(ou Presepada, com P maiúsculo)
(Ou, como organizar um show com algum público garantido. Se valendo da ingenuidade alheia)
(uma leitura complementar de “10 Motivos para Odiar os ‘rock Bar'”, no www.exiliorock.com.br, é sugerida após a deste post)
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Primeiro show no ano, 1º em q ganhei ingresso. E lá fui. Intuindo a presepada.
Q me parecia pelo fato de haver 5 (CINCO) bandas de abertura, mal disfarçadas sob o nome “Extreme Hate Festival” (devem ocorrer uns 300 pelo Brasil todo, com esse mesmo nome criativo). E q fui confirmando, ao chegar às 15h15min (o email me falando do brinde falava em chegar às 15h pra pegá-lo) e ver as portas ainda fechadas.
E umas 30 pessoas do lado de fora, sendo 90% gente das bandas do interior – 4 das 5 q abriram o evento – e agregados, vindos todos em vans e mini-ônibus, certos de quererem fazer bonito aqui na capital. Humpf.
Mais ou menos de fora, ouvia-se alguma passagem de som, e a porta do lugar (Tribe House, uma Fofinho melhorada, mas com problema igual: tendo apenas UMA entrada/saída, em pegando fogo lá dentro, metade morre queimada/sufocada, a outra pisoteada) foi pontualmente aberta às 17h20min. Fui o 1º a entrar e ser revistado…
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Passo às bandas de abertura e suas circunstâncias:
* tocou primeiro um certo Kross, de Jundiaí, se dizendo thrash. Até q sim e, pra mim, a banda promissora da noite. Colocados num estúdio, com produção legal aparando certas arestas, os moleques se virarão bem. Guitarras bem legais e entrosadas – em q pese 1 dos sons ter riff chupim do de “Heartwork”, no q me pareceu homenagem consciente – e um baterista ñ tão dado aos taco-taco thrash, preferindo mais levadas de bumbos e alguns blasts (no q soaram bem mais coerentes sonoramente q Andralls e Claustrofobia, q forçam a barra nesse sentido), ainda assim meu destaque vai pro vocal, q alternou vozes melódicas com guturais sem forçação de barra nem pedantismo.
Teve hora q achei q tinha backing vocal nas mudanças de voz, e ñ: era o cara mesmo.
* daí veio de São José dos Campos o Chaos Synopsis. Tremendo ARREGAÇO e, pra mim, a banda da noite. Triozão posando de mau, mas competentes pra cacete. Um híbrido sonoro conciso de Death com Torture Squad e Krisiun, ñ tendo tanto blast assim, mas todos duma competência técnica tremenda.
Q o diga um dos solos de guitarra ter tido base no baixo em tapping (a la Krisiun). E tb momentos de harmonização das cordas bem a ver. O baterista foi o destaque, comendo tudo, sendo um diferencial ao Torture Squad por as firulas soarem pertinentes ao som, e ñ jogadas, como o Amílcar muitas vezes faz (mesmo tendo diminuído no “Hellbound”). Músicas ao mesmo tempo tendo partes thrash, vocais death, vocais rasgados (cortesia do guitarrista), partes blast, tudo muitíssimo bem costurado.
Ñ agüentei e peguei a demo dos psicopatas, “Garden Of Forgotten Shadows”, à disposição por ridículos 5 contos, e q ñ honra (gravação meio abafada – sobretudo da bateria, q mal se ouve as conduções de ride – e só de 6 sons) a CARNIFICINA q propagaram em palco (com som de Kataklysm no fim, contando com 2 amigos subindo ao palco e cantando certinho, e direito a mosh do baixista ainda durante o mesmo).
Ao amigo Yulo, amante do underground, vai aí a dica, de buscar o site da banda, www.chaossynopsis.com.br. De minha parte, a espera por um álbum de verdade, com som de verdade. “Caralho, caralho, caralho”, era o q um cara ali da beira do palco dizia ao fim. E ñ consigo dizer algo melhor.
* veio o Ophiolatry sob aclamação. São de Pindamonhangaba, e um pouco por serem os mais experientes (tiozinhos barrigudos), outro tanto por já terem lançado álbuns por selo floridense (o 2º nem saiu por aqui ainda), todos por ali – todo o público importado do interior (a q me referirei adiante) – os louvava com sinceridade. No entanto, ñ achei legal: a despeito do baixista/vocalista bem comunicativo e pouco estereotipado, e do bom guitarrista de presença estereotipada (metido a querer fazer frases de efeito tipo “quando o umbral era mais embaixo”, “temos q tocar o hell pra frente”), e das músicas curtas e grossas, o baterista zoou tudo.
Nitidamente ñ sabia tocar blast, tentando cozinhar alguma coisa mais ou menos. Nem aqui, nem lá, e ñ tão a ver com os sons do “Anti-Evangelistic Process”. Treinou bumbo – o mano é rapidíssimo nisso – pra cacete, mas esqueceu de treinar caixa. Pra mim, a banda desperdício da noite. E q tenham melhor sorte numa próxima.
