IOMMI BOLADÃO 3
“There’s a lady who’s sure all that glitters is gold and she’s buying a stairway to heaven…”
“There’s a lady who’s sure all that glitters is gold and she’s buying a stairway to heaven…”
(Ricardo Vignini & Zé Helder), Sesc Ipiranga – 28.04.23
Moda de viola: das raríssimas coisas em música q me parece genuinamente brasileira. Tanto quanto o chôro, mais q o samba e a bossa nova.
E são bem conhecidos os violeiros citados (ao menos aqui na província falsa cosmopolita), por fazerem versões ‘moda de viola’ pra sons de Led Zeppelin (um disco inteiro dedicado), classic rock, hard rock, heavy metal e rock nacional/BRock (motivo do recente lançamento, “Moda de Rock Brasil”, do ano passado). E q já têm ao menos 5 discos + dvd ao vivo lançados em esquema de crowdfunding.
Foi essa aresta q me levou ao show na última sexta-feira. Os caras se auto-sustentam, e mais: parecem usar desse “repertório cover” pra bancar trabalhos autorais. Vignini tem discos solo tipicamente moda de viola (o q inclui material autoral), e ambos tocam numa banda moderna pro estilo, o Matuto Moderno.
Todos os artigos citados + camisetas + livro de partituras de Vignini à venda na entrada do teatro. Só faltou um aviso com os preços, mas deixa quieto.
O teatro tem “por volta de 200 lugares” (segundo a funcionária a quem perguntei) e ñ mais q 10 estavam vagos; alguns ainda devido à reabertura pós-Covid, e tal. Platéia de amigos, claro, alunos, fãs e até dum Zé Geraldo simpático – q gravou “Meu Amigo Pedro” no disco recente – por ali. Tem festival de banda tr00 q ñ junta 80 pessoas q ñ os integrantes somados à meia dúzia de indigentes vomitadores de bombeirinho da “cena”.
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E o show foi bem legal, ainda q pra mim alguns sons ñ funcionem. (E espero mesmo q, em o texto chegando aos caras, ñ os ofenda). Ficam bobos, parecendo aquela modinha horrenda de Emmerson Nogueira e Danni Carlos; pra mim, o caso de “I Want to Break Free” (acho q Queen tem sons mais propícios), “Flores em Você”, “Até Quando Esperar” (manjada demais), “Wasted Years” e “Heavy Metal do Senhor”, de Zeca Baleiro, q já é em si uma paródia.
Ao mesmo tempo, curti “2001” (Mutantes), pq a original acho uma merda e até versão do Capital Inicial prefiro. (Sim, leram. Ñ dá pra desler). Desparodiaram-na.
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Em tempos em q se fala de empreendedorismo, q se mistura ao há tempos em q se reclama q ñ dá pra ser independente, ou fazer rock, ou fazer metal no Brasil, pq “ñ há apoio” (sic), o Moda de Rock é um grande CHUPA. Sabem do próprio tamanho, têm talento e proposta, e ralam.
E ñ têm patrocínio de convênio médico eugenista, tanto quanto.
Vez ou outra, é Zé Helder quem canta. E meu destaque total, melhor versão do show pra mim, foi “Medo” (Cólera), de letra ainda pertinente e cuja abordagem violeira achei certeira. Eu e uns tantos cantamos junto, foda. Cantou a do Baleiro tb, e ainda a de Tião Carreiro. As demais fpram todas instrumentais.
Vignini fazia comentários, às vezes bullyings com Zé Helder, e contava histórias – causos? – dos sons. Abriram com “Sonífera Ilha”, no q foi fundo: “os Titãs ñ autorizaram entrar no disco, mas a gente tocou no começo só de raiva”. (Achei foda). Depois ia nomeando os sons todos, alguns deles com “autor autorizou”.
Sim, tocaram “Raining Blood”. Bah. Valeu pela introdução satânica (pedais de efeito dando clima). E tocaram no todo 16 sons, no q a platéia cantava (letras) (às vezes riffs) junto, e ficariam ali pro final, autografando, tirando selfies e vendendo merchan.
Como tem q ser.
Show digno. Artistas honestos. Lugar na medida.
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Repertório: 1. “Sonífera Ilha” 2. “Heavy Metal do Senhor” 3. “Flores em Você” 4. “No Quarter” 5. “Medo” 6. “Até Quando Esperar” 7. “Mestre Jonas” 8. “Um Bilhete Pra Didi” 9. “2001” 10. “Chora Viola” 11. “Raining Blood” 12. “I Want to Break Free” 13. “Wasted Years” – bis: 14. “Eine Kleine Natchmusik” com “Thunderstruck” 15. “Black Dog” 16. tema da 9ª sinfonia de Beethoven com “Aqualung”
[ñ rolou “Meu Amigo Pedro”…]
[ñ encontrei vídeo pra postar]
DISCOS FEITOS DE “RESTOS” – MÚSICAS Q “SOBRARAM”, LADOS B DE SINGLES, VERSÕES DEMO, FAIXAS PRA TRILHAS OU DISCOS-TRIBUTO – Ñ LANÇADOS ANTERIORMENTE:
off-metal: “The Masterplan” (Oasis)
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WhatsAppin’: metal na Índia? Bloodywood https://www.bbc.com/news/world-asia-india-64796715
Artigo lúcido sobre o Metallica Inc. https://www.metallica.com/news/in-the-press/2023-04-06-in-the-press-02.html
Trumpista imbecil (redundância…) e punk reaça até onde se pode provar, mas sujeito de retidão de caráter impressionante. Estavam juntos desde o Sex Pistols https://igormiranda.com.br/2023/04/nora-forster-john-lydon-alzheimer-morte/
10 (BONS) DISCOS LANÇADOS PRA CUMPRIR CONTRATO*:
[ñ vale coletâneas]
*sensação de q já fiz lista assim. Tvz ñ tenha chegado a 10 discos.
