. As duas parcerias Smith/Dickinson mostram-se até culhudas, mas sintomaticamente são as mais afetadas por Pro Tools: estamos em 2015 pros caras desovarem músicas q soam saídas de fita cassete gasta?
Dissociação criminosa melodia-vocal tb comparece em “When the River Runs Deep”, som pesado e rápido (pros atuais padrões). Gostei da faixa-título, iniciada e finda acústica – bem à moda Janick Gers – mas inferior às “Dream Of Mirrors” ou “Dance Of Death” de outrora. “The Man Of Sorrows” ñ revisita o som quase homônimo da carreira solo de Dickinson (ufa!) e comparece no ‘sistema de cotas maideniano’ como o som de Dave Murray, facilmente identificado desde os idos de “Still Life”: solinho harmonizado bacana introduzindo música mais melódica, quase balada.
Detalhes sutis outros: 1) os drives rasgados de Dickinson já eram. Infelizmente. Os sons Smith-Dickinson (os mais ásperos) foram levemente saturados na mixagem pra poder disfarçar. Ao mesmo tempo em q momentos de agudos desnecessários e constrangedores (“Speed Of Light” e “When the River Runs Deep”) comparecem, tvz por querer compensar. A voz do homem está mais pra limpa e aguda – desnecessariamente aguda em “The Red And the Black” – q pra agressiva; 2) Steve Harris abandonou a abordagem rítmica/tercinada full time há tempos, e ninguém parece se dar conta. Acho do cacete q esteja mandando ver umas escalas e uns solinhos vez ou outra.
Conclusão: ñ é um disco ruim, mas tb ñ achei bom. Pra mim, bastante inferior ao potencial q teria e ñ quiseram fazer. Fora anacrônico no formato duplo, falsamente ousado. Superior a “AMOLAD”, mas bem menos inspirado q “The Final Frontier”. Gostei da capa, essa sim ousada. Tocarão 1 ou 2 sons ao vivo – pra delírio dos fanáticos e dos hipsters – e difcilmente será lembrado como disco icônico, influente ou trangressor daqui 10 anos. Na dúvida, farei post cronofágico daqui um 1 ano pra averiguar eheh
Trintões do Thrash Com H, todos devidamente serenos, safenados e ajustados, uma pergunta:
e se em nossos dias de 16 a 18 anos – época de vinis e shows atrozes, de pistas repletas de marmanjos suados e vomitados, cujas presenças femininas ilustres eram as das gordinhas espinhudas com braceletes – nos dissessem q estava pra chegar uma banda com uma figura assim?
E ainda mais: com uma figura assim tocando VESTIDA EXATAMENTE ASSIM?
***
Pois bem: fomos eu e a Patroa ao show das Iron Maidens.
Q, do ponto de vista comercial, foi totalmente fiasquento: mal haviam 200 pessoas ali no tal Espaço Emme (ex-Bar Avenida) sábado à noite, sendo q dessas tantas chuto umas 30 terem sido da imprensa (2 credenciados pela Playboy brasuca incluídos – vi na hora de assinar os ingressos q ganhei), em evento, a meu ver, bastante equivocado em termos de divulgação e preços.
Tiveram divulgação até no “Leitura Dinâmica” (Rede Tv!) – aliás, o programa mais heavy metal da tv – e em banners adoidadamente. E com preços variando entre 50 e 120 contos.
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Fui pra achar ruim, e ñ por razões patrulheiras, já q
* ñ acho q elas estivessem ROUBANDO lugar de bandas nacionais. Afinal, o Xoxxótica já acabou e o Korzus já fez seu show deste ano
* ñ acho descabido show de banda cover, mesmo pq toco em uma já há alguns anos. Embora reitere o absurdo da produção – vi depois q tiveram até banda de abertura! – divulgação e preços envolvendo as moças. E pq, no fim, vai quem quer: ninguém é obrigado
E consegui torcer o nariz nos 2 primeiros sons, devido a sutis rateadas da baterista. Assim como com birras minhas (q permaneceram todo o show) com recursos dela, como de usar em demasia o pedal duplo: caralho, q fizesse as bumbadas com um só, como o Nicko!…
No entanto, e xiitismos baterísticos à parte, a partir de “Wasted Years” (3º som) e da “Die With Your Boots On” seguinte, desencanei e curti. Foi memorável? Nem. Do mesmo nível duma banda cover boa e comprometida. Mas foi bão.
E antes q a Patroa resolva chiar q fiquei lá olhando pra “Adriana Smith”, alego q fiquei o tempo todo de olhos fechados, viajando, apenas abrindo pra anotar a seqüência dos sons!! A loira é o destaque da banda pelos atributos físicos, sim (ñ q as outras sejam umas barangas), mas tb pq toca pra cacete!
