Sujeito tem milhares de capas, q ilustram desde bandas enevoadas de doom até nomes como Overkill, Death, Control Denied… A página no Metal Archieves a ele dedicada é generosa nesse sentido. Dá trabalho, tem muita coisa mediana e repetitiva (percebe-se q quando o trampo é pra banda pequena, o esforço é menor), mas vale a pena o rolê:
Edição especial e ñ mais extraordinariamente terceirizada, por Jessiê Machado
Confesso que ao saber do lançamento desta biografia, em 1ª pessoa, de Max Cavalera fiquei muito curioso em lê-la, já que é, junto com Carlos Vândalo, o maior personagem do Heavy Metal brasileiro e, em tese, teria muito o que contar.
São 207 páginas, lançada no Brasil no final de 2013 pela Editora Agir, já que inicialmente foi escrita em inglês, facilmente encontrada em livrarias virtuais e físicas por valores bem camaradas (no máximo 35 reais).
O amigo Colli, em post sobre o “Reino Sangrento do Slayer” [fev. 2014], disse que não compraria mais nenhum livro que fosse biografado por Joel McIver, mas adianto que vale a pena abrir uma exceção para este, até porque Joel não emite opiniões e, a princípio, apenas organiza as idéias de Max, semelhante ao que ocorre na biografia de Dave Mustaine.
O livro tem prefácio de Dave Grohl, famoso arroz de festa, cuja importância e relevância na mídia internacional é indiscutível, mas aliada a declarações de Mike Patton, Dino Cazares, Rex Brown, Mille Petrozza, David Vincent dentre outros, enriquecem a obra.
Max começa realmente do início falando de seu nascimento, o de seu irmão, convivência em família, trabalho do seu pai (italiano que trabalhava em uma embaixada da Itália em SP) que possibilitou uma infância cômoda e muito boa numa época de regime militar onde todos viviam com medo, iniciação no candomblé por sua mãe e muitos outros detalhes. Max fala muito pouco de suas irmãs (a mais velha morreu com 1 mês de vida) em todos os momentos do livro.
Freqüentavam bons restaurantes, iam a festas importantes e ao estádio assistir a jogos do Palmeiras, sendo o primeiro contato de Igor (chamado o tempo todo de “Iggor”) com percussão nos instrumentos das torcidas organizadas, até a narrativa chegar numa parte extremamente comovente e que me identifiquei por demais: com 10 anos de idade Max perde o pai por doença cardíaca em sua presença.
A vida dele e de sua família deu uma reviravolta, tiveram que morar com outras pessoas e trabalhar. A infância de sonhos se foi. Sem contar que perdeu seu ídolo e herói.
Max narra tudo de uma forma muito verdadeira contando os problemas na escola, a revolta com Deus (muito presente em suas primeiras letras) e a forma como o Heavy Metal lhe trouxe o conforto que não encontrava em lugar nenhum.
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Max prossegue falando sobre a formação da banda, influência do Dorsal, nome da banda (sim, Txuca, veio do Motörhead), uma passagem muito rápida sobre Wagner Antichrist, detalhes igualmente rápidos dos primeiros discos até conhecer Andreas. Max passa o tempo todo a rasgar elogios e poupar Andreas de ataques. Enquanto detona Paulo Jr. sem dó nem piedade.
Max não destrincha muito as composições e criações dos discos (ao menos não como quem é fã esperava), mas as passagens acerca das gravações e primeira viagem para negociar o “Beneath the Remains” são muito boas.
O auge do livro é a saída de Max da banda, antes explicou como conheceu Glória, sua nova família, seus filhos, a perda do enteado, e depois prossegue dizendo sobre sua carreira em seus projetos e no Soulfly, mas o foco é de fato o Sepultura, pois apesar de ter tocado na banda por cerca de 10 anos e no Soulfly por mais de 15 anos, ¾ do livro são ocupados pela “fase Sepultura” e ¼ restante pelas outras bandas.
A leitura é muito rápida, não se gasta mais do que uma sentada, mas facilmente se percebe que a biografia foi feita de forma atabalhoada, meio que às pressas, as idéias vão e vêm e muita coisa fica sem explicação, ou simplesmente nem se toca no assunto. Mas também facilmente fica explicado pelo fato de Max ter quase 45 anos e muita música e assunto para caber em apenas 207 páginas.
De outro lado a promessa da capa do livro – “toda a verdade sobre a maior lenda do heavy metal brasileiro” – não é cumprida; inclusive não fica muito clara e explícita a verdadeira razão da saída de Max e tanta mágoa.
Ressalte-se também que quase não existem passagens de figuras tarimbadas do Metal Nacional como Vândalo, Andreas (seria muito interessante), João Gordo, radialistas, jornalistas e afins, as partes dos discos são negligenciadas, e esperava bem mais acerca da rica cena mineira e principalmente de Wagner e Sarcófago, além de R.D.P..
