A fama de MALA SEM ALÇA desse cara está contundentemente alicerçada no engajamento da causa indígena brasileira (!!), nuns 2 álbuns solo, de 10 já lançados, meia-boca (nomes aos bois: “… Nothing Like the Sun” e “Brand New Day”. Exemplo oposto: o melancólico e denso “The Soul Cages”) e numa meia dúzia de 7 ou 8 sons realmente equivocados.
Mas o fato é q Sting já foi nome forte no cenário pop/rock, e quem o acompanha sabe de suas virtudes instrumentais e, sobretudo, composicionais. Cacete, 98% dos hits e sons do Police eram SÓ dele.
“Fora Do Tom” (tradução q achei esquisita pro original “Broken Music”, mas deixa quieto) ñ é assim uma autobiografia rigorosa – tanto q fiquei sabendo duma irmã mais velha do cara só lá pro fim! – sendo mais um livro de memórias do sujeito. Q contempla fatos familiares, mas mais ainda fatos musicais, de trajetória obstinada em querer ser reconhecido musicalmente. Dum jeito q penso q algum livro semelhante contemplando a trajetória do Steve Harris ñ sairia tão diferente.
E aí passam-se histórias, nos 15 capítulos, do cara ir tocar em bandas de jazz “geriátricas”, arrumar trampo de figurante em filmes, se formar em magistério (foi professor de 1º grau por anos, pra segurar a onda financeira), tocar com banda em musicais teatrais duvidosos e em cruzeiro de navio luxuoso e, até mesmo, junto do Stewart Copeland, servir de banda de apoio pra artistas medíocres. Tudo pra conquistar lugar ao sol, e sem a menor sombra de soar filho da puta.
O q tvz soasse caso outra pessoa escrevesse, quando escancara de ter se juntado ao Police mais por conveniência – banda q se sentia fadada a $e dar bem em meio ao movimento punk – q por convicção. E com a clareza de, em passando o período bandístico, querer e poder seguir carreira solo mais convicta.
A narrativa, embora comece e termine em 1987, às vésperas do maior show de sua carreira, no Maracanã, e com o 1º e mais extenso capítulo descrevendo experiência alucinatório-expiatória na seita do Santo Daime, frisa apenas a trajetória até o 1º álbum do Police. E mesmo assim ñ soa vazio, faltando coisa. Se tentassem fazer um filme do livro, acho q ficaria bão.
Pois a ênfase parece ter sido a trajetória do cara SE FAZENDO, o q dificilmente alguns de nós q sonham, ou já sonharam muito, em fama ou viver de música já ñ cogitaram ou idealizaram.
O ápice do livro acho o encontro e primeiro ensaio com Stewart Copeland, aloprado e hiperativo desde sempre, e filho de fundador da CIA.
Por isso, fica a dica. Eu me identifiquei pra cacete, e gostaria de ter passado por pelo menos metade dos perrengues – e dos sucessos – q ele paciente e obstinadamente passou. Momento turco final: satisfação tremenda ver no site da editora (Cosac Naify) custar 49 contos o livro, quando o comprei zero bala em maquininha de venda automática no metrô a cincão.