janeiro 2018
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por märZ
Quantos anos tem o heavy metal?
Partindo-se do que é comumente aceito como seu marco zero, o estilo completa 48 anos no dia 13 de fevereiro. Muita coisa mudou nessas quase cinco décadas. Bandas pisaram forte e depois de um tempo desapareceram, outras seguem fortes, estilos foram criados e geraram outros tantos sub-estilos, artistas se consagraram, e tudo se espalhou como fogo em capim seco por esse mundo de Zeus.
Estava pensando aqui em quais seriam os álbuns mais importantes, relevantes e influentes quando se pensa em Heavy Metal, seja lá qual gênero for. Vou tentar citar alguns:
Black Sabbath – Black Sabbath (1970): por motivos óbvios. Pegou o blueprint de bandas como o Cream, adicionou peso e ainda mais distorção ao blues e deu no que deu.
Judas Priest – Sad Wings Of Destiny (1976): talvez não seja muito comentado quando se fala de álbuns seminais de metal, mas o Judas merece o crédito por ter criado uma variação do estilo feito pelo Sabbath, que se baseava em escalas de blues. A música da banda perverteu os tempos e criou a assinatura das guitarras gêmeas, tão copiadas mais tarde. O debut, anterior a este, ainda não trazia esses elementos tão em evidência.
Motörhead – Overkill (1979): um monstro em estágio ainda fetal, mas com garras e dentes já bem afiados. Acelerou o passo, ao mesmo tempo que manteve o swing.
Iron Maiden – The Number Of the Beast (1982): “Iron Maiden” e “Killers” foram bons álbuns mas empalidecem quando comparados ao abalo sísmico que foi a estréia de Bruce Dickinson na banda. Criou outro lugar-comum no metal: o ritmo “cavalgado” e os vocais “operísticos”, também tão copiados desde então.
Venom – Black Metal (1982): pegou a deixa com o Motörhead e acelerou tudo, colorindo com temáticas diabólicas e performance enlouquecida. Apesar das limitações musicais, se tornou extremamente influente.
Metallica – Kill ‘em All (1983): pedra fundamental do que seria uma das subdivisões mais populares do estilo, o Thrash Metal. Nem precisa falar muito sobre isso.
Possessed – Seven Churches (1985): tentando soar como Slayer, Metallica e Venom, sem querer inventaram o death metal.
Slayer – Reign In Blood (1986): assim como o Iron Maiden, foi em seu terceiro álbum que o Slayer realmente deslanchou. “Reign In Blood” é um dos discos mais influentes do metal e, em termos de velocidade extrema, todo mundo que veio depois deve as calças ao que Dave Lombardo fez aqui.
Metallica – Metallica (1991): após um tempo de certa estagnação e repetição da fórmula, o quinto álbum da banda elevou o estilo a outros patamares, trazendo o metal para as massas. Depois deste álbum, o Heavy Metal nunca mais foi visto da mesma maneira.
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Bom, esses são os que me vêm à mente nesse momento, e são os que me são mais familiares. Sei que devem haver outros que se encaixam na premissa do post, talvez pertencentes a algum outro sub-estilo tipo glam metal ou algo parecido. Mas essa não é minha praia e espero que alguém aqui possa contribuir.
REPRISE INÉDITA
Pauta q cogitei em janeiro do ano passado, ñ a fiz por preguiça.
Idéia é fazer anualmente lista de melhores posts do ano anterior por aqui. Algumas relidas caem muito bem, em minha opinião. Como tb é minha opinião sobre os melhores posts: ñ o são, pra mim, necessariamente por terem sido idéias maravilhosas, mas muito mais pelas discussões geradas.
MELHORES POSTS NO TCH EM 2017:
- “Apreço Afetivo/Bagagem Musical”, do amigo Jessiê – postado em 24.10 https://thrashcomh.com.br/2017/10/apreco-afetivobagagem-musical/
- “Big 8”, do amigo märZ – postado em 13.06 https://thrashcomh.com.br/2017/06/big-8/
- “A Grande Extinção”, tb do amigo märZ – postado em 07.12 https://thrashcomh.com.br/2017/12/a-grande-extincao/
- “30 Anos Depois…”, sobre “R.I.P.”, do Coroner – postado em 01.06 https://thrashcomh.com.br/2017/06/30-anos-depois-61/
- “25 Anos Depois…”, sobre “Fear Of the Dark”, do Iron Maiden – postado em 11.05 https://thrashcomh.com.br/2017/05/25-anos-depois-45/
- “Desdentados Anos 90”, sobre o documentário sobre o selo Banguela e o rock brasuca noventista – postado em 01.03 https://thrashcomh.com.br/2017/03/desdentados-anos-90/
- “20 Anos Depois…”, sobre “Cryptic Writings”, do Megadeth – postado em 17.06 https://thrashcomh.com.br/2017/06/20-anos-depois-106/
- “Eugene Victor Hoglan II” – postado em 08.06 https://thrashcomh.com.br/2017/06/eugene-victor-hoglan-ii/
- “Embate”, sobre duelo “Extreme Aggression” (Kreator) versus “No More Color” (Coroner) – postado em 01.09 https://thrashcomh.com.br/2017/09/embate-44/
- “Jornalismo Investigativo” – sobre Eddie Trunk, ex-Dream Theater e imprensa musical brasuca – postado em 03.10 https://thrashcomh.com.br/2017/10/jornalismo-investigativo/
S.U.P. AUDIOVISUAL
Vi o Motörhead 5 vezes. Em 1996, 2000, 2007, 2009 e 2011, quando já achei capenga e jurei ñ mais ver. E o fiz.
