PERDA IRREPARÁVEL
Quer dizer, até “reparável”. Graças à notícia, reparei q ainda existiam.
https://whiplash.net/materias/news_767/283888-matanza.html
Duraram 22 anos? Puta merda.
Quer dizer, até “reparável”. Graças à notícia, reparei q ainda existiam.
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Duraram 22 anos? Puta merda.
Release cometido pelo vocalista/guitarrista Gilmar na contracapa da versão remasterizada (2006) de “Causas Para Alarme” (1989):
“E o que faremos quando não mais tivermos motivos para lutar, quando não mais tivermos mais razão sobre a nossa própria consciência, quando não sentirmos o cheiro da terra, da comida e da grande merda em que vivemos? O que será de nós quando não sentirmos mais as nossas próprias vibrações sexuais? Será este o futuro que nos é reservado!!? Um futuro de máscaras radioativas, comidas enlatadas, carnes contaminadas e podres? Preservativos sexuais? Quem provocou tudo isso? As nações? Todas sucumbirão em total caos. Onde estão os dias? Só trevas… E nelas, reinando a Mãe Morte. Testes atômicos e tremores diários. A matança desordenada e insaciável de animais. E os índios? Que mal eles fizeram para serem dizimados da face do planeta? Que civilização é esta, que abomina as suas raízes? De que adiantarão os freqüentes ‘estado de sítio’, ‘estado de emergência’, ‘estado de calamidade’, se não haverá mais motivos para temer a morte; a rebeldia; a poluição e as pestes? Para que fechar as portas se estas já estão violadas e podres? Estão (sic) são as CAUSAS PARA ALARME. Suas conclusão (sic) não nos deixarão dados suficientes para serem analisados e já não seremos racionais para sabermos o que significa!!!“
“36 anos e tudo o q vcs têm a dizer é ‘uh’?”
Rolou isso da parte de Tom Warrior, aliás Thomas Gabriel Fisher, líder inconteste e figura lendária e mitológica do metal e – por q ñ? – tb do Triptykon. E, óbvio, do Hellhammer e Celtic Frost, sucursais mórbidas anteriores. Ao longo do show, ante a devoção duma galera beirando o sem-noção, q o homenageou com seguidos “uh!”.
O homem ouviu, rachei o bico com a colocação e ñ entendi até agora se ficou mesmo puto.
Sujeito sabe rir. O fez durante a apresentação, ora com a baixista Vanja Šlajh (mulher linda!), ora com o guitarrista V. Santura, ora interagindo com o baterista novo (e irregular) Stefan Häberli. Despótico, mas ñ tirano.
E sobre a apresentação, nada q os amigos por aqui ñ tenham ouvido falar: predominando músicas de Hellhammer e Celtic Frost, contando só 3 do Triptykon. Sensacional? Impressionante? De dar inveja a quem foi? Claro q sim, mas é q eu contava com um show do Triptykon com alguns hits de outrora.
Fui minoria. Mas ñ perdi.
Apesar do horário ingrato (começou às 23h, terminou às 24h40 e fiquei sem metrô pra voltar). Apesar duma descrença inicial com o baixo público (postei “boletins” de 10 em 10 minutos no Facebook com a penúria de gente presente entre 21h e 22h): galera só chegou em cima da hora mesmo. E lotou 3 quartos do Carioca. Apesar de faltar “Tree Of Suffocation Souls”, q eu esperava.
Ñ me arrependo.
Inacreditável mesmo o fato de nunca ter havido Celtic Frost no Brasil. Entendo Fisher haver tocado mais flashbacks como reverência ao público. O nível de carência da galera – maioria masculina e tiozão – impregnava no ar a cada som, cada “uh!”, cada pedido pelo som mais obscuro. Inacreditável a abertura com “Procreation (Of the Wicked)”. Fantástico ñ ter havido banda de abertura. Surpreendente pra mim “Babylon Fell”, do meu preferido (“Into the Pandemonium”). Mas no geral ñ fiquei reparando nos sons.
A seqüência ia se sucedendo e fui sendo levado no embalo. A ponto de abstrair do tempo. Mas ñ de malas batendo papo em meio às músicas, quanto mais eu me afastava de malas anteriores, mais à direita ou à esquerda. Descobri q me irrita profundamente tiozão das antigas querendo confraternizar a cada som executado. No fim, estive praticamente na grade. Levado por mim mesmo, claro, mas por algo maior.
Tony Iommi, Dave Lombardo, Neil Peart, Steve Harris, Bruce Dickinson, Ralf Hütter, entre outros, são entidades q vi ao vivo, estive no mesmo lugar q elas. De Tom Fisher estive a poucos metros. Isso é muito louco. Q monstro do metal do mesmo quilate está ainda ativo e relevante? Ñ é pouca coisa.
E imagino q, ante a receptividade devota, devam voltar. Tomara q com mais Triptykon (a banda é foda, as músicas idem) e tvz trocando a MEIA HORA da fita de introdução – tudo bem q climática – por mais sons…
UH!
