Tinha visto a versão importada (e cara) na Galeria do Rock outro dia; daí meu espanto pela surdina e versão digipack mais ace$$ível (35 paus) disto naquela loja de sempre de q faço merchan involuntário.
Alguma crítica em relação ao demasiado despojamento da embalagem brasuca deixo pra semana q vem, num post em q juntarei a ranhetice com a do Krisiun novo. Por ora, observo se tratar de coisa da Banger Films, do magrelo Sam Dunn e parceiro Scot McFadyen, q fora estarem em todas ultimamente (o dvd motörhéadico recém-lançado, de show no Chile, tb é deles. Pena ñ terem cometido o documentário “Lemmy”), meio q já consagram um ESTILO de filmar q curto pra cacete.
De closes, ângulos e cortes inusitados, tipicamente coisa feita por fã. Porém profissionalmente. De fã pra fã, exalando cumplicidade, ao invés daquelas mesmas filmagens austeras e convencionais de sempre.
Pra exemplificar: solinho no meio de “Tom Sawyer”. Pra q filmar Neil Peart cometendo-o pela 7341ª vez, meio q já se sabendo até quais rugas na testa do sujeito se mexem? Filmaram, no momento, o monte de nerd na 1ª fila fazendo-o no ar, sem noção.
Genial. Perfeito. E assim vai o show inteiro.
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O maior mistério neste “Time Machine”, entretanto, foi rastrear aonde daria um ASTERISCO feito em “Presto”, 3º som do set. Descobri-o num rodapé do encarte, em mensagem deixada por Geddy Lee, por mim assim traduzida:
“Durante o solo de guitarra em ‘Presto’, houve um imprevisto ‘peido mental’ de minha parte, daí q por consideração à continuidade do material (e tb pra salvar minha própria pele), preferível a deixarmos fora o som escolhemos consertá-lo com alguns poucos segundos de meu desempenho ao vivo nele dum outro show” – Geddy
Quer dizer: já ñ bastava ter presenciado Peart ERRANDO no show em 2010 – e todo meu esforço empreendido em tirar sua estátua de debaixo da minha cama e arrebentá-la a marretadas, pra substituí-la por uma do Aquiles Priester – agora vem, da boca (+ nariz) do próprio, q Geddy Lee errou num show???
Geddy Lee ERRA? Puta merda!
Ñ queria ter q começar a idolatrar o sem pescoço do John Myung ou o baixista fodaço q deve estar tocando com o André Chatos neste momento glorioso momento da carreira do muso, por isso resolvi mencionar:
Caralho, em pleno 2012, haver menção dum erro e correção em material ao vivo? Achei do caralho!!
(Ainda q se ñ o anunciasse, provavelmente o You Tube o delataria. Mas tudo bem. Vou na humildade do sujeito. Foda, foda)
Preâmbulo sobre o Blue Öyster Cult: ñ são, nem nunca foram, o “Black Sabbath estadunidense”. A quem objetar dizendo q alguns riffs e bases até remeteriam à horda de Iommi, retruco q tb em outras 30 mil bandas!
Fora astuto lance marqueteiro dos 70’s (ou aquele do “banda de heavy metal de gente q pensa”, q algumas publicações, como o All Music, insistem em perpetuar), só vejo razão para alguém defender a tese se repararmos nalguma semelhança FÍSICA do guitarrista Donald “Buck Dharma” Roeser com Tony Iommi… meio um cruzamento de Tony Iommi com o Batatinha, da turma do “Manda Chuva”.
Ah, mas os caras têm letras tratando de ficção científica e/ou contos de terror. Ótimo, mas Voïvod e Celtic Frost tb, e daí?
Outra sobre o Blue Öyster Cult, q no início do show me ocorreu, a la Kerry King tripudiando das 3 guitarras no Iron Maiden certa vez: 3 guitarras e FALTA PESO!
Analisando friamente, por outro lado, vemos q há um rodízio guitarrístico: Eric Bloom simplesmente NUNCA SOLA, fazendo só bases (ficando por várias vezes apenas com sua guitarra pendurada) pra Buck Dharma (usando somente guitarras Steinberger?) ou o outro guitarrista, Richie Castellano, mandarem ver nas fritações. Além disso, reveza com Castellano o teclado nuns sons.
