outubro 2013
OUTRO MESMO DISCO
Foi o amigo märZ quem disse q era “outro disco” a versão remasterizada do “So Far, So Good… So What!”.
É!
Valeu a dica, amigo. Recomprado mês passado:
Único álbum do Megadeth q eu ñ havia feito questão de comprar cd (tenho ainda o vinilzão), por sempre ter tido a impressão de Dave Mustaine e seus blue caps terem entregado a demo à Capitol. E torrado todo o orçamento em droga.
Pela bio do sujeito, ficou subentendido isso. Embora estivessem afundados em heroína (guitarrista q eles tinham chamado inicialmente pra substituir Chris Poland era traficante dos bons), Mustaine no livro culpa o produtor, meio bicho grilo e nada a ver com nada. Tanto q ñ deixou o tal Paul Lani mixar, recorrendo ao Michael Waegner. Q ñ conseguiu fazer milagre.
O milagre veio com a tal remasterização, de fato. Ñ havia conhecido álbum remasterizado q tivesse ficado realmente DIFERENTE. Melhor.
Fazendo o simples: Mustaine enxugou o excesso de reverbs na bateria. Dá pra ouvir direito as caixas de Chuck Behler. E as viradas sem emboleiras. Dá pra ouvir a metralhada de 2 bumbos cometida (e até então apenas sugerida) no 2º solo em “Anarchy In the U.K.”! Dá pra ouvir passagens dele com o baixo em “Hook In Mouth”.
Tirou o monte de guitarras a mais. A ponto de dar pra perceber violão (ñ era guitarra limpa!) e naipe de metais em “Into the Lungs Of Hell”: caralho! Em “In My Darkest Hour” acrescentou um dedilhado inicial, e ñ deturpou a coisa. Fica parecendo q ficou um “vazio”: é pq a caixa da bateria está com som de caixa.
“Set the World On Fire” ficou devida, parecendo sobra do “Peace Sells… But Who’s Buying”. Sem deméritos. “Liar” e o instante chiliquento verborrágico – a la Mille Petrozza – ficou melhor. “Hook In Mouth” continua meio frágil: ñ era das melhores composições.
Por outro lado, “Mary Jane” comecei a ñ achar tão ruim. Só derivativa da própria “In My Darkest Hour”: qual teria vindo primeiro? E “502” parece ter influência de Thin Lizzy, o q a porqueira de produção e mixagem de 1988 jamais deixava entrever.
Sei lá se outras remasterizações mexeram tanto – pra melhor – nos discos pré-“Rust In Peace”. Mas o caso aqui é evidente, patente e escancarado. Continua ñ sendo o melhor disco da banda, mas tb ñ o pior. Agora se ENTENDE melhor os méritos e os defeitos. Viva a tecnologia, hein sr. Mustaine?
(e um pouco de cara limpa tb deve ter ajudado)
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E ainda a ver, duas coisas:
- curioso o Metallica ñ haver remasterizado ainda os 4 primeiros discos. Será q ainda ñ juntaram dinheiro pra comprar os direitos?
- li resenha gringa dando q “Vapor Trails” (Rush) tb ficou outra coisa – melhor – remasterizada. Alguém por aqui já ouviu?
IÊ IÊ IÊ
10 MELHORES DISCOS DOS TITÃS PRA MIM:
- “Jesus Não Tem Dentes No País Dos Banguelas”
- “Cabeça Dinossauro”
- “A Melhor Banda De Todos os Tempos Da Última Semana”
- “Tudo Ao Mesmo Tempo Agora”
- “Go Back”
- “Õ Blésq Blom”
- “Mtv Ao Vivo”
- “Cabeça Dinossauro ao Vivo 2012”
- “Titanomaquia”
- “Acústico Mtv”
SAIU EM CD?