Outro paralelo que se pode fazer com a bio de Mustaine, apesar de ser infinitamente melhor escrita e desenvolvida do que esta, é que ambos dizem que as bandas são passado (Sepultura e Metallica), enquanto passam a biografia toda falando, espetando ou louvando a mesma. Freud explica.
Max inclusive deixa claro que uma reunião é crível e desejável, já conversou com Andreas, mas parece que os empecilhos são as empresárias (Max destila toda sua raiva contra sua ex-cunhada) e Paulo Jr.
Resta esperar a biografia da banda por Paulo Jr e Andreas Kisser, que disse que Max escreveu uma obra ficcional. Aguardemos as cenas dos próximos capítulos.
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* CATA PIOLHO CCXXVIII – capas q distam 30 anos uma da outra, hum? Ilustram bastante o significado de “contiguidade”…
Este é um post vintage, pra pessoas como eu, que ainda compram dvd.
(se bem que, procurando, vai que tem pra baixar…)
É também uma dica de dvd praquele tipo de pessoa que acha que o Motörhead acabou no “Another Perfect Day”, há 29 anos… Tem gente assim na “mídia metálica”, vide Bento Araujo. Mas não apenas: a quem sabe que a horda de Lemmy ainda persevera no Evangelho, lançando álbuns a cada 18 meses, segue AINDA MAIS a dica. Deste bootleg, “Heart Of Stone”, desovado por estas bandas pelo selo Voice Music.
Que a capa não ajuda: fica parecendo desses muitos dvd’s encontráveis atualmente, piratas oficiais, de shows tirados de fitas de videocassete gravadas de transmissões de programas especiais ou transmissões de shows em tv’s européias, ou de sei lá onde. E a qualidade das imagens corrobora isso um tanto.
Por outro lado: o áudio é bastante razoável, e o material… pérolas da arqueologia motörhéadica. Duma formação, dita “clássica”, que, salvo engano, nunca teve registro em vídeo adequado.
Show principal, inteiro, da turnê do “Iron Fist”, no Canadá em 1982. Com o trio Lemmy/Animal Taylor/Fast Clarke simplesmente abrindo com “Overkill”; com o palco decorado pelo bombardeiro estilizado que vinha desde os tempos de – óbvio – “Bomber”. Sem nenhuma frescura: som após som, banda em ponto de cintos de bala, copiados pelo Destrúcho mais tarde. Com uma platéia completamente entregue.
Curiosamente, não tocaram “Iron Fist”. A não ser que não conste o show inteiro – parece haver alguma edição. Mas “America”, “Heart Of Stone” (oras…), “(Don’t Let ‘em) Grind You Down” e “(Don’t Need) Religion” constam do set. Nos extras, outro show, de 1980, em Nothingham, anterior ao “Ace Of Spades”, álbum, que a maior curiosidade pra mim é “Step Down”, com Fast Clarke cantando.
Não bastando, há extras, facilmente encontráveis no You Tube, mas reveladores do quão xaropes os caras eram: playback de “Bomber” no “Top Of the Pops” inglês, p.ex., conta com Animal Taylor na bateria de 2 bumbos à frente, usando chapéu panamá ahah
Constam também os famigerados playbacks de “Please Don’t Touch”, com Motörhead e Girlschool juntos, pra quem ainda achar que é pouco. E “The Hammer”, também dublada nalgum programa matinal a céu aberto, com apresentador usando terno, público nada a ver com nada (e umas sacolas plásticas nas mãos) e pratos de bateria cor azul piscina.
…
[originalmente postado no Exílio Rockem 15 de Julho de 2012]
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* CATA PIOLHO CCXXVII – Jogo dos 7 Erros Videoclípico:
Tvz eu nem estivesse tão atento à comoção geral. Se é q houve uma, já q pelo q vi a saída de Angela Gossow do Arch Enemy foi idêntica à sua entrada: de repente estava lá, agora de repente de novo ñ está mais lá. Nota onde li diz q vai trabalhar como “empresária” de bandas agora? Do Arch Enemy? De mais quem?
Junto à nota falando da nova vocalista, Alissa White-Gluz, já soltaram vídeo novo, prévio de álbum a sair em julho. Eficiência digna e didática praquele monte de banda natimorta brasuca q anos atrás soltava notas do tipo “guitarrista foi a uma quermesse e peidou”, “banda tal anuncia disco novo, conceitual”, “banda x, y ou z faz sucesso retumbante no Japão e já PENSA em gravar novo disco”.
Novos discos, cuja maioria, felizmente ñ vi. Nem ouvi falar. Nem encontro em sebos, encalhados a R$ 5, como os cd´s do Almah.
Mas tudo isso é divagação deste q vos bosta posta. Fora mea culpa: só de ver a vocalista bonitinha nova (melhor trocar uma de 39 por outra de 28, certo, Michael Amott? Saiu mais barato q botocar a loira vegana magrela), saí chutando ser tentativa vã da banda de estourar no mercado estadunidense.