Então, ñ são 3 guitarras o tempo todo, e minha cisma sobre achar os discos deles mal gravados (por me faltar o tal “peso”) foi elucidada sexta-feira ali no HSBC Brasil: simplesmente ñ se trata, nem nunca se tratou, da proposta deles SEREM PESADOS. Ou ñ extremamente pesados. Pra aloprar um pouco: BÖC estaria mais prum Eagles (ñ o Eagles Of Death Metal!) mais pesado, ou prum Dire Straitsfrom hell eheh
O q ñ desculpa o som RUIM do show. Aparentemente ñ passaram o som previamente, só pode ser. Ou ñ interromperiam o show antes do 3º som por conta de “pobremas” no ampli de Buck Dharma. O som da bateria estava nojento, opaco, regulado como o cu da mãe do técnico de som: o Motörhead Cover onde toco tem vídeo no You Tube filmado toscamente com som de caixa e de bumbo mais nítido. A iluminação tb era aleatória e redundante: a banda ñ tem, ou ñ trouxe, técnico de iluminação próprio.
Isso, porém, são pormenores e ranhetices de minha parte: o q eu e a Patroa vimos foi um bom show, porém curto (ñ chegou a hora e meia), duns caras q são só 2 integrantes originais – um Blue Öyster Cult Cover Oficial digno – acrescidos dum pessoalzinho mais novo segurando a onda e cumprindo bem as funções.
Q o diga Rudy Sarzo, baixista mais rodado q Túlio Maravilha, meio q atuando à parte naquilo tudo: andava pra lá e pra lá, fazia umas poses e confirmava impressão do amigo Marcio Baron (q o ouviu dando entrevista na Kiss fm) de ser gente boníssima: tanto q em “Godzilla” deixaram-no fazer uns solos, com Bloom destacando cada artista/banda por onde passou (Dio, Ozzy, Whitesnake, Quiet Riot), levando a galera ao delírio ante alguns riffs dessas mesmas executados. Dúvida ao miguxo Rodrigo: por q esse cara ñ vai prum Mr. Big??
Ñ sou AINDA grande entendedor da banda: tenho aquela meia dúzia de 7 álbuns, e ñ fazia idéia do q seria um set-list desses caras. Q foi eminentemente setentista. Reconheci “Cities On Flames With Rock And Roll” (ô letrinha xarope ahah), “Godzilla” obviamente, “Burnin’ For You” e “(Don’t Fear) the Reaper”. E sentimos falta de “Veteran Of the Psychic Wars”, razão de eu ter ganhado os ingressos (“João Alves” está de volta, moterfuckers!), da qual só tivemos gostinho pelo show do Tarot em 2010.
Pensei q seria o único cabeludo de preto abaixo de 40 no recinto, q ñ estava lotado. Ñ havia molecada por ali, mas bastante nerd (gente tvz perdida pensando se tratar de show do Rush ahah), com tiozões (e umas tiazonas) predominando. Momento nostálgico outro q tivemos: antes de entrar vimos rodinha onde conversavam o celebridade Régis Tadeu junto de Fábio Massari e Gastão Moreira (né, Patroa??), q certamente foram pra área ou pista VIP tomar algum uisquinho e ñ se misturar à plebe.
Impressões outras, voltando à banda: legal o trabalho de vocais, ora revezados, ora harmonizados. A instrumental “Buck’s Boogie”, extensa, ñ me cansou. Muito pelo contrário: ponto alto. Eric Bloom em seus infalíveis óculos escuros (o levantava um pouco, quando ao teclado, pra se situar ahah) lembra um Billy Gibbons de moto clube, sem maior espalhafato.
Tb pareceu ñ esperarem a receptividade q tiveram. Cartaz pentelho (atrapalhando quem estava atrás) insistentemente pedia autógrafos pós-show, por exemplo. Durante momento solo outro de Dharma no bis, antecedendo “(Don’t Fear) the Reaper”, galera gritava o nome da banda a ponto de Bloom, Sarzo e Castellano sacarem seus celulares pra filmarem o ocorrido. Aposto q vão querer voltar, a laNazareth e Focus.
