INTRODUÇÕES DE TECLADO PREFERIDAS PRA MIM: (sem Europe)
“Jump”, por Eddie Van Halen [“1984”, Van Halen]
“Mr. Crowley”, por Don Airey [“Blizzard Of Ozz”, Ozzy Osbourne]
“Perfect Strangers”, por Jon Lord [“Perfect Strangers”, Deep Purple]
“2112”, por Geddy Lee [provavelmente][“2112”, Rush]
“Edge Of Thorns”, por Jon Oliva [“Edge Of Thorns”, Savatage]
“Separate Ways (Worlds Apart)”, por Jonathan Cain [“Frontiers”, Journey]
“Dreams”, por Eddie Van Halen [“5150”, Van Halen]
“Subdivisions”, por Geddy Lee [“Signals”, Rush]
“Changes”, por Rick Wakeman [“Vol. 4”, Black Sabbath]
“Fireball”, por Jon Lord [“Fireball”, Deep Purple]
Pergunto ao pessoal por aqui: estou cogitando pros próximos meses, melhores solos de guitarra, intro de sons (sons q são intro, conforme sugestão do Leo) e melhores músicas q começam com microfonia. Q acham?
Pergunto ao pessoal com mais memória aqui: sugestão antiga do amigo Rodrigo Gomes ando pensando em fazer. Listar top 10 álbuns por décadas, tipo “anos 60” (1960-1969), “anos 70” (1970-1979) e etc. Até chegarmos à década de 10, q já está indo. Q tal?
No mais: no aguardo pelo link da playlist semanal do bonna. Fui!
Ver o vídeo acima me remete a quando comecei com o heavy metal, ou ainda aos dias de faculdade (reduto de fãs xiitas de MPBD), quando me bombardeavam com críticas construtivas do tipo: “é tudo barulho”, “tudo igual”, “quando vc ficar mais velho vai ouvir música melhor”, “é fase q passa”.
Vindas de pessoas q ñ conseguiam distinguir Iron Maiden de Metallica, Sepultura de King Diamond. Motörhead de Ramones. Q, atualizadas, tvz consider(ass)em Pitty “mó pauleira”.
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Passa pra quando comecei a ouvir Krisiun, minha entrada de fato à degenerescência do metal extremo: vários comparsas de tocar Metallica junto, de considerar Paul Ba’Ianno melhor q Bruce Dickinson, de ter Andi Deris ainda como o “vocalista novo” do Helloween, de conseguir distinguir entre discos (iguais) do Savatage, passaram a me censurar/vaticinar: “é tudo barulho”, “só sabem tocar rápido”, “é tudo igual”.
“The Book Of Souls”, Iron Maiden, 2015, Parlophone/Warner Brasil
(cd 1) IF ETERNITY SHOULD FAIL (Bruce Dickinson) / SPEED OF LIGHT (Adrian Smith/Bruce Dickinson) / THE GREAT UNKNOWN (Adrian Smith/Steve Harris) / THE RED AND THE BLACK (Steve Harris) / WHEN THE RIVER RUNS DEEP (Adrian Smith/Steve Harris) / THE BOOK OF SOULS (Janick Gers/Steve Harris)
(cd 2) DEATH OR GLORY (Adrian Smith/Bruce Dickinson) / SHADOWS OF THE VALLEY (Janick Gers/Steve Harris) / TEARS OF A CLOWN (Adrian Smith/Steve Harris) / THE MAN OF SORROWS (Dave Murray/Steve Harris) / EMPIRE OF THE CLOUDS (Bruce Dickinson)
formação: Bruce Dickinson (vocals and piano), Dave Murray (guitars), Adrian Smith (guitars), Janick Gers (guitars), Steve Harris (bass and keyboards), Nicko McBrain (drums)
keyboards by Michael Kenney, orchestration by Jeff Bova
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Antes de qualquer mais nada: fazer música gigante ñ significa fazer música progressiva. Ou prog.
Outra coisa: o Iron Maiden sempre teve um pé no progressivo. Desde 1980: “Phantom Of the Opera”. No q me fica a dúvida: será q desaprenderam tudo?
Provavelmente ñ ouvem os próprios discos e/ou as próprias músicas em casa. “Hallowed Be Thy Name”, “To Tame A Land”, “Powerslave”, “Caught Somewhere In Time”, “Infinite Dreams”, “Mother Russia”, “Sign Of the Cross”, “Blood Brothers”… Ou a abordagem de criadores ñ lhes dá isenção para analisar ou deles desfrutar. Ñ entendo.
