40 ANOS DEPOIS…
… o q ficou?
… o q ficou?
Lata Velha Rock Bar (Osasco), 22.10.23
Foi praticamente o mesmo repertório da Virada Cultural em maio, 28 músicas em pouco menos de uma hora. Ia aludir a q as pessoas aqui fuçassem-no por lá e pedir desculpas por não saber postar o link. Tô resenhando por celular…
Até ver q na resenha específica, em maio, não o postei. Segue abaixo, afinal.
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Foram 29 sons em pouco mais ou menos de uma hora. “Crocodila” a mais em relação a maio. A banda praticamente subiu ao palco, interagiu, tocou e vazou. Pq não foi um show típico.
Vide o palco acima: o Lata Velha é um bar em Osasco com uns 5 anos de atividades, q só melhora com o tempo. Se o bar de playboy daqui da capital fosse bom, seria o Lata Velha.
Normalmente faz shows de bandas cover, variadas e ultimamente estritas (covers só de Metallica, Iron Maiden etc ), abriga roqueiros de sapatênis, roqueiras patricinhas, motoqueiros (“motociclista” é o caralho), roqueiros velhos e flutuantes em geral.
Tem um mezanino, onde ficamos eu e a Debora, com mesas e mesas de sinuca e pebolim (totó). Sanduíches, porções e bebidas bem servidas e a bons preços. E o q o Ratos de Porão foi fazer ali?
Tocar, oras. Pra um pessoal q provavelmente não se desloca à capital e a festivais pra vê-los. A custo médio de 70 lulas.
E não teve estrelismo nem stress. Nem bolsominion armado arriscando atentado (tem segurança na porta, mas sem revista). Jão foi quem mais interagiu, com uns tiozões q aludiam à Vila Carolina e Vila Piauí originais – nada afastadas de Osasco. Todo mundo de boa. Profissionais do hardcore.
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Um pouco antes, enquanto rolava o som ambiente, só punk brasuca oitentista e Titãs: Cólera, Inocentes, “Igreja”, “Polícia”, “Será Que é Isso Que Eu Necessito?”… E uma turminha de tios bradando alto e abrindo roda.
Ratos surge às 20:35 e arrepia com “Alerta Antifascista”, “Aglomeração” e “Amazônia Nunca Mais”. Poderiam ter tocado só essas e vazado, ninguém reclamaria. A roda prosperava, mas de boa; podiam acertar o microfone, não rolou.
E o q me ficou, parafraseando-me a mim mesmo doutra pauta, é: os caras têm o setlist pro ano todo, com ajustes (tem lugar q rola “Paranóia Nuclear” ao final tb) e a banda atingiu um nível de entrosamento monstro.
Tvz nem estivessem se ouvindo (Juninho sem ouvir Jão, e/ou vice versa), mas não vi errarem uma nota, uma levada. Boka faz contagem no chimbau a milhão e segue o baile.
Só alguma hora JG pareceu esquecer a ordem e anunciou “Conflito Violento” antes de “Expresso da Escravidão”, coisa a toa.
O som estava nítido e claro pra nós ali em cima, foi o primeiro RDP da namorada, enquanto pra mim já nem mais sei.
JG dedicou “Descanse Em Paz” a Celso Vecchione (Made In Brazil) falecido domingo mesmo, comemorou presença de molecada “pra renovar as coisas” e na real falou pouco. Nem xingou Bostonaro.
Juninho, tímido, no final ergueu bandeirinha da Palestina, em momento politizado discreto e foi isso. Sem bis nem vaselina. Tocaram, vazaram.
E foi foda.
