40 ANOS DEPOIS…
… o q ficou?
… o q ficou?
versus
versus
Sesc Belenzinho, 03.02.24
Uma noite complicada de avaliar.
Pq, por um lado, um show picareta. Nos moldes de Blaze Bayley, Ripper Owens e Warrel Dane por aqui: tocar com banda cover local, pra economizar na logística e otimizar cachê. Em show cover da própria carreira, estagnada.
O show prometia sons de Helloween e Masterplan, cujo último lançamento foi “PumpKings“, em 2014, pra retaliar e tirar proveito da reunion dos caras, pra qual não foi convidado.
O q não entendo muito: fazer covers de banda da qual foi demitido? Alimentei pouca expectativa: tocaria só os sons q fez pros Abóboras Selvagens.
Expectativa caída por terra já no primeiro som: “Mr. Torture”, de Andi Deris e Uli Küsch. Ops…
O resumo da porra toda é assim: 16 sons tocados – muito bem tocados, músicos de baita nível – tendo sido 12 do Helloween e só 4 (“Spirit Never Die”, “Back For My Life”, “Heroes” e “Crawling From Hell”) do Masterplan.
Um show q o Helloween nunca fez, jamais faria e tampouco fará. Parece pouco?
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O Sesc estava muito cheio. Não lotado, mas muito próximo disso. Bem mais cheio q shows q vi quase lotarem lá (Crypta, Garotos Podres, Krisiun) e dum público metaleiro sapatênis metal nacional realmente comovido com o q rolava. Ainda q – achismo meu – muitos estivessem ali pra ver hits e “sons Kiske”.
Q rolaram. “Eagle Fly Free” e “I Want Out”, com o vocalista do Steel Tormentor (cover fodaço de Helloween) e Hibria. A fila pra comprar merchan (pífio), pedir autógrafo (ainda existe?), tirar selfies e fotos com Grapow ao final ia de lado a lado do lugar.
(funcionários do Sesc devem ter largado o batente bem depois da meia noite, aliás…)
O som estava impecável desde o início, sem flutuações e o repertório tomou quase duas horas, um feito tb pra shows ali. O Leo achou antipática a postura do alemão, q às vezes ficava de costas pra nós e pouco interagia. Relevo com a nacionalidade do sujeito.
Por outro lado, alguns dos músicos pareciam acreditar q o show era deles. Um pouco o vocalista do Golpe De Estado (e ex-King Bird) João Luiz – correto e adequado na voz (só pecando em ler todas as letras) – um tanto mais um guitarreiro bolsonoia arrombado filha da puta q entrou claramente cheirado pra tocar uns 2 sons ali no meio, não fez qualquer diferença e do qual não tirei foto e me recuso a citar nome.
Uma outra participação bacana (mordi demais a língua) foi a do vocalista do Viper (aff) Leandro Caçoilo pra fazer “Push” (ponto altíssimo), “Mankind” e “The Dark Ride”. Ainda q derrapante um pouco no andamento da primeira, e tudo bem.
Ao menos não leu as letras.
Tudo o mais q eu possa citar se perde no repertório transcrito abaixo e na sensação final dum show digno, pq picareta até a página 2 e pq os músicos envolvidos – sobretudo 2⁰ guitarrista, baixista e o baterista Marcos Dotta – provavelmente viveram ponto alto da vida como músicos.
Sobretudo Dotta, com quem troquei duas ou três palavras em 2017 quando dividi palco com o Steel Tormentor em Santos (eu, no Trust In Peace) e nem deve lembrar q eu existo, mas q mandou muito bem e merece o retorno daquilo q faz (e fez) com muita competência sábado: tocar Helloween.
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Tenho uma puta inveja não-rancorosa de quem consegue tocar junto com alguém q claramente admira. Deve ser dessas coisas q dinheiro, cartão e Pix no mundo não pagam.
Parabéns aos envolvidos. Show acima das expectativas e q valeu bem mais q 15 reais.
Acrescente mais aí, Leo!
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Set-list: 1. “Mr. Torture” 2. “Spirit Never Die” 3. “The Chance” 4. “A Million to One” 5. “The Time Of the Oath” 6. “Back For My Life” 7. “A Handful Of Pain” 8. “The Departed (Sun Is Going Down)” 9. Intro backtrack “Deliberately Limited Preliminary Prelude Period In Z” 10. “Push” 11. “Mankind” 12. “The Dark Ride” 13. “Eagle Fly Free” 14. “Out In the Fields” (ahah) 15. “Heroes” 16. “Crawling From Hell”
Aproveitando a sugestão do André na quinta-feira. Top 10 de discos mais importantes do q bons.
