30 ANOS DEPOIS…
… o q “ficaram”?
… o q “ficaram”?
Hoje a história é sobre donos de bar sem noção.
Iron Underground (tr00 o suficiente?), em Guarulhos. Dono se auto-intitulava “Lobo” (e acho q, fora Bruno, nos era o 2º nome de dono de bar mais freqüente) e tinha uma namorada, meio sócia meio tiete (ñ lembro o nome dela), bastante patricinha.
Patricinha roqueira.
Cabe um acréscimo: pessoalmente Guarulhos nunca me desceu. Com o No Class (três vezes) e com outra banda anterior (Lethal), nunca foi bom pra mim. Shows ruins e mal organizados, lugares precários, gente caloteira (num certo Território Custom, em 2012, tomamos o ÚNICO calote na história da banda), outras bandas picaretas. Enfim.
Pra piorar, acho ruim de chegar. É perto daqui da capital, mas totalmente fora de mão. Monte de ruas estranhas, sem pontos de referência razoáveis. Enfim, parte II.
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Ñ lembro como soubemos, nem como fomos convidados.
Provavelmente devido ao Napster, o Metallica Cover com quem andávamos tocando muito (e prodigiosos em arrumar lugar ruim) e depois viraríamos joint-venture (juntamos ambas as bandas na mesma formação e fizemos meio q uns 10 shows com a gente abrindo pra gente mesmo). (E depois, a gente mesmo fechando).
O lugar era novo, foi em 18 de Agosto de 2006, e era basicamente um porão todo recém-pintado (de branco), numa casa térrea numa avenida ali meio principal. Vizinho a uma IURD. Promissor.
No Class primeiro, Napster fechando (Metallica sempre teve mais apelo). Pro casal dono e mais uns 3 presentes. Q curtiram de verdade, a despeito do climão constrangedor, quebrado pela promessa do Lobo de “numa próxima vez” ser melhor e pelo “momento Mötley Crüe“ acontecido.
O tal Lobo simplesmente pirou com as duas bandas e, pegajosamente já se achando melhor amigo da gente, fez questão de pôr uma cadeira no meio da pista (vazia, depois dos shows) pra q cada um de nós 7 sentasse nela e ele nos desse vodca na boca.
Girls girls girls. Vergonha alheia demais. Imagina na Copa.
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Fui o único a ñ participar. Fiquei atrás da bateria mesmo, justificando q a estava desmontando (acho q tinha levado a minha, mas ñ lembro) e q iria dirigir na volta, um fato. Mas até o Cássio e o Edinho, normalmente comedidos e sensatos, participaram da pataquada.
Galera do Napster se jogou de cabeça e ficaram por lá até passar a brisa e poderem voltar de carro pra São Paulo. Fiquei sabendo por eles depois q a paty tinha feito um barraco com o Lobo, por algum motivo tonto, e ameaçado tirar a roupa ali na frente de todo mundo.
Pode ser (fuçando o Orkut do casal, eram realmente muito playboys; a guria tinha fotos fazendo snowboard na Nova Zelândia), mas pode ser q a galera tenha ficado muito bêbada.
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De qualquer modo, zero lição aprendida com a roubada.
Acreditando piamente “na próxima vez” melhor, voltamos – No Class e Napster – ao local no mês seguinte, em 2 de Setembro. E desta vez, realmente pra ninguém. Só Lobo e namorada. Fazendo caras e bocas e encenando ligar dos celulares pra chamar “mais público”. Aham.
Do q eu lembro ainda, ñ ganhamos cachê. Em nenhuma vez.
Do q eu soube, o “bar” ñ durou mais um mês.
Alguma auto-ironia tipicamente britânica ou farpa pra cima do produtor na contracapa de “Seasons End” (1989):
“This album was recorded & mixed“
… o q ficou?
… o q ficou?
Caiu no meu colo isso.
De alguma página facebúquica q visito todo dia, The Metal Realm ou Terreiro do Heavy Metal, tanto faz. E a ocasião na vez eram os 15 anos de lançado de “Anima”, 2º álbum dessa banda de prog metal francesa.
Tive curiosidade – achei o nome da banda (puro prog) e capa muito fodas – e acessei “Black Materia”. Instrumental épico de 6’40” (ironia a gosto de quem lê), dum prog metal raiz.
Me lembrou, obviamente, Dream Theater, mas de quando tinham Kevin Moore na lojinha. De quando o atrito entre querer soar pesado e ao mesmo tempo ter teclados q ñ fossem só firula e distorção. Um Dream Theater q se perdeu… mas ñ se vendeu.
