VALE 3 CONTOS

“Awoken Broken”, Primal Rock Rebellion, 2012, Spinefarm Records/Hellion Records

sons: NO FRIENDLY NEIGHBOUR / NO PLACE LIKE HOME / I SEE LIGHTS / BRIGHT AS A FIRE / SAVAGE WORLD / TORTURED TONE / WHITE SHEETS ROBES / AS TEARS FALLING FROM THE SKY / AWOKEN BROKEN / SEARCH FOR BLISS / SNAKE LADDERS / MIRROR AND THE MOON

formação: Mikee W. Goodman (vocals, words), Adrian Smith (guitars, bass, backing vocals), Dan Foord (drums)

O nome da banda é ruim e o vocalista com dreadlocks, chatonildo e aborrecido. Como convinha a um new metal padrão. E já um tanto ultrapassado quando este “Awoken Broken” saiu.

O baterista, por sua vez, apresenta bom repertório, enquanto Adrian Smith compondo e tocando baixo + guitarras faz imaginar quão melhor teria sido o estilo/modinha caso suas bandas tivessem guitarristas de verdade.

Quer dizer… os sites e imprensa daqui à época chamaram de “projeto experimental” ou “metal alternativo” envolvendo Smith. Passação de pano contumaz. A quem ouvir, ñ fica muita outra opção: um quase new metal. Digo “quase” pq ausente de batidas grooveadas estereotipadas características. Ao mesmo tempo em q nada há aqui de Iron Maiden e guitarras dobradas, harmonizadas e/ou pretensões épicas.

Olhando ainda em retrospecto, vejo com a maior cara dum “British Lion”: tal como com Steve Harris, provavelmente envolvendo Smith dando força pra banda q tinha q cumprir contrato, ainda q terminada. O tal SikTh, em q militavam Mikee Goodman e Dan Foord.

A maior prova? Ñ fizeram nenhum show ou cometeram qualquer turnê como Primal Rock Rebellion. Sequer prometeram. Projeto de estúdio assumido. Disco lançado, uns vídeos e entrevistas e pronto.

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A capa acho bem legal. E o q é o som? Montes de riffs e texturas em afinação baixa (soando abafados um tanto), o baixo só endossando, bateria na maior parte do tempo acompanhando (fosse bateria eletrônica em loop nuns sons pouca diferença faria) e a curiosidade em se ouvir Smith “fora da casinha”. Sujeito tem recursos, e pra mim o q destilou – em palhetadas thrash, dissonâncias cirúrgicas, solos obtusos e dedilhados poucos óbvios – em momentos deste “Awoken Broken” supera o farofento Psycho Motel.

As letras já tentei prestar atenção, mas o tal Goodman põe tudo a perder. Ñ soa nem Jonathan Davis, tampouco Serj Tankian. Parece q ouviu Mike Patton demais, mas ñ tão direito e imitou mal: vocalizações ora em sobreposições incômodas ora afetadas fora de métrica, gritos forçados e sussurros inoportunos, refletindo postura certamente única, mas – reitero – chatonilda e aborrecida. Ñ convida à introspecção: cansa e empapuça.

Os sons em q ñ atrapalha – tanto – são pra mim os melhores: “No Place Like Home” (refrão meio Skid Row?), “I See Lights” e “Bright As A Fire” (as mais “comuns”), “White Sheet Robes” e a faixa-título. Tb por me soarem músicas mais completas e formatadas. A derradeira “Mirror And the Moon” tem um violão bacaninha no meio da sujeira, decantando alguma influência setentista q ñ identifiquei.

Paguei 3 contos num saldão num sebo: o famoso encalhe da Hellion. Ninguém parece ter ligado, comprado ou sentido saudade. Ñ é q é ruim, nem difícil; requer tempo/prioridade pra analisar. Tem no You Tube inteiro – https://www.youtube.com/watch?v=PMCSF5moJmA – então por q comprar? E é isso.

Na falta dum parágrafo conclusivo, recomendo a quem leu até aqui voltar aos 2 primeiros. Daí encerrar. Coda.

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CATA PIOLHO CCLXX – “The Tower” – Voivod ou Bruce Dickinson? // “Coma”: Overkill ou Guns N’Roses? // “Children Of the Sun”: Dead Can Dance ou Judas Priest?