[no embalo dos posts-listas sobre rock brasileiro]
“18 Anos Sem Sucesso”, Joelho De Porco, 1988, Eldorado
sons: 18 ANOS SEM SUCESSO / MARIQUINHA, MARICOTA / FLIPPER / O HOMEM QUE EU AMO * / MAMÃE, MAMÃE [Herivelto Martins] / REBELIÃO NO CARANDIRÚ * / ENQUANTO VOCÊ PISA NI MIM * / SE EU ME APAIXONAR * / THE SAVERS / NO CÉU NÃO TEM CERVEJA * / DE VÉU E GRINALDA / TWIST DE BRANCO / BOEING 723897
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Lembro haver me espantado, vendo o “Botinada” (documentário sobre o movimento punk brasileiro paulistano) certa vez, dalguns depoimentos por ali darem o Joelho De Porco como inspiração para o “movimento”.
Logo eles, que nada tinham de pobres da periferia: todos gente muitíssimo abonada – os fundadores Tico Terpins (dono de estúdio de jingles e playboy) e Próspero Albanese (advogado e dono de bar de rico), como os que entrariam nos 80’s Zé Rodrix (compositor consagrado, inclusive de jingles e sócio de Terpins no tal estúdio) e David Drew Zingg (fotógrafo estadunidense, com longa carreira nos EUA natal e por aqui). Porém, elementos presentes nos 2 primeiros discos da banda, “São Paulo 1554/Hoje” (1974) e “Joelho De Porco” (1978) dão a entender tal influência.
Sons de chassi rock’n’roll e blues repletos de duplos sentidos cacofônicos (“México Lindo” e em “Boeing 723897” ao vivo), citações musicais variadas – Jovem Guarda, cantos tiroleses, Beatles, canções mexicanas – em meio aos de lavra própria, e de algum esculacho para com hábitos (já datados) da classe média paulistana (“Aeroporto De Congonhas”), e ainda alguma crônica urbana. Vide “São Paulo By Day”, do disco de estréia, que nos 70’s já citava a atuação dos “trombadinhas” no centro de São Paulo.
Algo que no contexto do rock brasuca setentista se fazia escasso: rock em português citando mazelas da realidade própria não rolava, muito menos com o “rock da Pompéia” (Made In Brazil e congêneres), mais cru. Ah, o fato de usarem smokings e maquiagens mezzo glam mezzo punk (visú transgressivo pra época) ao vivo também deve tê-los destacado em meio ao ecossistema…
Álbuns iniciais esses – o 2º, pela Som Livre, mais pesado (graças a Wander Taffo), embora sendo quase 50% de regravações de sons do primeiro, com vocalista argentino afetado e chatonildo (um certo Billy Bond, que não sei se é ainda produtor de filme erótico) – que recomendo uma busca. Aquele download despretensioso e curioso.
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A carreira discográfica do Joelho, porém, e a despeito de mudanças de formação talvez só menores que do Yes e do Annihilator, foi curta: meros 4 álbuns. Do qual este derradeiro “18 Anos Sem Sucesso” apresenta melhor formatação em relação a “Saqueando a Cidade” (1983), anterior e duma “volta” da banda (Terpins encerrara o Joelho em 1978) e negativamente prolixo em meio às ainda mais copiosas citações costuradas a sons voltados a figuras do showbiz, como Tim Maia e Roberto Carlos (merecedor de “Um Trem Passou Por Aqui”, de humor BASTANTE DUVIDOSO e INCORRETO, que descreve o suposto atropelamento e mutilação da qual o mais famoso capixaba foi vítima).
“18 Anos Sem Sucesso” traz também uma sonoridade OUSADA – até hoje – para o rock brasileiro: uma orquestra de 35 integrantes + coral (incluído um infantil) os acompanhou na maior parte do álbum, que incluem nova regravação de som antigo (“Boeing 723897”), standard de jazz (“The Savers”) e versões soft rock em português de sons gringos [sons asteriscados acima], temas infantis (“Flipper”, sim, é música-tema do filme do golfinho legal aportuguesada, enquanto “Mamãe, Mamãe”, breguice pueril deslavada dos tempos de antanho) e breves sons de veia politicamente incorreta.
