Até gosto de BlueÖysterCult, só não me venham com o papo de “BlackSabbath americano”. Nunca, jamais.
Ótimos de marketing e queridos pelos críticos. Letras instigantes, no caso de haver encartes (leiam encartes) com as mesmas, o q não é o caso deste meu. Nacional.
Gosto da capa de “CultösaurusErectus” pela arte em si e pela – tvz involuntária – aceitação de q já eram dinossauros em 1980. Gosto de “CultösaurusErectus” tb pela produção de Martín Birch, britânico de estirpe, q deu um “grau” à banda neste e no “FireOfUnknownOrigin” seguinte. Soaram como nunca antes ou depois.
Meu problema com a banda sempre foi a pouca manha pra refrões e/ou riffs pegajosos. Mas ainda mais o baterista indolente e básico, Albert Bouchard.
Tudo é caixa, bumbo e chumbau. Uns pratos ocasionais. Zero viradas, quando músicas como “Monsters”, “Lips In the Hills”, “The Marshall Plan” e “Hungry Boys” PEDIAM algo mais elaborado. Fazer o quê?
Tirei da prateleira pra ouvir quinta, já ouvi e curti. Mas é como q diziam Raulzito e sua vovó: eu tb vou reclamar.
Tenho 2 discos por aqui, “GhostReveries”‘ e um outro com uns quadros numa parede. E tenho acompanhado pelas beiradas o crescimento – artístico e de público – dos suecos.
E um disco novo, “TheLastWillAndTestament”, lançado semana passada, já tenho testemunhado (ops) opiniões divididas entre “melhor disco do ano” e “melhor disco da banda”. Intersecções à parte.
Hermetismos à parte: faixas denominadas “§1”, “§2”, “§3” até a sétima, daí uma 8ª faixa com nome comum.
E com a piração abaixo: IanAnderson (CNPJ JethroTull) participando com solos de flauta em “§4”.
Um pouco o vídeo sombrio me influenciou, mas o q é essa música? Pqp.
Às vezes penso q o grindcore é o dadaísmo q vingou.
Surgido com BrutalTruth (ou com o D.R.I., vai de gosto) como barulheira desenfreada, aleatória e anti-música (não incluo NapalmDeath nesse balaio), proliferou adquirindo requintes técnicos como nem o DreamTheater jamais atingiu, persistindo no paródico e caótico, mas tb no metalinguístico e no patchwork de referências.
Falo do filão q conheço por alto (é praticamente um outro universo): SoilentGreen, os absurdos CephalicCarnage e este BuckshotFacelift.
Gente q sabe tocar, tocam ainda e/ou já tocaram em outras bandas… de grindcore, com um apelo conceitual – até o 10⁰ som, uma “partI“; do 11⁰ ao 15⁰, “partII” – inclusive nas letras (parece) e a capa é de artista renomado (em capas de metal), Travis Smith.
Mas meio q uma banda não é igual à outras (dentre as q citei, como nem as outras tantas entre si).
E neste “UlcerIsland”, de 15 sons em 40 minutos, rolam barulheira/zombaria, riffs convincentes, solos de guitarra apurados, vocais entre o gutural, o gritado e o “porco”, num caldo TDAH e com uma produção requintada q me faz duvidar se funciona em palco.
Difícil de descrever o tal grindcore – por aproximação e exclusão, como o fiz – mas tb fácil de reconhecer. Como um CaptainBeefheart viciado em crack e ainda funcional. Como um Tristan Tzara sonoro e ainda mais disfuncional. É pra poucos e pra iniciados, mas tvz merecesse o mainstream nestes tempos davegrohlzados. Ou melhor não: o mainstream q rume sozinho ao colapso.
A quem simpatizar, é cair dentro. O cognitivo q lute.
Uma noite fria e chuvosa dum dia útil em São Paulo. Uma Audio estrumbada (sold out?) de gente.
Um show q até teve banda de abertura, arrumada de última hora e de q não lembro o nome gigante, q deve ter tocado pra amigos imaginários e espíritos zombeteiros. E q não teve locutor de “rádio rock” tentando entreter “nação” ou o raio q os parta.
Zero distrações, não era um show de tiktoker.