E sem ordem de preferência, pq uns 3 eu de verdade nunca ouvi.
*poderia ser ainda “Welcome to Hell” (Venom) ou “Apocalyptic Raids” (Hellhammer)
WhatsAppin‘: uma parte em mim é otimista em relação ao “aprendizado”. Uma parte muito forte nisso tudo vejo resistir à mudança (“sempre foi assim”) https://musicnonstop.uol.com.br/licoes-dos-festivais-brasileiros/
Faltou listar “ñ usar sem teto pra construir palco e morrer no processo”, mas aí é querer muito, hum?
Razões de “diferenças musicais”. Banda cover pau mandada de empresário ou desagradou a algum integrante original e a razão de verdade nunca saberemos? https://whiplash.net/materias/news_700/357371-slipknot.html
e alguma sensação de dèja-vu; mas o campo de busca aqui no blog ñ flagrou prévia ocorrência, daí vai. E se for reprise, combina com o título ahahah
TOP 10 DISCOS DE REGRAVAÇÃO:
E está a caminho um do Voïvod, “Morgöth Tales” (prometido pra 21 de julho), com regravações de músicas dos 10 primeiros discos (ñ de cada) e uma inédita. Versão japonesa incluirá cover de PIL e 3 sobras do ep “Ultraman”. Ufa. Pra comemorar 40 anos da horda.
*saiu como cd bônus em algumas versões do “Feast” (2013) (como a minha), mas tb saiu em modo digital à parte
Whatsappin’: a prova cabal do quão ruim é um disco do qual a própria banda jamais tocou praticamente metade dele ao vivo https://www.rockbizz.com.br/slayer-29-musicas-que-a-banda-nunca-tocou-ao-vivo/
Dia das Crianças chegando… https://loudwire.com/iron-maiden-monopoly-somewhere-on-tour/
Quem? https://consequence.net/2023/06/deafheaven-sunbather-album-anniversary/
E quem, mesmo? https://consequence.net/2023/06/knocked-loose-deep-in-the-willow-heavy-song-of-the-week/
Estamos perdendo alguma coisa?
… o q ficou?
… o q ficou?
versus
por Leo Musumeci*
Ir a um show do Mötley Crüe e Def Leppard com abertura do Edu Falaschi não é exatamente o programa que colegas me imaginariam fazendo.
E não que eu seja tr00. Quem já conversou comigo sobre música, mesmo que seja uma única vez, atesta isso. Simplesmente, nunca ouvi e não é a minha.
Mas estava com minha esposa e isso, por si, é motivo mais que suficiente pra qualquer rolê.
Entramos 19:40 no estádio.
Felizmente, deu tempo de perder o Falaschi.
E já ouvíamos a banda nas imediações enquanto buscávamos o portão de entrada. Mötley Crüe já estava no palco. Aparentemente começaram pontualmente, às 19:30. Fica a dica pro Axl.
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Aliás, adendo: o Allianz Parque é excelente para shows! Falo isso como são-paulino e arquiteto (portanto, grande fã do Morumbi de Vilanova Artigas).
Infraestrutura e organização muito boas. Preços altos, mas não constrangedores ($38 um cheeseburger vegetariano e $14 uma lata de cerveja). Muita gente trabalhando.
Cadeiras com altura razoável entre elas, que permitem com alguma sorte que você assista sentado mesmo com alguém em pé à frente. Infra nova e bem cuidada. E, do lado de fora, tb tudo certo. Ruas interditadas corretamente, sem exagero, sinalização inclusive no app do Google Maps avisando os desvios e, mesmo na rua do estádio, o som não é alto – isso porque, lá dentro, me arrependi de não ter levado o fone de ouvido. Como alguém que trabalha com impactos urbanos, um ponto importantíssimo.
Sobre a estrutura de palco, achei grande demais.
Não sei se sou eu que estou desacostumado a show em estádio, mas ficou desproporcional. O Def Leppard ainda “encurtou” o palco colocando um palco adicional para bateria, que reduziu a profundidade e deu uma amenizada na altura – embora a estrutura em si do palco ainda fosse muito alta. Mötley Crüe, em “Girls, girls, girls” colocou duas estátuas gigantes de mulheres pra tentar ocupar, mas já era fim de show.