Dentre os quais destaco a faixa-título, sobre roubadas pelas quais passaram em shows, apresentações na tv (“Festival dos Festivais”, em 1983, na Globo, em que chegaram ã fase final com “A Última Voz do Brasil”) e ataques frontais e indiretos a autoridades, donas de teatro e a ex-integrantes. Em meio a uma música elegante (um mega-jingle) e de refrão feminino: “a Deus tudo que peço só mais 18 anos sem sucesso”.
“Mariquinha, Maricota” é um mambo sobre gêmeas vadias nascidas em Trinidad & Tobago, meio em portuñol; “No Céu Não Tem Cerveja”, polca cantada metade em alemão (e sei lá se em alemão que existe). “De Véu e Grinalda” possui backings em português de Portugal, que tornam a letra incompreensível, sendo “18 Anos Sem Sucesso” um álbum requintado, muitíssimo bem feito e arranjado…
… com nítida intenção de “piada interna” entre os 4 artífices, que certamente se cagaram de rir cometendo-o, emulando cantores de Velha Guarda (Nélson Gonçalves), tirando sarro de si próprios (vide capa, antecipando vindoura e patética decrepitude) e AINDA do ouvinte, sobretudo fãs antigos, que jamais esperariam disco assumidamente retrógrado e intencionalmente antiquado.
Nem tudo funciona, claro, como as participações de Zingg, em vocalizações todas saturadas (e sempre em inglês) das quais não entendo se entende porra nenhuma. Além disso, não vejo neste um álbum que, relançado em cd, faria muita diferença à Humanidade (encalharia grandão), embora ainda goste bastante dele.
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O Joelho De Porco sumiu pouco após – e as mortes de Terpins, em 1998, de Zingg em 2000 e de Rodrix em 2009 tornaram definitivo o término (voltariam esparsamente em 1997 pra shows de relançamento da obra em cd, em eventos tributo duvidosos e numa participação tida como vexaminosa em Virada Cultural recente, apenas com o sobrevivente Albanese e membros obscuros do início) – e ainda assim legou albuma transgressividade cáustica e irreverente, sobretudo POLITICAMENTE INCORRETA, na música brasileira, num certo rock nacional.
Por exemplo: os vejo tendo influenciado descaradamente formações como o Velhas Virgens.
No que valeria conhecê-los, sim, por alguma ATITUDE punk, por mais contraditório que possa parecer. (E por mais que marxistas de plantão ignorem existir elite pensante). Os tiozões tocavam o puteiro.
…
[resenha originalmente publicada no falecido Exílio Rock, em 18 de Fevereiro de 2011]
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CATA PIOLHO CCXXII – “Choke”: Sepultura ou Alice In Chains? // “Gengis Khan”: Iron Maiden ou Cavalera Conspiracy? // “Beginning Of Sorrow”: Suffocation ou Megadeth?
PERDIDOS SEM PAI NEM MÃE
É… saiu disco novo. De nome esdrúxulo e forçado. Max andou falando mal, tomou invertida duma ex-Cavalera, q usa sobrenome ainda e representa/empresaria a massa falida chamada Sepultura. Tá no whiplash, pra quem quiser.
A diferença, desta vez, é q estou a ver gente muitíssimo fã – de longa data – tipo o amigo märZiano, FALANDO MAL.
Tem amigo por aqui tb – Tiago – se derretendo e tentando me converter convencer a ouvir. Resisto em minha IMPLICÂNCIA: voltei com 8 cd’s da Galeria sábado (concluí, inclusive, minha busca por todos os originais do Coroner) e estou bastante entretido pelos próximos… dias ahah
Parece estar páreo duro, pelo q ando ouvindo ou lendo, escolher o PIOR dos cachorros banguelas (ambos voltando às batucadas por espionagem industrial?), entre este novo e o recente Soulfly… Sei lá. Tb ñ ouvi ainda esse outro.
