CINCO ANO5 DEPOIS…
… o q ficou?
… o q ficou?
… o q ficou?
RANQUEANDO DISCOS DO U2:
E a surpresa é eu ter 9 discos do U2.
“Bug Alley”, Gary Hoey, 1996, Surfdog Records
sons: DESIRE [Bach] * / TRIBAL WAR BABIES * / BLACK MAGIC WOMAN [Santana] * / YEAH / BUG ALLEY * / PEACE PIPE / GOTTA SERVE SOMEBODY [Bob Dylan] / KARMA CLIMB / MOUSTACHE MUCHACHO / COASTING / THE GREEN ROOM *
formação: Gary Hoey (guitar and vocals), Tony Franklin (bass), Gregg Bissonette (drums); special guest guitarist on “Bug Alley”: Brian Setzer
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A impressão q tenho desse sujeito é a de ser um cara divertido, desencanado.
Ñ q eu acompanhe Gary Hoey febrilmente: lembrava de sua versão (ótima) pra “Hocus Pocus”, q passava no “Fúria Metal”. Mas nem fui atrás do álbum à época, “Animal Instinct”, q sei lá se saiu nacional. Lembrava ainda – e nem ido atrás, tb – dele ter gravado um disco de músicas natalinas, espirituosamente batizado “Ho Ho Hoey”.
Passam-se os anos, e eis q fuçando num bazar de cd’s “5 a 15 reais” encontro este “Bug Alley” e um “Ho Ho Hoey 3” (eita). Bora os dois.
Gary é um guitarrista fritador. Como milhões de outros, surgidos após Eddie Van Halen, q se tivesse q ganhar anos de cadeia ou royalties por isso… E se é verdade q o futebol inglês tem umas 13 divisões, o guitarrismo shredder deve ter mais.
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A impressão de desencanado: Hoey parece ñ se levar a sério. Mais ou menos como Paul Gilbert. Os discos são muito bons, mas parece se contentar em estar na 3ª ou 4ª divisão. E tudo bem. E daí isso resulta em discos – os 2 citados – com mais musicalidade q exibicionismo.
Q é do q é feito “Bug Alley”. Q contém covers, incomuns (Bob Dylan? Santana antes do hype) e participação especial idem (Brian Setzer nunca foi desse “clube”), fora a banda de renomados comparsas. Disco redondinho e divertido.
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Tem rococó erudito? Sim, mas – chupa, Malmsteen – comedido no primeiro som, “Desire”. Citação de “Jesus Alegria dos Homens”, de Johann Sebastian Bach, enxertado ao riff. Ao peso. Ao puta som. Ñ é firulagem, ficou bacana.
Tem músicas engraçadinhas, divertidas? “Yeah” e “Moustache Muchacho”. Mas principalmente, é um álbum curto, baseado em riffs e climas, direcionado a pessoas q ñ toquem guitarra e achem q toca melhor. Pra esses, é provável q dê aulas, vai saber.
Dá uma “caída” mais pro fim (após a versão de Dylan) e tem uma faixa 12ª ñ creditada, q é versão (meio fuleira) de “Wipe Out”, onde o sujeito se permitiu fritar como ninguém.
Disco bacana pra tempos de isolamento: divertido, pra cima (bom pra ouvir com Helloween), curto e direto. Dá pra ouvir com visita em casa, jogando videogame ou enquanto faz um post pro Thrash Com H.
Fica a dica.
PS: as faixas asteriscadas acima são as minhas preferidas
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CATA PIOLHO CCLXXIV – Zbigniew Bielak, ouviram falar? Cabra esperto: vendeu uma mesma arte de capa pra duas bandas de segmentos diferentes (SQN), ciente de q os fãs ñ são os mesmos e jamais perceberiam.
… o q ficou?
… o q ficou?
E já começam a chegar conhecidos contaminados: Chuck Billy e a esposa, confirmados.
Testament andou fazendo turnê com Exodus e Death Angel (deixemos ao largo a ironia dos nomes das bandas), do q correm suspeitas de q Gary Holt (com histórico junkie de ibuprofeno) tb estaria positivo, assim como Will Carroll, baterista do Death Angel, q estaria, inclusive, internado em UTI.
https://whiplash.net/materias/news_745/318375-deathangel.html
Em outras praias: por aqui Dinho Ouro Preto testou positivo; e o saxofonista camaronês Manu Dibango morreu em função do covid-19 anteontem.
Foda.
Quarentena imposta, conseqüências q se avizinham: Galeria do Rock fechada desde a última sexta. Tempo indeterminado.
Palavra-chave: “indeterminado”.
Segue o comunicado oficial:
“A Galeria do Rock, ciente da sua importância CULTURAL na cidade de São Paulo e no Brasil, fecha suas portas.
Na luta pelo bem comum e a fim de combater o avanço e a proliferação do CORONA VIRUS, a Galeria do Rock e todos os seus lojistas decidiram pelo fechamento de nossas portas por tempo indeterminado, a partir do dia 20 de março 2020.
Ficamos felizes em poder contribuir para o esforço coletivo e mundial no combate ao COVID 19, pois evitando aglomerações e tomando os cuidados básicos de higiene, estamos todos salvando vidas.
Queremos compartilhar um sentimento com cada um de vocês que escrevem junto conosco, a cada dia, a nossa história e nos ajudam, visitando, comprando ou até mesmo contando histórias sobre a Galeria do Rock.
