Naquele embalo metaleiro do “nem a mãe dele deve gostar” (sic). Oportunista? Sem dúvida. Hoje valorizo q não tenha imitado EddieVedder; não foi tão assim oportunista. Hoje passo pano mesmo: vejo mais como inquietação e busca de outros horizontes. E públicos.
Falhou em ambos, verdade. E na pretensão de formar uma nova banda homônima ao disco.
Jack Endino fez o seu melhor. Melhor q o Therapy? em “Shameless” (2001), perdido – e atrasado – na mesma vibe. A capa de “Skunkworks” é de Storm Thorgerson, tem q respeitar.
Gosto mais do disco hoje e sei q teve material de sobra, desovado no bestof duplo (2001) de q tenho a versão simples, sem esses extras. Não acho “Skunkworks” pior q o incipiente “TattooedMillionaire” (1992) ou q o “BallstoPicasso” (1994) dispersivo anteriores.
A expectativa é a mãe da frustração: um bom disco, mas não grunge, nem IronMaiden. Proponho a quem foi refratário a reavaliação.
Só idiotas, hipsters e resenheiros roquistas reclamaram “faltou essa, faltou aquela”. Tudo pelo like e pelos haters. Todo mundo q esteve nas duas datas sabia exatamente o q seria tocado, e fim de papo.
Pessoalmente, achei ótimo não ter “The Number Of the Beast”, “Hallowed Be Thy Name” e “Run to the Hills”. Nem “Wrathchild” e “Running Free”‘ ou “Sanctuary” protocolares debilóides ao final. “Wasted Years” parece ter assumido esse lugar.
Ao mesmo tempo, teve “Fear Of the Dark” e “The Trooper”. Aliás, as mais comemoradas…
Essa PastAndFutureTour era de 36% “Senjutsu“, 36% “SomewhereInTime” e 28% velharia (“Iron Maiden”, “The Prisoner”, “Can I Play With Madness?” e “Fear Of the Dark”). E pra mim soou coeso como nunca. Repertório encaixou. Músicas de “Senjutsu” funcionando melhor ao vivo. Pessoalmente, só excluiria “Days Of Future Past”, chatinha.
Qualquer outra do disco novo pra mim cairia melhor. E a resenha acaba aqui.
(daqui pra baixo, outras coisas)
Assisti ao show no último setor do estádio (Cadeira Superior), na antepenúltima fileira antes da última parede extremamente oposta ao palco. E o som estava ALTO, quase precisando de protetor.
Daí tb as fotos ruins; definição de imagens do celular + telões não funcionou. Melhor foto de integrantes, essa aí do Janick.
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Assisti sem saber da despedida do Nicko. Q me fez entender terem-no deixado sozinho no palco ao final. Era a despedida.
Fui pra prestar atenção no q ele NÃO tocaria: não tocou as partes rufadas antes do solo em “Caught Somewhere In Time”, não fez a virada introdutória em “The Trooper”, e em outras músicas tocadas mais lentas, deu mais peso.
Como no refrão em “Heaven Can Wait”: ficou mais bate-estaca. “Can I Play With Madness?” mais lenta achei mais interessante tb. Aquele intermezzo baixo/bateria em “Iron Maiden” ganhou vigor. Na “The Trooper”, sobrou espaço pra Dave Murray meter um bend q reinterpretou o som.
Tudo isso gerando um ganho adicional: um BruceDickinson impecável, q não apanhou (tanto – explico abaixo) dos andamentos e desafinou semitonou praticamente nada. Turnê retrô anterior tava foda.
“Alexander the Great” (podia ter sido ela 14 vezes seguidas), “Strange In a Strange Land”, “Caught Somewhere In Time”, “The Prisoner” (Nicko quase acertando a introdução, tocando mais lento) e “Death Of the Celts” (única com discursão de Bruce antes) achei os pontos altos. “The Writing On the Wall” foi feita pra tocar em estádio e “Hell On Earth” não soouenorme cansou ao vivo.
Fiquei um pouco decepcionado com o início de “Caught Somewhere In Time” – os 55 segundos iniciais – ser playback, mas foi do jogo. E a virada q finda os solos e volta ao riff principal não rolou. Mas nunca imaginei q a veria/ouviria ao vivo, com andamento a contento + timbres e solos idênticos, então foda-se. Ficou do caralho.
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Outro detalhe q percebi: teclados baixos na mixagem. Sonoridade em geral mais orgânica e pesada. Som de caixa e bumbo tb mais pesados. Fez diferença.
(ou é minha surdez agindo e não ouvi a porra do teclado ahah)
Homenagem a PaulDi’Anno pareceu rolar em “Iron Maiden”, quando Bruce pôs uma jaqueta de couro. Um detalhe a toa, não lembro q em outras turnês tivesse rolado.
Teria q ver shows anteriores desta turnê tb pra desempatar. Mas não vi resenha (ainda) citando.
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Amigo q estava noutro setor comentou comigo depois sobre as escorregadas de Nicko nos andamentos. Me apressei a defender o aposentado, pondo a culpa em Bruce: em “Heaven Can Wait”, o mesmo (Bruce) chegou a dar umas deslizadas. Mas nada demais.
Tvz “Wasted Years” tenha tido um tanto. Mas era de se esperar dum baterista convalescido dum AVC, ué.
E em “Fear Of the Dark” – q já ouvi versões bem piores – aproveitei pra coçar o saco por 8 minutos.
Em suma: nem o melhor, tampouco o pior show da Donzela – foi meu 6⁰ IronMaiden – q já presenciei. Achei surpreendentemente bom.
E se IronMaiden é Religião, pude testemunhar q ao contrário de todas as outras eles entregam milagres. Entregaram alguns sexta-feira. E nessa tour toda, ao q parece.
Não fui pra falar mal, nem teria ido de verdade (comprei ingresso desistente de amiga de amigo) e tinha baixa expectativa, mas q bom q achei bom de verdade. Passou rápido, fluiu, me convenceram.
Release anônimo na contracapa de meu dvdbootleg “RaisingHell” (2000), q é do show de despedida de BruceDickinson em 1993, mas q parece nunca ter sido lançado oficial digital – é isso mesmo?:
“On August 28 1993, metal superstars IronMaiden and horror illusionist Simon Drake combined to create the most macabre musical event of all time: RaisingHell. In this first and only live concert with a horror movie setting, RaisingHell celebrates lead singer BruceDickinson‘s final performance with IronMaiden. The band’s electrifying concert performance, taped live at Pinewood Studios, London, incorporates blood curdling illusions and seventeen classic IronMaiden songs, four not seen on the original pay-per-view broadcast. In a 100+ minutes ‘IronMaiden Raises Hell’ in a performance that will live on forever”.
50 anos de banda não era melhor desovar um PUTA disco novo (tá: prometido pra 2026), shows com discos clássicos tocados de alfa a ômega, com eventual (improvável) participação de PaulD’ianno peidando numa cadeira de rodas dividindo “Remember Tomorrow” com BruceDickinson nuns shows?
Não.
Errado estou eu, errados estamos nós, em especular novidades. Certos estão eles. Tocar o q o povo gosta.
Turnê retrô pra geração q conheceu o IronMaiden no “DanceOfDeath” ou em “TheFinalFrontier“, q já terão 20 anos de lançados.
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Repertório até “FearOftheDark”? (tosse) Significa considerar “NoPrayerFortheDying”? “Bring Your Daughter to the Slaughter” – e olhe lá – e só se com com backingtrack em Dickinson. Blah
Tocar “Alexander the Great” ao vivo provavelmente foi o último grande truque. Vida q segue.