ANO NOVO
Imaginem-se bundando em Londres em 1977, véspera de ano novo, sem ter muito o q fazer. Aí alguém te fala: “bora ver os Ramones no Rainbow?”
“Quem?”
1978 foi um Feliz Ano Novo. O resto é otimismo sazonal.
Imaginem-se bundando em Londres em 1977, véspera de ano novo, sem ter muito o q fazer. Aí alguém te fala: “bora ver os Ramones no Rainbow?”
“Quem?”
1978 foi um Feliz Ano Novo. O resto é otimismo sazonal.
Pra fechar o mês temático thrasher, lista de ep’s.
MEUS EP’S DE THRASH FAVORITOS:
O precedente já existia: há quantos anos ñ houve aquele “racha” no Garotos Podres pq seu baixista fascista começou a falar bem do Bolsolixo?
Racharam, os caras gravaram sem o vocalista (Mao) um disco q ñ fiz a menor questão de adquirir, “Saúde & Trabalho”, o vocalista seguiu como O Satânico Dr. Mao & os Agentes Secretos e a banda mesmo tentou seguir só como “Garotos“. Mediante um processo pela disputa do nome.
Mais pífio q isso a banda ter durado tanto com um vocalista ostensivamente de esquerda e ligado ao PT. Diz muito sobre bandas q ñ ligam a mínima pras próprias letras ou pra q o vocalista diz ou deixa de dizer.
Mao conseguiu na justiça – e o baixista, Sukata, é adevogado – o nome, a banda (devidamente reformulada) e seguiu o baile. Sem disco novo ainda, e dos quais quase fui a show, gratuito, há uns 15 dias.
Agora, porra, Fábio do Olho Seco?
De histórico conhecido. Loja Punk Rock, na Galeria do Rock (de quando ainda ñ era Galeria do Rock, no fim dos 70’s) e quase q um ideólogo da porra toda?
Dá pra entender, recorrendo ao R.D.P. – “um punk vira crente para conseguir a salvação” – como consigo imaginar q outros daquela velha guarda (tipo Ariel e o próprio Mingau, q hoje toca na banda do Inútil Moreira) todos “virando” fascistas tanto quanto.
Ainda q tvz já tivessem esse posicionamento, mas enrustido. Saíram do armário.
Artigo de um certo Marcelo Moreira (ñ deve ser parente daquele saco de estrume com QI alto) no site/blog Combate Rock, diz o q penso:
http://combaterock.blogosfera.uol.com.br/2019/12/27/punk-apoiando-ato-terrorista-revela-um-lado-mais-do-que-sombrio-do-rock/
Compartilho o seguinte texto, de um certo Felipe Silvatti no Facebook, preciso, pra arrematar:
“Os punks e o bolsonarismo têm uma coisa em comum: o discurso antissistema. Sim, eu sei que Bolsonaro encarna o que há de pior no próprio sistema político, mas ele conseguiu, por meio de sua retórica tosca, colar em si mesmo a imagem do “contra tudo e contra todos”. A soltura de Lula ressuscitou o anti-petismo de certos punks que andava meio adormecido desde o golpe contra Dilma. Vi muitos posts de punks indignados com o fato de ter tanta gente da cena “defendendo o PT”. Segundo os indignados, o punk sempre foi contra todos os políticos. Nem de esquerda, nem de direita, muito pelo contrário.
O problema é que esse punk essencialmente isentão só existe na cabeça dessas pessoas. Antonio Bivar documentou, em 1982, que muitos punks votavam no PT. Reportagem da Ilustrada, também de 1982, assinada por Pepe Escobar, observa que (palavras dele) “a maioria dos punks, por uma série de contingências, votam no PT”, embora não sigam o partido cegamente. Claro, estou falando dos primórdios do punk em São Paulo. Muita água passou debaixo da ponte de lá para cá. Mas esse papo de que o punk sempre foi contra todos é conto de fadas. Não é bem assim que a história se desenrolou. Para ilustrar, foto de uma banda punk tocando no diretório do PT, um dos raros espaços que permitiam às bandas mostrarem seu som, além de Centros Acadêmicos de faculdades. De esquerda, claro”.
