Aquele terrorista – ou manifestante? – na capa de “Revolusongs” (2002), do Sepultura, quem seria: algum momento histórico replicado, algum líder perseguido, alguma arte estilizada?
Afinal, quem?
Apenas e tão somente se tratou de Toninho Iron, figurinha carimbada, gente boa e presidente do fã-clube oficial do Sepultura por muitos anos. Em homenagem justa e merecida, na minha opinião.
Fonte: meu amigo tr00, q é amigo do Toninho e me contou isso, já q nem no encarte e no MetalArchieves constam a informação.
Do Suffocation, endosso e assino com sangue do dedo mindinho o comentário do amigo tr00: “o Suffocation não sabe brincar. Que porrada, o som começa com os 2 pés no meio do peito”.
De minha parte, duvido um pouco q consigam replicar 100% ao vivo, e se o fizerem… Puta merda.
Já os canibais… Desconsiderem o videoclipe. Ou o incluam ao relatório, sei lá. Os caras estão mudando desde “RedBeforeBlack” (antepenúltimo lançamento a partir do dia 22) e parecem estar mais truzões.
Está diferente, evoluído de algum modo q não entendo, fora da zona de conforto. Ou ocupando uma outra zona de conforto e tocando o terror. Mesmo.
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Meu ponto aqui é: espero de verdade q os irmãos ijuienses estejam se coçando vendo/ouvindo isso. Ou vão ter q pedir pra sair.
Pessoal tá puxando a régua muito pra cima. O Krisiun estará ali?
Quão underground uma banda chega a ser? O MetalArchieves tem 166820 bandas, entre antigas e novas + ativas e encerradas, cadastradas. Não tem o CircusSatanae.
CircusSatanae é banda dum cara só, e entendi q radicado em MG, q compôs, tocou, cantou e gravou este “NuclearMoments…” em homestudio, bateria eletrônica e etc.
As letras são esquerdistas, sim. “De protesto”, como se dizia antigamente. E focadas na era bozolóide, com críticas a terraplanismo (“Flat Earth!”), classe média equivocada (“Brazilians Rightist”), aos banqueiros sanguessugas (“Banker’s Guillotiner”) e etc.
Mesmo a quem discordar, não dá pra entender muito. Os vocais ininteligíveis – algumas horas guturais, outras berreiro – e o inglês às vezes primário numas letras, não colaboram. O q fica é a mensagem. Clara. Óbvia.
E o som? Grindcoreavant-garde, o q significa barulheira inveterada e soando orgânica, entremeada por passagens melódicas, maneirismos à Fantômas e até versão pra “In the Hall Of the Mountain King” (de Grieg). Difícil explicar, mais fácil tirar 27’32” pra ouvir.
O principal atributo deste artefato (de 2021), pra mim são dois: produção e apresentação. De primeira, melhor q muito cd de banda majoritária: gravação e masterização nível gringo e capa + encarte em papel de ótima qualidade. Parece cd importado de verdade. Duma banda q não deve tocar ao vivo, não se propõe.
Lord Ciaabatator (o líder da horda) conseguiu algo aqui q penso q tem q ser ouvido por quem lida com som e/ou trabalha com produção. Além disso, faço recomendação a quem ainda (não por aqui) acredita de verdade q heavymetal no Brasil é só Angra (e dissidências atrozes) e Sepultura (com Max e Igor ainda): atraso de vida acho pouco!
E tvz tenha ficado cabreiro acerca de alguma truezice ñ tr00 minha, acrescentando: “amanhã por $50. Não sei se iria, mas pensaria”.
O lugar em questão fica a 20 minutos daqui de casa, andando. De metrô, a duas estações. Do Leo, a três.
Rebati algumas coisas:
rolê de trú, rolê de cu
lugar ñ muito recomendado
véspera de feriado cristão e bando de metaleiro pagando de blasfemo e de esperto (“sacou a data”?)
lei empiricamente aprendida: mais de 4 bandas num “festival” SEMPRE será roubada, ainda mais festival trú (exceções como Kool Metal Fest só comprovam a regra)
horário de início. Aham. Cravei: “começa meia-noite e termina às 6”.
