Longo (eu mesmo não vi tudo ainda, parei na safra “Load”), mas didático e necessário.
Riffs e bases do Metallica q não são de James Hetfield. Inclui criações do Lars.
Pra desmistificar o “Papa Hetfield” e toda sorte de integridade forçada a ele atribuída. Pra levantar um pouco a moral do funcionário do mês perpétuo Kirk Hammett, q criou o maior hit dos caras, oras.
E tb pra colocar Cliff Burton e Dave Mustaine em seus altares devidos. Fonte: um tal Ake, q cita outros vídeos anteriores e/ou similares, então a epistemologia segue.
Mercyful Fate anunciando turnê. Testament reefetivando Dave Lombardo. E lançados ou prestes a sair novos de Amorphis, Voïvod, Napalm Death, Annihilator, Saxon, Meshuggah, Scorpions, Rammstein, Claustrofobia, Ratos de Porão, Krisiun, Troops Of Doom, Kreator, Destrúcho, Ghost, Machine Head, Abbath, Kirk Hammett (!!), Skid Row, Arch Enemy, Ozzy Osbourne e tvz até o Megadeth.
Ñ me espantaria se nos próximos dias tb saírem novos de Overkill, Death Angel e Darkthrone.
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Aí o metal nacional vem e anuncia isto:
cara (de pau) e vide/vade retro (verso) do artefato
Tem ainda os novos das voltas (alguém pediu?) do Viper e do Shaman. Pq as pessoas iriam ficar melhores depois da Pandemia. Aham
Historinha macabra de juventude transviada envolvendo o Exodus e o significado (óbvio) de “Bonded By Blood”:
“O som ‘Bonded By Blood’ veio à tona após uma ‘experiência de vínculo’ entre Kirk Hammett, Gary Holt, Tom Hunting e Paul Baloff. Após encherem a cara certa noite, ficaram falando de como seria foda estarem numa banda e tocarem a música que eles gostavam. Em algum momento, resolveram imortalizar isso. Então, os 4 usaram uma gilete pra fazerem uns cortes em suas mãos, daí misturaram os sangues, pra a partir daí estarem ‘unidos pelo sangue’. Kirk falou a respeito num vídeo em que ele falava em retrospectiva sobre Paul Baloff“.
Na cola do single, os caras ficando grandões, assumindo a influência do Sepultura e, aparentemente, querendo ajudar os índios aqui. Apontando instituições e ONGs pertinentes.
Pelo q tenho acompanhado à distância, ilustres do metal e do hard rock andaram doando instrumentos musicais para serem leiloados, com fundos dirigidos à causa. É isso? Slash já doou, Lenny Kravitz (pecuarista aqui, ñ sei se vcs sabem), alguém do Metallica (Trujillo, claro. Hetfield? Esquece) e etc.
Meu pé atrás: já rolaram experiências caridosas mainstream antes, George Harrison fazendo show pra Bangladesh, Bob Geldof ressuscitando o Queen e pondo uns dinossauros pra passar vexame em prol da Etiópia, o USA For Africa, aquele “Stars”, do Dio. Dos quais soubemos q muito pouco ou NADA da arrecadação foi pra quem deveria.
Será q algo mudou aí? Ao mesmo tempo, o q me soa interessante é algum ativismo mais pró ativo no metal [isentão vai relinchar q “Gojira ñ é metal”], q pode fazer com q a massa crítica (a q pertencemos aqui) mostre mais a cara e os tr00 fiquem mamando kitgays no esgoto recalcado de onde ñ deveriam ter saído.
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II) Tom Hunting e o câncer
Todo mundo soube: Tom Hunting – reserva moral, melhor baterista e fundador do Exodus – foi diagnosticado com câncer e ñ tem grana pra custear o tratamento.
Nem é o caso de “já teve grana”. Nunca teve. Aquilo recorrente aqui no blog, já conversado inúmeras vezes, de q o pessoal do metal “série b” e várzea realmente ñ tem onde cair morto. Literalmente. Mas q um ou outro metaleiro tonto ainda fica acreditando em mansões, Ferraris, top models e rios de dinheiro.
Aquele tipo de metaleiro q só curte o som pelo som e ainda defende o MONSTRO (ae!) Bostonaro.
Pois é: fizeram o crowdfunding – me respeita, q eu sou do tempo da “vaquinha”! – e em poucos dias arrecadaram o q precisava e mais um pouco. Metallica compareceu (Kirk, claro. Lars, esquece) fez um pix de 5 paus.
