10 ANOS DEPOIS…
… o q ficou?
… o q ficou?
Farpas começavam a voar; tvz fôssemos entender pouco adiante.
Direcionado a Kai Hansen? Final da lista de agradecimentos e endorsees, em “Chameleon” (1993), anônimo. Ou tvz de autoria coletiva:
“Through hard times you find out who your real friends are.
CHEERS“.
… o q ficou?
Por FC
No final de 2016 o Helloween anunciou oficialmente aquilo que se estendia como boato por semanas: Michael Kiske e Kai Hansen estavam de volta à banda para uma série de shows (e quem sabe algo mais) em 2017, ano em que se celebraria o 30º aniversário do primeiro “Keeper Of the Seven Keys”. Para o público brasileiro havia ainda a cereja do bolo, a confirmação de que a turnê teria início por aqui (no final, acabaram rolando uns shows antes na América Central e na Colômbia contrariando a própria banda, segundo declaração na Roadie Crew).
A venda de ingressos começou dias depois do anúncio e confesso que não dei muita bola. Quando resolvi dar uma sondada nos valores, pra minha surpresa eles já estavam esgotados poucas horas depois. E “como quem quer desdenha”, me toquei que eu realmente gostaria de ver a banda tocando, principalmente o repertório de Kai Hansen com ele cantando. Até no You Tube é difícil achar.
Mais surpreendente ainda foram eles anunciarem um show extra, com data e horários programados para a venda de ingressos. Desta vez, me antecipei e já adquiri o meu par rapidamente. Um dos pontos que diferenciava de outros shows a que já fui é que neste, após o recebimento, eu teria exatos 12 meses (!!!) de espera até a data.
Salto no tempo para outubro de 2017, quando a turnê se iniciou. Um cuidado que tomei (e que tenho tomado regularmente) é evitar o “spoiler de setlist“. Sempre achei mais legal descobrir na hora que a banda X ressuscitou um antigo hit, ou a banda Y tocou aquela música que nunca toca ou que a banda Z tirou do repertório “aquele clássico” e deixou todo mundo puto. Mas hoje em dia todos já sabem dias antes quais músicas serão tocadas e, para mim, estraga a surpresa. Inclusive até abandonei por uns dias o blog do chefe Txuca (sorry pela redução de pageviews na semana haha), quando notei que ele havia postado comentários sobre a turnê.
Desta maneira, compareci ao Espaço das Américas com a cabeça completamente limpa, sem fazer idéia do que tocariam, além daquelas certezas (“Eagle Fly Free”, “Future World”, “Dr. Stein”, “I Want Out”, “Power”). Também sequer tinha lido as matérias sobre a doença do Kiske e os playbacks na América Central, então fui com o “desconfiômetro” totalmente desligado. Também não fiquei sabendo dos problemas técnicos do telão na primeira noite em São Paulo e nem sabia qual seria a dinâmica dos vocalistas.
Comprei os ingressos para o setor “Mezanino Open Bar & Food”, um tremendo upgrade se comparado aos tempos de dogão, sanduíche de calabresa e cerveja quente na porta. Tudo bem que o “food” tratava-se apenas de pipocas e croquetes com gosto de peixe (vide acima), mas o open bar compensou (se bem que ao final era só água, provavelmente para botar os bêbados para fora).
***
Bem, vamos ao show. Um dos pontos que mais critico em relação às bandas que regularmente vêm por aqui é a pouca variação de setlist, fato que não me anima muito a sair de casa e pagar uma fortuna em ingressos. Por exemplo: no repertório que o Megadeth apresentou 2 dias depois, nada menos do que 12 das 15 músicas tocadas também estavam no setlist em 2005, última vez que os vi ao vivo.
E, felizmente, o Helloween foi generoso. Poucas vezes vi um repertório tão equilibrado, a ponto de não sentir falta de nenhuma música, nem achar que alguma outra sobrou.
A apresentação teve início com um cara da produção (o tecladista daquele Noturnall) saudando o público e avisando para quem não sabia: seria gravado um DVD. Pediu para filmar alguns aplausos e gritos e disse para que, durante “I Want Out”, o público soltasse bexigas laranjas.
O set começou com “Helloween”, com vocais alternando entre Kiske e Andi Deris. Em seguida vieram “Dr. Stein”, “I’m Alive”, “If I Could Fly”, “Are You Metal?” e primeira surpresa, “Rise And Fall” (acredito que, literalmente por décadas, não era tocada), seguida por “Waiting For the Thunder”. Os cantores se revezavam no palco em momentos solo ou em duetos e estavam numa vibe bem legal, brincando um com o outro. Inclusive no final de “Why?”, Deris mudou o finalzinho dizendo “you are perfect!” pro Kiske.