Com mudanças instigantes de andamento e compassos, sem aviso. Nada muito óbvio. E muito pesado. Pitadas de Fates Warning aqui e ali tb.
O vocalista me lembrou o LaBrie, mas como referência. O timbre do sujeito mistura DT com hard rock, e um tanto de Fabio Lione.
Embora “Black Materia” seja instrumental ahahah
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A quem tiver curiosidade (e menos tempo necessário q o habitual), ouvi o disco citado uma vez, e de lá recomendo ainda “Sceptic”, “The Inner Quest” (ambas abaixo de 6 minutos), “Neptune’s Revenge”, “The Key” (a única q passa de 10 minutos) e “Questions”.
E pelo q pude apurar (resenhas negativas no Metal Archieves), os 2 discos seguintes – “Unreal” e “The New Eve” – desagradaram geral, com os caras querendo fazer hard rock com new metal e tentando se vender ante as tendências.
Um novo, “Back Home” (será uma volta à firulagem?) estaria pra ser lançado no próximo 20 de Maio. Se até lá lembrar q fiz esse post, tentarei achar um “tempo” pra ouvir.
Por ora, reitero recomendar essa “Black Materia”. Puta som.
… o q ficou?
MELHORES DISCOS CUJA MELHOR FAIXA É UM COVER:
(descontando discos de covers/versões, obviamente)
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ADENDO: babado do fds. E aí? https://www.uol.com.br/splash/noticias/2022/03/26/taylor-hawkins-baterista-do-foo-fighters-morreu-de-overdose.htm
… o q “ficaram”?
Quando o Leo fez a postagem aqui sobre Elizabeth Zharoff (“The Charismatic Voice”) – aliás, em 9 de fevereiro do ano passado [post “Accident Of Bruce”] – destacou algo q soa óbvio, mas ñ.
A moça pinça detalhes dos sons dos quais já estamos pra lá de acostumados, ou q sequer parávamos pra reparar, por habituados q estamos a muitos desses clássicos.
Vamos lá, q a pauta hoje é falar dela analisando Rush.
Rush é minha banda preferida. Desde q ouvi pela 1ª vez. Rush é muito foda. Rush tinha o melhor baterista do mundo, de legado suficiente pra passar uma vida analisando.
Mas no show em 2002, tive a epifania (enquanto quase acertava o cara ao lado fazendo air drumming de “YYZ”) de prestar atenção em Geedy Lee e Alex Lifeson, monstruosos tanto quanto; tvz ñ ostensivos. E aí, passei a conseguir analisar as músicas como um todo, ñ só como sons de fundo pra bateria ahahah
Recentemente tb saquei e me prometi prestar mais atenção às letras, a maioria de alta quilatagem, repletas de referências e insights. A maioria absoluta cometida por Neil Peart. Q foda.
E estou me devendo isso ainda. Bora diminuir o tempo diário no celular ahah
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E aí, o q a moça acima foi analisar? A parte mais depreciada desde sempre dos canadenses: a VOZ.
E chama atenção – embora pra mim, ñ tanto – os detalhes de pronúncia q ela pinça (se um dia for analisar “The Camera Eye”, o vídeo vai durar duas horas…), incluindo a ênfase nas consoantes (?!) e tb os destaques emocionais conferidos ao som.
“The Spirit Of Radio”. Aliás, dum clipe póstumo soberbo.
Quem assistiu ao (fraco) documentário “Álbuns Clássicos”, q juntou “2112” e “Moving Pictures” e porcamente discorreu a respeitos, vai lembrar dum pedaço em q eles atribuíram qualidades cinemáticas aos sons – “Red Barchetta” e “The Camera Eye” – mais do q a escalas, compassos e firulas técnicas. Os caras eram muito técnicos, sem ostentação.
Sério: ñ há UM solo em qualquer som deles q seja redundante ou excessivo. Ao contrário: há solos de guitarra escondidos (como em “Roll the Bones”) vez ou outra, e mudanças abruptas de fórmula de compasso, sem q nos demos conta.
Isso é uma manha composicional q só o Soundgarden tb tinha.
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Enfim: a moça aí foi toda emoção, empatia e algo mais pra com a voz de Geddy Lee. Q ñ gravou de qualquer jeito. Q entonou emoções ao longo do som, variando-as.
Vc pode ñ curtir a voz do sujeito, mas nunca poderá dizer q ele ñ sabia (sabe ainda) cantar. Cada mínimo detalhe de 3 caras fazendo o som, e se duplicando, às vezes se triplicando (ao cubo) nos mesmos.
Rush é muito foda. Vou morrer sem entender tudo. Q bom e q merda.