Há quanto tempo ñ ouvimos/lemos profecias de q o cd irá acabar?
De q parará de ser lançado daqui 3 anos (já tem uns 5 a 6 anos q ouço o deadline) ante a falência metástica da indústria fonográfica.
De dvd’s, ñ se fala nada, afinal ainda existem os blu-rays pra desovar… até a hora em q a tecnologia soberba e superior a estes precisar ser desanuviada. E tb pq, em se tratando de dvd’s, rola até pirataria e download, mas atrativos tais como “extras”, diferentes tipos de áudio e bônus parecem ainda escamotear questões tais.
À luz destes lançamentos recentes, acho até melhor q se PARE DE LANÇAR cd’s e dvd’s duma vez!
Pois mesmo um fetichista anacrônico da obsoleta mercadoria, como eu, vai acabar perdendo a paciência, na medida em o q cito abaixo se verificar tendência.
Citava semana passada este “Time Machine”, recém-lançado da turnê rushiana última. “Moving Pictures” na íntegra e de promessa do álbum novo (contém duas inéditas), q ainda ñ saiu. A presumível versão canadense do “Chinese Democracy”: “Clockwork Angels”.
Ótimo, dos pontos de vista musical (reclamo apenas da insistente repetição de 3 ou 4 músicas neste q é o 4º dvd ao vivo – sendo 3 duplos – do trio em 10 anos. Mas tudo bem) e da filmagem (a q já aludi no post “A Humanidade de Geddy Lee”).
Por outro lado, q tranqueira:
embalagem supostamente digipack. Papelão, mas fininha
encarte enxuto, contando apenas com descrições técnicas e créditos a toda a crew dos caras, mas contendo apenas uma foto do show, xexelenta, de visão embaçada do palco. Coisa de dvd pirata da pior espécie
ausência total de legendas, a meu ver necessárias pra se acompanhar detidamente os (às vezes extensos) filminhos de introdução, meio de show e final
opções restritas de áudio. Fora uma “dts”, q na minha tevê deixa tudo MUDO, uma única outra, q achatou todo o som. Quase parecendo os “Exit… Stage Left” e “A Show Of Hands” lançados por aqui piratas em bancas de jornal
Aposto q a versão gringa tem mais recursos e RESPEITO pra com o consumidor. (Ou será artimanha pra vender o blu-ray?) Quem por aqui a adquirir, poderia me ajudar a comparar?
Outro caso de embalagem falida:
“The Great Execution”, álbum difícil (requer MUITAS audições) do Krisiun. E q até já consigo opinar ñ ter achado superior a “Conquerors Of Armageddon”, “Ageless Venomous” ou “Works Of Carnage”. Mas foda-se.
Contém encarte q, como sempre, contém todas as letras, foto dos caras, mas… NENHUM dado de ficha técnica!
ñ se sabe quem produziu o trabalho, nem onde, nem pq. Nem quem desenhou a capa
ñ é citado João Gordo co-escrevendo e participando de “Extinção Em Massa”. Por sinal, quem ñ o soube pela internet, ficará boiando
sabe-se até o nome dos caras (quem é fã), q são irmãos, coisa e tal. Mas nem essa menção BÁSICA consta do livrinho!
fica até parecendo q puseram BATERIA ELETRÔNICA na bagaça e quiseram enrustir ahahahah
será q foram eles mesmos q gravaram os sons, e ñ o povo do Morbid Angel? Jamais saberemos!
O tipo de coisa, afinal, de q se eu soubesse de antemão, teria até preferido baixar o álbum ou copiá-lo de alguém. Pra piorar, site oficial da banda tampouco oferece quaisquer destas informações.
Tinha visto a versão importada (e cara) na Galeria do Rock outro dia; daí meu espanto pela surdina e versão digipack mais ace$$ível (35 paus) disto naquela loja de sempre de q faço merchan involuntário.