Interessante, no Facebook, ver o amigo Ricardo Sarcinelli levantar post comentando. Falando mal. Mas relativizando um tanto (sem, entanto, arregar) ante a presença da sra. Beijador, bastante interessante (sem ironias) em meio à conversa. Tentando persuadir uma galera a dar mais “chances” ao álbum, ao q argumenta de “Chaos A.D.” ter sido recebido com ressalvas no início… tb.
Mais engraçado ainda, em determinado ponto, ela admitir q SEQUER OUVIU o material ainda. Somos dois! E situados em pólos opostos, como nem M. Night Shayamalan ousou arriscar em “Corpo Fechado” ahah
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PERGUNTA: foi o Gordo, tempos atrás, quem disse q o Sepultura ruiu (na cisma em 1996) por causa das “muié”? Ciumeira das esposas de Igor (ainda ñ Igggggggggor – e ñ mais Cavalera, mas ainda empresária) e Beijador? Curioso ambas estarem ainda tentando levar o estandarte adiante: culpa ou sede de vingança?
E um FATO a considerar: desencanem quanto aos DOIS SHOWS recentes no RIR, contendo mínimas doses de sons “fase Derrick” (impressão da “moral” altíssima do Negão ali com os caras). Apenas levem em conta algo surreal: a banda recém-lançando álbum novo, farão shows aqui em São Paulo sexta e sábado próximo (Sesc Belenzinho) tocando o “Chaos A.D.” na ordem?!?
Tem q ser muito brother, muito condescendente, muito Roadie Crew ou muito Video Show pra relevar!
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Todo modo, segue o debate. Fiquem à vontade!
RASPAS E RESTOS
10 MELHORES DISCOS DO BARÃO VERMELHO PRA MIM:
- “Carnaval”
- “Barão Ao Vivo”
- “Supermercados Da Vida”
- “Barão Vermelho 2”
- “Barão Vermelho”
- “Carne Crua”
- “Balada Mtv”
- “Declare Guerra”
- “Na Calada Da Noite”
- “Barão Vermelho” [o de 2004 – e pra inteirar 10]
MELHOR DE CADA ÁLBUM
Aproveitando embalo recente
Com a regra de sempre: poder empatar 2 “melhores sons” em, no máximo, 3 álbuns.
“Facelift” – “We Die Young”
“Sap” (ep) – “Got Me Wrong”
“Dirt” – “Them Bones” e “Would?”
“Jar Of Flies” (ep) – “No Excuses”
“Alice In Chains” – “Heaven Beside You”
“Mtv Unplugged” – “No Excuses”
“Live” – “Queen Of the Rodeo” e “Bleed the Freak”
“Black Gives Way to Blue” – “Lesson Learned”
“The Devil Put Dinosaurs Here” – “Phantom Limb” e “The Devil Put Dinosaurs Here”
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QUESTÕES PERIFÉRICAS
- banda deveria ter voltado? PELO Q VÊM MOSTRANDO, SIM. AINDA Q NUNCA TENHAM REALMENTE ACABADO
- Jerry Cantrell: guitarrista ou compositor subestimado? UM POUCO MAIS COMPOSITOR Q GUITARRISTA, MAS AMBOS
- Staley ou DuVall? TANTO FAZ.
- Mike Starr ou Mike Inez? MARINÊZ
- melhor faixa-título? THE DEVIL PUT DINOSAURS HERE
- pior faixa-título? BLACK GIVES WAY TO BLUE
- “Get Born Again” ou “Again”? GET BORN AGAIN
- “God Am” ou “Am I Inside”? GOD AM
- melhor som q ñ entrou em disco de estúdio: WHAT THE HELL HAVE I?
- melhor álbum desde a volta? BLACK GIVES WAY TO BLUE
melhor formação: qualquer uma tendo Cantrell e Kinney
pior formação: qualquer uma q ñ tiver Cantrell e Kinney
duas melhores capas: “Jar Of Flies” e “Dirt”
duas piores capas: “The Devil Put Dinosaurs Here” e “Alice In Chains”
2 melhores videoclipes: “Them Bones” e “What the Hell Have I?”
2 piores videoclipes: “Angry Chair” e “I Stay Away”