30 anos do meu primeiro show do Krisiun. Ainda quarteto e anterior ao “BlackForceDomain”. Pessoal na fila, antes, falava “vc q é baterista, vai adorar o cara. É o baterista mais rápido do mundo” (sic).
Vi e não entendi nada. Lembro q era tudo um borrão só ahahah Mal e mal me recordo se foram a primeira banda, ou o TheMist, q só conhecia de propaganda na RockBrigade.
Teve o P.U.S., q eu já não curtia, mas iria dar uma chance. Todo mundo ali q conhecia tava lá pra ver a guitarrista gostosa, Syang, ainda Simone Death. Gostosa mesmo. E o vocalista namorado putaço com a atenção exclusiva a ela.
E tocaram “Seasons In the Abyss” (Slayer) sem solos. Fúria Metal passou como videoclipe por um tempo.
Fui pra ver o Volkana, até mais q o Kreator. Era fã e já tinha visto uns 3 shows delas, tinha o “First” em LP e babava pela baixista baixinha q tocava de meião e shortinho.
Rolou. E a foto consta no encarte do “Mindtrips“, lançado atrasado (produtor priorizou gravar LegiãoUrbana primeiro). E estranhei q era uma vocalista nova e q tinha uma segunda guitarrista.
Do Korzus lembro pouco. Lançavam “MassIllusion” (q eu tinha – ainda tenho – em LP), tentavam ser o Slayer brasileiro e provavelmente rolaram os mesmos papos demagogos do vocalista, exceto pedir trampo.
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Kreator atração principal, meu primeiro show do Kreator. Já conhecia “Renewal” pelo avesso, treinava airdrumming com ele. E do q lembro mais são 3 coisas:
Mille mandando “fuck the naziiiis” antes de “Europe After the Rain”
Ventor errando a parte grooveada em “Brainseed”. Passou no show melhores momentos na Mtv
uma hora em q as luzes se apagaram, mas não o som. A banda improvisou um blues enquanto arrumavam. Lembro de Mille entoando algum “Kreator in the darkness” ahahah
Ao final, mandou o apoteótico e proverbial “we will return”. E voltaram anos depois, numa quinta-feira à noite, pra lançar “Outcast” na Led Slay com abertura do Krisiun.
Já em trio e eu entendendo melhor. Outro papo, outra história.
E tinha praticamente 11 anos q eu não ia a um show do Golpe.
Antes do Krisiun me fazer perder a conta de quantos shows deles já fui (não consigo contabilizar!), o GolpedeEstado era quem mais eu tinha visto, disparado.
Tenho uma história com a banda q remete a 1989, ano em q os vi com formação original E clássica em show de lançamento do meu disco preferido deles, “NemPolíciaNemBandido“, um daqueles discos de “ilha deserta”, pra mim. Levo ele e mais 9, se eu só puder levar 10.
E se eu conseguir adivinhar q vou me tornar náufrago. E mesmo se por lá não tiver tomada. Poupo o pessoal aqui do meu histórico detalhado: só voltar ao post de 20 de março de 2013, sobre os últimos shows de até então, no Centro Cultural Vergueiro.
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Direto ao ponto, no show de anteontem: um baita show, com formação já trocada desde 2013 e só o baixista Nelson Brito único integrante original. Só q esquisito; saí do Lata Velha achando q faltou alma à banda. Sei lá.
Provavelmente o problema sou eu.
Reclamar do repertório? Difícil. 15 músicas, só faltando alguma de “PraPoder” (2004), e fraca mesmo só “Vivendo Nas Noites”, do “Caosmópolis” recente (vi ainda no palco q pularam a faixa-título dele, ufa), pra mim um disco descaracterizado. Tocadas meia boca, uma vez q só uma feita pela formação ali presente? Não, a não ser pelo andamento puxado mais lento em TODAS. Me incomodou.
Reclamar dos músicos? Nem. Nelson voando, pra mim destaque. Marcelo Schevano tocando direitinho, só enfeitando um pouco nos solos típicos do finado Hélcio Aguirra; faz parte. João Luiz, tecnicamente muito bom, às vezes firulando sem necessidade nuns sons, mas ficando claramente mais à vontade (aquecido?) mais pro final.