Dito isso, rebatido algo, treplicada alguma coisa, o dito pelo ñ dito: eu ñ iria, como ñ fui. Leo e a Danny tb ñ foram – melhor jogar $50 pela janela.
E ainda pra comprovar: passando pelo local às 1:30 de sexta, testemunhei monte de metaleiro trú na calçada fumando. De 3, pelo menos duas: 1) ñ tinha começado o festival ainda; 2) monte de metaleiro mochilinha (e provavelmente em número maior do q quem estava dentro) q ñ quis pagar pra entrar pagando de trú na calçada; 3) algum intervalo pra galera bronzear o pulmão (fumar) um pouco e tomar um restinho de Corote da mochila.
De todo modo, a Danny levantou: uma das bandas (e a única q conheci pessoalmente os caras – uns chatos – estava entrando no palco às 2h) e havia gente ainda fazendo reels pra Instagram no evento às 4 da manhã.
Nada como saber de roubadas a serem evitadas.
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Nunca fui ao bar, mas há quem diga q mal dá 80 pessoas dentro. Pelo menos 20 eram as bandas e namoradas + amigos entrando de graça, imagino. Crypta, DorsalAtlântica, Krisiun – de onde a banda q eu conheço tirou o nome – e Troops Of Doom tocaram pra 500 no Sesc recentemente. De sábado. Eloy Casagrande pra 200, numa quinta-feira.
Garotos Podres tocará no próximo sábado no Sesc Belenzinho e até sábado já se tinha vendido 500 ingressos, com preços q vão de 12 lulas a 40 comunismos do PT.
Moral da história são duas:
a) a roubada estava lá, caiu quem quis
b) duvido q alguma dessas bandas faça mais q UM outro show este ano. Pq o pessoal prefere pagar 500 pra ver o Iron Maiden, mas ñ 50 pra ver banda de amigo.
sons: GRUMBACHUM / VOODOO VENUS / O GÁRGULA, A GÓRGONA E A BAILARINA SEM OLHOS / TRUXTON / PLANETA CARNÍVORO / O VALE DOS ANDRÓIDES ALCOÓLATRAS / RAIOS DE VINHO DO SOL DERRETIDO / MASSACRE DAS LESMAS / HORRORO, OS ESTRANHOS / URANO / KAURA / INVASOR VERME / GALÁXIA DOS OSSOS VERDES
E o q temos aqui?
13 sons em 25 minutos e 20 segundos totais, sendo q os 8 minutos e 10 segundos derradeiros do derradeiro som são locuções ininteligíveis, sons de mar e de apitos de navio. No q o tempo de música total de verdade é 17:10.
Músicas todas em Português, de títulos às vezes geniais (eu achei) só q sem letras no encarte (leiam encartes). Ao mesmo tempo em q não precisa (eu é q gostaria), pq não se entende nada. Podiam estar em basco.
Parece q o barato é dissertarem sobre espaço sideral e gore. Singulares, oras.
Som q mistura um hardcore mais bruto com algum crust muitíssimo bem gravado (pra média das bandas do tipo) de trio formado por vocalista (Marcelo), guitarrista (Vinícius) e baterista (Erick). Sem baixista. Não faz falta.
Lançado independente em 2018 e disco de estréia da banda – parecem ser do RJ – por selo chamado Bagaça Records. Nenhuma informação atualizada no Facebook deles – onde se descrevem como “Urano dadaístas” (sic) – desde 2019. Não tive como saber se ainda existem.
E mesmo assim recomendo, ainda mais a quem curte Test, D.F.C., Surra e Ratos de Porão, sobretudo a quem – como eu – dos últimos adora a fase “Carniceria Tropical”.
Rikard Wermén, Johan Axelsson e Johan Anderberg, suecos e respectivamente baterista, guitarrista e baixista/vocalista, fundaram o Murder Corporation em paralelo ao Deranged (quem?) e legaram este disco + um auto-intitulado de estréia anterior e 2 eps, pra daí fecharem a lojinha e fundarem outra banda, Killaman.