Entre mordidas e assopradas, afinal, digo q curti o show. Embora ñ estivéssemos nas melhores condições (cansados e eu, resfriado). Jamais imaginei q veria esses caras ao vivo, muito menos aqui em São Paulo. Ñ estar lotado ñ acho q signifique falha de divulgação (q eu saiba, desde outubro ou novembro já estavam anunciadas data e local), preço ou filigranas tais. É q, como o próprio nome entrega, são uma banda “cult“. Voltarem, será o mesmo, ainda q num lugar menor e mais adequado, como o Carioca Club, creio eu. Quer show lotado, faça/vá a um show de axé!!
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Set-list: 1. “The Red And the Black” 2. “Golden Age Of Leather” 3. “Burnin’ For You” 4. “Buck’s Boogie” 5. “Shooting Shark” 6. “Cities On Flames With Rock And Roll” 7. “Then Came the Last Days Of May” 8. “ME 262” 9. “Godzilla” + solos Rudy Sarzo e Jules Radino 10. solinho Buck Dharma 11. “(Don’t Fear) the Reaper” 12. “Perfect Woman” 13. “Hot Rails to Hell”
Metallica – 1989, Ginásio do Ibirapuera (ñ conhecia ainda direito, tive colega tentando me vender entrada; disse q ñ)
Black Sabbath – 1992, Estádio do Ibirapuera (idem anterior, tive colega q nem conhecia Black Sabbath – e era turnê “Dio-manizer” – q foi e achou foda)
Nuclear Assault – 1989, Dama Xoc (ñ conhecia a banda ainda, nem minha turma, mas ñ me perdôo mesmo assim. Sepultura no auge abrindo)
Anthrax – 1994 ou 1995, sei lá onde (turnê do melhor disco, “Sound Of White Noise”)
Motörhead – 2004, Via Funchal (turnê do “Inferno”. Ñ fui por achar caro 70 contos pra entrar. Acabou o mês na época, teria dado…)
Fight – 1994 ou 1995, Olympia? (ñ fui pq achava “Little Crazy” balada chata e vendida)
Toy Dolls – 1987, Projeto SP tvz (até os conhecia. Famigerado show em q skinhead subiu ao palco e socou Olga)
Ennio Morricone – 2008, Teatro Alfa (ñ fui pq o ingresso mais barato era R$ 750! Mas fiquei me lamentando. Menos mal q saiu um dvd depois, devidamente adquirido)
Sepultura – 1996, Olympia (lançamento do “Roots”. Estava de pé atrás com o álbum. Truezice de merda. Meu irmão foi e disse q o lustre do lugar estourou com o som)
Ratos De Porão – 2011, Hangar 110 (em q juntaram todos os ex-integrantes, milagrosamente vivos, pra tocarem juntos. Ñ soube a tempo. Torço pra q saia o dvd)
¿O QUE VOCÊ FAZ À NOITE? (Dé/Humberto Gessinger) *
NUNCA EXISTIU PECADO (Frejat/Guto Goffi) *
COMO UM FURACÃO (Frejat/Guto Goffi/Dé/Sergio Serra)
QUEM ME ESCUTA? (Frejat/Guto Goffi)
SELVAGEM (Frejat/Guto Goffi)
CARNAVAL (Peninha/Frejat/Chacal/Rachel)
ROCK DA DESCEREBRAÇÃO (Frejat/Cazuza) *
formação: Roberto Frejat (voz, guitarra, violão e vocais), Dé (baixo e vocais), Guto Goffi (bateria e vocais). Participações mais que especiais em todas as faixas: Fernando Magalhães (guitarra) e Peninha (percussão e vocal em “Não Me Acabo”)
participações outras: Iuri (teclados em “Pense e Dance”); Maurílio (trumpete em “Carnaval”); Cezinha (conga-base em “Carnaval”); Hugo Fattoruso (piano em “Carnaval”); Jorjão Barreto (piano elétrico e órgão em “¿O Que Você Faz À Noite?” e piano em “Como Um Furacão”); Jurema, Jussara, Zé Roberto e Ronaldo Barcelos (vocais em “Selvagem”, “Pense e Dance” e “Como Um Furacão”); Ronaldo Barcelos (vocal em “¿O Que Você Faz À Noite?”); Don Harris, Bidinho, Serginho, Léo Gandelman, Zé Carlos, André Gomes (metais em “Como Um Furacão”); André Gomes (cítara em “Nunca Existiu Pecado”)
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Estamos no 3º dia de 2012, afinal. Finalmente essa porra de Carnaval já se foi… ao menos até daqui 15 dias, quando começam as “micaretas”. Ou até daqui uns 3 meses, quando começarão os preparativos para o PRÓXIMO. Pff!…
Por outro lado, acho uma merda q “Carnaval” – pra mim, o insuperável melhor álbum cometido pelo Barão Vermelho – tb tenha passado. Disco pesado, visceral e muitíssimo bem produzido q ñ gerou descendência paudurescente na carreira dos cariocas.