Uma animação com umas abóboras engraçadas meio que anunciava as músicas no telão, fato que fiquei sabendo que não rolou no dia anterior. Foi aí que veio ao mesmo tempo o melhor momento e o balde d’água fria: Kai Hansen assume os vocais para dar início a “Starlight” e no meio da música o P.A. vai pro saco. Só se ouvia uma bateria não microfonada e um baixo sem distorção, quase inaudível. Mas o curioso é que a banda não percebeu e continuou tocando e público cantava como se nada tivesse acontecido (até agora não sei se isso é bom ou ruim). E ainda emendaram “Ride the Sky” sem som até que alguém do staff entrou no palco e avisou que o áudio estava cortado.
Passaram-se uns 10 minutos até a banda voltar e o Kai explicar o que tinha acontecido. Ele anuncia que começariam tudo de novo e mandaram “Starlight” mais uma vez. Na metade, o P.A. não aguenta e o problema volta, desta vez com a banda abandonando o palco bem puta da vida.
Mais 15 minutos até que retornam, com tudo funcionando. E segue o medley com “Starlight”, “Ride the Sky”, “Judas”, “Heavy Metal (Is the Law)”. Em seguida, Deris e Kiske dividem os vocais nas baladas “Forever And One (Neverland)” e “A Tale That Wasn’t Right”. “I Can” foi a única de “Better Than Raw” e antecipou o solo de bateria de Dani Loeble, “o cara que mais está trabalhando nesta turnê”, como brincou Deris. No solo, um dueto com Ingo Schwichtenberg no telão deu até certa emoção para o momento.
[youtube]https://www.youtube.com/watch?v=k8llpnr_Mu4[/youtube]
Mais uma surpresa boa em seguida: “Livin’ Ain’t No Crime”, um ótimo lado B, emendado com “A Little Time”. Veio então uma trinca da ‘fase Deris‘: “Why?”, “Sole Survior” e “Power”, antecipando a última do “Walls Of Jericho”, “How Many Tears”, com os três dividindo o vocal.
A banda deixa o palco e, para o primeiro bis, mandam a intro “Invitation” e “Eagle Fly Free”. É duro, mas é verdade: demorou 24 anos pra essa música voltar a ser bem cantada. Emendam com os mais de 13 minutos de “Keeper Of the Seven Keys”, que termina com um coro do público enquanto o grupo se retira do palco, um por um.
Passados alguns minutos, Kai Hansen faz um pequeno solo e inicia o riff de “Future World”, encerrando o show com “I Want Out”.
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Saldo extremamente positivo. Se essa formação dará futuro, ninguém sabe. A julgar pela música inédita que compuseram [postada por aqui em 27 de Outubro último], não achei nada demais. No palco, a sintonia entre os vocalistas foi bem legal, mas não dá para saber o que se passa com Michael Weikath, já que demonstrar qualquer emoção nunca foi lá seu ponto forte. Mas presumo que tudo isso vai ser definido até o instante em que Kai Hansen não ficar de saco cheio e voltar para seu Gamma Ray, onde provavelmente vive em paz.
Tudo pra ser o evento do ano, o show dos últimos anos: quem por aqui ñ ficou sabendo, desde ano passado, do “Pumpkins United”, parquinho temático melódico turnê comemorativa bombástica do Helloween com seus TRÊS vocalistas juntos?
Anunciaram show pra cá (o de amanhã), q vendeu tudo em dias. Anunciaram show extra. Vendido tudo tb. Ranhetices minhas à parte, um puta evento, uma baita sacada, diga-se de passagem e pra dizer a verdade. Com direito a comoção aflita e especulações ansiosas acerca do set-list.
Fizeram até música inédita, celebratória, na melhor (modo de dizer) vibe “metal nacional”…
[youtube]https://www.youtube.com/watch?v=Feu8bxF05Rw[/youtube]
E aí a tal turnê abobrinha começa semana passada no México… Acusações de playback de Michael Kiske nuns momentos… Com direito a vídeos depois rancados do You Tube.
https://whiplash.net/materias/news_774/271992-helloween.html
(aparentemente com o link acima tb já tirado do whiplash)
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Como vivemos em tempos big brother, em q NADA mais escapa a um celular ou a testemunhos menos deslumbrados, veio uma nota dando conta de q Kiske andava meio mal, devido à viagem ao México…
Michael Kiske Health Issues!
With regret we have to announce that Michael Kiske has voice problems, caused by our tiring travel schedule.
He gave his best during the first two shows in Mexico, but after consulting a doctor he was told his voice needs to rest.
We thought about cancelling tomorrow´s show in San Jose, Costa Rica, but HELLOWEEN and especially Michael don´t want to let the fans down. We know that many of you have anticipated this for a long time and made many sacrifices to attend our show!
Having this in mind, we decided to strip down the setlist so we can continue the tour.