(quem? – parte 2, a missão)
E esse é o tipo de som e banda q me remete, auditivamente, ao q visualmente dizem ter os esquimós com a neve: se os mesmos vêem 40 tons de branco naquilo q é só gelo pros leigos, “Tagged & Bagged” – q a única resenha no Metal Archieves descreve como uma porcaria total – é nada mais q um borrão de 32 minutos pra quem curte Kenny G.
O tipo de som mal gravado por opção, mas abrasivo e intenso. Tipo soco na cara, murro no estômago, só q ñ tosco. Nem técnico. Apenas “borrado”. A versão irreconhecível pra “Survive” (Nuclear Assault) e a capa com gente mascarada sugere letras políticas, q o encarte e a página do disco no Metal Archieves ñ as tem… fazer o quê? Já tinha um dos ep’s, daí achei q curtiria este tb.
Comprado do amigo tr00 q está vendendo seus discos podreiras pra investir $$ em arrumar o carro. Valeu os 10 reais.
Este aqui é cinza e borrado. Brutal Death Metal mais pra Suffocation (vocal über gutural acompanha) q pra Krisiun, de gente q sabe/sabia tocar (ñ tanto os guitarristas) e q grava mal de propósito. Por estética anticomercial, por turrice.
Ñ é o tipo de som pra qualquer um por isso: quem for leigo na proposta vai achar tudo igual. Pq soa tudo igual. Tem q estar na vibe pra encontrar sentido por aqui. Assim: mal gravado de propósito, mas dá pra ouvir/entender. Só tem q querer.
Ñ conheço o suficiente da banda pra ter outro álbum (nem nunca vi pra vender), mas pesquisei no Metal Archieves e assuntei q são californianos (incomum pra extremo), têm outros 8 discos, um tanto de mudanças de formação e q o guitarrista + vocalista por aqui virou só vocalista em shows (tendinite grave) e morreu de Esclerose Múltipla em 2018.
“Path Of the Weakening”, o petardo em questão, é de 1999 e o 3º disco do Deeds Of Flesh, q eu já tinha copiado em pendrive e comprei sebunda-feira do amigo de quem eu tinha copiado.
Se é certo q o heavy metal desde sempre se bifurca, metamorfoseia, gera sub-estilos até dentro dos sub-estilos, é mais ou menos patente q o grindcore (metal? punk?) tb o faz, tal qual.
A ponto de ter gerado formações praticamente prog, como o Cephalic Carnage, q eu gosto, mas me dá mais tontura q Dream Theater.
A ponto de ter já um festival próprio, consagrado, na República Tcheca. O Obscene Extreme Festival. Ratos de Porão tocou lá, salvo engano tb o Surra.
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Ao mesmo tempo em q por outras abordagens – outras cêpas – a coisa tá ficando mais zoeira. E sei lá se mais descaracterizada também.
Pintou no YouTube aqui esse dias o tal Cartilage.
Estadunidenses, goregrind zoeiros. Uma demo, 1 álbum, 1 ep.
Ñ me recordo da última vez em q vi tanta gente nada a ver numa banda num palco. Tvz desde a vez em q vi a “banda do Elvis preto” (um dia conto essa história).
Esquisitos, mas ñ no bom sentido. Pagaram vôo pra tocarem lá? Como assim?
Mandei pro amigo tr00, menino buxudo q compra fita cassete de black metal boliviano, q me retrucou: “ah, já conheço. Conhece Gutalax?”
E me mandou este:
Tchecos, 3 álbuns, 1 ep, 1 split e uma coletânea.
Rachei de rir com a música de introdução. E o q é esse público? De onde vieram? Pagaram pra estar lá?
Ñ é o tipo de coisa q vou gastar tempo ouvindo ou dinheiro comprando, mas sou dum tempo em q “metal feliz” era Helloween.
PS – e eu duvido q Vaginal Penetration Of An Amelus With a Musty Carrot seja uma banda séria. Mais conhecidos como VxPxOxAxAxWxAxMxCx (pra ficar mais fácil?). 6 splits, 1 single, 1 ep. Austríacos, trio rebatizado com nomes de serial killers.