Impressão de q, independente da pandemia, isso se tornará mais freqüente nos próximos anos…
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III)Bruce Dickinson e os 280km
É um certo Heavy Metal Truants, criado por Rod Smallwood, visando caridade e caravana até o festival de Donington. O link acima esclarece bastante.
Uma das instituições a receber o auxílio financeiro é a Nordoff-Robbins, um misto de escola de música com clínica terapêutica (foco maior é o trabalho em Musicoterapia) e tb uma linha terapêutica na própria Musicoterapia, com trabalhos referendados nos EUA e Canadá há mais de 40 anos.
Ñ achei o vídeo da campanha, com Bruce convocando um pessoal a pedalar, mas puxei esse acima (de 2015) dele fazendo uma visita a um dos centros Nordoff Robbins. Ñ é oportunismo marqueteiro.
O sujeito poderia estar por aí lutando esgrima, pilotando avião (ou ñ), cantando em live do Iron Maiden (ñ fizeram nenhuma mesmo?), curtindo a esposa com metade da idade, mas ñ fica parado e resolveu demonstrar EMPATIA, como ñ?
Exaltação anônima de legado e influência da banda no encarte da versão relançada (1999) de meu “Good Friendly Violent Fun” (1991):
“‘If it wasn’t for EXODUS, there would be no MACHINE HEAD’, is how MACHINE HEAD’s Robb Flynn recently evaluated EXODUS‘ immense impact and influence on his band’s current musical direction. Unquestionably, it was EXODUS‘ innovative songwritting approach and explosive live execution during the early 80’s that earned them the respect of many of the future metal superstars, including METALLICA, who were impressed enough with EXODUS‘ then-guitarist Kirk Hammett to recruit him as the replacement for Dave Mustaine following the latter’s departure from the METALLICA ranks in April ’83. Although EXODUS never had the opportunity to release an album during the Hammett era, his early songwritting efforts and unmistrakable playing approach contributed to the foundation upon which the rest of the group would later base their much-imitated style, in the process inspiring a host of local groups such as TESTAMENT, FORBIDDEN, VIO-LENCE (which Robb Flynn would later leave to form MACHINE HEAD) and HEATHEN to start churning out similar sounds“.
Ou “aula prática a Kirk Hammett de como usar o wah-wah”
Ou ainda: “chupa, Red Hot Chili Peppers“
17.11.19 – Parque da Juventude, São Paulo
Aquele show simples de descrever: 5 sujeitos tocando pra caralho, se divertindo pra caralho e q estariam tocando até agora, ñ fossem as óbvias limitações físicas e logísticas da cidade. Com o detalhe de nos divertirem tb.
Um nome: Roberto Augustin Miguel Santiago Samuel Trujillo Veracruz.
Rob Trujillo, pra estadunidenses e Ozzy‘s de plantão, incapazes de pronunciar ou decorar isso tudo. O cara. Mandou prender e mandou soltar. Pôs o filho pra tocar junto, pra tocar Suicidal sem ele, regeu a banda, improvisou (fodidamente) enquanto um dos guitarristas teve problemas técnicos, agradeceu, ñ demonstrou cansaço. E tocou. Muito.
Como o amigo märZ bem reparou, foi tb o foco da atenção de TODOS os fotógrafos à beira do palco, assim como o provável chamariz de todo o evento.
Contrastando um pouco, percebia-se a banda valorizando demais a presença de Jim Martin, q às vezes portava-se como coadjuvante de luxo, sim, mas mantendo a mão pesada e alguns solos devidamente heavy metal. Portando, nalguns sons, aquela mesma guitarra flying v do clipe de “Epic”.
Um supergrupo, de formação q ñ tocava junta há 25 anos e da qual tb fazem parte Mike Muir e Dean Pleasants (Suicidal Tendencies) e um monstro chamado Brooks Wackerman, q nalguns clipes noventistas era um molequinho raquítico, e ali domingo até arrebentar a pele da caixa conseguiu fazer.
Mas bem mais q um “supergrupo”: um grupo coeso e ensaiado e disposto, cuja volta, além de oportuna (o som ñ ficou datado) vai parecendo muito pouco caça-níquel, afinal Ñ FORAM banda grande nos 90’s. Apesar dos vídeos em profusão na Mtv daqui. A despeito duma molecada parecer conhecer e cantar junto os sons. No q entro no aspecto periférico de tudo isso:
Tudo começou há alguns meses, como Sick Bastards Social Fest, show pago q rolaria no Espaço das Américas, com Infectious Grooves como headliner (!!) de festa de aniversário de fm daqui (89Fm), tendo Planet Hemp, Pitty e sei lá mais quem abrindo.