***
Muitos dos solos originais foram bem replicados, assim como tb fez a japinha – q ñ consta na foto de divulgação, abaixo – q fazia o Dave Murray. A baixista (Wanda “Steph Harris” Ortiz) tem um trabalho muito legal tb, tendo tirado tudo direitinho: faltando apenas uma pegada mais “macha” (nem daria!), tendo sido dela o momento mais divertido, quando, na hora da parte da retomada em “Phantom Of the Opera”, praticamente teve q escalar o P.A. pra conseguir se apoiar e tocá-la. Fez de propósito a baixinha, com certeza.
A vocalista, Kristen “Bruce Chickinson” Rosenberg, fosse mais baixinha teria o formato “nutritivo” ideal pra virar cover dum Evaneshit; por outro lado, mostrou-se competente (sabe cantar), embora ñ tenha imitado Bruce Dickinson em nenhum momento. [Patroa: fale de novo o q vc achou da voz dela!]. Nas músicas Di’Anno, me surpreendeu por ñ firulá-las.
Mandava tudo no gogó mesmo, sem se esconder em efeitos ou reverbs. Alguns sons ficaram melhores q outros, mas sem haver nada a q se reclamar dela.
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Os 16 sons seguiam com as moças nitidamente curtindo o q faziam. Visivelmente espantadas com a recepção (e tenho certeza, ante o tamanho ridículo do banner no palco, de q estão acostumadas a botecos ainda menores nos EUA) e alternando recursos visuais modestos – foram uns 4 Eddies de gente fantasiada, ñ robô teleguiado, além de fumaça, diabo (em “The Number Of the Beast”), roupa de soldado na Chickinson + bandeira do Brasil na “The Trooper”, e tal – fora ousando sons como “22 Acacia Avenue”, “Caught Somewhere In Time” e “Moonchild” (sem uso de playback ou teclados, como os titulares fazem/faziam) e “Killers”.
Momento desnecessário breve foi, anteriormente à penúltima “The Evil That Men Do”, da “Adriana” querer solar. Dar uma fritada, mostrando q sabe tocar, pedindo luz: como se todos os marmanjos ali presentes ñ estivessem salivantes de olho nela o show inteiro. A ponto do lado esquerdo do palco ter ficado apinhado de gente: o lado da Japinha Murray meio deserto.
A baterista ñ fazia as músicas exatamente iguais: umas mais q outras. Abusando, reitero, do pedal duplo. No entanto, sentou a mão como ñ vejo muito marmanjo (nem eu!) por aqui fazendo. No q cabe destacar isso nas Maidens: tocam tudo com convicção e intensidade, sem hesitações. A ponto de por vezes escorregarem nos andamentos, acelerando as músicas em seus transcorreres.
Mas se o próprio Iron Maiden, no “Maiden Japan” e no “Live After Death”, ñ se mostrou assim tão fã de metrônomos…
Outro dado curioso: nos primeiros sons mal se ouviam os solos de guitarra. A partir da “Caught Somewhere In Time”, porém, o volume das guitarras foi aumentando e aumentando, a níveis ensurdecedores, quase q embolando tudo. E o lance duma certa semelhança física: a Patroa chamava atenção da baterista, Linda “Nikki McBURRain” McDonald (*), ser meio parecida com o Nicko. Cara comprida, meio de cavalo. Mas com um NARIZ, ao contrário do homenageado.
Assim se deu tb com a Japinha Dave Murray, discreta no canto dela e fisicamente nem parecida, mas parecida mesmo assim pq tocando rindo e de bem com a vida. Sem tantas poses como a outra, e tudo bem.
Findo o show, foram lá prum fundão atender a galera, autografar e vender merchan (até calcinha da banda tinha. E um dvd ao vivo no Japão – !!), numa demonstração de pé no chão e profissionalismo a toda prova: tem banda cover de Iron Maiden por aqui de nego cuzão, q nem olha na cara das pessoas depois de tocar!!
Ficou grande a resenha, posto o set list e comento outras coisas no ‘so let it be written’:
intro. “Doctor Doctor” (versão Blaze)/Churchill’s Speech 1. “Aces High” 2. “Two Minutes to Midnight” 3. “Wasted Years” 4. “Die With Your Boots On” 5. “The Wickerman” 6. “Flight Of Icarus” 7. “Killers” 8. “Caught Somewhere In Time” 9. “Wratchild” 10. “22 Acacia Avenue” 11. “The Trooper” (a q mais agitou) 12. “The Number Of the Beast” 13. “Phantom Of the Opera” 14. “Moonchild” 15. “The Evil That Men Do” 16. “Run to the Hills”
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(*) achei sensacional o apelido!
PS – no whiplash, consta resenha e link prum resenhista q deve ser moleque de 10 anos. Cujo ápice é o de criticar q a Japinha Dave Murray estava do lado errado do palco. Ugh!!
Postou lá umas 100 fotos, das quais roubei duas e por volta de 70% delas é da Courtney “Adriana Smith” Cox. Divirtam-se!