Pelo menos ñ nas 6 melhores faixas, asteriscadas acima – lado a todo + a última do b, no vinil – uma vez q as faixas q considero menores e bastante genéricas por aqui (a trinca “Como Um Furacão”, “Quem Me Escuta?” e “Selvagem”), se ouviu demais nos álbuns seguintes deles: aquele monte de roquinhos light, com letras em análise combinatória (sempre contendo “felicidade”, “desejo”, “prazer” ou versos de pára-choque de caminhão tipo “viver é uma viagem”), tipo as levas anuais de sambas-enredos (q até há alguns anos pareciam sempre conter “miscigenação”, “negritude” ou “navegador”). Adicional ruim é o riff em “Selvagem” roubando descaradamente “Jumpin’ Jack Flash”.
A faixa-título, q acho legalzinha (a despeito da letra besta), gerou tb descendência: curiosamente poderia constar do álbum de estúdio seguinte, “Na Calada Da Noite”, em meio à mixórdia (felizmente abortada) de latinidades, mpbzices, violões e maus experimentalismos dele q, ainda q muitíssimo melhor sucedido comercialmente, acho o pior dos caras.
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Tenho uma teoria sobre “Carnaval”: a de ter sido um álbum de FODA-SE O MUNDO dos caras.
Os 2 álbuns anteriores, “Declare Guerra” (1986) e “Rock’n’Geral” (1987), ficaram no vácuo, devido à saída do Agenor “mamãe vive da minha morte” Cazuza. Ninguém lhes deu muita bola, q tinham lá suas cançõezinhas passáveis, mas montes de co-autores (Renato Russo, Arnaldo Antunes, Julio Barroso, Antonio Cícero) letrísticos em momentos pouquíssimo inspirados. Sofríveis até: parecendo ter dado à banda o refugo de seus cadernos de rascunhos.
Frejat, Guto Goffi e companhia parecem ter resolvido então tocar o puteiro.
Botaram um PESO inédito nuns sons (“Lente”, mesmo lembrando de leve “Chega Mais”, de Rita Lee, assusta!), órgãos hammond numa pá de outros (“Pense e Dance”, “¿O Que Você Faz À Noite?”), metais (“Como Um Furacão” caberia no “Carne Crua” adiante), backing vocals (vide acima, nos copiosos créditos) adoidados, guitarras dobradas ou harmonizadas, repletas de riffs e SOLOS e o escambau. Mas fizeram tb o primordial: estavam inspirados, como tb as parcerias.
Descontados, reitero, os sons “genéricos” listados. “Não Me Acabo”, única despojada de percussão e enfeites, nunca ficaria boa caso gravada pelos Titãs; “¿O Que Você Faz À Noite?”, de letra (ótima) de boteco q aprimora “Por Que A Gente É Assim?”, igualmente em se tratando do Engenheiros Do Hawaii; “Pense e Dance”, radiofônica (pena q a única) e constando em trilha de novela global, consegue ser acessível, pesada (q bases são aquelas?) e produzida com esmero, como raríssimas vezes se conseguiu no rock brasileiro.
Como tudo isso ñ bastasse, recorro às resenhas do heavy metal q tanto consagram as duplas guitarrísticas – Dave Murray & Adrian Smith, Jeff Hanneman & Kerry King, K.K. Downing & Glenn Tipton – pra cometer a heresia aproximadora do maior destaque instrumental aqui: nunca num álbum bateria e percussão soaram tão sincrônicas, integradas e simbióticas. O trabalho de Peninha na maior parte dos sons – e com evidentes pirações em overdubs, mas foda-se – é simplesmente ASSOMBROSO: “Rock Da Descerebração” é praticamente heavy metal ainda antes q as guitarras PESADAS entrem, pra somar ao estrago e pouco deixar pra rescaldo.