Setlist: 1. “Alerta Antifascista” 2. “Aglomeração” 3. “Amazônia Nunca Mais” 4. “Farsa Nacionalista” (levantou a galera) 5. “Ignorância” 6. “Lei do Silêncio” 7. “Morte Ao Rei” 8. “Necropolitica” 9. “Crucificados Pelo Sistema” 10. “Descanse Em Paz” 11. “VCDMSA” 13. “Fei e Burro” 14. “Fuder a Empregada” 15. “Rosca Solta” (trinca “Isentön Päunokü”) 16. “Morrer” 17. “Guerrear” 18. “Caos” 19. “Políticos Em Nome do Povo…” 20. “Realidades da Guerra” (momento “RDP Vivo”) 21. “Difícil de Entender” 22. “Engrenagem” 23. “Toma Trouxa” 24. “Expresso da Escravidão” 25. “Conflito Violento” 26. “AIDS, Pop, Repressão” 27. “Beber Até Morrer” 28. Crocodila” 29. “Crise Geral”
Garotos Podres (Casa de Cultura do Butantã)
Ratos de Porão (Casa de Cultura do Butantã)
Nação Zumbi (Palco Butantã), 27.05.23
Todo ano tem alguém q reclama q “falta rock” na Virada Cultural.
Só se faltou no palco Anhangabaú, principal, semi-cativeiro (cercado) e semi-privatizado (pra ter vendedores caros autorizados do lado de dentro). Pq este ano, fora os citados acima, teve tb Cólera, Kiko Zambianchi e Supla e os Punks de Butique.
Cadê a galera do metal nacional?
Terá rolado convite?
Terão declinado de convites?
Dignos (modo de dizer) representantes provavelmente pouco usaram metrô na vida, ou ñ têm anticorpos pra tocar no Butantã e periferias. Fodam-se.
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Fui assistir os Garotos Podres e o Ratos De Porão. Quando estava voltando, soube da Nação Zumbi e fiquei. E ñ me arrependi. Breves relatos.
Garotos Podres
Cheguei aos Garotos Podres meio na parte final. Mesmo roteiro do show no Sesc Belenzinho mês passado. Mesmas bazófias e traquinagens proferidas pelo companheiro Mao. Som tava ótimo, público entregue. Pena q perdi “Oi, Tudo Bem?” e “Vomitaram no Trem”. E de minha parte, sempre me toca o coração peludo aquela primeira estrofe de “Anarquia Oi”, um hino orwelliano à paranóia.
“Um dia vc vai descobrir q todos te odeiam e te querem morto, pois vc representa perigo ao poder”.
Mao pra ABL!
E por sinal, o livro dele/tese de doutorado sobre Cuba estava à venda no merchan por 50 lulas. Ñ teve Gado perto pra cuspir ou xingar, pq bolsonarista nem passou perto dali e teria choque anafilático só de VER um livro.
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Ratos de Porão
Estava numa expectativa monstra. Ñ os tinha visto ainda pós-pandêmicos (acho); shows de lançamento de “Necropolítica” foram ariscos e restritos. No domingo anterior, tocaram de graça com o Krisiun em Mauá, e ñ fui. Tocariam material de “Isentön Päunokü”?
Ñ sei dizer quantas vezes vi a banda, em torno de 10 tvz. Mas esta, se ñ foi a melhor, foi top 3, disparada. Sem nem conseguir ranquear as outras duas. 28 músicas em uma hora, passando por praticamente todos os discos – incluindo 3 de “Isentön Päunokü”, seção “RDP Vivo” (“Realidades da Guerra” e “Políticos Em Nome do Povo”) e até do “Guerra Civil Canibal” (“Toma Trouxa”) com JG debochando “quero ver bolsominion chorar” ahahah
O refrão de “Aglomeração” deve ter ecoado no Pico do Jaraguá.
Só ñ tocaram sons de “Massacreland” e dos 2 “Feijoada Acidente”. Boka e Jão estavam possuídos. O som estava pior q o Garotos Podres e foi melhorando, sem chegar no mesmo nível. Dane-se.
Gente ali sem condição de ver um show no Sesc (algo q confirmei em comentários de Instagram) se fartando. Crianças em ombros de pais, clima incrível e pacífico, ñ dava pra chegar próximo ao palco.
Lavei a alma.
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Nação Zumbi
Como citei no Instagram: “trupiquei no Terminal Vila Sônia e caí na Nação Zumbi“. Nem sabia mesmo q tocariam. E o palco foi outro, maior. Pq o público foi outro e tb maior.
Formação reformulada; depois soube por amigo q foi pro evento e estão ainda avaliando se seguem assim. Poderiam, de boa.