Por outro lado, tenho o show de 2007 como o melhor. Estavam na turnê do impecável “Kiss Of Death” e tocando ainda muita música do “Inferno” (2004) anterior. Tenho, em retrospecto (por conta dum dvd pirata dessa turnê), como o último ano realmente bom de Lemmy Kilmister capiteneando aquela putaria organizada.
Daí descubro no You Tube show simbolicamente ocorrido em 07.07.07 no Festival de Jazz de Montreaux. Como q pra carimbar aquele ditado “morro e ñ vi tudo”. Sensacional pq compacto (por volta de 45 minutos), com a primeira fala simplesmente memorável (reparem as entonações quando Lemmy fala em “jazz festival” e em “rock’n’roll” eheh) e “Sacrifice” como segunda música, com solo duns 5 minutos de Mikkey Dee.
O mais jazz q o Motörhead jamais chegou perto. Fora o repertório ligeiramente mais ameno. Áudio e vídeo muito bons, podiam lançar o dvd, em vez de disquinhos caça-níqueis, hum?
No mais, “Rosalie” na abertura, só me faz crer q a banda só falhou em nunca ter lançado disco com versões de Thin Lizzy. Teria ficado do caralho.
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O Coroner viria pra cá em 2014. Inacreditável. Comprei o ingresso o mais rápido q pude (vai q lotava), assim como prontamente peguei a grana de volta quando “adiaram” a vinda, faltando poucos dias. Desacreditei q reagendariam, e quando o fizeram já tinha usado a verba pra outra coisa – ñ lembro bem o q – e deixei de ir pq acabou sendo numa terça ou quarta-feira, dia útil, o q a idade e a vida laboral ñ me permitiram conciliar.
Até me arrependi disso, mas tendo em vista o box “Autopsy” adquirido no fim de 2016, e q eu enchei o saco por aqui de tanto recomendar, me senti compensado. Afinal, imagino q o show todo ñ tenha contemplado tudo o q os dvd’s ostentam.
Cansei de tentar achar no You Tube o show de reunião – na verdade, músicas avulsas ao longo de turnês de volta, entre 2011 e 2014 – do dvd. No máximo, há “Son Of Lilith” e “Divine Step (Conspectu Mortis)”, q obviamente têm seu valor, mas é pouco. Mesmo o documentário histórico, “Rewind”, ñ achei inteiro. Mas vai q existam outras formas de ver tudo isso, ou baixar, q o redator aqui ainda desconhece. Sei lá.
Daí encontro show da banda no francês Hellfest, ano passado. Inteiro. Denso. Foda. E q dá a noção do embasbacamento deste babaca quando vos posta a respeito do box. E já sem o baterista original, q tvz tenha alterado aqui ou ali alguma coisa, de modo tvz imperceptível pra quem ñ toque bateria. Pra abrir aquele sorriso de orelha a orelha até a gente se perder…
Prometeram disco novo pra ano passado, ainda ñ saiu. Será q sai?
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O Napalm Death, por sua vez, vi duas vezes. Ñ lembro os anos – e deu preguiça de procurar – mas foram na Led Slay (2003?) e na Broadway (ñ sei se antes ou depois do outro). Curtia a banda e curti os shows, mas ñ era ainda aprofundado na discografia e na distinção de sons escarrados um após o outro, sem dó.
No da Broadway, lembro de ter sido dos poucos a prestar atenção em “You Suffer”, q quando fui ver já tinha sido. No show aqui abaixo (festival de Glastonbury, no ano passado) eles tb o tocam sem q nenhuma das câmeras captasse ahahah
E o set-list descrito nos comentários tá meio bagunçado; alguns sons ñ batem a ordem. E o guitarrista ñ é Mitch Harris, q continua afastado da banda por “problemas familiares”, tendo no lugar um tal de John Cooke, dread-lóki.
A recomendação segue ainda com duas dicas: 1) leiam os comentários sobre o show, alternando entre o impagável, o improvável e o inacreditável (como aquilo de pessoas ñ lerem comentários anteriores e repetirem mesmos assuntos); 2) tentem assistir sem se incomodar com as MEIAS de Barney Greenway.
Q porra é aquilo?
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CATA PIOLHO CCLXIII – “Die By the Sword”: Slayer ou Accept? // “The Garden”: Guns N’Roses ou Rush? // “My Pain”: Triptykon ou Lacrimosa?