Roby Pontes, baterista, tocou impecavelmente passagens e viradas de Paulo Zinner q o próprio Zinner provavelmente não faria idênticas, caso ali estivesse. Porém, um porém: engatou um “modo KeithMoon“, firulando o tempo todo (acrescentando firulas às firulas, meio exibicionista), q me cansou. Não fez uma única levada reta. Puxa.
Bora dar uma de Korzus e culpar o público? Um pouco. Tvz tenha faltado interação: o público típico de 20 a 30 anos atrás já era velho, então quem lá esteve – e eu mesmo fiquei sentado quase todo o tempo – eram poucos e bons, mas insuficientes pra interagir e/ou retroalimentar uma vibe ali. Ainda q eu ache o vocalista – aquele q cantou com Roland Grapow, Leo – sem carisma.
E aí o problema é comparar com as sumidades anteriores Catalau e Kiko Müller. Reitero: João manda bem, se esforça e não constrange, mas não se empolga tanto.
Vai q o Golpe tb já esteja acostumado aos shows em festivais em Moto Clubes e essa inibição seja decorrente. Show de domingo à noite tb não costuma empolgar.
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Tinha uma expectativa avessa, de se mostrarem bolsominions. Tvz não: “Quantas Vão?” (o som mais politizado deles) e “Onde Há Fumaça, Há Fogo” abrindo show em dia de prisão de assassinos de Marielle Franco pareceu apropriado. E recado. Torço pra q não involuntário.
Acho q passei meu ponto: não é mais a banda q eu conheci e ouço demais ainda; só q é isso já faz tempo. Os caras novos e não tão novos são bons e não vacilaram. As músicas são realmente clássicas. Só q tem hora q parece banda cover meio apática. Reverentes carentes de irreverência. Tvz fosse o dia.
Espero ainda q se alguém deles ler isso aqui, entenda não ser coisa de hater. GolpeDeEstado me é banda de vida, e tvz eu tenha q vê-los de novo pra dirimir dúvidas.
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No caminho de volta, fui mostrando “Caso Sério”, “Noite de Balada” e “Libertação Feminina” (via pendrive, no carro) pra Debora, q disse q gostou. E reconheceu virtudes. Isso é bom.
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Repertório: 1. “Quantas Vão?” 2. “Onde Há Fumaça, Há Fogo” 3. “Não é Hora” 4. “Feira do Rato” 5. “Filho de Deus” 6. “Zumbi” 7. “Vivendo Nas Noites” 8. “Forçando A Barra” 9. “Paixão” 10. “Caso Sério” 11. “Todo Mundo Tem Um Lado Bicho” 12. “Velha Mistura” 13. “Nem Polícia Nem Bandido” 14. “Noite de Balada” 15. “Libertação Feminina”
A resposta é NÃO. Pq mesmo q os manos Kolesne + Camargo toquem várias vezes direto um mesmo setlist, ainda assim cada show será diferente. Único.
Pra início de conversa, esse show em específico me foi INESPERADO. Não havia conseguido ingressos pra mim, namorada e enteado, até q o casal de amigos Leo e Dani, de última hora – mesmo – não puderam ir e nos repassaram.
No q reitero o agradecimento pela graça alcançada.
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E o evento ali no Sesc Avenida Paulista teve uma cara mais intimista, naquilo q o Krisiun consegue fazer dum show mais intimista: palco baixo, os caras bem na frente, recinto de capacidade pra 225 pessoas reduzido a 175 presentes. Dedo na cara e gritaria versão deathmetal.
Com direito ao “bingo Krisiun“, gerado pelo gerador de agradecimentos e frases feitas típicas, q é o próprio Alex Camargo. Gravei e enviei por WhatsApp pra amigos ahahah
Está tão parte do show isso, q não consegui ficar sério. E tão parte da paisagem, q pouco antes um Toninho Iron (aquele) onipresente (estava tb no Vazio sexta) ficava imitando “oKrisiunestáaquiiiiiii…“ ahahah
Não q os caras não sejam gratos. Não q não role uma agressividade estranha (“montedepagapaucombandeiraenfiadanorabo”). Só q acho mesmo q, do mesmo modo como show da DorsalAtlântica tem comício, show do Krisiun tem q ter esses recados.