Isso é uma coisa que bandas escoladas já deveriam sacar: um show desses precisa de um palco com cenografia, diferentes alturas, tipo Iron Maiden, Judas Priest e etc.
Mas a estrutura de iluminação foi a melhor que já vi. Lasers a rodo e muito bom.
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Quanto ao público: casa bem vazia.
Não vendeu o suficiente nem fazendo promoção de 2 por 1.
Para ser justo: o setor mais cheio era a pista premium. Seguido da pista. As cadeiras tinham setores fechados para concentrar o público em locais específicos e os camarotes estavam bem vazios. Podem até tentar colocar na conta do dia (terça-feira), mas a verdade é que a turnê cancelou shows em outras cidades por falta de público. De toda forma, por um lado, uma porção de fãs fanática. Num nível hard, com o perdão do trocadilho. Por outro, uma galera mais velha, até com filhos, que sabia os sons, curtia, mais light. E muito mais gente com camisa do Def Leppard.
Sobre os shows: Mötley Crüe foi bem ruim (ponderem que já não gosto).
Som péssimo no começo, que foi “arrumado” depois da quinta música e “só” ficou ruim. Muito alto, desbalanceado e bem inadequado para o vocal de Vince Neil.
Musicalmente, nada de mais. Nunca foi. Com o Vince Neil, particularmente ruim. Sempre foi. O guitarrista, por motivos de saúde, não veio. Trouxeram um ex-guitarrista do Marylin Manson (e Joe Satriani e Steve Vai). Não é mau músico. Longe disso. Embora nem precisasse de grandes virtudes. Mas eu apostaria em alguém mais jovem, que segurasse um pouco mais a onda do show dos sessentões, assim como Sacha Gerstner no Helloween.
Aliás, pra uma banda que construiu carreira apostando no estereótipo de sex symbol, poderiam ter se cuidado muito mais. O melhorzinho ali é Tommy Lee, que parece pai dos caras do Blink-182. Mas está muito melhor que Nikki Sixx, que parece avô dos caras do Restart. Que, por sua vez, ainda está muito melhor que Vince Neil, a quem vou poupar os comentários.
Aliás outro: a prova de que sabem que não estão bem é que toda vez que aparece nos telões, são colocados efeitos especiais de alta saturação pra dar uma força estética. E que, no telão, aparecem mais as duas dançarinas (e backing vocals, embora o som não me permitisse atestar se estavam cantando mesmo) que a própria banda. Sim. Só duas.
No mais, palco baixo, que deixa a banda meio perdida. Interação ok. E sonho realizado de quem estava ali pra ver os caras independente do que entregassem. A quem, como eu, não tem simpatia, foi jogo duríssimo.
Quanto ao Def Leppard, já tinha visto no mesmo Allianz, com o Aerosmith em 2017 (na oportunidade, eram banda de abertura e o estádio estava muito mais cheio).
Assistir depois do Mötley Crüe é um alívio, porque os caras são profissionais.
Goste você ou não do som, os caras entregam: boa execução, som equilibrado, repertório de clássicos ao CD novo, músicos em forma (que o diga Phil Collen!), palco bem montado, um trabalho de visual no telão muito bom… E Rick Allen como atração à parte – inclusive, no solo de bateria que, em geral, acho chatíssimo, mas que fica legal pela história do cara.
Show bom é assim: sem reparos.
Para voltar à arquitetura, um grande arquiteto brasileiro chamado Eduardo de Almeida disse: “o melhor detalhe é aquele que não se vê.”
*está me devendo um eletroencefalograma ahahah
DISCOS EM Q A FAIXA-TÍTULO É A MAIS FRACA DO TRABALHO:
[discos listados do melhor pro menos melhor]
*a faixa-título chama “Vapor Trail”, mas deu pra entender
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WhatsAppin’: isso pq a banda chamava Live. Quando tínhamos uma chamada Death, nada disso aconteceu https://www.tenhomaisdiscosqueamigos.com/2023/02/21/live-banda-anos-90-autodestruicao/
Meio a ver com o aparte anterior. Corolário da tese, e papo sobre mainstream https://metalinjection.net/news/paradise-losts-greg-mackintosh-on-modern-mainstream-metal-its-safer-than-pop-music
Hype nervoso e cabuloso, hein? https://loudwire.com/all-but-one-sleep-token-new-songs-spotify-viral-top-50/