Moda de viola: das raríssimas coisas em música q me parece genuinamente brasileira. Tanto quanto o chôro, mais q o samba e a bossa nova.
E são bem conhecidos os violeiros citados (ao menos aqui na província falsa cosmopolita), por fazerem versões ‘moda de viola’ pra sons de Led Zeppelin (um disco inteiro dedicado), classic rock, hard rock, heavy metal e rock nacional/BRock (motivo do recente lançamento, “Moda de Rock Brasil”, do ano passado). E q já têm ao menos 5 discos + dvd ao vivo lançados em esquema de crowdfunding.
Foi essa aresta q me levou ao show na última sexta-feira. Os caras se auto-sustentam, e mais: parecem usar desse “repertório cover” pra bancar trabalhos autorais. Vignini tem discos solo tipicamente moda de viola (o q inclui material autoral), e ambos tocam numa banda moderna pro estilo, o Matuto Moderno.
Todos os artigos citados + camisetas + livro de partituras de Vignini à venda na entrada do teatro. Só faltou um aviso com os preços, mas deixa quieto.
O teatro tem “por volta de 200 lugares” (segundo a funcionária a quem perguntei) e ñ mais q 10 estavam vagos; alguns ainda devido à reabertura pós-Covid, e tal. Platéia de amigos, claro, alunos, fãs e até dum Zé Geraldo simpático – q gravou “Meu Amigo Pedro” no disco recente – por ali. Tem festival de banda tr00 q ñ junta 80 pessoas q ñ os integrantes somados à meia dúzia de indigentes vomitadores de bombeirinho da “cena”.
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E o show foi bem legal, ainda q pra mim alguns sons ñ funcionem. (E espero mesmo q, em o texto chegando aos caras, ñ os ofenda). Ficam bobos, parecendo aquela modinha horrenda de Emmerson Nogueira e Danni Carlos; pra mim, o caso de “I Want to Break Free” (acho q Queen tem sons mais propícios), “Flores em Você”, “Até Quando Esperar” (manjada demais), “Wasted Years” e “Heavy Metal do Senhor”, de Zeca Baleiro, q já é em si uma paródia.
Ao mesmo tempo, curti “2001” (Mutantes), pq a original acho uma merda e até versão do Capital Inicial prefiro. (Sim, leram. Ñ dá pra desler). Desparodiaram-na.
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Em tempos em q se fala de empreendedorismo, q se mistura ao há tempos em q se reclama q ñ dá pra ser independente, ou fazer rock, ou fazer metal no Brasil, pq “ñ há apoio” (sic), o Moda de Rock é um grande CHUPA. Sabem do próprio tamanho, têm talento e proposta, e ralam.
E ñ têm patrocínio de convênio médico eugenista, tanto quanto.
Vez ou outra, é Zé Helder quem canta. E meu destaque total, melhor versão do show pra mim, foi “Medo” (Cólera), de letra ainda pertinente e cuja abordagem violeira achei certeira. Eu e uns tantos cantamos junto, foda. Cantou a do Baleiro tb, e ainda a de Tião Carreiro. As demais fpram todas instrumentais.
Vignini fazia comentários, às vezes bullyings com Zé Helder, e contava histórias – causos? – dos sons. Abriram com “Sonífera Ilha”, no q foi fundo: “os Titãs ñ autorizaram entrar no disco, mas a gente tocou no começo só de raiva”. (Achei foda). Depois ia nomeando os sons todos, alguns deles com “autor autorizou”.
Sim, tocaram “Raining Blood”. Bah. Valeu pela introdução satânica (pedais de efeito dando clima). E tocaram no todo 16 sons, no q a platéia cantava (letras) (às vezes riffs) junto, e ficariam ali pro final, autografando, tirando selfies e vendendo merchan.
Como tem q ser.
Show digno. Artistas honestos. Lugar na medida.
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Repertório: 1. “Sonífera Ilha” 2. “Heavy Metal do Senhor” 3. “Flores em Você” 4. “No Quarter” 5. “Medo” 6. “Até Quando Esperar” 7. “Mestre Jonas” 8. “Um Bilhete Pra Didi” 9. “2001” 10. “Chora Viola” 11. “Raining Blood” 12. “I Want to Break Free” 13. “Wasted Years” – bis: 14. “Eine Kleine Natchmusik” com “Thunderstruck” 15. “Black Dog” 16. tema da 9ª sinfonia de Beethoven com “Aqualung”
[ñ rolou “Meu Amigo Pedro”…] [ñ encontrei vídeo pra postar]
Série invertida hoje. “Jams” horrorosas, q a internet prova terem acontecido.