Sem Pupilo, Dengue e Lúcio Maia (o último, substituído por Neilton, do Devotos do Ódio. Os respectivos substitutos outros foram apresentados, mas esqueci), fizeram uma celebração, q misturou meus sons favoritos – já como Nação Zumbi – e hits pretéritos da fase Chico Science (“Manguetown”, “Banditismo Por Uma Questão de Classe”, “Maracatu Atômico” ao final).
Tocaram uma instrumental monumental, parecia nova. Jorge Du Peixe explicou, mas ñ o entendo cantando, falando ainda menos ahah Muita mulher no rolê, cantando junto. Muita fumaça canábica, q nos punks eram mais galera a álcool. E a sensação, após uma hora de show, de q faltou coisa.
“Meu Maracatu Pesa Uma Tonelada” é minha favorita e berrei junto. Aquela batucada, com o som ajeitado q estava, beira o irracional. Indescritível. Tribal. Muito muito muito legal.
Tanto q saí do vagão do metrô na volta: uns hipsters, entre travestidos, bêbados e emaconhados metidos a engraçadinhos, insistiam em bater mal num pandeiro e cantar alguma musiquinha da moda. Saí na estação seguinte e esperei o próximo trem.
Depois da Nação Zumbi, o mínimo esperado era um SILÊNCIO respeitoso. E necessário. Fiz o meu.
Sesc Pompéia – 23.03.23
Showzão.
Soube do show faltando uns 3 dias; comprei o ingresso na véspera, noutra unidade. E a baixa expectativa às vezes é o q causa a melhor apreciação.
Lembrava ter assistido ao Lixomania, no mesmo Sesc, ñ lembrava quando. E ñ lembrava se tinha gostado, provavelmente ñ.
Tive q dar busca aqui no blog e encontrei: novembro de 2017, abrindo pro Ratos de Porão. Nossa, numa época estranha da vida, deixa pra lá. Recomendo a releitura do post.
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Fora a disponibilidade, o preço em conta e minha meta de tentar ver uns 30 shows este ano, o q me atraiu no evento foi a promessa (cumprida) de participações de Jão, Clemente (Inocentes) e Ariel (Condutores de Cadáver/Restos de Nada).
E estava cheio. Mesmo com greve (justa) dos metroviários. Era uma 5ª feira à noite tb, igual 6 anos atrás.
Pouco teve de bolor (ao contrário de 2017): banda repaginada, provavelmente só o vocalista Moreno mantido, com baixo, duas guitarras e 2 bateristas; bateristas q trocaram no meio do show, sem aviso, e o segundo bem melhor q o primeiro, q ñ era ruim. Mas tudo moleque, pra aguentar o tranco.
Ñ sei dizer das músicas, fora as q Moreno anunciava: “OMR”, “Quero Ser Livre”, “O Punk Rock Não Morreu”, “Os Punks Também Amam”, “Gerente”, “Presidente”, “Estado de Sítio”, “Violência e Sobrevivência” e etc. O punk é “veia 77”, dá pra sacar influências de Buzzcocks e Stiff Little Fingers e a banda estava muito bem ensaiada, emendando os sons.
O som no local estava tb excelente, ajudou demais. A vibe nostálgica era complementada por punks (homens e mulheres) da antiga por ali, inclusive um tal Tikinho, guitarrista original e fundador, por várias vezes saudado mas q ñ quis subir ao palco nem tirar foto.
Punk, caralho.
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Achei legal Moreno no início saudar “aqueles q se foram durante a pandemia”. Dedo na ferida necessário, pq a negação parece ter virado norma. Ainda saudou gente da “turma” q tinha falecido recentemente, mas sem choradeira.
E o melhor do rolê foram mesmo as participações: Jão entrou meio zoeiro, falando histórias da Vila Carolina e mandou – é muito estranho ver o cara sem guitarra – “Parasita” e “Corrupção”. A partir dali, o show virou meio um “Feijoada Acidente – Brasil”, o q foi foda.