Alguma crítica em relação ao demasiado despojamento da embalagem brasuca deixo pra semana q vem, num post em q juntarei a ranhetice com a do Krisiun novo. Por ora, observo se tratar de coisa da Banger Films, do magrelo Sam Dunn e parceiro Scot McFadyen, q fora estarem em todas ultimamente (o dvd motörhéadico recém-lançado, de show no Chile, tb é deles. Pena ñ terem cometido o documentário “Lemmy”), meio q já consagram um ESTILO de filmar q curto pra cacete.
De closes, ângulos e cortes inusitados, tipicamente coisa feita por fã. Porém profissionalmente. De fã pra fã, exalando cumplicidade, ao invés daquelas mesmas filmagens austeras e convencionais de sempre.
Pra exemplificar: solinho no meio de “Tom Sawyer”. Pra q filmar Neil Peart cometendo-o pela 7341ª vez, meio q já se sabendo até quais rugas na testa do sujeito se mexem? Filmaram, no momento, o monte de nerd na 1ª fila fazendo-o no ar, sem noção.
Genial. Perfeito. E assim vai o show inteiro.
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O maior mistério neste “Time Machine”, entretanto, foi rastrear aonde daria um ASTERISCO feito em “Presto”, 3º som do set. Descobri-o num rodapé do encarte, em mensagem deixada por Geddy Lee, por mim assim traduzida:
“Durante o solo de guitarra em ‘Presto’, houve um imprevisto ‘peido mental’ de minha parte, daí q por consideração à continuidade do material (e tb pra salvar minha própria pele), preferível a deixarmos fora o som escolhemos consertá-lo com alguns poucos segundos de meu desempenho ao vivo nele dum outro show” – Geddy
Quer dizer: já ñ bastava ter presenciado Peart ERRANDO no show em 2010 – e todo meu esforço empreendido em tirar sua estátua de debaixo da minha cama e arrebentá-la a marretadas, pra substituí-la por uma do Aquiles Priester – agora vem, da boca (+ nariz) do próprio, q Geddy Lee errou num show???
Geddy Lee ERRA? Puta merda!
Ñ queria ter q começar a idolatrar o sem pescoço do John Myung ou o baixista fodaço q deve estar tocando com o André Chatos neste momento glorioso momento da carreira do muso, por isso resolvi mencionar:
Caralho, em pleno 2012, haver menção dum erro e correção em material ao vivo? Achei do caralho!!
(Ainda q se ñ o anunciasse, provavelmente o You Tube o delataria. Mas tudo bem. Vou na humildade do sujeito. Foda, foda)
“Stereo” é som do Pavement q tem um trecho de troça com Geddy Lee (Rush) até bastante conhecido, onde Steven Malkmus pergunta algo como “qual é a da voz do Geddy Lee? Como ele consegue chegar (cantando) tão alto? Fico pensando se ele fala como qualquer outro cara”.
Essa foi a lembrança q me ocorreu durante o show solo do Jon Anderson ocorrido há pouco, em q fui (adivinhe, Rodrigo?) com a Patroa. O sujeito até pra falar com o público usa a MESMA voz. Deve fazer igual indo à padaria comprar queijo prato ou quando vai ao mecânico pedir pra trocar o óleo, sei lá.
Sei e vi q o sujeito, afora isso, é carismático pacas. Mesmo com o humor bobo e alguns trejeitos teletubbies de agradecimentos. Sei e vi o sujeito SOZINHO ao palco – ñ trouxe nenhuma banda – revezando-se entre violões (levando os sons sem firulas, solos ou efeitos), dulcimer, algum bumbo virtual nuns sons (pisava com o pé esquerdo num pedaço do palco q soltava som de bumbo), teclado (fazendo um “engana q eu gosto” – toca melhor violão) e ukelele.