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E chover no molhado é eu cravar q os caras estão cada vez melhores. Estão cada vez melhores, ponto. Na justificativa de lançamento (ainda) de “MortenSolis“, tocaram pelo menos três dele: “Swords Into Flesh”, “Serpent Messiah” e “Necronomical”, fodas.
No entanto, o melhor foram alguns lados b resgatados, pra mim os melhores sons disparados: “Soul Devourer” (do “ConquerorsOfArmageddon”), “Ways Of Barbarism” (do “ForgedInFury“, soberba) e “The Will to Potency” (do “TheGreatExecution”), fora isso anunciada como última música.
Porra, criei expectativa (positiva): sem “Black Force Domain” no final? Uau. Não, tocaram anticlimaticamente “Black Force Domain” no final, pq sempre tem uns chatos q pedem ela. É a “tocaRaul” deles, blah.
Dá pra perceber ainda o quanto a banda curte “Blood Of Lions”, tocada com gás e porrada (via Max) inabaláveis. A platéia tb reage e interage; um novo clássico.
Crítica? Continuam ignorando “AgelessVenomous” e “WorksOfCarnage“, no q eu torço pra Jessiê retomar as lives e entrevistá-los, perguntando se não gostam dos discos, ou se deles nada tocam pq acham q a gente não curte os discos.
Posso ser voto vencido, mas acho mesmo q fora eu mais gente gosta e aprovaria. Sei lá.
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Outro ponto a destacar: o público. Seres das antigas mesclados a uma molecada. Muita menina curtindo, umas gurias entrando nas rodas. E tudo bem.
Nunca é o mesmo show do Krisiun, mesmo eles sendo sempre os mesmos e variando repertório. 30 anos sem pagar, “buscando renovar” e “não se vendendo por bosta” (sic). É isso.
Estão a caminho de nova turnê européia. Sangue nos olhos, faca nos dentes, “doa a quem doer nessa porra” (sic).
Setlist não tinha no palco, deve ser telepatizado entre eles, mas me baseei em show recente de Guarulhos pra citar. Foi 95% assim:
“Kings Of Killing” 2. “Swords Into Flesh” 3. “Scourge Of the Enthroned” 4. “Serpent Messiah” 5. “Necronomical” 6. “Soul Devourer” 7. “Vicious Wrath” 8. “Vengeance’s Revelation” 9. “Combustion Inferno” 10. “Apocalyptic Victory” 11. “Ways Of Barbarism” 12. “Blood Of Lions” 13. solo de bateria 14. “The Will to Potency” 15. “Black Force Domain”
Meu 3⁰ show dos caras em menos de 6 meses, os 3 em Sescs diferentes, e ao mesmo tempo um pouco parecidos. Sim e não.
Desta vez, fui com a namorada e com o olhar pro público – como o Leo apontou outra vez – diferente: é uma banda de pretos q atrai pretos, periféricos, LGBTQA+ (mudou a sigla de novo?) (muita menina lésbica no rolê) e molecada q ñ se vê em show de Shamangra ou mesmo Krisiun, Crypta e RatosdePorão.
Ñ pq os 3 últimos citados sejam sectários: daí entra o fator identificação, com a cor e com a idade. E com o discurso, repleto dum lugardefala q mesmo os brancos simpatizantes ñ conseguem ter mais. (Alguém mais soube de Fernanda Torres verbalizando isso?). Ñ depois dos RacionaisMC’s, “SobrevivendoNoInferno” e o honoriscausa a eles (Racionais) consagrado recentemente pela Unicamp.
Tiozinhos fãs de newmetal tb tinha. Um chegou a me cumprimentar pela semelhança com o vocal do SystemOfADown ahahah
Ñ acho ruim. Mesmo. Mas passo ao show: uma hora e meia de repertório bem parecido com os do ano passado: “Padrão é o Caralho”, “Fogo nos Racistas”, “Moshá”, o cover de ElzaSoares com citação de “Negro Drama”… Só q tocados com ainda mais pegada e raiva. É nítido q a “estrada” está fazendo bem pra eles.