Um clichê inútil e vão em qualquer análise da banda, pelo menos desde “Brave New World”, acho a de comparar os novos lançamentos aos discos clássicos (até “Seventh Son Of A Seventh Son” ou até “No Prayer For the Dying”?): ñ dá, ñ rola. A Donzela, neste “The Book Of Souls”, é a banda reformatada desde “A Matter Of Life And Death” (2006) e ñ parece fadada a mudar, aceitemos o fato. Discos anteriores eram outra banda, outra época, e já estão feitos, basta ouví-los pela enésima vez e babar. Caso reprisassem alguns destes, monte de gente criticaria tb.
A outra chave de análise q considero equivocada, mas ainda bastante recorrente, é a de reclamar q sempre fizeram os mesmos discos (como se “Seventh Son…” e “The X-Factor” tivessem sido mais do mesmo), sem quererem fugir de fórmula e sonoridades consagradas, pra ñ desagradarem a casta de fãs incondicionais. Pois mudaram e parece ñ estarem desagradando…
No geral, achei esse disco novo desnecessariamente PROLIXO, no q culpo a produção. Pra q catso pagam um certo Kevin Shirley desde 2000, se o q emana do álbum soa autoindulgendente ao paroxismo? A impressão é a dos caras quererem fazer tudo – compor, gravar, mixar – muito rápido e sem maiores complicações, o q envolveria EDITAR parte do material. Burilar arestas tb. E ainda maneirar em certas liberdades atribuídas.
Os donzelos devem estar em clima interpessoal bastante favorável, ou tvz maduros o bastante pra ñ conflitarem por qualquer coisa. Fora imbuídos duma auto-suficiência beirando a soberba de SABEREM q deles nada de muito ruim virá, em termos de composição ou execução. Então, dá-lhe espaço pra solos adoidado, ninguém podar espaços alheios ou “jogarem para as músicas”, ao invés de para si próprios e suas auto-estimas. O material aqui registrado, a meu ver, era coisa pra ficarem ANO trabalhando. Pra soar realmente bombástico, ousado, desafiador, instigante.
Maior exemplo: “The Red And the Black”, de 13 minutos totais, contém 6 MINUTOS de solos de guitarra. Um desbunde pra quem curte (estão longe de soarem abomináveis ou protocolares) e pra guitarristas, mas um exagero q mesmo Yngwie Malmsteen tvz capitulasse. Cito-o tb como simbólico daquilo q me soa a FALÊNCIA de Steve Harris como compositor: é esta sua única música – letra e música – no disco, e a q mais vejo sofrer de obsolescência. Com potencial, mas mal direcionada: um excesso de “o-ô” pra tentar animá-la (e como se a letra gigante já ñ a poluísse), a introdução (interessantíssima) desnecessariamente repetida ao final – “estrategema AMOLAD” q comparece por aqui em outros 2 sons – e vocal bastante dissociado duma melodia, o q em se tratando de Iron Maiden soa grave, muito grave.
Harris parece, nesse sentido, estar sofrendo do mesmo mal de Lemmy Kilmister: vai ficando mais velho e mais verborrágico, poluindo os sons de letras em detrimento das melodias (cada vez mais rarefeitas e restritas) e de refrãos q causem comoção. Tá virando dramaturgo, caralho? Ñ encontrei nas 11 faixas do petardo um refrão grudento qualquer. Ou um riff realmente inspirado. Desculpem.
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Exemplo reverso: “Shadows Of the Valley”, embora pouco candidata a canção memorável futura, exibe trabalho de arranjo e de mudanças de andamento q a mim poderiam ter sido a tônica em todos os sons. Ainda q com um riff inicial quase “Wasted Years” sobre uma base algo “Out Of the Silent Planet”, contém parte com “o-Ô” coerente e marcante. “Tears Of A Clown” mostra alguma ousadia baterística tb (Nicko McBrain infelizmente caminha em zona de conforto, ou ñ o deixam arrepiar) e uma aura meio Rainbow q ñ entendo como pejorativa: se é pra serem progressivos, q bebam das águas barrentas de outrora para tal!
Trechos vários q remetem a sons antigos comparecem tb a rodo. Nem sempre caindo bem: “The Great Unknown” parece “Killers”, pra daí desembocar em trechos “Paschendale” e levadas “The Loneliness Of the Long Distance Runner”. Há pedaços de “Losfer Words”, de “Where the Wild Winds Blows”… Há mudanças abruptas de andamentos sem q um lick, uma melodia sem bateria ou uma pausa lhes ressalte.