Igualmente os casos de “Pense e Dance” e “¿O Que Você Faz À Noite?”. Congas com cãimbra, tumbadoras from hell, afoxés epiléticos, bongôs blasfemos. Lembro do falecido Chico Science ter citado “Carnaval” como inspiração pra Nação Zumbi. Ñ chegaram nem perto, mas tem a ver.
Frejat tb me é destaque cantando: pareceu conseguir soltar a voz comedida de sempre. Soltou a franga. Ainda q tenha emulado o Cazuza de sempre em “Rock Da Descerebração”, ñ torna o resultado menor ou chupim. “Nunca Existiu Pecado”, q nem penso ser a melhor balada dos caras, é ao menos ousada e tem vocal pungente. Montes de sons têm gritos e vocalizes (ouçam “Não Me Acabo”), q jamais voltaria a repetir.
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Houve um álbum ao vivo seguinte a “Carnaval”, “Barão Ao Vivo”, q apesar de ótimo, ofereceu à banda uma bifurcação ingrata: contendo deste apenas “Lente” e “Pense e Dance”, dedicou-se a registrar repertório da época do filhinho do papai dono da Som Livre na voz de Frejat. E daí se seguiram álbuns medianos – “Supermercados Da Vida” e “Carne Crua” – com a porção de duas ou 3 músicas realmente legais e encheção de lingüiça acompanhando, esquisitos (“Na Calada Da Noite”), anêmico (“Barão Vermelho” – aquele recente, com a pífia “Cuidado” mal chupinhada de Raul Seixas) ou ainda os realmente ruins (“@lbum” e “Puro Êxtase”) e os ‘ao vivo’ e unplugged redundantes.
Peninha e Fernando Magalhães, efetivados tempos depois, parecem ter botado os paletós nas cadeiras, como os típicos funcionários públicos estáveis. Apesar de momentos legais, ali e acolá.
“Carnaval” morreu nalguma 4ª feira de Cinzas na trajetória do Barão Vermelho. Menos mal q o deixaram gravando!
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CATA PIOLHO CCII – inspiração sabbáthica, o Ministry nunca negou. Q o diga o projeto paralelo, 1000 Homo Djs e sua participação ‘supernáutica’ em “Nativity In Black”, bastante conhecida. Porém, dentre as faixas do famigerado “Psalm 69”, “Scarecrow” parece “homenagear” um pouco demais “Zero the Hero”, né ñ?
Agüentei ler inteiro. Acho q o povo por aqui tb agüenta.
Roadie Crew pra quê? Nem André Barcinski, em priscas eras, chegou a tanto.
E uma dúvida: ainda se cheira lança-perfume??
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Do whiplash:
Soulfly: Max, o Villa Lobos do Metal, desembarca no Brasil
Nesse dia 25/02, apresenta-se em São Paulo, a banda fundada – e liderada tribalmente – por MAX CAVALERA, o Soulfly. Será uma das raríssimas ocasiões em que Max aporta para show no Brasil, e tal evento, a despeito de local, dia, ou hora, tem sempre uma importância cuja magnitude ainda parece não ser percebida pelo povo brasileiro.
Tal qual o maestro Heitor Villa Lobos na década de 20, o Sepultura (grupo que dispensa apresentações) foi até a Europa e firmou o Brasil como centro exportador de músicos de Heavy Metal, o que até então só não era impensável porque no imaginário internacional chegava a cair no ridículo. Quando Max, molambo e pobre, se passou por um funcionário da extinta Pan Am para levar cópias do disco ‘Schizophrenia’ debaixo do braço até Nova Iorque, ele não estava somente tentando vender seus peixes para as gravadoras gringas: ele estava fazendo algo que dentro da história da música brasileira, só encontra similares na Semana de Arte Moderna, no surgimento da Bossa Nova e no Tropicalismo. Ele começou ali a sedimentar uma nova mentalidade em todo e qualquer músico brasileiro que quisesse ter uma carreira que não dependesse da Rede Globo, de clipes dirigidos pelo Boninho para serem exibidos no Fantástico, ou pular como um mico no Cassino do Chacrinha. Entre tantas bandas que chegaram ao cúmulo da pretensão de se acharem com potencial para gravar em inglês e tentar o mercado estadunidense ou inglês (vide RPM), Max e seus asseclas tinham outro plano.