BROTHERHOOD OF MEN
Saxon prestes a lançar mais um álbum. Doa a quem doer. Gostem ou ñ gostem. E com título q devem ter checado umas 10 vezes antes de divulgar, “Thunderbolt”. Grande coisa.
O ponto é a homenagem ao Motörhead já divulgada, a constar do opus. Ainda mais propícia ante a morte recente de Eddie “Fast” Clarke.
Curti. Deixou a do Metallica lá pra trás. Na irrelevância.
ENCARTE: BRUCE DICKINSON
O encarte do duplo “Alive In Studio A/Alive At the Marquee Club” (1995) contém descrições levemente jocosas de Alex Dickson, Chris Dale e Alessandro Elena, guitarrista, baixista e baterista da banda-solo q gravariam “Skunkworks” (1996) logo adiante. Curiosamente, falta um perfil do próprio Bruce Dickinson.
Segue o “perfil” de Alessandro Elena:
“Alessandro Elena is 20 and is from Rome, Italy. His father is a professional jazz drummer. Alessandro started gigging professionally from the age of eight. He has been in several jazz rock bands in Italy as well as numerous sessions jobs. He move to England after failing to get conscripted by the Italian army, and met up with Chris playing in a band called ‘Machine’. His current drum kit is unique. It was made for him by his father. Curiously, like every other instrument in the band, it too is largely made of wood. Alessandro reads a lot and is a pretty amazing cook. He has many strange and unusual passions. He will tell you about them himself if you ask him“.
TEM Q TER FIM
As polêmicas da vez envolvem o “fim” do Slayer e o fim do Rush.
Slayer saiu por aí anunciando uma “última turnê mundial”, com monte de banda pendurada junto. Quero ver se esse combo vem pra cá mesmo. Mó comoção q sinceramente ñ entendo: os caras já vêm enrolando e vivendo de nome há anos. E quero ver se essa última turnê acaba logo ou perdura como a do Scorpions. Q vão parar, mas ñ disseram QUANDO.
Mas parece q as pessoas parecem se apegar. E mais: se apegar a uma banda q ñ mais existe (mesmo q ao vivo ainda renda um caldo) como existiu em seu auge. Ñ é nem birra de “Jeff Hanneman morreu” ou “sem Dave Lombado ñ rola”, nada disso. Subjetivo e relativo isso, mas como o amigo märZ postou por aqui certa vez, os últimos álbuns – por melhor q seja o “World Painted Blood” – dava pra ficarmos sem. Desse último então, ficou a capa, uns 3 sons mais ou menos e 3 videoclipes metidos a gore.
https://whiplash.net/materias/news_771/277240-slayer.html
Já o Rush parece estar anunciando o fim do modo Rush/canadense de ser: ninguém estava querendo assumir a mão amarela, daí surgiu depoimento de Alex Lifeson dando conta de q nos últimos 2 anos ñ tem havido mais shows marcados ou planos de gravar alguma coisa. Basicamente DEU.
Aparentemente de boa. E acho q tem q ser assim mesmo. Devem nada aos fãs ou ao mundo. Fica o legado. 24 discos de estúdio, caralho. E poupar quem curte da decadência q já se prenunciava.
(como Geddy Lee já ñ conseguir cantar a contento certas músicas mais. Vide dvd recente, “R 40”, q aliás já avisava categoricamente o fim)
Pq a real é assim: tá morrendo gente adoidado. Só neste mês, q nem acabou, já foram Chris Tsangarides, guitarrista do Babymetal (novinho, tudo bem), Eddie “Fast” Clarke, baixista do Kinks, vocalista do The Cranberries (tb nova, exceção) e ex-baterista do Judas Priest. A hora em q Ozzy Osbourne ou gente do Iron Maiden se for, tvz vá cair a ficha da galera de q esse povo já virou os 60 e 70 e só duram pq duraram. E lutando contra a indignidade.
E pq a obra pregressa – ñ a atual – segura a onda.
Assim: é natural q tudo morra. Esse negócio de banda insistir em continuar soa antinatural. E prende a todos nós num limbo perpétuo. Faltam “peças de reposição”? Evidentemente. Mas vai ficar faltando ir a show desse povo? Melhor elaborar de vez esse tipo de luto do q ficar vendo dinossauros capengarem até morrer de velhice.
Sei lá, é o q me parece.
BOTAS, FUZIS E CAPACETES
DISCOS DO BOLT THROWER PRA MIM:
- “Those Once Loyal”
- “Honour – Valour – Pride”
- “Mercenary”
- “War Master”
- “Realm Of Chaos: Slaves to Darkness”
Por ora, o q tenho/ouvi.
COMENTANDO DISCOGRAFIA
Carcass
“Reek Of Putrefaction” – tripas pra fora
“Symphonies Of Sickness” – tripas pra dentro
“Necroticism – Descanting the Insalubrious” – prog gore
“Tools Of the Trade” (ep) – decomposições
“Heartwork” – criaram um estilo
“Swansong” – patinho feio
“Wake Up And Smell the… Carcass” – exhume to consume
“Surgical Steel” – Steer It Up!