Rolou a roda só com as mulheres (e dessa vez Debora ñ foi…), o pula-pula catártico em “Fogo Nos Racistas”, o discurso bem humorado do baixista Chaene – q repetiu grato estarem vivendo de banda, e agora com endorsee de Tagima e Nagano – o baterista Pancho vir saudar amigos e aquele clima goodvibe, ñ forçado e q ñ aliena o discurso.
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Rolaram sons novos do ep em inglês, o vocalista/guitarrista Charles dando um mosh na platéia tocando guitarra e os três, antes e depois do show virem trocar idéia, tirar selfie, vender merchan.
O q uma banda do tamanho, da responsabilidade e do potencial pra crescer ainda mais, TEM Q fazer.
Curti. Debora tb, e agora é esperar disco novo (prometido pra 2024) e outros shows. Cada dia mais sujo e agressivo é o RatosdePorão, o próprio JG fala isso toda vez; mas o BlackPantera vejo cada dia mais agressivo e representativo.
E isso, fora inédito pra nossos padrões do caralho, é bom. Q venham outras bandas sintônicas pra tocarem junto. Q o metal feito no Brasil deixe de ser “metal nacional” e passe a ser mais plural e inclusivo.
30 anos de “JustAnotherCrime...InMassacreland” – 12 e 13.01, Sesc Pompéia
“O disco é bom, mas a gente tem raiva dele”, disse João Gordo sexta-feira no Sesc Pompéia, em um dos 2 shows q fizeram comemorativos de 30 anos do disco.
Explicou ainda o q eu sempre soube: disco em inglês, mais lento e influenciado pela época (“SlayereNapalmDeathestavammaislentos”), em tentativa deles e da Roadrunner em buscar sucesso comercial e fora do país, o q não veio.
“Agentesefodeu“, disse ainda.
E o clima de ambas as apresentações era dos caras meio pedindo desculpas por ele, o q me faz crer q uma turnê assim temática não deverá continuar.
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Apesar do apelo: sobretudo no sábado, tinha mais gente curtindo. Cantando junto e abrindo roda (a namorada entrou na roda sábado, e a protegi e ao meu enteado sexta) e reagindo à banda, q retroalimentada tocou melhor q no 1⁰ show (q não foi pior, só menos intenso) e contou com o Boka só um pouco disperso.
“Just Another Crime In Massacreland” não pegou, e é um disco difícil. Músicas mais trampadas e demoradas (“pareciaqnãoacabavanunca”, disse JG após “Money” sábado), tremendamente executadas. Todos ali (mesmo Juninho, q entrou depois) atingiram um patamar de conseguirem coverizar a si próprios sem fuleiragem. O som em ambos os dias estava incrível; mais “baixo” q há um mês, no do Sesc Santana.
E q justificou 3 shows da banda em 1 mês, pra mim. 5 shows em menos de um ano: troca de setlists, fatos novos a serem criados (“CrucificadosPeloSistema” e “SéculoSinistro” aniversariam este ano, lembrou JG).
E acho q passados 30 anos “Massacreland” tem como sobreviventes o cover de PeterFrampton (“Breaking All the Rules”) – tocado com JG lendo a letra no P.A. – o som antifascista em italiano (“Quando Ci Vuole, Ci Vuole”) e o sobre o vhs parafilico de Mike Patton (“Video Macumba”), aliás meus sons favoritos nos shows, fora “Money”.
Se eu pudesse, sugeriria botá-las de vez em quando no repertório (tvz não “Money”): caíram bem, dão dinâmica ao setlist.
Pq a banda vinha do “Anarkophobia“, ainda prezavam a proeficiência técnica da fase crossover e tenho q esse é o legado do disco: músicas ótimas, vibe e letras (apesar de “Real Enemies” e “Satanic Bullshit”) nem tanto. Podiam traduzir pra português ou pedir ao TerveetKädet traduzir pra finlandês (ahahah) e relançar, ué.
Torço tb pra q o mesmo sirva de inspiração prum próximo disco.
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Em suma: ambos os shows trouxeram o disco “comemorado” na primeira parte, pra daí rolar um intervalo e eles retomarem – com bem mais fôlego e sangue nos olhos – pra outros 9 sons mais clássicos, meio num “modo de segurança”, meio banda voando, fazendo pessoas voarem (na sexta-feira não teve stage-dives) e todo mundo se divertindo.