* veio daí a banda largada da noite, o Laconist, de Campinas. Q nem era tão ruim de som – um híbrido de thrash (e das bandas da noite, a de momentos thrash com maior propriedade) com death – mas nitidamente INEXPERIENTES em palco: aquela banda q começa a tocar e leva 2 minutos entre som e outro, pra escolherem o próximo. Achei q faltou profissionalismo ali: vocal acendendo cigarro, baterista dando risada dos problemas técnicos, baixista tiozão meio nem aí pra coisa etc. Tivessem acordado de q estavam fazendo abertura pra banda gringa, e ñ tocando pra amigos (se bem q estavam…), eu tvz tivesse gostado mais.
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Aqui levanto a bola do público garantido espertamente pelo promotor do evento. Q fez o q rola aqui em São Paulo de monte, tanto em festival de bandas true de som próprio, com em baladas de bandas cover a granel: juntam-se de 5 a 10 bandas duma vez (sempre chamando o lance de “Festival”, claro), e, em cada uma trazendo meia dúzia de agregados, já se tem algum público. Somados os integrantes das 5 bandas, eram 19; estimativa modesta de cada 1 trazendo namorada + amigo, já tinha 57 no lugar. Sendo q me parece ñ haver juntado no total 300 pessoas.
E aí, me alternei entre DÓ e RAIVA quando esses caras tocando saudavam “e aí, São Paulo?”, “do caralho, São Paulo!”, “muito foda vir tocar pra vcs”. Porque esse pessoal do interior estava tocando pra – exceção a mim e a uns 2 ou 3 – eles mesmos!
A diferença desse pessoal – mais tranqüilo, menos metido – é q, ao contrário das baladas de 10 bandas por aqui, as q começam ficam vendo até a última…
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A última banda de abertura ANTIPATIZEI POR COMPLETO, o tal de Itself. Pq levaram o tempo q as outras bandas tinham de set (e isso, outra diferença pra galera de interior: combinam meia hora, 40 minutos, tocam meia hora, 40 minutos, sem embaço) pra montar o equipo, sendo q levaram cabeçote e bateria de 2 bumbos pro palco. E por mais q isso se revelasse expediente de instalar o equipo pro Sinister (q tocou com esse equipo melhor), simplesmente ñ aturei os caras.
Se dizendo fast thrash, mas sendo um híbrido de coisa meio experimental, com alguns blasts, alguma coisa meio pula-pula e alguma coisinha thrash. E pq ñ gosto de baterista (tb vocalista e nitidamente dono da banda) com EGO (tempão passando som, arrumando equipo, ainda se achava no direito de reclamar de deficiências técnicas; por sinal, a única banda a tê-las, por quererem, além de tudo, tocar MUITO ALTO). E pq foi a única banda – fora os gringos – q ñ interagiu com nenhuma outra: na hora em q cheguei, os vi no carro onde chegaram. E ficaram no carro, sem nem entrar na casa, até a hora de tocar.
(o tipo de gente q daqui uns tempos vai reclamar da falta de “união” da “cena”…)
Moral da estória: esses caras findaram o curto set (q me pareceu ñ contar tb com tanta aclamação dos poucos q lá ficaram vendo) e passou mais de uma hora pro Sinister entrar. Puta embaço pra arrumar som, passar som (cadê profissionalismo??), neguinho segurando uma cortina pra fazer suspense, e aí, faltando 5 minutos pras 23h, os holandeses entraram.
Fiquei só duas músicas: uma, “Enffffram duuu cotobleargh”, do álbum “Blaaaaaaaargh”. A outra, “Crããããñzu Fuuuuu Du Xuuuuu”. Som meio embolado, baterista sem muita pegada, vocalista com quilos de efeito (mais q o Derrick Green), mas a certeza – aliada a cansaço, dor de cabeça, fome e mau humor generalizado – de q ñ serão banda de q me lamentarei futuramente ñ ter ficado o show inteiro, me motivou a ir embora.
E ñ querer mais ser tratado como GADO. E jurando nunca mais ser assim ingênuo (deveria ter chegado, como muitos – né, Wagner? né, Marcão? – ali prumas 8 da noite, quando acabava o Laconist).
Disse-me o Wagner q a presença de público ali (q cresceu a partir do Itself, e ñ por causa deles) seria condição pra vinda do Benediction ainda este ano. Tomara q dê certo, e tomara q existam bandas no interior bastante disponíveis pra engrossar esse caldo. Bastante disponíveis em divulgarem o som na capital pra eles mesmos. E mesmo assim ainda bastante competentes (tirando minhas ressalvas) e bem mais “sangue nos óio” q as bandas da capital.