10 ANOS DEPOIS…
… o q ficou?
… o q ficou?
… o q ficou?
Sexo, drogas & rock’n’roll? Coisa de hipster
Começou no orkut. Meados de junho de 2005, tvz no dia 20.
Estava eu na página do Novo Aeon, bar em q tocamos várias vezes (e motivo de muitas histórias), agradecendo a acolhida q o No Class teve do show daquele último sábado. E q na real nem lembro se foi tanta. Pq foram tantas as vezes lá, e muitas as vezes de quase ninguém no bar tb, só a gente se divertindo mesmo, a despeito do pouco público.
Enfim. Um protocolo q fazíamos de agradecer ao bar e ao público, visando voltar. Funcionava bastante.
Aparece no papo uma moça chamada Patrícia perguntando: “nossa, cover de Motörhead? Onde? Quando?” Ao q me apresentei, dizendo q tínhamos tocado ali no sábado, mas q se ela fizesse questão, pedisse ao Serjão (dono figuraça do lugar), q a gente voltaria, coisa e tal.
A resposta veio ainda melhor: “meu namorado toca numa banda de metal e está procurando banda pra tocar junto. Está agendando uma data num bar próximo chamado Relicário. Se quiser, passo o telefone dele – chama André – e vcs combinam”.
Opa.
***
Liguei pro tal André, q disse q a banda era trio tb, chamada S.A.W.I.O.R. e estava agendando no Relicário, e disse q Motörhead teria tudo a ver com tocar junto, se estávamos a fim etc.
Combinamos tudo direito: divisão de cachê e de equipamento, era só aguardar. Data em outubro, dia 8.
Faltando uns dias, acho q na semana do show, um porém, um perhaps: André me liga pra acertarmos os detalhes, horário pra chegar, e aí – e só aí – me diz q a banda era gospel. E se tínhamos problema com isso.
Hoje, sinceramente, teria. Naquela hora e a posteriori, entendi: os caras ñ conseguiam show por conta da proposta. Na época, respondi por nós 3 q era de boa.
***
E foi muito de boa. Tocaríamos com esses caras pelo menos mais uma vez, no próprio Novo Aeon, em novembro. Daí perdemos contato, ou encerraram atividades, nunca soubemos.
O ponto da história foi o dia e a hora em q chegamos ao bar. Longe pra caralho.
[Pra dar idéia: busão cujo ponto final era na mesma rua, saía do metrô Anhangabaú pra ali, e levava TRÊS HORAS, sem trânsito ou complicações, pra fazer o percurso]
Só q fomos e chegamos. No q nos apresentamos finalmente ao André, seu irmão (o baterista, gente fina, ñ lembro nome) e ao guitarrista.
Estavam vindo duma padaria próxima, e daí tb soubemos q moravam na rua detrás. Estavam com pães e frios, recém-comprados e nos INTIMARAM: terminaríamos a noite tomando café com eles lá na casa deles. Já estavam previamente agradecidos.
Coisa mais estranha e atípica. Paulistanos q somos, achamos bizarro e meio combinamos de q daríamos alguma desculpa pra ir embora no final.
***
Tinha outras duas bandas da região antes; ñ me lembro delas, provavelmente autorais e fracas. Ou então de covers de Legião e Charlie Brown. S.A.W.I.O.R. veio na seqüência, a gente fechou. Os caras tocavam sons autorais, numa pegada Grave Digger com Manowar, bacana. Usavam “visual Manowar” – coletes e calças de couro – só q com senso de ridículo. Tocaram algum cover de Judas e de Grave Digger tb. Bem.
E a única hora de algum impasse e constrangimento, quando André resolveu fazer alguma “pregação”, foi rebatido de pronto por alguém da platéia (já os conheciam) com um “toca aí, porra!”.
Perfeito.
Nossa vez, tocamos. Foi legal, mas ñ sem antes o dono do bar tesourar, e de boa, “Orgasmatron” e “R.A.M.O.N.E.S.” do set-list. Soubemos de vezes futuras tocando ali q o público era old school e ñ topava misturar metal com punk, e tudo bem.
[um parêntese interessante sobre o Relicário: para evitar tretas e tentativas de fechamento por parte de vizinhança intolerante, o dono, Edu, registrara o local como “ONG de inclusão digital”. Tinha uns computadores disponíveis – nos fundos – pra molecada jogar videogame, e dificilmente alguém conseguiria interditar o lugar. Q existe até hoje]
***
Ao final, trocamos muita idéia com o público acolhedor (fiz amizades ali q mantenho até hoje) desmontamos equipamento, guardamos tudo e ñ conseguimos nos esquivar: tivemos q tomar café da manhã com os caras na casa deles. E foi do caralho.