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Set-list: 1. “Procreation (Of the Wicked)” [CF] 2. “Dethroned Emperor” [CF] 3. “Goetia” 4. “Circle Of the Tyrants” [CF] 5. “Ain Elohim” [CF] 6. “Into the Crypts Of Ray” [CF] 7. “The Usurper” [CF] 8. “Altar Of Deceit” 9. “Babylon Fell” [CF] 10. “Necromantical Screams” [CF] 11. “Massacra” [Hellhammer] 12. “Reaper” [Hellhammer] 13. “Messiah” [Hellhammer] 14. “Morbid Tales” [CF] 15. “The Prolonging”
DISCOS NENHUNS DO NASUM PRA MIM:
“Insane Simphony”, Requiem, 1990/1991, por nós mesmos
sons: PI VEZES ERRE AO QUADRADO / THE WALTZ / ANARCHY IN THE U.K. [versão Megadeth] / WALZER [Moszkowski] / WALZER [Moszkowski] / ONE [Metallica]
formação: Rafael (guitar, vocals), Alexandre (guitar), Marco Antônio (drums), Luiz Henrique (bass)
–
Vcs ñ conheceram o Requiem.
Desculpem, mas é verdade. Era banda autoral em q toquei entre 1990 e 1995 e só entre nós e uma dúzia de amigos éramos conhecidos.
Pra dar idéia da fita acima, foi uma demo de ensaio, gravada num double deck da Sanyo. Fita Leader, ao q parece. Sem lado b. Nem metrônomo, microfonação (um microfone só pegando tudo – incluídos os vocais – e preso a um taco de bilhar quebrado fincado num banco de jardim), overdub ou qualquer noção. E com encarte feito a mão pelo guitarrista.
E de uma cópia só. Esta. Música pela internet? Sequer sonhávamos. Como sonhar com música disponível de graça? Só se fôssemos muito geniais ou visionários, à Frank Zappa. Ñ éramos. Internet? You Tube? Gravar disco? Arrumar show? Groupies, fama, dinheiro? Ambições modestas: apenas o barato de gravar e nos ouvirmos. Sonicloud o caralho.
***
Tô sem toca-fitas pra testar, mas aposto q ainda toca.
E aposto q, em tocando, a vergonha alheia de mim mesmo alcançará níveis estratosféricos (ahah). Ainda q tivéssemos, eu – o baterista citado com acento errado no nome – e o guitarrista apenas 16 anos e a falta de autocrítica (ou excesso de autoconfiança ingênua?) da época.
Desconfio q “One” ñ estivesse inteira; eu nem mesmo tinha um pedal duplo à época. “The Waltz” e “Pi Vezes Erre Ao Quadrado” eram nossas, autorais, a segunda com uma levada de baião (chupa, Nação Zumbi!). “Walzer” era – uh! – uma valsa gravada num tecladinho Cassio (ainda tenho), resultado de 8 anos de aulas de piano q eu fazia; hoje ñ sei nem tirar “November Rain”. Nenhuma ambição orquestral: eu tocava piano de má vontade, o guitarrista improvisou em cima dum trecho e gravamos.
Se fizéssemos shows, jamais tocaríamos ao vivo.
Mais à frente, em formação trio (“Alexandre”, hoje Alê Dantas, guitarrista no Armahda, tocava de vez em quando com a gente) chegamos a gravar uma demo pra valer, em estúdio, chamada “Fallen Lies”, q ninguém conheceu. Até pq ñ a vendemos nem nada. E ñ tenho a cópia.
Luiz Henrique é meu irmão e chegou a tocar ainda no Siegrid Ingrid (gravou “The Corpse Falls”, pela Cogumelo, em 2000) e numa outra banda falida/desconhecida, Opera. Hoje em dia ñ toca mais. Rafael seguiu tocando em bandas autorais e covers e voltamos a tocar ano passado – amenizando tretas de 22 anos – num cover de Megadeth recém-encerrado, passando prum cover b de Iron Maiden q ainda está amadurecendo.
Voltando ao Requiem: um tanto mais à frente (1994?), chegamos a participar duma coletânea, “Falange Rock”, ainda em LP e com outras tantas bandas q em nada deram, com um som intitulado “Circumcision Of My Pride”.
Sério.
Longe de ficar glorificando os “bons tempos” ou a “inocência” ou a “nostalgia q a molecada de hoje em dia ñ tem”, encontrar essa “Insane Simphony” (sic) e algum motivo pra resenhá-la já bastou-se em si mesmo. Em um negócio chamado blog, q eu nem ninguém imaginaria inventarem há 27 anos, tanto quanto ñ imaginaria estar ainda cometendo em 2018, quando comecei o Thrash Com H em 2003.
Sei lá mesmo. Comentários?
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CATA PIOLHO CCLXVII – só eu acho essas capas parecidas?