O texto conta com uma foto do próprio Olho Seco – aparentemente acompanhado pelos caras do Cólera – tocando num diretório do PT.
***
Simples de entender: essa escrotidão toda é só contra o PT.
Parece q o Fábio já apagou o post (tarde demais, vide acima: inventaram o print!) e o “Olho Seco ñ se pronunciou até o momento”. Sendo q o Olho Seco é e sempre foi o Fábio + uns caras q ele conseguiu juntar e q ninguém nem nunca soube nome. No máximo, o tal do Agrotóxico, q ñ sei q apito tocam.
Ñ se trata de “opiniões divergentes” q “têm q ser respeitadas”.
Porra nenhuma.
Apoiar Bolsolixo e tudo o q está acontecendo em searas nazistas e chacinistas (incluído o atentado com Coquetéis Molotov, de autoria assumida por neo Integralistas) é ser nazista.
Vão tomar no cu esses nazistas.
Minha única curiosidade, fora a decepção e NOJO do episódio, é saber se Jão, JG e Clemente se pronunciarão. Ou se já se posicionaram.
… o q ficou?
20.12.19 – The House, São Paulo
Tem 3 anos q eu ñ pisava no lugar, chamado The House agora, mas q até o marcador de Instagram insistiu em chamar de Hangar 110. E continua igual ao Hangar 110, pouquíssimas mudanças, o q acho ótimo.
Lugar incrível pra show (já vi Exumer, Artillery, Infect, Zumbis do Espaço, Amorphis, The Haunted, Agua de Annique, Samael, entre outras bandas), perto de metrô e com a tradição de terminar tudo antes da meia-noite, pra dar tempo de voltar. Sem nego tr00 vomitando na rua e conspirando contra o local.
O Periferia S.A. tem 16 anos q eu ñ via. Vi – ali no Hangar 110, em janeiro de 2003 – quando surgiu; quando das primeiras encrencas de saúde do João Gordo (“Obesidade Mórbida Constitucional” e tal), Jão chamou Jabá e Betinho (formação original do RDP) e resolveu tocar. Os discos vieram mais tarde.
Foi o amigo Leo quem me avisou do evento, prontamente aceito. Noite de sexta feira (complicado pra mim, vindo do trabalho, mas ok) a 25 kitgays, com 3 bandas: Leptospirose, Surra (meu 5º show dos caras este ano) e Periferia S.A.
Chegamos cedo, coisa de novato, às 19h. Tinha ninguém. Só o vocal do Surra, espantado com as camisetas da própria banda (ahah) e uns abnegados. Toca esperar. No q fomos conduzidos por algum DJ tocando sons entre metal, punk e Krisiun novo. Bacana. O lugar foi enchendo, e junto a isso, nossa dúvda: Leptospirose previsto pra entrar às 21h, Surra às 22h, Periferia S.A. às 23h… Daria tempo pra pegar o metrô e voltar?
Deu. Quando Periferia S.A. acabou eram 23:10. Leptospirose começou 21:30. Punk/crossover old school é assim mesmo.
Do Leptospirose me lembrava ser banda antiga, o q o físico e o visual do trio ñ me desmentiram: tiozões fazendo punk à moda antiga, tentando virar grind. Ñ fizeram feio, eu é q ñ estava na pegada.
Tvz se conhecesse as músicas antes (todas em Português) me animaria mais. Ñ fui muito com a cara do vocalista/guitarrista, meio Cheech Marin, q com o (pouco) tempo mostrou algum carisma, empatia e foda-se ligado. À moda antiga a banda ainda, no sentido de terem um baixista muito bom, acima dos outros 2 (e desconfio q músico em bandas de mpb por aí, sei lá).
Foi legal, no fim.
O Surra veio na seqüência, e tudo o q eu resenhei dos últimos 2 shows dos caras, pode repetir: banda voando, tocando demais, ganhando domínio de palco e da galera palpáveis.