Sai Jão, tocam “Buracos Suburbanos” (Pzykóse), uns 2 sons, daí sobe Clemente. Solene, sério, mandou “Pânico em SP” e “Garotos do Subúrbio”, fodas. Daí uns 2 ou 3 sons, Ariel sobe, manda umas doideiras e tocam “Direito a Preguiça” e “Desequilíbrio”, atualíssima.
Daí em diante teve mais som, eu tava na vibe, desencanado de tirar foto ou de tentar guardar nome de música, e acho q é meio por aí. A tal da “imersão”. Ou ñ? Uma hora e 15 minutos totais, plenos.
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Baita show, baita vibe, o bolo de capim santo com geléia de amora q eu comi antes estava excelente, e dali foi voltar voando pra perto de casa e pegar a Esfiha Imigrantes (aê, Leo e Danny!) aberta.
Cheguei faltando 20 minutos pra fechar e comi. Tivesse usando coturno, teria sido ainda mais épico o meu “pé na porta” ahahah
O punk rock ñ morreu.
PS – as fotos, eu q fiz. O vídeo, ñ
Parece q todo mundo curtiu “Necropolítica”, menos JG, Jão e eu.
Ñ q eu ñ tenha gostado. Só ñ achei suficiente. Criar expectativa é foda; trocava idéia com Jessiê e concordo com ele: “Pandemia” (do Dorsal) ficou melhor. Parece q o Planet Hemp veio voraz. Até o Titãs novo tem música anti-bozo com mais foco: “Eu Sou o Mal”.
A questão é q parece vir à tona um jogo de culpa: primeiro JG culpa alguém, sujeito indeterminado – ou se culpa – por só ter feito as letras no final do processo. No q parece q ficou esquisito expor a opinião, fez o Panelaço com Jão (repostei aqui outro dia), q contemporizou e abafaram qualquer… prenúncio de treta.
Tudo amigo, tudo em casa.
Mas aí JG e Jão usam o Instagram agora – aliás, APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) curtiu “Necropolítica” e “Brutal Brega” – pra culpar o responsável pela mixagem?
Achei q eles tivessem algum controle sobre a própria obra: são o Ratos De Porão, caralho, ñ o Nervosa!
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A solução parece ser mandar remixar, oras. Mas parece faltar algo fácil por aí. Alguém se habilita em explicar ou sabe de algo?
RANQUEANDO MEUS DISCOS DO PIL PRA HOJE:
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WhatsAppin’: todo mundo viu Jão chamando Digão pra briga, certo? https://www.tenhomaisdiscosqueamigos.com/2022/10/01/jao-ratos-digao-raimundos/ Eu vi tuíte do Canisso apostando 200 no Jão.
Descontentamento de JG com disco novo do RDP ou intriga pra ganhar like? https://whiplash.net/materias/news_715/345049-ratosdeporao.html
O precedente já existia: há quantos anos ñ houve aquele “racha” no Garotos Podres pq seu baixista fascista começou a falar bem do Bolsolixo?
Racharam, os caras gravaram sem o vocalista (Mao) um disco q ñ fiz a menor questão de adquirir, “Saúde & Trabalho”, o vocalista seguiu como O Satânico Dr. Mao & os Agentes Secretos e a banda mesmo tentou seguir só como “Garotos“. Mediante um processo pela disputa do nome.
Mais pífio q isso a banda ter durado tanto com um vocalista ostensivamente de esquerda e ligado ao PT. Diz muito sobre bandas q ñ ligam a mínima pras próprias letras ou pra q o vocalista diz ou deixa de dizer.
Mao conseguiu na justiça – e o baixista, Sukata, é adevogado – o nome, a banda (devidamente reformulada) e seguiu o baile. Sem disco novo ainda, e dos quais quase fui a show, gratuito, há uns 15 dias.
Agora, porra, Fábio do Olho Seco?
De histórico conhecido. Loja Punk Rock, na Galeria do Rock (de quando ainda ñ era Galeria do Rock, no fim dos 70’s) e quase q um ideólogo da porra toda?
Dá pra entender, recorrendo ao R.D.P. – “um punk vira crente para conseguir a salvação” – como consigo imaginar q outros daquela velha guarda (tipo Ariel e o próprio Mingau, q hoje toca na banda do Inútil Moreira) todos “virando” fascistas tanto quanto.