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WhatsAppin’: alguém já tinha ouvido falar disso? E esse nome? https://g1.globo.com/pop-arte/musica/blog/mauro-ferreira/post/2023/03/21/ratos-do-beco-banda-pioneira-e-efemera-do-punk-paulista-tem-ensaio-de-1978-eternizado-em-ep.ghtml
E olhem só, parece q tenho um aliado! https://www.rockbizz.com.br/as-5-estrelas-decadentes-do-rock-e-metal-brasileiro/
… o q ficou?
“Cactus”, Cactus, 1970 (Atlantic)
Ouvir “Cactus”, do Cactus, é praticamente um exercício de arqueologia musical de elementos q desembocariam no heavy metal.
Sim, pertenceram à prateleira das bandas precursoras do estilo, contemporâneos a Jeff Beck e ao Led Zeppelin agradecidos no encarte (leiam encartes), pq talvez estivessem à espreita de fazer sucesso tanto quanto; ou pq estivessem influenciados e se influenciando todos.
(Em 1970 ainda não havia o rock enquanto carreira e way of life)
Curiosamente, as músicas mais pesadas e “futuristas” – por assim dizer – são as covers/standards “Parchman Farm” e “You Can’t Judge a Book By the Cover”, em q se soltaram com consideráveis peso e distorção, dinâmica e até um pioneirismo de 2 bumbos na primeira.
Os outros sons trouxeram tb alguma audácia, mas mais uma banda ainda aprendendo a compor se valendo das estruturas do blues, o q incluiu solos de gaita de Rusty Day, vocalista; ainda q as derradeiras “Oleo” e “Feel So Good” praticamente me desmintam a premissa, no q contêm de baixo distorcido + gritaria quase Deep Purple e no solo de bateria, respectivamente.
Vai ver gravaram o disco na ordem em q os sons foram compostos, demonstrando reverência e evolução.
Pra quem ainda não conhece, segue spoiler: Tim Bogert (baixista) e o – já – monstruoso baterista Carmine Appice montariam trio com Jeff Beck adiante, cometendo disco autointitulado memorável.
Blá-blá-blá à parte, um baita disco. Duns caras q sempre tomei por ingleses, mas q eram (são) estadunidenses. E q cabem ainda na prateleira das bandas q deveriam ser melhor reconhecidas.
Um post tautológico. Em loop.
Aproveitando ainda algum resquício sobre o “IV” zeppeliniano, devo já ter recomendado esta versão pra “Stairway to Heaven”.
E q eu prefiro mil vezes à original. Estava tudo lá (tentem ouvir a original depois sem sacar), Frank Zappa só a “desentortou” ahahah
E a coisa mais legal, nos comentários, acho gente com a minha mesma dúvida: “ele fez de zoeira ou pra homenagear”?
O gato ou o Quico?
Provavelmente as duas coisas, o q torna o lance ainda mais genial.
Mas aí a tal da Vida dá vodcas e vodcas e Frank Zappa ñ estava vivo para ver Weird Al Yankovic (lembram dele?) fazendo uma alegada paródia de Taylor Swift (?!?!?!?!), acima, q parece homenagem e zoeira ao próprio Zappa.
Genial, mas ñ por causa dele propriamente.
Com direito a Dweezil Zappa tocando junto.
Achei do caralho, mas ñ entendi nada.
… e ae?
versus
Trecho histórico no texto lavrado – remastered album sleevenotes – por Ian Anderson na versão remasterizada (2001) de meu “Stand Up” (1969):
“This was a great start to our careers in the USA and Reprise/Warner Bros. began to take us seriously as new contenders for the US charts.
Led Zeppelin kindly invited us to open for them on their first arena tour later that year and the Stand Up material was given a good workout to thousands of potential fans across the states. We supported the MC5, Blood Sweat And Tears, Grand Funk Railroad and many other innovative and exiting acts that year, but it was the Zeps who showed us the way and so to them I really must dedicate this remastered Stand Up, complete with the addiction of some of the other songs which were recorded around the same time.
The perennial ‘Living In the Past’ was recorded, part in New York and finished in LA, as the result of our manager Terry Ellis urging me to come up with a hit single for the UK during our absence in the USA that summer.
Of course, I didn’t really expect the song to be a hit since it was in an odd time signature (5/4) but somehow it caught the fancy of the UK audience and the BBC, so our survival in the UK was assured for a while at least (…)“