Faltando uns 15 dias pro evento, cancelaram. Minha impressão? Baixa venda de ingressos. E o amigo märZ, q estava vindo pra cá só pelo show, só ñ ficou na mão pq remarcaram o negócio pro domingo, gratuito (entrada mediante quilo de alimento, q nem obrigatório estava) e no Parque da Juventude, onde era o presídio do Carandiru.
E eis q todas as conjunções foram favoráveis, inclusive o cancelamento do neoCharlie Brown Jr.: tempo firme, próximo a metrô, lugar comumente frequentado por molecada skatista, famílias, criançadinha pequena com cachorros, q se juntou a monte de headbangers (sujeito com camisa do Exumer rondava o local), punks, rappers, meninas lésbicas chic, tudo numa boa. Sem qualquer treta.
Além disso, havia comida, cerveja e banheiros químicos. Um puta palco instalado, som incrivelmente bom (cheguei, estava acabando o CPMerda 22, q ñ sei se ñ estava mais alto q Krisiun e Brujeria de semana passada) e os caras.
De quem ñ tinha muito ou boas memórias: lembrava dos hits, “Punk It Up”, “Violent & Funky” e “Therapy”, tocados todos. Mas nunca tive disco, e os associava muito à modinha funk’o’metal chatonilda – da qual Faith No More, RHCP e até o Primus me prenderam mais – e tb a uma fritação baixística irritante.
“Os tempos mudaram, agora é o fim. Um punk vira crente pra conseguir a salvação”… e eu consegui curtir a coisa toda. Há músicas, houve covers pertinentes (“Immigrant Song” bem sacado + “Fame”), outros levados na coxa (“We Care A Lot” e “Subliminal”) e tudo bem. Muir afiado e me surpreendendo positivamente. Um puta show, e ñ por conta de minha baixa expectativa.
Um puta show pq foi uma puta banda tocando uns puta sons e num ambiente mais q propício. Ouso dizer ainda outra coisa: um daqueles shows, tipo o Metallica em 1989, o Faith No More no Rock In Rio 1991 ou o Black Sabbath com Dio em 1992, q será muito comentado pelos próximos anos – “vc tava lá no Infectious Grooves?” – com a contraparte de se dizer a quem n foi um “cara, vc ñ sabe o q perdeu”…
Por fim, meu agradecimento ao amigo märZ, vindo de longe e q me descolou a possibilidade de entrar. Mesmo q na hora ñ tenham pedido nem o ingresso, nem feito questão do quilo de alimento. Q só deixei mesmo pq ñ quis ficar segurando o arroz no show ahah
O amigo Tiago Rolim soube q esteve presente tb e calculou 5 mil pessoas no recinto. Organizador do evento falou em 15 toneladas de alimento arrecadadas… Será? Comentemos tudo isso.
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Set-list: 1. “These Freaks Are Here to Party” 2. “Turtle Wax (Funkaholics Anonymous)” 3. “You Lie… And Yo Breath Stank” 4. “Immigrant Song” 5. “Punk It Up” 6. “Fame” 7. “I’m Gonna Be My King” 8. “Superfunkridiculous” 9. “Monster Skank” 10. “Running With the Bass” (jam) 11. “Violent & Funky” 12. “Boom Boom Boom” 13. “Do the Sinister” 14. “Therapy” – bis: 15. “Subliminal” 16. “We Care A Lot” 17. “Infecto Groovalistic” 18. “Infectious Grooves”
Pianista ucraniana q há quase 1 ano (em 26 de julho de 2016) postei por aqui em versão ao vivo de “Tornado Of Souls”, com baterista aloprado. Brian Vigliore.
E as impressões q me ocorrem, à luz da versão acima, são:
quando o pianista é foda, dispensa a bateria até
quando a pianista é foda tocando “Master Of Puppets”, dispensa um Metallica e um Apocalyptica juntos ahah
o site oficial da moça parece ter registros dos arranjos por ela cometidos (ñ tem versão só desta), pra quem quiser aprender
E se sou o Kirk Hammett e vejo isso, das duas uma: ou dobro minha dose de antidepressivo ou resolvo anunciar q faço cover – ruim – dessa versão. No mínimo.