A opção pelo fechamento tem uma conseqüência: a de que provavelmente as 215 empresas que atuam hoje na Galeria do Rock e geram mais de 1200 empregos diretos, talvez não consigam sobreviver a esse período, afinal, fechamos hoje sem saber ao certo quando vamos abrir novamente. Vocês nos conhecem, conhecem cada lojista, sabem que somos todo micro e pequenos empresários e nosso ‘ganha-pão’ é a venda do dia a dia, não temos grandes reservas e o acesso a um crédito juto é impossível.
Temos por aqui uma luta diária, por anos e anos, prefeitos após prefeitos e o Centro de SP é cada vez mais abandonado. A prefeitura se nega a cumprir sua obrigação básica que é dar assistência às pessoas, aos moradores, aos trabalhadors e fazer a zeladoria atendendo a quem mais precisa, seus cidadãos. Vocês que freqüentam o centro sabem do que estamos falando. São lutas diárias para manter nossos negócios contra a incompetência de prefeitos e prefeitos regionais que mentem e ignoram a necessidade de quem precisa. A Galeria do Rock é o único prédio da cidade de São Paulo com mais de 50 anos que tem AVCB, AVS e certificado de acessibilidade e mesmo estando em um entorno com edifícios literalmente caindo, sofremos diariamente a pressão de autuações sem sentido algum.
A Galeria do Rock tem um papel cultural fundamental na cidade de São Paulo, no Brasil e na vida de cada um de vocês. Por isso contamos com o apoio e incentivo de todos, pois queremos e vamos passar por mais essa, e cada lojista vai precisar da ajuda de vocês assim que abrirmos novamente. Palavras de carinho e apoio aos lojistas vão nos ajudar, e muito. Por enquanto fiquem em casa, preservem-se.
Um salve
Galeria do Rock”
“Exposures – In Retrospect And Denial” (2004) é cd duplo, metade ao vivo, metade com faixas bônus e sobras de estúdio até aquele momento do Dark Tranquillity, e contém lauto encarte contendo fotos, letras (das inéditas) e meio q um relato de 4 páginas (das 20 totais) do histórico da banda. Cometidos por um certo Christopher Dick. Pra poupar o povo aqui, cito só o prólogo e o epílogo, com citações filosóficas creditadas:
“Prologue
‘The individual body is matter, brought together by the particularity of the elements out of the generaly of gravity and into individuality. Thus it is determined in and for itself and has by virtue of its individuality a characteristic form which constitutes the unity of the differentation of a body. This individuality is (a) immediate or at rest, a shape; (b) its separation into the diversity of features and the tension of the differences; (c) process, in which the shape dissolves just as much as, in its determinateness in and for itself emerges’ – Georg Wilhelm Friedrich Hegel, The Philosophy of Nature“
“Epilogue
‘Musicians must make music, artists must paint, poets must write if they are to be ultimately at peace with themselves. What human beings can be, they must be. They must be true to their own nature’ – Abraham Maslow, 20th century humanistic psychologist“
por Jessiê Machado
Nos últimos dias, tentando preencher o tempo na quarentena comecei a dar maior valor aos canais de streaming de filmes, no meu caso Netflix e Amazon.
Comecei pelo “Endurance”, documentário do Sepultura, mas não agradou e parei em 1/3 da película. Achei muito chapa branca, tipo biografia em 1ª pessoa, coisa que nunca me agradou. Ainda vou terminar, nem que gaste algumas semanas, em doses homeopáticas.
Só que quando joguei na busca “Heavy Metal”, procurando algum documentário ou até show que possa ser de alguma forma interessante, sempre via um tal de “Mudando o Destino” (“Metalhead”, em inglês), com uma garota de corpsepaint (Amazon). Nada que me atraísse, pois o nome é medonho e toda abordagem de heavy metal pelo cinema é um desastre, já que o estilo se resume a estereótipos. Tão somente.
Mas acabei cedendo depois de 1/3 de Sepultura e foi um achado!
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A maioria que hoje tem entre mais de 30 e quase 50 anos chegou ao heavy metal na adolescência (entre início dos 80’s e 90’s), por motivos geralmente ligados a dor, perda, inconformismo, solidão, sentimento de não pertencimento (talvez tudo junto) e encontrou no movimento certo amparo por encontrar pessoas que tinham empatia com seu interior, geralmente guardado debaixo de camadas de roupa preta, monossílabos, raiva e decibéis ensurdecedores de guitarra, baixo, bateria e voz (grave ou estridente).
Incompreensível para quase todos, o que gerava um mundo próprio cuja senha para pertencer era entender tudo numa simples primeira vista, cujo cartão de visitas, invariavelmente, passava pela sua camiseta e, na seqüência, duas ou três perguntas sobre que bandas curte e quais álbuns prefere. Quase sempre também carregado por um sentimento contrário à religiosidade, pois Deus deveria ter culpa por uma vida desgraçada. Enfim…
Todos estes sentimentos vieram a mim no decorrer do filme, aliados a uma trilha sonora de memória afetiva. Me deixou muito pensativo e mexeu muito com minhas lembranças, provocando reflexões. O que se espera de qualquer arte que não se atém a ser produto descartável de entretenimento em massa.
Talvez até pelo enredo alguns o encarem como uma “sessão da tarde” islandesa, o que não deixa de ser verdade. Mas é basicamente um belo filme europeu: denso, arrastado, pouco diálogo, belíssima fotografia e, principalmente, muito verossímil no aspecto “heavy metal” da coisa (que nem é o cerne, diga-se de passagem).
Tem, inclusive, uma passagem da personagem principal que seria algo como “Black, Led e Purple anunciaram, mas o Judas formatou a coisa toda!”, no que não deixo de concordar, em certo aspecto. A dor dela é palpável e a acidez, de uma forma européia, hilária.
Recomendo veementemente aos amigos e paro por aqui, para não atrapalhar a sessão.