Ainda q tvz já tivessem esse posicionamento, mas enrustido. Saíram do armário.
Artigo de um certo Marcelo Moreira (ñ deve ser parente daquele saco de estrume com QI alto) no site/blog Combate Rock, diz o q penso:
http://combaterock.blogosfera.uol.com.br/2019/12/27/punk-apoiando-ato-terrorista-revela-um-lado-mais-do-que-sombrio-do-rock/
Compartilho o seguinte texto, de um certo Felipe Silvatti no Facebook, preciso, pra arrematar:
“Os punks e o bolsonarismo têm uma coisa em comum: o discurso antissistema. Sim, eu sei que Bolsonaro encarna o que há de pior no próprio sistema político, mas ele conseguiu, por meio de sua retórica tosca, colar em si mesmo a imagem do “contra tudo e contra todos”. A soltura de Lula ressuscitou o anti-petismo de certos punks que andava meio adormecido desde o golpe contra Dilma. Vi muitos posts de punks indignados com o fato de ter tanta gente da cena “defendendo o PT”. Segundo os indignados, o punk sempre foi contra todos os políticos. Nem de esquerda, nem de direita, muito pelo contrário.
O problema é que esse punk essencialmente isentão só existe na cabeça dessas pessoas. Antonio Bivar documentou, em 1982, que muitos punks votavam no PT. Reportagem da Ilustrada, também de 1982, assinada por Pepe Escobar, observa que (palavras dele) “a maioria dos punks, por uma série de contingências, votam no PT”, embora não sigam o partido cegamente. Claro, estou falando dos primórdios do punk em São Paulo. Muita água passou debaixo da ponte de lá para cá. Mas esse papo de que o punk sempre foi contra todos é conto de fadas. Não é bem assim que a história se desenrolou. Para ilustrar, foto de uma banda punk tocando no diretório do PT, um dos raros espaços que permitiam às bandas mostrarem seu som, além de Centros Acadêmicos de faculdades. De esquerda, claro”.
O texto conta com uma foto do próprio Olho Seco – aparentemente acompanhado pelos caras do Cólera – tocando num diretório do PT.
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Simples de entender: essa escrotidão toda é só contra o PT.
Parece q o Fábio já apagou o post (tarde demais, vide acima: inventaram o print!) e o “Olho Seco ñ se pronunciou até o momento”. Sendo q o Olho Seco é e sempre foi o Fábio + uns caras q ele conseguiu juntar e q ninguém nem nunca soube nome. No máximo, o tal do Agrotóxico, q ñ sei q apito tocam.
Ñ se trata de “opiniões divergentes” q “têm q ser respeitadas”.
Porra nenhuma.
Apoiar Bolsolixo e tudo o q está acontecendo em searas nazistas e chacinistas (incluído o atentado com Coquetéis Molotov, de autoria assumida por neo Integralistas) é ser nazista.
Vão tomar no cu esses nazistas.
Minha única curiosidade, fora a decepção e NOJO do episódio, é saber se Jão, JG e Clemente se pronunciarão. Ou se já se posicionaram.
20.12.19 – The House, São Paulo
Tem 3 anos q eu ñ pisava no lugar, chamado The House agora, mas q até o marcador de Instagram insistiu em chamar de Hangar 110. E continua igual ao Hangar 110, pouquíssimas mudanças, o q acho ótimo.
Lugar incrível pra show (já vi Exumer, Artillery, Infect, Zumbis do Espaço, Amorphis, The Haunted, Agua de Annique, Samael, entre outras bandas), perto de metrô e com a tradição de terminar tudo antes da meia-noite, pra dar tempo de voltar. Sem nego tr00 vomitando na rua e conspirando contra o local.
O Periferia S.A. tem 16 anos q eu ñ via. Vi – ali no Hangar 110, em janeiro de 2003 – quando surgiu; quando das primeiras encrencas de saúde do João Gordo (“Obesidade Mórbida Constitucional” e tal), Jão chamou Jabá e Betinho (formação original do RDP) e resolveu tocar. Os discos vieram mais tarde.