Todo o movimento que foi construído com o Sepultura – que tem um legado irretocável até hoje – teve sequência com o Soulfly, que ele fundou após romper com seu antigo grupo no fim dos anos 90. A criação do Soulfly equivale ao ‘estalo’ que Villa Lobos teve quando percebeu que por melhor músico que fosse, não havia propósito em tentar copiar os Europeus – ele sempre estaria dois passos atrás. Daquele momento em diante, o maior maestro da nossa história optou por inserir a rica musicalidade brasileira no meio erudita europeu, e isso acabou diferenciando-os de seus esnobes colegas do velho continente e estabelecendo sua reputação de gênio.
É exatamente o que Max fez – e continua fazendo. Ao invés de gravar um ‘Arise’ a cada dois anos, o guitarrista e vocalista preferiu explorar todas as sonoridades que lhe tinham sido embutidas por sua infância no Brasil e suas viagens ao redor do globo. O que já se esboçava nos dois últimos álbuns do Sepultura com ele, ‘Chaos A.D.’ e ‘Roots’ tomou forma bem definida com o primeiro disco «em 1998» de uma série de obras que o tornaram ainda mais famoso – em especial nos EUA—do que sua ex-banda.
Caso você não seja grande fã do Sepultura, ou do Soulfly, ou mesmo de Metal, ainda assim considere assistir à performance sempre nuclear de Max no palco (o que já lhe custou um joelho) no Via Marquês, às 19 horas, nesse sábado. Um dia, você poderá ajudar seu filho – ou neto – com o dever de história da escola dizendo que viu Max Cavalera ao vivo, tocando, no auge de sua carreira.
VIA MARQUÊS Av. Marquês de São Vicente, 1589 – Barra Funda – São Paulo – SP – Tel.: (11) 3615-2060.
A idéia é listar os melhores shows q gravamos (tempos de vhs) (se bem q vale tb gravação em hd de caixinha de tv), ou vimos em inúmeras reprises televisivas e q quase enjoamos de tanto ver
10 MELHORES SHOWS REPETIDOS/VIRTUAIS PRA MIM:
Megadeth no 2º Rock In Rio – 1991
Guns N’Roses ao vivo no Ritz – gravado da tv Gazeta, muitíssimo reprisado
“Exit… Stage Left”, Rush – copiado de laser disc na finada Woodstock. Em vhs
“A Show Of Hands”, Rush – copiado de vhs de amigo
Bruce Dickinson no Skol Rock – 1997, gravado em vhs ao vivo da transmissão da mtv. Turnê “Accident Of Birth”
Motörhead no Philips Monsters – 1996, gravado em vhs do “melhores momentos”, tv Gazeta
Ira!, especial lançamento “Clandestino” – 1990 ou 1991, gravado de especial tv Manchete
Halford no 3º Rock In Rio – 2000, gravado do Multishow
Kreator no Super Metal Festival – 1993 ou 1994, passado na mtv
Iron Maiden no 3º Rock In Rio – 2000; gravei ao vivo, ligeiramente diferente do dvd q saiu
Salvo engano, foi em dezembro de 1987 ou janeiro de 1988 q li, na finada Bizz, uma iniciativa assim. De juntar figuras ilustres do rock brasileiro (João Gordo incluído) pra discutir os estilos, o potencial comercial, as gravadoras etc.
2012 chegou e acho VEXATÓRIO q nenhuma publicação da “nossa” “imprensa” metálica jamais tenha articulado o q a Modern Drummer Brasil fez na edição de janeiro último (comprada semana passada): juntou 7 bateristas iminentes do metal brasileiro pruma mesa-redonda, geradora de densa matéria de capa de 12 páginas.
Da qual copio aqui alguns momentos, limados os hermetismos mas ñ as pérolas, a meu ver bastante reveladores, pra discussão e deleite.
Satisfação adicional de ver um velho conhecido, Vlad Rocha, colaborador há tempos da revista, entre os articuladores da conversa – o outro é um certo Christiano Rocha. Ñ te pedi autorização, mas tô copiando, Vlad!!