Michael is eager to perform for the fans in San Jose, but unfortunately his participation will depend on tomorrows medical advice.
Thank you for your understanding!
E como ñ se podia ficar pior, shows seguintes na Costa Rica foram “encurtados” (de “sons Kiske“) e Kai Hansen assinou o B.O.: “Michael Kiske tvz tenha feito playback no México”:
https://whiplash.net/materias/news_774/272255-helloween.html
E o q me fica, por ora, é repetir bordões em profusão dum certo ex-vocalista do Dr. Sin:
“O q é q eu vou dizer lá em casa?”
“Pelo amor dos meus filhinhos!”
“Pelas barbas do profeta!”
E por aí…
DISCOS DO GAMMA RAY PRA MIM:
E parei aí.
Kai Hansen meio q dizendo q o “Blast Of the Past” (2000) ñ é bem uma coletânea de ‘melhores sons’, mas de regravações destes com formação então atual. Sons nem tanto escolhidos pela banda, mas tb ñ pelos fãs. Sem conseguir disfarçar a contento q tvz tenha sido gravado mais pra cumprir contrato, vai entender…
“Hello everybody out there
so there it is, the first Gammaray ‘Best Of Album’. (BOA ey!)
After 6 studio álbuns and ten years of existence in the Heavy Metal Universe as GammaRay it was about time to take the ‘best’ songs and put them together on one album. To get things straight right from the start, ‘the best’ does not mean that each individual taste is represented, neither does it mean that the other tracks on the 6 albuns are crap. We would have had a hard time in selecting them by ourselves, so we made it easy on us and gave fans worldwide the opportunity to make the choice. 3 Songs had to be rated as ‘the favourites’ of each album.
A big thanx to everyone who took part. We counted how often each song was mentioned and it was interesting to see that the average was very clear on position 1 and 2, then on 3, 4 and 5 we sometimes had results that were only one or two points apart. So I guess, a frequent question on the following tour will be: ‘Why is… this or that song… not included?’. Well, can’t get it right for everyone, and that’s good because in the end we’re individuals and not just a dumb mass.
Special about this album is of course the ‘new arrengement, new recording, new mix, new everything’ part. Since S.O.I.S. we have a band that seems to be stable and the chemistry feels right. GammaRay today sounds different than in the past. So we felt we should create new versions of the chosen songs of ‘Heading, Sigh, Insaniy and Land’: since you guys shouldn’t spend your money on something already existing in your record shelf. The new works gave us the chance to avoid mistakes or fuck ups that maybe are only known to the makers ear and to do some new ones, ehe. We took the songs and arrenged them as we thought they should be from our nowadays point of view, so don’t be surprised to hear a lot of alterations compared to the originals.
It will be up to you to decide whether you prefer old or new, or just like or hate both.
I think I said enough, enjoy the ‘best GammaRay album ever’ and have a joyful metalennium!
Cheerz, Kai“
Menu do bimestre? Altas confusões com essa turminha da pesada!
Helloween
“Walls Of Jericho” – Kai Hansen liberta a 8ª Praga do Egito
“Keeper Of the Seven Keys – part 1” – o favorito dos órfãos
“Keeper Of the Seven Keys – part 2” – o preferido dos viúvos
“Live In the U.K.” – amador e engraçadinho
“Pink Bubbles Go Ape” – acertado, contundente e ignorado (por eles, tb)
“Chameleon” – quando tentaram algo, q ñ se sabe o q, nem pra quem
“Master Of the Rings” – o cd bônus supera, de longe
“The Time Of the Oath” – poderoso, vigoroso e prolixo (poderia ter sido 2)
“High Live” – cacetada impagável, duma formação tinindo
“Better Than Raw” – peso, melodia e acessibilidade em equilíbrio. Inspirado
“Metal Jukebox” – hermético e desnecessário
“The Dark Ride” – regurgitando e devolvendo pedradas aos (maus) imitadores
“Rabbit Don’t Come Easy” – nem Mikkey Dee salvou. Nem a capa. Nem nada
“Keeper Of the Seven Keys – the Legacy” – recolocando-os no mercado
“Live On 3 Continents” – presunçoso e pífio
“Gambling With the Devil” – pesado e refinado [a partir desse, ninguém parece ter dado a mínima]
“Unarmed” – humor germânico pitoresco
“7 Sinners” – Destrúcho poderia tê-lo cometido. Culhudo
“Straight Out Of Hell” – mais um disquinho, pra constar
“My God – Given Right” – mais um disquinho, pra cumprir contrato?