Sei e vi o sujeito tocar montes de sons do Yes (ñ poderia deixar de ser): “Owner Of A Lonely Heart” (quase a mais louvada), “Sweet Dreams” (q abriu), “Long Distance Runaround”, trecho de “Starship Trooper”, teco de “Closer to the Edge” (salvo engano), “America” (versão pra som de Paul Simon), “Roundabout” (fechando o show antes do bis) etc. E tb som da parceria com Vangelis (sei lá o nome, mas um q foi hit, e executada enquanto contava história de ter sido obrigado pela gravadora a dublá-lo/tocá-lo na tv certa vez) e uns solo, incluído um dum álbum de 1975 (seria o “Olias Of Sunhillow”?).
Sei e vi platéia bastante comportada, molecada mínima (uns filhos indo com os pais), todos sentados em mesas, garçons passando ao largo, q soltou a franga a partir da “Rundabout”, ficando quase todo mundo em pé, acompanhando, cantando, batendo palmas. Sei q apesar dalgum sono prévio meu, e de alguns momentos soando repetitivos, vi o show de 1h30min passando quase sem perceber.
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Foi legal. O cara é bão. A iluminação realçava a elegância do evento: ñ se tratava, afinal, de qualquer show acústico de qualquer zé ruela. A voz, praticamente intacta, pareceu cair melhor nesse molde. Quando, daqui uns 2 anos, o Yes anunciar triunfalmente a volta de Jon Anderson e o caralho a 4, tvz se possa ter a real noção da voz do sujeito, com recém-completados 67 anos e nem parecendo.
E a opinião categórica final foi a da Patroa, q dizia q mesmo ñ curtindo esse tipo de som, reconhecia talento e competência do sujeito, ao contrário daquele show VERGONHA ALHEIA e de boteco de 5ª categoria, perpetrado pelo semi-mendigo Chris “ñ sei pra onde ir com a carreira” Cornell, no SWU.
Resolvi roubar a pauta do Sidola, webmaster por aqui e dono do Exílio Rock, lá no fórum do Exílio. “O q uma professora de canto lírico diria sobre vocalistas de heavy metal” é o texto. Q achei interessante tanto quanto ele.
Daí fui clicar no link, pra ver haver sido roubado dum blog chamado Imprensa Rocker. Q o roubou barra traduziu dum blog gringo, chamado Invisible Oranges. Q roubou da blogueira inicial, a tal professora de canto lírico, Claudia Friedlander.
Cujo blog chama The Liberated Voice. Ufa!
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Ao texto, pois:
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Se você é um(a) cantor(a), você deveria estar seguindo o blogde Claudia Friedlander. A professora de canto, que mora em Nova Iorque, dá sábios conselhos não apenas para cantores de todos os tipos, mas também para músicos e pessoas em geral.
Apesar de pelo menos um de seus alunos cantar Metal, Friedlander não sabe nada sobre o gênero. Nós imaginamos o que ela pensaria de alguns dos mais clássicos cantores de Metal – a base do estilo. É raro encontrar alguém que não esteja familiarizado com nenhum destes cantores. Sua perspectiva seria única, livre de uma bagagem cultural.
Nós enviamos a ela cinco canções não identificadas e seus comentários seguem abaixo. Também incluímos as reações iniciais dela, enviada para nós assim que ela escutou os cantores.
1. Bruce Dickinson
Iron Maiden: “The Number of the Beast” (1982)
Primeira reação: “Os dois primeiros caras são tão impecáveis, que apresentam, cada qual a seu jeito, um manifesto de como cantar bem, independente de gêneros musicais”.
“Não tenho nada que não seja admiração por este cantor. Ouçam como ele começa com um suave rosnado, e então muda sem problemas para um som alto e cheio, com bastante sustain, que evolui sem esforço a um longo grito! Sua dicção é facilmente inteligível, independentemente do que está cantando e do efeito que busca. Ele consegue cantar as letras de forma ritmicamente intensa sem perder o “ligado” e a dinâmica musical, algo que muitos cantores clássicos lutam para conseguir, especialmente quando interpretam os vários “staccato” e acentuações que misturam os registros de Bellini, Donizetti, etc.