Nação Zumbi com Ney Matogrosso no Rock In Rio em setembro de 2017. Constrangedor; ensaiaram?
a “maior cantora do Brasil” participando de cover de Tears For Fears em banda inominável de filhão vocalista intragável no Rock in Rio em 2015. Régis Tadeu curtiu
Paul Di’Anno sem propósito e sem direção cantando (mal) Ramones e covers ruins de boteco num Rock In Rio em 2013, convidados por uma “banda” q pagou pra tocar no evento e nem existia meses antes do festival
Pink Floyd em “jam” com Frank Zappa. Já postado por aqui. FZ negou até a morte q tivesse rolado
Deep Purple: Uli Jon Roth subindo ao palco pra tocar “Smoke On the Water” em julho de 2017, no Wacken. Claramente sem ensaio, fora de tom e de tempo. Saiu em dvd.
Titãs: Caetano Veloso participando em “Igreja”, em especial da Rede Globo em 1988, “Titãs e Barão Vermelho”. Sem ensaio, sem saber a letra e com paga-pauzice constrangedora
Rolling Stones: Justin Timberlake cantando “Miss You” junto em show em Toronto [“Toronto Rocks”]
Ira!: Arnaldo Antunes participando sem sequer saber a letra, de “Nasci em 62”, nalgum show ñ creditado e incluída como faixa-bônus em “7”
Queen: participação de Paul Young (quem?) em “Radio Gaga” no “The Freddie Mercury Tribute Concert”; provavelmente escalado pela gravadora
Motörhead: Doro Peste e Whitfield Crane participando de “Born to Raise Hell”. Doro, inaudível [“25 Alive & Boneshaker”]
hors-concours: Paquitão auto-priáprico participando de show em Rock In Rio 2011 de banda de podcaster reaça, vendedor de solo e vendedor de máscara do Jason, luvinha e sapatilha, q tinha como ensejo Tarja Turunen convidada e misoginamente tratada como lixo, mera coadjuvante. Me recuso a citar nomes, pessoal aqui entendeu.
Cantou horrivelmente mal (aham), depois arrumou um atestado de “depressão”.
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whatsAppin‘: Crypta encerrou ontem turnê Brasil-América Latina de 40 e poucos shows, em Limeira. Com Krisiun, Ratos de Porão, Nervochaos e outras bandas;
Ratos de Porão lançou “Necropolítica” em Campo do Meio (MG) sábado, em festival q contou com bandas como Cova Raza, Karpago, Vulcano, Justabelli, Spiritual Hate e Blacksmith.
Tá, o sujeito morreu, puta baterista, baita cara (excessos químicos e alcóolicos embutidos no “pacote”), mas será q eu é q ñ tô sabendo q Taylor Hawkins era o novo Freddie Mercury?
Acho q ñ, hein?
“Megalomania” é q chama. Presunção demais.
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Comentava isso sábado com a namorada. Ligado a isso, ouvimos juntos o “Greatest Hits 2” do Queen, e daí lembrei do Freddie Mercury Tribute, ocorrido há 30 anos (abril de 1992), e q pra muita gente – pra mim, tb – foi o último legítimo show de arena.
Com lastro.
E aí comentava com a Debora sobre a versão incômoda pra “Innuendo” (puta som) tocado ao vivo no evento pela 1ª vez, cometida por Robert Plant.
Bastante equivocada, constrangida e constrangedora, tvz mal ensaiada. Q comentários (alguns) no YouTube amenizam: Plant estava “nervoso”… O ex-vocalista do Led Zeppelin nervoso num estádio?
Enfim. Mandou “Crazy Little Thing Called Love” tb, e sem nervosismo.
E q ouvi falar q o próprio Plant, reconhecendo a imperfeição, havia pedido pra q ñ a incluíssem no dvd triplo. Feito, ñ consta. Mas do YouTube ñ escapou.