“Instant Clarity”, Michael Kiske, 1996, Raw Power/Castle
sons: BE TRUE TO YOURSELF * / THE CALLING * / SOMEBODY SOMEWHERE / BURNED OUT / NEW HORIZONS * / HUNTED * / ALWAYS / THANX A LOT! * / TIME’S PASSING BY / SO SICK / DO I REMEMBER A LIFE?
formação: Michael Kiske (vocals, guitars, piano, keyboards, sound effects), Ciriaco Taraxes (guitars; piano on “Do I Remember A Life?”), Kay Rudi Wolke (drums; guitars on “Time’s Passing By”), Jens Mencl (bass)
participações especiais: Kai Hansen (guitars on “Be True to Yourself”, “New Horizons” and “Thanx A Lot!”), Adrian Smith (guitars on “The Calling”, “New Horizons” and “Hunted”), Norbert Krietemeyer (flute on “Do I Remember A Life?”)
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Houve um momento cataclísmico noventista em q pareceu q o mundo iria acabar em barranco devido à saída de Michael Kiske do Helloween. Ñ q ñ tenha sido um evento, mas hj entendo q teve muita firula da Rock Brigade a respeito.
E a História mostrou q o Helloween continuou MUITO BEM sem ele, afinal.
Quando este “Instant Clarity”, saiu, lembro da apreensão q o envolvia. Sobretudo entre os viúvos e viúvas do canário-mor, cujo repúdio a Andi Deris na banda happy happy acompanhava o luto. Tb lembro, vagamente, de resenhas na época nem detonarem, tampouco elogiarem ostensivamente o material. Num modus operandi de crítico q hj entendo como o dum safo distanciamento: quem ñ gostou, ñ quis falar tão mal, pois ñ entendeu muito bem e/ou poderia acabar gostando; quem gostou, ñ se descabelou em elogios, por conta do material em si. E de tb ñ ter entendido bem qual é.
E a questão me parece assim: realmente ñ é uma porcaria de álbum, mas tb ñ há nada por aqui q, a meu ver, credencie o disco como algo injustamente depreciado, apressadamente ufanado, nem mesmo como material seminal, q tenha legado influências a rodo.
Por mais q o sujeito miando em “Be True to Yourself” o Chatovarius tenha chupinhado em sua “Alpha & Omega”. Por mais q “The Calling” e “New Horizons” me soem os únicos sons passíveis de arranjos pelo Helloween. Por mais louvável q “Always” preste-se como réquiem ao recém-falecido Ingo Schwichtenerg.
Resumo do álbum: os sons q contém Kai Hansen e Adrian Smith (alguns inclusive como co-autores, asteriscados todos acima) são os mais a ver com metal. Mais um metal levemente próximo daquilo q o Helloween consagrou em “Chameleon”. Menos divertido e porra-louca, no entanto. Tvz até por conta dos músicos de apoio soarem mais comportados (como no “Skunkworks”, do Bruce Dickinson): bateristicamente desolador me é ver apenas “New Horizons” conter trampo de 2 bumbos. Ñ encontro nas 11 faixas qualquer refrão memorável de sair cantando junto – no q poderia ser pobrema meu só, mas creio se dar por “Instant Clarity” denotar o quão tépido como compositor Michael Kiske sempre foi.
O baixista Mencl é destaque instrumental: sempre jogando algum “molho” e groove nos sons. O desempenho vocal é tb tímido, com pouquíssimos momentos realmente kiskicos de outrora. O álbum é homogêneo, com exceção de “Thanx a Lot!” (uma coisa meio folk, com vocais saturados e solo legal do Hansen), “So Sick” (algo bluesy, de voz distorcida e a única com aparente desabafo pra cima dos ex-colegas e de empresários ou gravadora envolvidos) e “Do I Remember A Life?” (balada longuíssima, com piano e flauta), q parecem coisa q o cara tvz precisasse pôr pra fora sem o imprimatur da ex-banda.
Comparações e aproximações finais: 1) tvz “Instant Clarity” possa servir àquela visita em casa daquela garota q curta pouco ou nada de heavy metal. Rola uns climas; 2) tivesse nascido nos EUA, tvz Kiske tivesse a partir dele (e da carreira errática com a qual prosseguiu) se tornado compositor de aluguel pra bandas como Aerosmtv ou Nickelblargh, e ñ sei se isso seria legal; 3) é um disco light, q mais adequadamente seria se chamasse “Distant Clarity”, mas jamais a ponto de causar vergonha a alguém de tê-lo comprado ou baixado. A ñ ser q pague uma fortuna por versão importada. O pior a acontecer será abandoná-lo nalgum fundo de prateleira ou deletá-lo uns dias depois, sem maiores conflitos.
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CATA PIOLHO CCXI – tirado da bio iômmica, de fonte canhota e sem os tocos duns dedos: o riff de “(Fight For Your) Right to Party”, dos Beastie Boys, parece ter sido chupinhado/sampleado do de “Hot Line”, do Black Sabbath