Sinal dos atuais tempos cibernéticos é o “clique”. Concorde, discorde, veja por alto algum vídeo, leia por cima algum cabeçalho… desde q um “curtir” se faça mandatório ao final. Etiqueta. Mesmo q seja post de alguém falecido, em q “curtir” fica estranho. Mas já ñ se estranha tanto.
Decorrência dessa mudança de comportamento me parece algum tipo de marketing tosco adotado por certas bandas: é o Metallica anunciando disco novo, mas sem colaborações de Kirk Hammett… q teria perdido trocentos mil riffs num iPhone perdido nalgum lugar (aposto q metade era tudo igual) – como é?!?
E a “sinceridade” de q ñ tocariam determinado som novo – “Spit Out Of Bone” – pq o Lars errou ela em ensaio (ou foi em show?). Pra depois dizerem q tocarão; pra nego ficar torcendo pro baixinho errar? Cria-se o problema, vende-se uma solução. O hype.
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Passemos ao Slayer, do chefão (de massa falida) Kerry King, super sincero em eleger as “músicas q odeia” da banda. “Cleanse the Soul” e “Desire”. É pra ganhar cliques e comentários ou aquele monte de tinta zoou o q ele ainda tem de cérebro?
Pior ainda achei Dave Mustaine, cuzão legítimo e juramentado, fazendo lista dos melhores guitarristas – q ñ ele – a terem passado pelo Megadeth. Com direito a ranking e notas.
Quer dizer: quem nunca, de nós, já ñ especulamos esse tipo de lista ou preferências? Sendo o cara o dono da lojinha, achei q ficou indelicado, senão grotesco, isso. Vale pra chamar atenção?
Mais um momento de revisitar o diploma de datilografia. Mais uma matéria velha de jornal q guardei esses anos todos – sei lá pq – agora sobre o Metallica e o show deles por aqui em 1992, no finado Parque Antarctica.
Saiu na Folha de S. Paulo, tem uma entrevista com Jason Newsted e uns trechos bestas q poderei copiar por aqui se alguém interessar. Por ora, copio uma “avaliação” feita por Thales de Menezes, sobre a banda e o heavy metal em geral.
GRUPO TENTA ACABAR COM IMAGEM “SÉRIA”
As bandas de rock pesado são todas iguais. Fazem a música dos hormônios em ebulição, um rito de passagem da adolescência. As bandas não precisam mudar porqque é o público que muda no lugar delas. Depois de um tempo batendo a cabeça na parede, o carinha deixa de ser teen e vai ouvir outras coisas.
Aí aparece o Metallica e joga areia nessa teoria. O quarteto californiano consegue a façanha de fazer metal “adulto”. Claro, a grande maioria de seu público ainda é teen, mas o Metallica é aquele grupo de que o sujeito madurão pode dizer que gosta sem passar vergonha. Tudo isso porque o Metallica vestiu a camisa de banda “séria”.
Essa seriedade começa no visual. Calças, pretas ou jeans, sem apliques, sem buracos no joelho. Camisetas brancas ou pretas, sem nada escrito. Nos pés, tênis ou botas, brancos ou pretos. Esse mundo em preto e branco está transposto nas músicas. Nada de garotas, nada de satanismo de gibi. James Hetfield e Lars Ulrich escrevem como discípulos diretos de Lovecraft.
O Metallica é tão sério que já foi o grupo mais mal-humorado do planeta. Tão mal-humorado que escolheu para o videoclip de “One” algumas cenas de “Johnny Vai À Guerra” (Johnny Got His Gun, 71, dirigido por Dalton Trumbo), forte concorrente a filme mais soturno da história do cinema. Tão mal-humorado que fez um disco que tem a capa preta com o nome da banda escrito em preto e um desenho também feito em preto.
Será que eles são assim mesmo, tão chatos? Nos últimos anos, o quarteto tenta de todas as maneiras passar uma borracha nesse rótulo. Não chegaram ao ponto de vestir bermudas, mas dão risada, topam participar de promoções com os fãs e fazem piadinhas quando agradecem o monte de prêmios que recebem. Ulrich, o baterista e espécie de líder da banda, é o mais falador. Segundo ele, a banda ficou mais descontraída depois de superar o trauma da morte do baixista Cliff Burton, num acidente de ônibus, há cinco anos. “Parece que todos perceberam que a vida é curta e precisa ser aproveitada”, filosofa.