Foi do Leo, vocalista, a melhor tirada do dia, da semana, do mês. Em certa hora, em meio a diálogo com o baixista aloprado (acho q todo baixista é doido), disse: “esse é o último show da banda. Pq eu e o baixista ñ estamos nos falando. Amanhã tem outro show – fariam outro, de graça, mediante ingresso deste – e será o show da ‘volta'” ahah
A receptividade foi monstra: rodas, gente cantando tudo e toda uma molecada (ainda mais mulherada) q vi em outros shows dos caras, no Sesc e nos Fests (Overload Beer + Kool Metal). Fãs acompanhando, fazendo uma cena, tornando os caras ainda maiores.
Post deles no Facebook último sábado deu conta de terem feito 52 shows em 2019, em 17 Estados. Foda. Ñ vão “estourar lá fora”, q isso é coisa de “metal nacional”. Já estão estourados aqui.
O Periferia S.A. ñ pareceu entrar com o jogo ganho. Tvz devido à faixa etária. E foi um pouco estranho: pouca comunicação, muita microfonia. Minha maior estranheza, na bateria: Boka no lugar de Betinho, q pareceu estar ali mais como roadie.
Jão tem uma outra pegada em falar sério (principalmente) e zoar, q ñ dá pra comparar com JG.
E teve lá um ou outro problema técnico, q pra mim foi coisa de quem ñ passou o som antes do evento. Veteranos todos, em algum momento a coisa assentou e foi foda.
Tocaram muitos sons do disco homônimo de estréia: reconheci “Devemos Protestar”, “Facit Indgnation Versum”, “Recomeçar” e “Segunda-Feira”. Do “Fé + Fé = Fezes” parece ñ ter rolado nada.
Já o “resto”… Só filé lado b do Ratos de Porão: “Caos”, “Agressão/Repressão”, “Sentir Ódio e Nada Mais” (hino), “Políticos em Nome do Povo”, “Novo Vietnã” e “Periferia” fechando. Sem muito aviso, sem bis, sem média com ninguém.
E tudo bem.
**
Minha opinião: se há um ser, nessa cena metal/punk/crossover brasileira q mereça o epíteto “lenda”, esse cara é o Jão. Mais q Max, q Vândalo, q André Matos. Carrega o Ratos nas costas, e quando ñ dá faz um “Ratos B“. Com credibilidade, autoridade e sem ouvirmos falar em treta com nenhum envolvido.
Q o diga João Gordo, q esteve como DJ em show do Claustrofobia – e cantando junto com os moleques alguns Sepultura? – sábado à noite.
MEUS DISCOS PREFERIDOS DE RETORNO DE BANDAS THRASH:
* na verdade, o disco da volta (a 1ª volta) é “Alive Again”, um ao vivo q nunca ouvi (acho q vi uma vez na Galeria, se muito. E muito caro) e q ñ incluía músicas inéditas. A quem objetar com o ao vivo do Exodus, o incluo por ter música inédita, meio q um critério de desempate
OBS: ñ incluí discos “de volta”, como aqueles em q a banda volta a fazer thrash depois de abandonar o estilo, tipo “Violent Revolution” (Kreator) ou “We’ve Come For You All” (Anthrax) ou mesmo “Death Magnetic” (Metallica). Quem quiser incluí-los, à vontade!
versus
Single novo do Carcass, saindo em flexi-disc (!!) encartado em revista. Decibel.
Ñ sei se pelo áudio ruim da bagaça, somado ao áudio distorcido do YouTube, mas ñ me animei. Mesmo o vocal ñ estando tão maçarocado como em “Surgical Steel”.
E quero me animar. Por outro lado, sendo banda q jamais se repetiu, vai q é algo diferente q necessita assimilação.
Achei meio stoner nalguns momentos.
Apesar dalguns momentos auto-chupins tb. Toda banda com alguma longevidade e pegada própria tvz vá se tornando naturalmente auto-referente.
Ou nem?
(parada difícil)
Cannibal Corpse
melhor capa: “Kill”
pior capa: “A Skeletal Domain”
Opeth
melhor capa: “Morningrise”
pior capa: “My Arms, Your Hearse”