Citei nos nomes dos sons acima tb os autores, pra poder marcar alguns esforços: Adrian Smith e Bruce Dickinson quase salvam o trabalho, e deles achei os melhores momentos do disco. Soa inacreditável q “Empire Of the Clouds”, com 18 minutos, soe coerente e interessante. Soa. Ñ dá sono ou remete a suítes progressivas chatonildas intermináveis. (Conheço sons do Savatage muito menores em duração q cansam bem mais). Fora ser ÚNICO som a ter melodia inspirada, q “gruda”. Provavelmente isso se dando por uma mudança de forma, ñ de conteúdo: é um Maiden com piano. Fez diferença.
“If Eternity Should Fail” abre o álbum com melodia meio western e timbres invulgares, mas padece da repetição excessiva do refrão (6 vezes ao final, pra encher lingüiça tb no encarte, q os repete?) e duma locução final francamente amadora (coisa de banda iniciante, pra assustar incautos). Deveria ter sido feita sem efeito. As duas parcerias Smith/Dickinson mostram-se até culhudas, mas sintomaticamente são as mais afetadas por Pro Tools: estamos em 2015 pros caras desovarem músicas q soam saídas de fita cassete gasta?
Dissociação criminosa melodia-vocal tb comparece em “When the River Runs Deep”, som pesado e rápido (pros atuais padrões). Gostei da faixa-título, iniciada e finda acústica – bem à moda Janick Gers – mas inferior às “Dream Of Mirrors” ou “Dance Of Death” de outrora. “The Man Of Sorrows” ñ revisita o som quase homônimo da carreira solo de Dickinson (ufa!) e comparece no ‘sistema de cotas maideniano’ como o som de Dave Murray, facilmente identificado desde os idos de “Still Life”: solinho harmonizado bacana introduzindo música mais melódica, quase balada.
Detalhes sutis outros: 1) os drives rasgados de Dickinson já eram. Infelizmente. Os sons Smith-Dickinson (os mais ásperos) foram levemente saturados na mixagem pra poder disfarçar. Ao mesmo tempo em q momentos de agudos desnecessários e constrangedores (“Speed Of Light” e “When the River Runs Deep”) comparecem, tvz por querer compensar. A voz do homem está mais pra limpa e aguda – desnecessariamente aguda em “The Red And the Black” – q pra agressiva; 2) Steve Harris abandonou a abordagem rítmica/tercinada full time há tempos, e ninguém parece se dar conta. Acho do cacete q esteja mandando ver umas escalas e uns solinhos vez ou outra.
Conclusão: ñ é um disco ruim, mas tb ñ achei bom. Pra mim, bastante inferior ao potencial q teria e ñ quiseram fazer. Fora anacrônico no formato duplo, falsamente ousado. Superior a “AMOLAD”, mas bem menos inspirado q “The Final Frontier”. Gostei da capa, essa sim ousada. Tocarão 1 ou 2 sons ao vivo – pra delírio dos fanáticos e dos hipsters – e difcilmente será lembrado como disco icônico, influente ou trangressor daqui 10 anos. Na dúvida, farei post cronofágico daqui um 1 ano pra averiguar eheh
À luz dum post recente sobre o Savatage, percebi ñ haver órfãos da banda por aqui. Pelo menos ñ daqueles de quilatagem inútil e estéril, q sonham em Jon Bolívia fazer uma turnê-nostalgia brasuca.
Orfandade esta a mim só menos aborrecida q a dos tantos tiozões e tiazonas q sonham em volta de Ritchie Blackmore ao Deep Purple (com Jon Lord numa urna?), ou daqueles/daquelas q chegaram a salivar com o tal anúncio de “novo” disco do Pink Floyd (um catadão de sobras de “The Division Bell”, pra David Gilmour e Nick Mason remanescentes da lojinha ainda tirarem um troco). Enfim…
Folheando uma revista Billboard meio velha (abril/2014) no Sesc Pompéia dia desses, vi o Trans-Siberian Orchestra constando entre os 20 maiores faturamentos do show-business em 2013. Citado em 13º ou 15º lugar.
A matéria afirmava q a banda ganhou 95% do faturamento bruto em 2013, q foi de 12 e meio MILHÕES de dólares no ano fiscal anterior.
Jon Bolívia JAMAIS retomará o Savatage pra tocar no Carioca Club. Deixa o Zak Stevens catar umas moedas em shows pra meio Manifesto…
Savatage nunca foi grande por aqui, caso de banda q acabou pra repararem q existiu. Tirando 1 ou 2 abnegados q conheço (ñ freqüentam esta bodega) q já ouviram Trans-Siberian Orchestra de verdade – eu mesmo ñ o fiz – o q fica é a impressão (só minha?) duma bandinha qualquer tocando músicas de Natal pelos EUA. Os caras são mega-banda, de patamar de faturamento em níveis de U2, Muse, Bruce Springsteen e Justin Biba, doa a quem doer.