Ajudou muito a entrada de Jason Newsted. O substituto de Burton é brincalhão, skatista e mulherengo. “Só faço aquela cara de sério nas fotos porque está no meu contrato”, brinca o baixista. Kirk Hammett, na guitarra solo, é tímido e, de uns tempos pra cá, sorridente. Toda a faceta ranzinza do Metallica ficou concentrada no vocalista e guitarrista Hetfield. Foi ele quem cuidou da concepção do clip de “Unforgiven”, os dez minutos mais opressivos e angustiantes que já passaram na MTV.
Mas até essa postura de Hetfield parece estar mudando. Quem o encontrou nos últimos shows diz que mesmo ele está diferente, querendo passar imagem de boa-praça. O jeito é ir até o hotel e conferir esse “novo” Metallica. A música continua sorumbática e macambúzia, mas heavy metal é para essas coisas.
“Iron Maiden – The Photographs”, Ross Halfin, Omnibus Press, 2006
“Metallica”, Ross Halfin, Omnibus Press, 2005
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Quando da resenha do “1001 Discos Para Ouvir Antes de Morrer”, em início de outubro último, lembro do camarada doggmático argumentando sobre uma “fonte física” necessária de leitura, consultas etc. Com a qual concordei: listas de melhores álbuns ou músicas existem a rodo na internet, assim como fotografias. Inclusive fotografias de bandas ahah
Por isso q, aproveitando essa deixa, resolvi resenhar recomendando fortemente o 1º, e mais ou menos o 2º livro. Vou explicando.
Ross Halfin é fotógrafo conhecido, dos mais renomados do rock. Alguém q em tempos de internet, resolveu compilar fotos de duas das maiores bandas do heavy metal (senso comercial afiado!) e ganhar uns troquinhos. Ñ acho errado, tanto q o resultado em “Iron Maiden – The Photographs”, q ganhei da Patroa já vai fazer 5 anos (putz), acho simplesmente soberbo.
São duzentas e poucas páginas (ñ vêm numeradas e ñ achei referência adequada pra citar), em formatão e papel especial, de fotos as mais variadas, apresentadas em ordem cronológica e cobrindo praticamente todas as formações da Donzela. Ao menos, todas as formações q gravaram discos: tem fotos com Dennis Straton, com Paul Ba’Ianno (a q abre o livro é com o sujeito se maquiando num backstage), com Blaze Bayleya… Indo até a época do “Dance Of Death”, com o único período/turnê sem fotos (ñ) contemplado sendo o da safra “Seventh Son Of A Seventh Son”.
Fotos dos caras bêbados, nos 2 Rock In Rio‘s de q participaram (no 1º, constando fotos de Steve Harris e Dave Murray no Cristo Redentor e com uns trombadinhas na rua), tomando banho juntos (!!), passando som em palco (nos tempos de antanho) e muitas delas (maioria) em shows. As do palco da tour “Powerslave”, simplesmente sensacionais, valendo a bagaça.
E muitas delas acompanhadas de comentários sarcásticos de Halfin, como uma de Nicko McBrain, q o comentário é “Nicko parecendo humano”. Minha preferida, no entanto, são duas: Bruce Dickinson na página à esquerda, Blaze na à direita. Poses parecidas, figurino similar, iluminação idêntica. Pra Halfin comentar: “vejam o novo chefe. Ñ tão bom quanto o velho chefe… Enfim, Blaze era um cara legal e ele tentou”…
O livro tem 4 prefácios:
o inicial, do próprio Halfin, falando dos primórdios de seu trabalho, de quando ganhou o 1º trocado profissionalmente tirando fotos duma banda – Gloria Mundi. Alguém já ouviu (falar)? – empresariada por Rod Smallwood, e conseqüentes reencontros com o próprio e com o Iron Maiden q se desenvolvia
um, dum certo Geoff Barton, chapa das antigas de Halfin, falando de como se conheceram e de entrevero entre Halfin e Lars Ulrich, q ñ consegui entender direito
os demais, a cargo de Rod Smallwood e Steve Harris, frisando o clima cordial entre todos eles, ratificando o valor fotográfico do sujeito e elogiando, à moda inglesa (mordendo e assoprando) um certo humor desagradável – Steve Harris diz “obnoxious” – do homem
No meu entender, “Iron Maiden – The Photographs” consegue entregar detalhes do Iron Maiden q Sam Dunn Ñ CONSEGUIU em “Flight 666”. Pena a versão importada ser um tanto cara; melhor q (em função dos shows recentes por aqui) existe uma traduzida, “Iron Maiden – Fotografias”, cuja foto de capa é dos caras num palco, público ao fundo (Halfin diz ter inventado esse tipo de foto), em show da turnê “Brave New World”. Recomendo, enfim.