Foi o amigo Leo quem me avisou do evento, prontamente aceito. Noite de sexta feira (complicado pra mim, vindo do trabalho, mas ok) a 25 kitgays, com 3 bandas: Leptospirose, Surra (meu 5º show dos caras este ano) e Periferia S.A.
Chegamos cedo, coisa de novato, às 19h. Tinha ninguém. Só o vocal do Surra, espantado com as camisetas da própria banda (ahah) e uns abnegados. Toca esperar. No q fomos conduzidos por algum DJ tocando sons entre metal, punk e Krisiun novo. Bacana. O lugar foi enchendo, e junto a isso, nossa dúvda: Leptospirose previsto pra entrar às 21h, Surra às 22h, Periferia S.A. às 23h… Daria tempo pra pegar o metrô e voltar?
Deu. Quando Periferia S.A. acabou eram 23:10. Leptospirose começou 21:30. Punk/crossover old school é assim mesmo.
Do Leptospirose me lembrava ser banda antiga, o q o físico e o visual do trio ñ me desmentiram: tiozões fazendo punk à moda antiga, tentando virar grind. Ñ fizeram feio, eu é q ñ estava na pegada.
Tvz se conhecesse as músicas antes (todas em Português) me animaria mais. Ñ fui muito com a cara do vocalista/guitarrista, meio Cheech Marin, q com o (pouco) tempo mostrou algum carisma, empatia e foda-se ligado. À moda antiga a banda ainda, no sentido de terem um baixista muito bom, acima dos outros 2 (e desconfio q músico em bandas de mpb por aí, sei lá).
Foi legal, no fim.
O Surra veio na seqüência, e tudo o q eu resenhei dos últimos 2 shows dos caras, pode repetir: banda voando, tocando demais, ganhando domínio de palco e da galera palpáveis.
Foi do Leo, vocalista, a melhor tirada do dia, da semana, do mês. Em certa hora, em meio a diálogo com o baixista aloprado (acho q todo baixista é doido), disse: “esse é o último show da banda. Pq eu e o baixista ñ estamos nos falando. Amanhã tem outro show – fariam outro, de graça, mediante ingresso deste – e será o show da ‘volta'” ahah
A receptividade foi monstra: rodas, gente cantando tudo e toda uma molecada (ainda mais mulherada) q vi em outros shows dos caras, no Sesc e nos Fests (Overload Beer + Kool Metal). Fãs acompanhando, fazendo uma cena, tornando os caras ainda maiores.
Post deles no Facebook último sábado deu conta de terem feito 52 shows em 2019, em 17 Estados. Foda. Ñ vão “estourar lá fora”, q isso é coisa de “metal nacional”. Já estão estourados aqui.
O Periferia S.A. ñ pareceu entrar com o jogo ganho. Tvz devido à faixa etária. E foi um pouco estranho: pouca comunicação, muita microfonia. Minha maior estranheza, na bateria: Boka no lugar de Betinho, q pareceu estar ali mais como roadie.
Jão tem uma outra pegada em falar sério (principalmente) e zoar, q ñ dá pra comparar com JG.
E teve lá um ou outro problema técnico, q pra mim foi coisa de quem ñ passou o som antes do evento. Veteranos todos, em algum momento a coisa assentou e foi foda.
Tocaram muitos sons do disco homônimo de estréia: reconheci “Devemos Protestar”, “Facit Indgnation Versum”, “Recomeçar” e “Segunda-Feira”. Do “Fé + Fé = Fezes” parece ñ ter rolado nada.
Já o “resto”… Só filé lado b do Ratos de Porão: “Caos”, “Agressão/Repressão”, “Sentir Ódio e Nada Mais” (hino), “Políticos em Nome do Povo”, “Novo Vietnã” e “Periferia” fechando. Sem muito aviso, sem bis, sem média com ninguém.
E tudo bem.
