10 ANOX DEPOIS…
… o q “ficaram”?
… o q “ficaram”?
Relatório bimensal de algo q pautei no início do ano: anotar durante 2022 todas as datas comemorativas de integrantes, lançamentos e circunstâncias envolvendo o Iron Maiden.
Bastante coisa pra 59 dias até o momento:
JANEIRO
03.01.05 relançamento em versão limitada do single “The Number Of the Beast” em vinil 7 polegadas
27.01.57 aniversário Janick Gers
FEVEREIRO
02.02.81 lançamento do “Killers”; 02.02.96 lançamento do single “Lord Of the Flies”
04.02.08 relançamento do dvd “Live After Death”, remasterizado
06.02.06 lançamento dvd ao vivo “Death On the Road”
08.02.80 lançamento single “Running Free”
10.02.99 volta de Adrian Smith e Bruce Dickinson à Donzela
12.02.82 lançamento single “Run to the Hills”; 12.02.90 relançamento em cd single “Running Free”/”Sanctuary”
13.02.58 aniversário Derek Riggs
17.02.81 início da turnê “Killers”
19.02.90 relançamento em cd single “Women In Uniform”/”Twilight Zone”
24.02.90 lançamento VHS “The First Ten Years”
25.02.82 início da “Beast On the Road Tour”, de 12 datas
26.02.90 relançamento single “Purgatory”
27.02.57 aniversário Adrian Smith
As fontes são duas páginas de Facebook, “The Metal Realm” e “Terreiro do Metal”, o Metal Archieves (site) e uns amigos fanáticos em rede social.
17 eventos ocorridos em 15 datas diversas. 25,42% dos dias deste ano foram “Datas Maiden”.
Última da série “perfil do consumidor”. Roubada da revista inglesa. Seção “The Metal Test”.
… o q ficou?
Hoje vario um pouco a pauta; tô sempre falando de encrenca e presepada. Bora hoje falar dum lugar legal, infelizmente fechado.
Toca do Rei, em Jundiaí.
O lugar parecia um daqueles drive-in de filme americano: passava-se do portão, um trecho asfaltado a céu aberto, com mesas, daí abria um “L” (ñ sei como chama isso em arquitetês), onde – nessa ponta do “L” – tinha o bar em si (coberto) e umas outras mesas internas.
Tinha umas mesas de sinuca e pebolim (totó) entre os ambientes, e do outro lado da ponta do “L” (no ângulo reto), o dono fez um local coberto onde haviam a pista, o palco, o backstage e os banheiros. Arborizado rente ao muro.
Tudo muito ajeitado e de propósito: pq o Tiger (dono) e a Jessel (esposa – aliás, ambos no flyer) eram do rock’n’roll raiz. O “rei”? Elvis. Quintas com noites de rockabilly (banda Old Black Joe, do Tiger, tocando) e aulas de “dança”. Provavelmente com direito ao pessoal se vestindo a caráter, mulherada de pin up.
Acho q chegamos a esse lugar via Márcio, nosso então guitarrista (depois viraria baixista/vocalista), q tinha trânsitos pelo interior a serviço. E entre 2011 e 2014 tocamos 7 vezes lá. Com 3 formações do No Class. E q eu me lembre, todas legais.
Roubada costumo lembrar mais.
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Motörhead combinava com a casa, os donos curtiam. Mas ñ era uma casa só de rock’n’roll: tocamos ali com o Dragão de Aço (banda clássica de classic rock veterana na cidade), com o Arquivo Inválido (punk autoral veia Ramones e Bad Religion, cujo vocalista idêntico ao vocal do Deftones hoje é youtubber de cinema) e até mesmo com o The Zoo, um Scorpions Cover de Campinas, cujo baixista (Peterson) é meu amigo de Facebook desde então.
O ambiente era legal, familiar. Vez ou outra, aparecia a filhinha dos donos lá e brincávamos um pouco com ela. Pagavam cozinheira e garçom pra servir o público. Dos raríssimos lugares q dava pra levar namoradas/esposas sem stress, medo de banheiros infectos ou de ter q lidar com nóias.