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Por outro lado, o q temos em “Metallica” contrasta fortemente com o livro anterior
A ordem cronológica é sugerida, mas ñ rigorosamente apresentada (no do Maiden há umas atropeladas, mas ñ tanto como aqui. Q há fotos do show do “black album” pra voltar a show do “Master Of Puppets” ou alguma foto do Cliff Burton)
Na apresentação pior: fonte utilizada em títulos usa letras tombadas, q ficaram esquisitas, como ainda contendo erros grosseiros, de imagem sendo duma época e a legenda dizendo ano completamente outro
alguns dos comentários de Halfin ñ têm a mesma veia irônica dos dirigidos a Steve Harris e companhia
As fotos constantes – tb num tanto de duzentas e tantas páginas, mesmo tipo de papel e formato – compreendem eras “Master Of Puppets”, “And Justice For All” (q palco era aquilo?!), “Metallica” e “Load”. Dá impressão de menos histórias a contar, mas tb por o Metallica ser banda mais nova e dada a fotografias tardiamente na carreira. Nesse sentido, falta variação, embora tb constem fotos dos caras no Rio, São Paulo, Japão… Usando camisas de bandas (Tankard, Misfits, Beastie Boys, Faith No More), o q deixaram sumariamente de fazer. Com roadies (no do Maiden, ñ há isso). E NENHUMA foto em estúdio.
Mas o q me chamou mais atenção, sintônico a esse desleixo na organização e monotonia (muitas fotos parecidas), foi algum CLIMA ruim entre Halfin e o Metallica. Ñ há abundância de prefácios: apenas 1, por Kirk Hammett. E uma intro e um posfácio (na contracapa) do próprio Halfin, alfinetam a banda:
“eu os conheci quando eles eram jovens, entusiasmados e empolgados em serem fotografados. Positivamente você pode vê-los (jovens, entusiasmados e empolgados) nas fotos deste livro. A última vez em q os vi, eles estavam cercados de seguranças e assistentes pessoais. Meu, como os tempos mudaram…” (na intro)
“este é o Metallica antes deles fazerem qualquer dinheiro. Mais à frente, no livro, após eles terem ganhado um monte, eles estavam diferentes (…) O livro fecha com a turnê do “Load” – a última vez em q os fotografei. Após esta, eles restringiram acessos e nada mais foi o mesmo (…) Eu gosto especialmente das fotos mais antigas, q eles tiravam se divertindo e ñ com propósitos artísticos”
A intro do Kirk reforça algumas contrariedades – o título é “The Agony And the Ecstasy”… – cita por alto a treta com o Lars (a ver com Halfin querer pintá-lo de prateado), citada no livro do Maiden, e descreve simpaticamente como Halfin gritava com e/ou insultava pessoas nas locações, os deixava putos – e vice-versa – nalguns momentos, na busca por alguma locação exótica ou alguma parede branca pra fotografá-los e etc. Para, no fim, reconhecer, meiguinho, o valor das fotos do inglês para a banda (“muitas das fotos se tornaram sinônimos do Metallica e passaram pelo teste do tempo”) e contra-atacar com “agora todos nós temos q convencê-lo a trabalhar de novo conosco”.
An-ran.
De qualquer modo, recomendo fortemente “Iron Maiden – The Photographs” e mais ou menos “Metallica” (q ñ sei se tb saiu traduzido). O 1º vale comprar, enquanto q o 2º vale curtir ganhando em aniversário ou Natal… ainda q comigo tenha se dado o contrário eheh
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CATA PIOLHO CXCVIII – a idéia inicial era apontar o chupim e o auto-chupim de “God Save the Queen” (Sex Pistols), respectivamente cometidos pelo Toy Dolls, em “Charlie’s Watching”, e pelo Neurotic Outsiders, em “Jerk”. No entanto, ao reouvir a do Toy Dolls, percebi se tratarem, as 3 envolvidas, de convenção de rock’n’roll antigo apropriado tvz sem permissão…