Adendo ainda: Moyzes Kolesne (Krisiun) estava presente no backstage sábado, e lá pelas tantas elogiando os caras, no q deu pra eu ouvir e fotografar de onde estava – beira do palco, literalmente.
RatosdePorão continua relevante e tem repertório resistente à acomodação e pra revisitar… até morrer. Nada de “calhambeque” (sic): impressionam ao vivo, mesmo tocando repertório adverso, e se pudesse sair pra pagar outro ingresso de novo (impossível devido ao soldout em ambos os dias), o teria feito após “Video Macumba”, puta som.
Embrião pro GangrenaGasosa, fora isso?
Diz aí, Leo!
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Setlist: 1. “Money” 2. “Massacreland” 3. “Diet Paranoia” 4. “Satanic Bullshit” 5. “Breaking All the Rules” (Peter Frampton) 6. “C.R.A.C.K. (Criminal Rats Are Children Killers)” 7. “Vídeo Macumba” 8. “The Wrong Side Of the Right Life” 9. “Suposicollor” 10. “Real Enemies” 11. “Quando Ci Vuole, Ci Vuole” 12. “Bad Trip” 13. “Ultra Seven no Uta” – bis: 14. “Morrer” 15. “Mad Society” 16. “Crianças Sem Futuro” 17. “Crucificados Pelo Sistema” 18. “Descanse em Paz” (dedicada a Jabá) 19. “V.C.D.M.S.A.” 20. “Aids Pop Repressão” 21. “Beber Até Morrer” 22. “Crise Geral”
Rolê insólito: gratuito (mediante entrega de 1 brinquedo) e a 10 minutos daqui de casa, de carro.
Krisiun envolvido, bora. Antes, outras duas bandas q eu não topo, formadas de gente q eu não gosto e q defende ideologias indefensáveis.
A primeira delas, uma banda cover de emocore com participação bovina ilustre, felizmente não chegamos a tempo de ver. Dia útil, afinal. E prefiro não citar o nome – esse povo se procura no Google e não quero q se/me encontrem aqui.
A segunda, juro q curti. A despeito do vocalista ancap e do baterista cuzão, q toca em banda “guerreira do metal” do vocalista q pediu trampo na internet, no q prefiro q o Leo faça os comentários devidos ali abaixo. Além disso, evento bancado por vereador do MDB, com fins eleitoreiros. Foda-se, não voto nele.
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E como resenhar o 4⁰ show q vi do Krisiun neste 2023? Um pouco pelo repertório, diminuído (sem “Bloodcraft” e “Serpent Messiah”) e com a inclusão de “Necronomicon” (do disco novo) no lugar de “Ravager”, mas nem por isso menos impactante.
A passagem de som foi com a gente ali presente, na raça e sem frescura; por isso nos 2 primeiros sons (“Hatred Inherit” e “Combustion Inferno”) dava pra sacar q os manos não estavam se ouvindo bem. Alex chegou a não rugir estrofes em “Combustion Inferno”, tornada quase instrumental, enquanto o técnico acertava o som. A real é q o som se tornou absurdo e violento lá pro meio do show, quando Moysés trocou de guitarra.
Outro aspecto em q foquei atenção foi no tanto de gente q não via os caras há muito (nem todo mundo consegue conjugar um rolê pra Sesc) ou q estava ali vendo o Krisiun pela primeira vez: a feição dessas pessoas é estática e impactada. Uma cara atordoada de “puta q pariu, os caras tocam ao vivo igual ao disco”.
O público, fora isso, estava repleto de metaleiro tiozão, daqueles de jaco com patch, muitos levando filho pequeno. O tipo de evento q acho louvável uma banda com 30 anos e o tamanho q tem, topar fazer.
Muita roda, muito bêbado capotando e umas menininhas metaleiras trevosas (maquiadas), aprendendo a curtir heavymetal. Acho positivo, ainda mais assim com bandas de verdade “dando a cara a tapa, doa a quem doer. Pq falar até papagaio fala, tem muito paga pau por aí” eetc. do ChatGPTrue de Alex, ora ganhando aplausos, ora me incomodando pela repetição e não elaboração. É compreendido, vai.