Final de noite improvável, pitoresco e gourmet: eu, Edinho e Cássio confraternizando com os caras à base de café com leite, misto frio e pão de queijo. Um dos melhores fins de show por q já passei até hoje.
… o q ficou?
… o q ficou?
Ñ ouvi “Quadra” ainda, por culpa do Leo.
Ele disse q quando eu ouvisse, iria considerar tvz o melhor disco de 2020. Travei.
Pô, e a minha birra, como fica? Ahahah
Em outra aresta, semana passada recebi “Revolusongs”, num escambo q fiz com o märZ. Disquinho simpático (curto), q eu lembrava até mais pelos covers ñ-metal do q por “Messiah” e “Piranha”, pra mim bem mais ou menos.
Melhor versão ali continuo achando a de “Angel” (Massive Attack), por conta do vocal do Derrick.
(ñ precisam me mandar internar)
Daí temos o novo som, recém-lançado (mas provavelmente gravado nas sessões de “Quadra”) e fazendo parte de trilha sonora de mini-série global. Bom, bem bom.
E o Derrick Green fazendo o mesmo tipo de vocal. Porra, ñ era hora do Sepultura fazer músicas adequadas a esse tipo de rugido? O gutural já está mais q provado q ñ dá, nem deu certo.
Som manjado nos 80’s devido ao Soft Cell, mas q já era versão. Tanto q a versão tecno pop a mim ficou irreconhecível. Ponto de novo pros caras. (E mais um remedinho pra mim). Bacana mesmo.
Tinha pensado em intitular o post assim: “De Dead Embryonic Cells a Soft Cell”, mas deixa quieto. Quero me tornar alguém melhor após a pandemia ahah
… o q ficou?
Alguém liga? Comprou? Se interessa? Fala mal?
Preguiça até de postar a respeito. Fiquem à vontade.
Quem por aqui ainda ñ viu compartilhado por mim via WhatsApp esses dias, viu no grupo “Metal Contra o Golpe” do Facebook. E quem ainda ñ viu, vê agora:
Sebastian Barbie rancando fora – ñ sem antes dar aquela enquadrada – dalgum podcast estadunidense em q o “humor” foi temperado com piadinha (sim, pejorativo) homofóbica sobre Rob Halford. O famoso “chega dessa merda”.
Chega.
Dessa.
Merda.
Admito ñ conhecer o tal “humorista”, mas depreendo ser desses trumpistas barra bolsonóias barra isentões de direita pra quem “o mundo está ficando chato por culpa dessa ditadura do politicamente correto”. E q a “liberdade de expressão” – o q significa falar mal de mulher, gay e negros – estaria ameaçada pelas “feministas”.
O mundo mudou. E por aqui, há 2 anos, pra bem pior. Pandemia só ressalta o fenômeno escroto do bolsonarismo terraplanista olavista homofóbico misógino made in Brazil, acalentado já há muito anos. Ñ surgiu agora: foi parido em 2018.
E a atitude do ex-Skid Row pra mim soa exemplar: ñ compactuar, mas o fazendo de MODO ATIVO. Enquadrar e sair fora. Constrangimento reverso. Como bem frisou Schwarzenegger em vídeo anti-Trump recente. Repercutir. Ao invés de apenas “excluir, bloquear e denunciar”, q pode até funcionar, mas ñ reverbera ou serve de exemplo. Por exemplo.
***
Tem uma idéia q circulou nos primeiros meses da pandemia, a de “nos tornarmos melhores após a pandemia”. O pós-pandemia ainda inexiste, mas entendo q o “nos tornarmos melhores” está em vigor desde março. Ñ vai cair do céu, nem acontecer indiscriminada e alheiamente às pessoas, acendendo incenso, mentalizando roxo ou desejando “o bem”.
Passa por atitudes. Como essa. Como eu, particularmente, ñ consumir mais nada de bolsonóia, ñ assistir mais a show de banda isentona (o Korzus já ñ me fazia falta mesmo), ñ mais usufruir de serviços oferecidos por isentões de direita q sei q, à primeira oportunidade, vão puxar meu tapete.
E por eu tb modificar alguma coisa por aqui. Por exemplo: tvz parar de chamar o cara de “Barbie”, uma homofobia adolescente idiota q tvz ñ tenha mais graça. Se é q já teve alguma.
Desconstruir os conceitos intrínsecos e dados como “naturais”. E etc.
Como é mesmo aquela charada sobre Janick Gers, märZ?
10 MELHORES SONS DO IRON MAIDEN DE CO-AUTORIA DE JANICK GERS:
E tem playlist semanal do bonna? A ver, nos comentários.