JerryCantrell não é, nem nunca foi, “salvação do rock”. Salvar o rock de quê?
É o guitarrista do AliceInChains, o compositor principal e provavelmente o dono da lojinha. E isso não fez a menor diferença pra quem ali esteve pra ouvir AiC (5 músicas) ou a carreira solo do sujeito, q esteve por aqui a pretexto de lançar um 4⁰ disco, “IWantBlood”. Do qual tocou 6 sons.
Um terço do show, de supostamente (não fiquei contando) 19 músicas.
Cantrell veio com banda praticamente facsimile da matriz – segundo guitarrista/vocalista Layne, baixista e baterista – acrescido duma tecladista, q o teclado não consegui ouvir (grande coisa, tô ficando surdo) e q tb fazia backingvocals (q ouvi) e ocasionais violão e 3ª guitarra.
Uma banda competente, não um cover de AliceInChains. Um show q não se vendeu como “turnê de despedida” ou de TRIBUTO a gente morta. Puta q pariu, existe show assim ainda?
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O apelo de Cantrell são as canções, puta compositor. Faz sempre a mesma coisa? Não vi ninguém reclamar. Outro apelo me foi ver aquelas guitarras dos videoclipes e shows famosos; não é um guitarrista endorsee vendedor de bugiganga.
Os sons do AiC? “Them Bones” logo na segunda música, sem migué. Esquentou quem ainda se ambientava. “Man In the Box”, mais pro meio. Achei q o teto fosse desabar. “Would?” recebida igual “Them Bones”, baterista impecável nela. “Sea Of Sorrow”, lado bzaço, ainda mais impactante q “Man In the Box”. Pessoas do meu lado genuinamente espantadas. Provavelmente estréia da mesma em show. E baterista dando show nela tb.
(O maior hit dum FooFighters jamais será maior q um lado B de AliceInChains, divagação)
Final, previsível, com “Rooster”. Q eu não gosto e acho anticlímax. Mas não terça: enfaticamente recebida e cantada. Achei q Cantrell até se surpreendeu.
Os sons outros, admito: conhecia só “Cut You In”, tocada e outro grande momento.
Fiz a lição de casa no dia seguinte, ouvindo “IWantBlood” no carro. E consegui me recordar de “Vilified” (música de abertura), “Afterglow” (vibe“TheDevilPutDinosaursHere” total), “Off the Rails” (riff dissonante esquisito harmonizado), da faixa-título e de “Held Your Tongue”, minha favorita desde lá.
E o fato de ter me lembrado delas só mostra o quão compositor é Cantrell. É tudo igual? Maís ou menos. Estilo. Parece AliceInChains? Ninguém liga.
Quem eram os fãs ali presentes? Tentei especular: cota poucos saudosistas (os do AiC foram pra eles, só “Facelift” e “Dirt”), um tanto q continua acompanhando o AliceInChains da volta e gente q acompanha tudo: vários sons solo foram entoados consideravelmente. Metaleiros, acho q só eu e o Erick, com quem fui junto. Os bangers de verdade parados no tempo (ainda) não acham grunge, Slipknoia e SystemOfADownmetal.
A obra fala mais q o CPF, o CNPJ, a nostalgia ou o hype. Dos grandes shows q vi este ano – aliás, 1h50 min cravados – só perdendo pra NickMason, NapalmDeath, DeepPurple e Sepultura, pra mim. Se me perguntarem. Incrível, mas não memorável pq o trú em mim preferiria o AliceInChains de verdade. É diferente.
Dois “causos” sobre Saxon e seu “StrongArmOftheLaw” (1980) citados pelo facebúquico TheMetalRealm:
“A última faixa, ‘Dallas 1 AM’, trata do assassinato de John F. Kennedy. ‘Pensamos: colocamos um ou três tiros ali?’, relembra o vocalista BillByford. ‘No fim, embarcamos na teoria conspiratória e pusemos três'”.
“De acordo com o guitarrista GrahamOliver, a faixa-título foi inspirada num incidente no qual a banda estava rodando por Whitehall e foram parados e tomaram uma geral da equipe de segurança da então primeira ministra, Margareth Thatcher”.