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Minha opinião: se há um ser, nessa cena metal/punk/crossover brasileira q mereça o epíteto “lenda”, esse cara é o Jão. Mais q Max, q Vândalo, q André Matos. Carrega o Ratos nas costas, e quando ñ dá faz um “Ratos B“. Com credibilidade, autoridade e sem ouvirmos falar em treta com nenhum envolvido.
Q o diga João Gordo, q esteve como DJ em show do Claustrofobia – e cantando junto com os moleques alguns Sepultura? – sábado à noite.
01 e 02.08.19 – Sesc Pompéia, São Paulo
O melhor show do Ratos de Porão q eu já vi.
E isso considerando os déficits das memórias cognitiva e afetiva envolvidos. Pq: 1) ñ sei quantos shows do Ratos já vi (com esses, só em 2019 foram três); 2) estive no show de lançamento do “Brasil”, em 1989, quando Jão e cia. abriram pro (dividiram a noite) Sepultura – q lançava o “Beneath the Remains” – no extinto Projeto SP, meu primeiro show de heavy metal q, por mais q eu mal me lembre, tenho q deve ter sido MUITO foda.
E estou falando do show da sexta-feira. Q ñ foi muito diferente do da quinta: “Brasil” tocado inteiro e na ordem + bis. O bis na quinta ñ teve “Crocodila” nem “Sofrer”.
“Brasil”. Tocado. Inteiro. E. Na. Ordem. Ñ tem como superar. Nem o q dizer. Imaginem.
E no momento de MERDA q estamos vivendo. Com o pior presifake da História, tudo fez muito sentido: “Amazônia Nunca Mais”, “Retrocesso”, “Farsa Nacionalista” (o Hino Nacional Bolsonarista), “Porcos Sanguinários”, “Máquina Militar”, “Terra do Carnaval”…
Gordo alterou algumas coisas: “ei, bolsominion, olha só o q vc fez…”, disse q “Vida Animal” ñ fazia sentido antes e a rebatizou como “Melô do Bolsominion”. Estava recuperando de pneumonia (um detalhe: shows quinta e sexta + sábado em São José dos Campos + domingo em Santo André!), e ñ tão abatido como havia visto a banda como um todo no Overload Metal Fest. Faltava fôlego pra falar, Juninho ajudava nuns backings, mas mandou muito bem.
O xaropeta ainda tatuou o Snagletooth do Motörhead no cocoruto. Putz.
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E ñ lembro de quando havia visto show com SOM PERFEITO, se é q já tinha visto algum. (Rush 2002? Kraftwerk?). Teve esse detalhe a mais tb. Som perfeito, banda inspirada, execução entre a máquina letal e a sede de sangue, absurdamente. Melhor momento: “S.O.S. País Falido”, seguido de “Lei do Silêncio” (entoada inteira pelo público), “Farsa Nacionalista”, “Porcos Sanguinários” e “Máquina Militar”. “Sofrer” no bis me surpreendeu. “Aids, Pop, Repressão” é a “Ace Of Spades” dos caras, redentora e catártica; só “Crucificados Pelo Sistema” me pareceu anticlimática.
Tipo a “Black Force Domain” pro Krisiun, ou “Hammer Smashed Face” pro Cannibal Corpse. Meio q tem q ter, meio q a maioria quer ouvir, mas se ñ tivessem tocado acho q pouca gente daria falta. Complemento insano: rodas com gente perdendo celulares, q vez ou outra paravam no palco. Gordo aloprava, chamava: “sobe aqui, prova q é teu. Enfia no cu” ahah
Sei lá. Acho q o Leo pode falar mais do q eu consigo.
Set-list Ratos De Porão: 1. “Amazônia Nunca Mais” 2. “Retrocesso” 3. “Aids, Pop, Repressão” 4. “Lei do Silêncio” 5. “S.O.S. País Falido” 6. “Gil Goma” 7. “Beber Até Morrer” 8. “Plano Furado II” 9. “Heroína Suicida” 10. “Crianças Sem Futuro” 11. “Farsa Nacionalista” 12. “Traidor” 13. “Porcos Sanguinários” 14. “Vida Animal/Melô do Bolsominion” 15. “O Fim” 16. “Màquina Militar” 17. “Terra do Carnaval” 18. “Herança” + bis: 19. “Crocodila” 20. “Sofrer” (ambas ñ rolaram quinta) 21. “Morrer” 22. “F.M.I.” 23. “Crucificados Pelo Sistema” 24. “Obrigado A Obedecer”
Pq tem q se falar do Surra tb. Q até duas semanas atrás era o único show anunciado. Em data única.