Destaque absurdo desta vez achei o Max, q fora receber Pix do Leo (ahahah) praticamente espancou a bateria durante sons de “TheGreatExecution” (“Blood Of Lions” e “Descending Abomination”). Parece ser álbum preferido do sujeito. O roadie suava pra manter um pedestal ali em ordem, jogo de gato e rato ahah
Outro momento memorável achei quando Moysés pegou uns 5 minutos pra ficar fritando solo (troço cansativo), no q víamos Alex do outro lado bêbado e putasso com o q rolava. Imóvel. Acabou entrando no lugar do solo de bateria e mesmo assim Alex apresentou e elogiou o irmão ao cabo, na maior falsidade ahahah
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Pra mim os melhores momentos foram “Scourged Of the Enthroned”, as do “TheGreatExecution” e “Swords Into Flesh”. “Ace Of Spades” foi repetida tb, assim como o anticlimax derradeiro “Black Force Domain”, executada – ops – quase q num borrão, pra acabarem logo.
Acho louvável os caras tocarem com a mesma determinação e tônus dos outros shows. Independente de Sesc, Europa, Cine Jóia ou evento beneficente gratuito, o Krisiun sempre entrega muito, não demonstra má vontade. São profissionais, sem burocracia. “Não se vendem por merda” (sic). Deixam a quem os testemunha atordoados e querendo conferir de novo.
Ou vai ver, é só comigo. 4 shows deles este ano: q venham mais em 2024!
Set-list: 1. “Hatred Inherit” 2. “Combustion Inferno” 3. “Swords Into Flesh” 4. “Scourge Of the Enthroned” 5. “Necronomical” 6. “Vengeance Revelation” 7. “Blood Of Lions” 8. “Descending Abomination” 9. Solo de Guitarra 10. “Apocalyptic Victory” 11. “Ace Of Spades” (Motörhead) 12. “Black Force Domain”
Imaginem o cenário pós-apocalíptico: rua na região central, decadente, com 2 prédios ocupados (protesto por moradia) à frente e mendigos fedidos morando próximos, um barzinho meio “casa da luz vermelha” em frente (vizinhos às ocupações) e uma igreja ao lado chamada IgrejadoDeusVivoPrimitiva, situada ao número 66.
Esse é o entorno e contorno do Cine Jóia, lugar tombado aqui na cidade, inaugurado em 1952 e q serviu de cinema pra colônia japonesa por pelo menos 3 décadas. Ressuscitado (minha pesquisa não apurou quanto tempo ficou desativado) em 2011 pra servir de casa de shows, e desde então se mantendo.
Um lugar legal, onde assisti TheYoungGodseNaçãoZumbi em 2016 (obrigado de novo, bonna!), cuja programação habitual é de rockindie muito específico e de nova MPB série C. Lugar improvável pra show de metal, ainda mais do Krisiun.
Só q rolou, com apoio da RollingStoneBrasil, naquilo q me soa um esforço da casa pra atingir outros públicos. (Apesar de ter já rolado o BritishLion por lá). Tanto q terá DeadFish esta semana, sei lá.
E antes de falar do show, queria falar do clima do local, exemplificando com o DJ q nos entreteu antes: num esforço pra entender do q tocava e de acolher um público “malvadão”, o repertório começou com “Wherever I May Roam” seguida de “Phantom Limb” (AliceinChains – muito mais pesada), daí uns sons solos de JerryCantrell, daí uma acústica do AliceinChains (“Right Turn”), um lado B de Pantera (“Throes Of Rejection”), um lado C de DeepPurple (“Love Don’t Mean a Thing”!), interrompida por “Flag Of Hate” (Kreator) em versão original, seguida de “Human Crate” (Fight) e aí uma do Gojira (“World to Come”). Randômico é mato, curti.
No resumo, podemos dizer q nem todo mundo ali conhecia Krisiun. E se ninguém realmente infartou (como imaginei), as caras aos poucos eram de quem não estava entendendo nada. Heavymetal em estado puro: só pra iniciad@s.
Algumas cenas ridículas, de moças vestidas de roqueira (roupas de couro estilosas) batendo cabeça sem jeito ou quicando no chão – como se metaleiro fizesse isso – fizeram parte da paisagem. Pq a real é q dá até pra bater cabeça, mas em geral isso não se faz em show de Krisiun.
