ON YOUR FEET OR ON YOUR KNEES
Pra mim, só quem foi dono e/ou freqüentou nos 80’s é q tem saudades do Black Jack.
Imagino q fora de SP o nome dessa pocilga chegou. Por muito tempo, era o maior bar pra se tocar. E o q rendia mais nome. Putz.
Pra contextualizar: nem o ex-dono (atualmente dono de estúdio, onde ensaiei algum tempo outras bandas recentemente) consegue localizar ali na Avenida Adolfo Pinheiro onde é q ficava. Ficava onde hoje tem um estacionamento, básico, pra 20 ou 30 carros.
Mesmo o posto de gasolina q ficava em frente ñ tem mais. Dá pra localizar pelo imóvel, em esquina anterior, onde havia uma esfiharia (Esfiha Chic, franquia q foi pro brejo tb) e hoje tem um Pet Shop de luxo, o Pets.
Fez alguma história com bandas pequenas e de amigos q tocavam lá. Viper, Vodu, Siegrid Ingrid, Korzus, Harppia, New York Against the Belzebu. Panelinha. Pq bares como Manifesto e Blackmore – muito melhores – só surgiriam mais tarde.
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Mas vou à história, simples, de quando o No Class tocou ali. A única e última vez, em nosso 11º show, no meu aniversário em 2005.
Foi o início de fato da parceria com o Napster (Metallica Cover) com quem tínhamos dividido palco e idéias, em 27.11.04, no finado Depósito Alternativo Rock Bar [citado por aqui nesta pauta, quando de nosso 1º show] e daí os convidamos pra tocar junto em 29.12 daquele mesmo ano no Empório Bar.
Chamaram a gente pra noite no Black Jack pra retribuir. Seriam headliners, a gente abriria. De boa. No meio, uns malas chamados Fenrir, dos nomes menos criativos em termos de bandas de metal melódico uns 20 anos atrás.
E q tinham um guitarrista bom, mas estrelinha e com fã-clube, um desses caras q hoje provavelmente é youtubber, desses q falam mal de Eddie Van Halen, Tony Iommi e Brian May, q “tocam errado” (sic). Ñ cito o nome aqui, só nos comentários.
A história foi assim: tocamos e foi legal. Napster tocou e foi legal. Tivesse sido ruim pra nós, lembraríamos até hoje: a memória guarda mais os perrengues. Já os malas (mal vieram trocar idéia) tocaram prum monte de amigo – q tvz tenham entrado de graça? Ou ñ, pq era tudo playboyzada – e sequer lembro dos sons. Se eram autorais ou cover, ñ lembro mesmo.
Do q lembro foi de algo cretino e parecido de quando tocamos com os lixos do Supertzar [citados aqui na pauta em jan./21, no post “Please Don’t Touch”]: a gente tocando Motörhead e os caras na platéia rindo da gente, fazendo pouco de tocar sons q eram “fáceis”. Foda-se.
Do q eu lembro, ñ foram muito pra frente tb.
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Mas o principal de eu tripudiar do bar era o modo tacanho como funcionava. Já tinha tocado ali umas 6 vezes (desde 1995), com outras bandas autorais e cover, e a coisa “funcionava” do seguinte jeito:
Tínhamos q chegar, montar equipamento e passar o som até 20h, fosse sexta (dia horrível pra tocar e chegar, devido à distância e o trânsito) ou sábado (domingo só abria pra donos + amigos beberem e ouvir som mecânico). A partir disso, os donos FECHAVAM o bar, voltavam pra suas casas – provavelmente próximas – e só voltavam a abrir o boteco às 23h.
Ou seja: bandas e amigos tinham q ficar pela região (ainda sem metrô próximo ou qualquer outro lugar pra sentar e comer q ñ a loja de conveniência do tal posto ou a esfiharia ruim) até os fulanos provavelmente jantarem, verem novela, cochilarem, tomarem banho e daí voltarem pra abrir o bar.
Os freqüentadores só chegavam meia-noite mesmo. Um desdém e uma falta de noção impune, de quem se achava muito importante e tratava as bandas – q ñ fossem grandes ou de amigos – como lixo. Se chovesse ou tivesse muito frio, foda-se tb.
[o Franga lançou um disco ali (“Rebirth”, tvz?), q foi aventado como o recorde da casa. Cabiam no máximo 100 pessoas e ficou gente na rua, sem conseguir entrar. Muito mérito envolvido…]
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No mais, ñ ganhamos cachê naquela merda.