Estão lançando “Escorrendo Pelo Ralo”, 2º álbum. 17 sons em meia hora. Comprei ali mesmo (a banca de merchan impecável: bonés, camisetas, LPs, CDs), ainda ñ ouvi. Porradaria, letras diretas no estômago, no fígado, no baço e na jugular, técnica absurda do guitarrista/vocalista (tocar e cantar junto aquilo tudo ñ é facim) e a minha maior surpresa… monte de gente cantando as letras. De fio a pavio.
Pra quem nunca viu/ouviu, descrevo grosseiramente como uma cruza do próprio R.D.P. com o D.F.C. Meia hora de shows (tamanho justo) com milhares de músicas (20)e tempo no meio – foram tomar água numa hora e deixaram tocar um sambão – pra respirarem!
Irrepreensíveis. Se falávamos por aqui do Nervosa, q vem fazendo por merecer a despeito dalguns senões técnicos, tenho q o Surra – fora fazer jus ao nome – está pronto, lapidado e feroz como poucas bandas dentre as tão poucas q resistem ao bolsonarismo, ñ pagam de isentão e ñ têm medo de chutar a cara de nazista.
Foda.
Até temi q aparecessem uns minions na porta pra tretar, mas esse povo, se vai em show, é do Capital Inicial, Ultraje a Rigor, Angra e de bandas de “metal nacional”. Ali ñ era nada disso.
Set-list Surra: 1. “Intro” 2. “Escorrendo Pelo Ralo” 3. “O Mal Que Habita A Terra” 4. “Do Lacre Ao Lucro” 5. “Não Escolha” 6. “Peso Morto” 7. “Tamo Na Merda” 8. “Embalado Pra Vender” 9. “Anestesia” 10. “Mais Um Refém” 11. “Virou Brasil Pt 2” 12. “Não Entendi” 13. “Caso Isolado” 14. “Arquitetos Da Desordem” 15. “Madeira e Sangue”16. “Cubathrash” 17. “Parabéns Aos Envolvidos” 18. “Daqui Pra Pior” 19. “Merenda” 20. “7 x 1”
Ñ tenho tempo ou paciência ou radar acionado pra tentar encontrar a 2 golpes cd’s em bazar de centro espírita disco do tal do Rage. Tampouco pra entender as novelas de desdobramentos e “novas” bandas velhas.
Depois q o Terrana rancou fora, continuaram. Daí o alemão fundou uma tal Lingua Mortis Orchestra. Paralela, tangente ou co-secante, ñ entendi. Aí tb remontou uma formação clássica, antiga, da banda, denominou Refuge (q infelizmente ñ significa “refugo”), com q faz turnês pela Europa. Daí parece q o Rage ñ existe mais (o bielo-russo saiu), mas a tal Orquestra da Língua Morta permanece. E o Refuge.
Como diz uma amiga: “aff…”.
Realmente ñ é pra mim, e se a ordem do zeitgeist é nostalgia e ganhar uns trocos nesse sentido, tenho nada contra. Pq tô nem aí.
Por outro lado, duvido q esse Peavy Wagner conheça o Jão e seu Periferia S.A., decalcado do R.D.P. inicial e convenientemente, em tempos em q João Gordo estava mais pra lá q pra cá. E q permanece pq Jabá e Gordo ñ se dão. E tvz até “pq sim” tb.
Senão, Jão tinha q ganhar uns royalties. Pela tendência involuntariamente lançada ahah
PS – e agora esperemos Metallica voltar com Mustaine, mantendo o thrash metal universitário paralelo; ou o Iron Maiden retomar atividades com Paul Ba’Ianno, antes q o mesmo só possa gemer em leito de UTI; ou o Exodus voltar com Steve Souza…
(ops!)
Seriam o cúmulo da nostalgia tóxica.