Gente legal tentando levar o negócio a sério.
E no início o tal Tiger parecia meio grosso e autoritário no trato (a esposa é q pagava o cachê e fazia a social), o q fomos entendendo pela responsabilidade: dono, técnico de mesa de som, organizador de agenda (todo mês, no site e em flyer, todas as datas impecável e antecipadamente marcadas) e eventualmente guitarrista da banda q tocava às quintas.
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Tb era colecionador de Hot Wheels, o q nos últimos tempos rendia noites a isso dedicada. Tiozões colecionadores de carrinhos eram convidados de graça a quintas-feiras específicas. Um detalhe q viraria a encrenca.
Bar começa a abrir pra dias gratuitos, ou fazer “concurso de bandas autorais” com prêmio em tatuagem e/ou horas de estúdio, às vezes ñ é bom sinal.
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O q sentimos na penúltima vez em q lá estivemos: acho q éramos gente boa e zero maloqueiros, o q proporcionou o Tiger virar meio um amigo e confidente. Começava a falar/desabafar com a gente em fim de noite sobre bandas q “furaram”, bandas q eram meio estrelas e do acordo q tinha com os vizinhos (o bar era afastado em Jundiaí, praticamente embaixo dum viaduto – ?!?!? – e em área residencial) pra ñ avançar de horários estabelecidos com som alto.
Na última vez em q lá tocamos, 28 de setembro de 2014, sujeito – aliás, nunca soube o nome real; devia ser Bruno. Quase todo dono de bar onde tocávamos chamava Bruno – veio confidenciar q ñ renovaria a licença do bar. Pq tinha passado stress com um Helloween Cover estrelinha (até desconfio quem eram) q insitia em erguer o volume, pq o movimento tinha caído e pq a grana ñ estava mais entrando. Ñ estava valendo a pena. E assim parece q aconteceu.
Nunca mais fomos convidados, portanto o bar ñ mais existiu ali pra meados de 2015. Uma pena e uma perda, dentre tantas.
Gente decente, público legal, lanches honestos, equipamentos disponíveis decentes, combinados feitos “olho no olho” e cumpridos, o q incluía passagens de som sérias e ajeitar o som durante a apresentação, sem frescuras. Mas q durou o q tinha q durar.
Gostaria de saber o q andam fazendo, se estão bem. Era difícil de chegar, mas estava muito longe de ser o pior lugar em q tocávamos.
… o q ficou?
… o q ficou?
… o q ficou?
Walverdes, “Anticontrole”
Curti demais este aqui. Fazia muito tempo q não pegava um disco com letras em português tão contundentes. De insights bem sacados.
Como: “é perigoso querer viver em outro tempo que não o presente / Tanto esforço pra construir realidades impermanentes quando a vida que acontece aqui espera coragem para ir em frente” (“Tudo Está No Seu Lugar”)
Ou: “mais uma daquelas festas cheias de novos adultos / Que antes escutavam rock e agora ouvem MPB / Só Barão Vermelho, Kid Abelha e Caetano pra não incomodar / E manter tudo como está” (“Novos Adultos”)
A banda é antiga, portoalegrense, o disco já tem 20 anos e na época ignorei algum hype. Como, ainda, de várias bandas ‘descoladas’ lançadas pelo selo goiano Monstro Discos.
O vocal me lembra um pouco Virna Lisi, um pouco Rumbora, não cai bem de primeira mas é bastante inteligível. Méritos ao trio por isso.
E o som, à época (pesquisei depois), foi louvado como algo entre grunge e stoner, e até procede. Mas acho melhor e maior q uma ‘versão brasileira’ desses. Tem urgência aqui. E angústia.
E tb pq banda stoner brasuca q eu conheci é quase tudo reaça e escreve qualquer coisa na letra em inglês de 5ª série. Ninguém repara mesmo.
Eu reparei por aqui. E no som. E vou atrás dos outros discos. Puta disco.
… o q ficou?