Amigo maidenmaníaco esclarecido (existe) me mandou isto ontem:
Na verdade, não esta versão, mas as pra “Wasted Years” (vi e curti) e “Como Estais Amigos” (ainda não, e não desgostei ahah), q o amigo citado há muito crava como som subestimado do Maiden.
***
Parto da possível objeção dos amigos: “Ah, versão de violão, coisa pra ver uma vez e não vai dar vontade mais”. Tvz, pessoas, tvz. Eu mesmo posso acabar me flagrando nesse lugar.
No entanto, pincei a versão desse som, de fase claramente desgostada por aqui, pra apelar a algumas arestas:
zero comentário hater no YouTube. Coisa difícil de acontecer, ainda q se possa objetar falta de crítica de fãs da Donzela. Será mesmo?
o vocal em nada remeter a Bruce Dickinson e o despojamento da versão aponta o quão foda enquanto compositores são Steve Harris e os caras
o despojamento e o vocal diferente destacam a letra, q é foda. Iron Maiden nunca primou pelas letras incríveis, mas de “Brave New World” pra cá as mesmas viraram destaque, ganharam importância
BruceDickinson está velho, rico e sobreviveu a um câncer. Faz o q dá na telha e Activia + Jack Daniels pro q acharem
Bruce SABE q seus fãs vão adorar. Qualquer coisa q lançar. E de qualquer jeito
deve se frustrar quem esperar novo “AccidentOfBirth“, “TheChemicalWedding” ou “TyrannyOfSouls“, o mais recente deles com + de 20 anos de lançado
a música só tem refrão (parece esses Iron Maiden recente, q ironia) e um riff lento, pra Bruce conseguir acompanhar. Rolam umas referências britânicas ancestrais aí, entre Monty Phyton e The Crazy World Of Arthur Brown
Steve Harris ainda acho o melhor compositor pra voz dele
Mas e aí, quanto vale o show? Vai valer 800 contos? Será q com o fim do Megadeth o Tesouro toca junto? Será q é recado pro IronMaiden? Será q vai cantar uma com o DennisStratton? Sabiam q o AndreMatos (sem acento) quase foi do IronMaiden?
Só uma coisa sei, por ora: sujeito está aqui em SP, pra evento de nerd abonado e molecada desempregada, a CCXP. Pra dar palestra.
O próprio descrevendo a “fase Skunkworks” no encarte de “TheBestOfBruceDickinson” (2001):
“‘Alive In Studio A’ and ‘Skunkworks’ go together because they were recorded by the same band and were part of the same conception. My idea was to submerge myself in a band identity called Skunkworks. DavidBowie tried the same thing with TinMachine. It didn’t work for him either.
In case you think that ‘Skunkworks’ was therefore a waste of time let me assure you that it wasn’t. I learned a huge amount about myself on that album. I had a lot of fun, I also almost gave up music as career.
‘Skunkworks’ was a low point in terms of career, comercial success and yet I remember it very fondly, and I still like the record a lot. When ‘Skunkworks’ producer Jack Endino remarked to me that making that record was like stitching Frankenstein’s monster together he was referring to the vastly disparate musical visions of the four of us.
Frankenstein’s stitching unravelled shortly afterwards and I am relieved to say I am still good friends with all of his limbs“.
No último sábado, tivemos aqui em São Paulo um show daqueles q até quem ñ foi vai passar os próximos anos dizendo q estava lá e q “foi do caralho”. Foi o show do Bruce Dickinson com orquestra tocando Deep Purple ahah
Acontece q o show do Garotos Podres, mesmo q só tenha tido mais esse show por aqui no dia, fica num HONOROSO 2º lugar. Show de q vou me lembrar pros próximos anos, tamanho o repertório, a entrega e a simbiose com o público.
Nenhuma novidade “ingressos esgotados”. Havia entre 600 e 700 pessoas ali, fácil, o q a mim consolida aquele Sesc como um espaço único e altivo pra show: fácil de chegar, horário pertinente, seguro (de novo, eram muitas as crianças presentes), com som e equipamentos de primeira, e ZERO presepada de bandas de abertura.
Falava até pro Leo, q estava junto: “Iron Maiden agora, só se for no Sesc” ahahah
****
E o q é um show do Garotos Podres em 2023? Hinos do punk brasileiro, urgência, zoeira (só eles conseguem cometer “Subúrbio Operário” e “Verme” e soarem coerentes), zoeira com o ex-presidente Pennywise e diversão garantida.
Ñ sei mesmo o nome dos caras (nada garotos) q acompanham Mau agora, mas atesto q vi uma banda ensaiada e entrosada, incluindo as horas de darem “rateadas” no andamento pro vocal rolar. Mau q certamente desconhece tom, semitom, harmonia e o escambau: canta tudo igual e berrado, ainda igual aos discos.
Pessoalmente, ñ me preparei. Ñ no sentido de reouvir os discos todos antes; no máximo, lembrava uma ou outra mais óbvia. E o barato mesmo foi ir me surpreendendo: “caralho, ‘Oi, Tudo Bem?'”, “porra, é mesmo ‘Rock de Subúrbio'”, “putz, ñ lembrava da ‘Nasci Para Ser Selvagem'”.
Além disso, presenciei uma banda zero refém do passado, tocando sons recentes, versões de outras bandas e afiada (Mau afiado) no discurso de esquerda. Historiador q é, ficou dando “cortes” históricos, estrategicamente situados no todo pra ele pegar fôlego.
O público abriu roda, içou criança (o mesmo “Black Force Dominho” q esteve no Krisiun e no Troops Of Doom), berrou junto, deu risada e ficaria mais o tempo q fosse, ñ fosse o cansaço do vocalista, q a idade (passou de 60 anos) e a barriga em cascata proporcionam.
E era um público de punks velhos, roqueiros de meia idade (eu, ñ o Leo), mulherada, crianças e até um perdido por ali usando camiseta do Pantera. Q ñ foi hostilizado, ao passo q se fosse o contrário…
Músicas (versões) repetitivas e longas ali pelo 8º e 9º sons achei um pouco chato, mas entendi q era estratégico pros sons no terço final. Fôlego conservado e recuperado. Pra ser chato ainda, achei desagradável ñ ter cds na venda de merchans, e q as camisetas estivessem custando 70 lulas. Mas fui lá pra me acabar de gritar e me deixar levar. É banda q comecei a ouvir com 12 anos e q ainda tem relevância, contundência e quaisquer outros adjetivos paroxítonos acentuados em circunflexos q eu puder acrescentar.
9º show q assisti em 2023. 9º show no Sesc. E o melhor, disparado, até agora. Anarquia Oi!
Set-List: 1. “Garoto Podre” 2. “Oi, Tudo Bem?” 3. “Vomitaram No Trem” 4. “Nasci Para Ser Selvagem” [versão pra Steppenwolf] 5. “Rock de Subúrbio” 6. “Johnny” 7. “Subúrbio Operário” 8. “Avante Camarada” [versão para hino esquerdista português] 9. “Antifa Hooligans” [Los Fastidios] 10. “A Internacional” [domínio público] 11. “Grandôla Vila Morena” [idem 8] 12. “Aos Fuzilados da CSN” 13. “O Mundo Não Pára de Girar (Por Isso, Estou Tonto)” 14. “Mucha Policia, Poca Diversão” [Eskorbuto] 15. “Gritos Em Meio À Multidão” 16. “Repressão Policial” – 17. “Anarquia Oi’ 18. “Verme” 19. “Expulsos do Bar” [Mata-Ratos] 20. “Papai Noel Velho Batuta” 21. “Vou Fazer Cocô”