DEBATEDORES REUNIDOS:
Aquiles Priester [ex-Franga (q ele ñ gosta de citar, hum?) ex-quase-Dream Theater, Hangar, Vinnie Moore e montes de bandinhas imaginárias]
Elóy Casagrande [novo queridinho. Moleque q tocava com André Chatos até outro dia, tocou no Glória no Rock In Rio e deu em nada, agora militando no Sepultura]
Fernando Schaefer [ex-Korzus, Rodox e Endrah, Pavilhão 9, The Silence e Treta]
Jean Dolabella [ex-Udora e Sepultura, Indireto]
Ricardo Confessori [ex-Korzus, ex e atual Franga, ex e atual Shamerda, ex-Shaaamerda]
Rodrigo Oliveira [ex-Carrascos, Korzus]
Max Kolesne [Krisiun]
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I.ÍDOLOS
Vlad perguntou: “A maioria dos grandes nomes da bateria do metal brasileiro está aqui, mas e os gringos? Quem são ‘os caras do metal?
Rodrigo Oliveira: Dave Lombardo.
Dolabella: Dave Lombardo, Vinnie Paul, tem tantos…
Aquiles: Tommy Aldridge.
Max: Pete Sandoval.
Rodrigo: Deen Castronovo.
Max: Derek Roddy, Nicko McBrain – um cara que usa um pedal só de forma extraordinária.
Aquiles: Scott Travis.
(…)
II. METAL ATUAL
Vlad perguntou: “Como anda o metal atualmente?”
Aquiles: Acho que o cenário está bom para as bandas de fora. O dólar baixou e todos vêm tocar aqui. O Rush demorou a vir ao Brasil e teve o maior público deles. Iron Maiden também teve seu maior público em 2009, em um show individual da banda. A cena de metal existe no Brasil, mas infelizmente não para as bandas brasileiras. Falta o brasileiro entender que para a cena ser forte e para que nossa música seja respeitada, é preciso dar mais apoio às bandas que estão aqui.
Dolabella: Isso é um problema sério em tudo. Existe muita diferença no tratamento do povo brasileiro com alguém que é de fora. Só pelo cara ser gringo, nossa… ‘É gringo, então é bom demais’. Enquanto não houver uma virada nesse pensamento, será difícil.
Max: Mas acho que o Brasil tem um público fiel, independente do que está na moda. Tem esse lado também, de as pessoas acompanharem determinada banda em diversos locais. Mas, claro, isso não vale para a grande massa.
Rodrigo: Mas mesmo fora do mainstream. Na Europa você vê bandas que tocam para 100 pessoas e quando vêm ao Brasil, tocam pra 1500. As bandas não são nada lá, mas aqui são endeusadas.
Aquiles: E muitas vezes as bandas vêm com playbacks. Ja vi casos em que a voz já estava rolando e o vocalista nem estava no palco ainda. De um tempo para cá o metal ficu muito pasteurizado. Você ouve um disco e fala: ‘Isso aqui é muito legal, mas preciso ver ao vivo’.
III. MÚSICO BRASILEIRO
Vlad perguntou: “O aeroporto ainda é a melhor saída para o músico brasileiro ou não é bem assim?”
Confessori: No sentido de sair para trabalhar, ganhar em dólar, é uma boa saída. Mas sair e voltar.
Max: Primeiro o cara tem que conhecer bastante o Brasil, fazer um público e depois pensar lá fora. Acho que tem gente que põe a carroça na frente dos bois. Tem banda que fez meia dúzia de shows aqui e já está pensando em tocar no exterior.
Confessori: Trabalhar fora é muito mais organizado. Você tem horário para passar som, para entrar no palco, para acabar. Aqui muitas vezes isso não funciona. Então você gosta do jeito que se trabalha lá e queria que aqui fosse assim. E não funciona. Às vezes você vai tocar em alguns lugares no Brasil e já pensa que ‘ih, lá é crítico, hein?’. A verdade é que a Europa, o Japão e os EUA são lugares que funcionam.
Vlad perguntou: “Quais são as maiores barreiras para o músico brasileiro se dar bem lá fora?”
Aquiles: Eu me ferrei para conseguir o visto para fazer o teste com o Dream Theater. A banda mandou 3 ou 4 cartas recomendando, mas mesmo assim foi difícil.
Dolabella: Isso porque mandaram uma carta…
Aquiles: Eu tive que sair de São Paulo e ir ao Recife conseguir o visto. Entrei em uma fila de espera enorme. O tempo acabando e eu me preocupando com isso. Em vez de ficar praticando, tinha de resolver isso.
Schaefer: Para conseguir o visto de artista tem um detalhe. Se você fala que é um baterista brasileiro de metal, que pode tomar o lugar de um baterista americano de metal, eles fazem jogo duro. Você precisa dizer que é um baterista brasileiro que vai lá tocar samba e mostrar a sua cultura.