Por uma questão de preservar a cervical.
Mas e o show?
1h40min de repertório atordoante (não afeta só os tímpanos e trompas de Eustáquio), a pretexto de lançarem “MortemSolis” (o q eu já tinha visto duas noites em janeiro) com uma platéia q não lotou o lugar, mas q era repleta de amigos, repetidamente agradecidos por Alex e Moysés.
O maior problema? Estavam visivelmente cansados, demorando bastante entre som e outro, e a ponto de Alex ter dito q tinham chegado de turnê européia (Áustria, Alemanha, República Tcheca, Espanha, França, Polônia) mas q mesmo assim “iam botar pra fuder nessa porra”, “doa a quem doer”, “representando o death metal”, “pq aqui não é projetinho de verão paga pau”, pois “falar até papagaio fala”, já q “sem vcs a gente não é nada”, com “30 anos de estrada”, em todo aquele discurso chat GPTrue dele, às vezes até engraçado. Mas q não sei se quem era neófito entendeu.
Abriram com “Kings Of Killing” e “Combustion Inferno”, q parecem ser igual ao Motörhead quando abria com “Dr. Rock” e emendavam “Stay Clean”: começando no modo de segurança e daí pegando no tranco. Pegaram.
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Tocaram duas do novo, fizeram uma “Ace Of Spades” bacana (tocam melhor q o Claustrofobia), aparentemente acrescentaram “Blood Of Lions” pq Max queria tocá-la e meu destaque vai pra “Bloodcraft”, provavelmente o som mais claustrofóbico (ops) e dissonante deles, ainda mais ao vivo.
Sinto falta de sons de “AgelessVenomous” e “WorksOfCarnage“; tvz tenha faltado assessoria pra aludir aos 20 anos do segundo. Tvz não queiram viver de nostalgia, mesmo tocando bastante coisa do “ApocalypticRevelation” – “Apocalyptic Victory” foi dedicada ao Toninho Iron (aquele), presente.
E quando eu imaginava q fariam set sem “Black Force Domain” (setlists na Europa não a vinham incluindo), eis q o mesmo Toninho Iron começou a pedir por ela, o q nem foi tão unânime, nem chato (parecem tocá-la ainda mais rápida e desgracenta – tvz pra acabar logo?), mas ainda um pouco anticlimax.
Problemas técnicos outros: 1) Max parece ter estourado um pedal de bumbo, o q levou um tempo pra trocar: 2) roadies pareciam meio perdidos no palco imenso, às vezes trombando nas telas frontais aos amplis; 3) mais ao final, 2 ou 3 tontos resolveram acender uns sinalizadores e correrem pelo local. Dois deles subindo ao palco com um desses.
Não sei como o bombeiro de plantão não interveio, mas um dos roadies acabou pegando um dos q ainda queimava e se livrou dele. Puta coisa pra queimar filme de banda ou dar merda. Felizmente não deu.
Enfim. No final, quem era iniciad@ curtiu, quem não entendeu provavelmente não vai querer ver de novo, e mesmo o pessoal do bar (defeito: só bebida. Nem uma paçoquinha ou saquinho de amendoim pra comprar) estava visivelmente cansado. O show acabou depois do horário do metrô e dei sorte de conseguir voltar num busão circular madrugueiro.
Q venham outras datas de metal no local, mas igualmente torço pra q os horários de começar e – sobretudo – de encerrar sejam como nos Sescs, Hangar 110 e Carioca Club: antes da meia-noite, pq nem todo mundo é playboy pra voltar de táxi ou corajoso pra arriscar parar um carro nas imediações.
Show foda, acessível no preço e local, num lugar estranho, com gente diferente.
Set-list: 1. “Kings Of Killing” 2. “Combustion Inferno” 3. “Swords Into Flesh” 4. “Scourged Of the Enthroned” 5. “Ravager” 6. “Vengeance Revelation” 7. “Blood Of Lions” 8. “Descending Abomination” 9. “Apocalyptic Victory” 10. “Bloodcraft” 11. Solo de Bateria 12. “Ace Of Spades” (Motörhead) 13. “Serpent Messiah” 14. “Black Force Domain”