Resolvi ver o vídeo. Parece q ñ. Trocaram de 2º guitarrista tb: foi-se o superestimado menino-prodígio Chris Amott (cujo substituto foi tocar com o Ozzy, ora só…), entrou alguém aí q nunca tinha ouvido falar.
E o som é a melhor coisa q já ouvi de Arch Enemy. Em todos os tempos, e mesmo ñ sendo de minhas 231 bandas preferidas. Baterista nem parece o mesmo, embora seja: bateria soando de verdade! Horda q agora tem uma vocalista gostosa, por Crom. E q só PARECE personagem de anime. E q me deixou a divagar ainda outra coisa:
foi só o Carcass voltar ano passado, furioso, fudibundo e relevante, q Michael Amott foi se coçar, hum?
Regras de sempre: 1) poder empatar 2 “piores sons” em 3 álbuns, no máximo; 2) poder alegar “ñ tem” em 3 tb.
“Bestial Devastation” – “The Curse” “Morbid Vision” – “Crucifixion” “Schizophrenia” – “Rest In Pain (R.I.P.)” “Beneath the Remains” – Ñ TEM “Arise” – “Subtraction” “Chaos A.D.” – “Clenched Fist” “Roots” – “Lookaway” e “Endangered Species” “Blood-Rooted” – “Mine” e “Lookaway [Master Vibe Mix]” “Against” – “Floaters In Mud” (“Prenúncio” é hors-concours) “Nation” – difícil só duas: “Who Must Die?” e “Water” “Under A Pale Grey Sky” – “Troops Of Doom” e a atravessada memorável de Igor Cavalera nela
e parei ali. Os demais (“Roorback”, “Revolusongs”, “A-Lex”, “Dante XXI” e “Mediator bla bla bla”, fora o ao vivo de capa chupinhada do C.O.C.), ficam a critério dos amigos!
Pergunta: é o 2º ou o 3º ano seguido de Metallica no Brasil?
Desta vez com um álibi bem fraquinho: escolha o set-list. Uau. Ano q vem será: comemorando 1 ano de Lars andando de bicicleta sem rodinhas.
Enfim.
Ñ irei ao ensejo, nem nunca mais. Vi já o Metallica q me bastou e a lacuna de ñ tê-los visto em 1989 ñ há como tamponar. Por outro lado, ñ perco o sono por causa disso. Vai ao show quem quer, quem quiser pagar, ñ tenho nada a ver com isso, desisti de patrulhar.
Mas inevitável comentar o (suposto) lamentável set-list escolhido pela galera brasuca. Vide o top 10 abaixo:
Desde “Death Magnetic” (2008), com o desconto do incompreendido “Lulu” e de “Beyond Magnetic”, já são QUATRO os discos ao vivo e QUATRO os dvd’s ao vivo da banda. Caça-níquel nada, aceitam cartão. E nos OITO lançamentos, fora os shows recentes em Rock In Rio aqui, QUATRO são os sons a constar em TODOS os set-lists: “One”, “Enter Sandman”, “Nothing Else Matters” e “Master Of Puppets”.
Constantes no set-list criteriosamente escolhido pelo público brasuca. Q público brasuca? Seriam roqueiros de videokê e iPad? Roqueiros iniciados no black album? Hipsters a bordo das indefectíveis camisetas de AC/DC e Motörhead ainda cheirando à loja?
Sei q ñ são votos dos trues. Até pq imagino ñ ter nenhum true no show de sábado. (Domingo?). A ñ ser do lado de fora, pipando crack e pedindo vintão pra tomar conta de carro, ou querendo converter os satanistas de preto a Jesuis.
De qualquer modo, vale o meme hetfieldíco abaixo q me passaram no Facebook:
Alguém se importa? Opina? Caga e anda? Nada disso? Melhor ver o filme do Pelé?
Os amigos FC e Léo Musumeci muito me falaram sobre o Soilwork novo ser bão. Outra dica pra qual liguei o foda-se.
Ñ por eles, claro, mas pela banda, da qual já tinha desistido: embalagem death metal melódico enrustindo um metalcore pula-pula e gritão q ñ me agrada mesmo.
Dum troco q sobrou na Galeria do Rock sábado, aproveitei e peguei “The Living Infinite”. Estava barato. Duplo. Exagero? Nem!
Mal sabia q eles tinha arrumado um baterista de verdade (Dirk Verbeuren), o q fez toda uma diferença. Trocaram quase todo o time tb. Sobraram o vocalista e o baixista das antigas. As guitarras soam menos Pro Tools e o vocal vez ou outra ainda exagera na dose, mas beleza. Cresceram, esses caras. Quem diria!
No mais, trampo de teclado mais digno e de menos barulhinhos ao fundo, 2 sons instrumentais interessantes (nada de encheção de lingüiça), além da grata surpresa de Justin Sullivan, vocalista do New Model Army, discretamente participar em “The Windswept Mercy”.
Haja tempo pra digestão dos 20 sons: foi pro pendrive de ouvir som no carro.