Max: Para o visto de trabalho, tem também o lance da petição. A agência que contrata os shows do Krisiun envia uma petição, informando que a banda ficará por determinado tempo lá. Isso facilita um pouco.
(…)
Dolabella: Para quem não toca em uma banda conhecida e está saindo para tentar a vida lá fora, acho importante falar que quando fui para lá, em 2001, com minha banda e morei 5 anos em Los Angeles, fui com essa idéia de morar em uma van e ter um subemprego. Uma coisa muito perigosa é o lance do consumismo. Ele te engole. (…) Você chega lá e arruma um subemprego. Aí ganha uma grana e compra um computador. Só que aí você já pensa sobre a banda e diz: ‘Ah, vamos ensaiar só na 4ª’, e o tempo vai passando (…) Então você passou do limite, comprou tudo o que quer, mas não consegue fazer nada com a banda. Fica o tempo todo trabalhando e já não tem cabeça para chegar em casa e pensar em fazer um som com a banda. Isso é algo que deve ser levado em consideração para quem está pensando em ir. Não caia nessa. Quando for sair, vá com um objetivo bem definido na cabeça. Porque se a coisa começar a desandar, melhor vir embora antes de cair no limbo.
V. RETORNO/MONITORAMENTO/SE OUVIR, OUVIR A BANDA
Vlad pondera e pergunta: “A idéia desse encontro também é mostrar como funciona o dia a dia de vocês. As pessoas podem pensar muita coisa que não é. E, mudando um pouco de assunto, como vocês fazem o monitoramento?”
Rodrigo: Uso in-ear e monitor, porque se “der pau” no meio do show, o monitor segura. Quem me ensinou isso foi o Aquiles. Ele perguntou se eu era louco de usar só in-ear. Teve um show que fiz no Centro Cultural e, no meio dele, falhou um lado, e na outra música falhou o outro. A casa caiu. Fiz o show lembrando como eram as músicas. Depois disso comecei a usar in-ear e monitor.
Dolabella: Comecei a usar in-ear ano passado e fiz uma turnê de 5 meses seguidos. Usei aquele com o molde do ouvido, que você manda fazer. Gostei muito, mas chegou uma hora em que comecei a ficar meio cismado. O in-ear deixa tudo muito limpo, mas para tocar metal, pelo menos para mim, fica faltando algo. Meu maior problema é que não queria ficar surdo, pois é o que estava acontecendo. Você já toca alto, a banda toca alto e o monitor está alto. Isso em uma seqüência de 20 shows sem parar. Uma hora eu ia ficar surdo. Por isso me forcei a usar o in-ear, mas não consegui me acostumar (…) voltei para o monitor e usei uma proteção auricular, com o mesmo molde do in-ear. É um protetor de ouvido com um filtro de som que diminui as freqüências. Ele só abaixa o volume e não veda tudo.
Aquiles: Uso subgrave, caixa de 3 vias mais o fone. Sempre peço para o técnico me mandar um canal com os 2 bumbos e todos os tons e surdos. Não peço caixa nem over. Meu fone é in-ear, mas não é feito com molde. Então ele vaza um pouquinho.
Christiano Rocha – “Mas no monitor tem baixo, guitarra…”
Aquiles: Não. Só a bateria. Escuto o resto do palco. Não coloco nem voz principal.
Rodrigo: No show peço guitarra e voz, mas baixo não. Ele já sobra no palco. No estúdio só escuto o metrônomo.
Christiano Rocha –“Você decora a música e grava.”
Rodrigo: Sim.
Schaefer: Mas quando a composição é mais elaborada, tem mudança de andamento, é embaçado tocar sozinho.
Rodrigo: Mas já faço os mapas do metrônomo antes. No estúdio não quero ouvir nada.
Schaefer: Eu uso “monitorzão” mesmo e protetor de ouvido. Procuro alertar os bateras de que usar proteção é primordial.
Elóy: Sempre toco ao vivo com metrônomo. Uso in-ear só com o metrônomo e o resto no monitor.
(…)
Max: Sou old-school. Uso monitor normal, com bastante bumbo, guitarra, voz e um pouco de baixo, dependendo da situação. Uso protetor de ouvido daqueles de farmácia mesmo.