Algumas observações para os meus leitores:
Há uma intensidade visceral e dramática conduzindo esta perfomance. Muitos cantores de Rock e Metal são tenores que alcançam tons muitos mais altos e por muito mais tempo do que os requisitados pelos tenores de ópera. E não é a apenas o microfone que torna isto possível. Estes caras estão cantando com tudo que têm e com um comprometimento incrível. A intenção é uma coisa muito poderosa.
Notem a “irritação” que ocasionalmente colore seu som. Este é um efeito totalmente diferente de uma tensão – toda sua laringe e garganta precisam estar completamente soltas e livres para responder deste jeito. Em alguns dos exemplos a seguir, vocês escutarão cantores fazendo suas vozes soarem deliberadamente mais fracas, estridentes, anasaladas ou “rudes”. Se eles sabem o que estão fazendo, podem fazer todos estes efeitos sem resistências ou problemas. Você pode ver a diferença da mesma forma que faria com um cantor clássico – o canto livre é como uma massagem, enquanto que o canto específico faz você apertar a própria garganta”.
2. Ronnie James Dio
Black Sabbath: “Falling Off the Edge of the World” (1981)
“Este é mais um ótimo cantor. Sua voz é tão naturalmente ressonante – ele me lembra o Freedie Mercury. Assim como o primeiro cantor, ele canta com um “ligado” perfeito, dicção clara e vibração orgânica e consistente. Ele organiza seu espaço de ressonância para criar um leve rosnado, sem apresentar qualquer resistência à sua respiração. Você pode perceber o quão saudável é sua performance, através da forma em que ele entra e sai de breve momentos de harmonia com entonação impecável”.
3. King Diamond
Mercyful Fate: “Gypsy” (1984)
Reação inicial: “Há alguns inoportunos truques de estúdio que me fizeram pensar que havia mais de um cantor, porque eles editaram as partes em que ele muda de um canto cheio para aquela coisa maluca de contra-tenor que ele faz (imagino que ele faça isso ao vivo o tempo todo); como ele sai de um para o outro e o que faz dele incrível, e eu quero escutá-lo mudando de um para o outro”.
“Aqui está um canto impressionante. Ele começa com uma voz tenor cheia, carregada de “choros” a la “verismo”, e então muda para um tom ultra-alto em um contra-tenor bem focado, alternando estas duas abordagens ao longo da canção, algumas vezes na mesma frase. Mas não apenas eu não entendo uma única palavra que ele está dizendo, eu nem ao menos sei qual a mensagem ou emoção geral a música deveria ter. Há uma verdade que serve para a música clássica e para qualquer outro estilo: não há necessidade de sacrificar a comunicação em prol de ótimos efeitos como este. Tudo que eu ouço é virtuosidade. No início é legal, mas então fica entediante, e você não deveria se entediar ouvindo Metal”.
4. Ozzy Osbourne
Black Sabbath: “War Pigs” (1970)
Reação inicial: “O quarto cara é apenas um mau canto de garganta… Minha garganta se encolheu só de escutá-lo. Quanto tempo durou a carreira dele”?
“Este é um cantor com dicção decente e bons instintos musicais, mas nenhuma noção de técnicas de vocal. Ele está forçando demais as cordas vocais, enquanto deixa fluir ar suficiente para que elas consigam falar, mas sua garganta está tão forçada que não há ressonância. Sua pontuação rítmica das letras é muito perturbadora, em contraste com o primeiro cantor, que apresentou a letra com acentuações rítmicas que encaixaram, ao invés de tirar um pouco da fluência da música e da poesia. Minha garganta dói tanto só de escutá-lo, que fiquei tentada a perguntar quanto tempo a carreira dele durou antes de sumir ou de ter necessitado uma cirurgia. Todo o espectro de seu canto está contido dentro de uma única oitava – com a exceção do momento quando ele grita “oh, Lord!” num tom mais alto, em minha opinião o único momento de canto livre em toda a música”.
5. Rob Halford
Judas Priest: “Dreamer Deceiver” (1976)
Reação inicial: “O último cara é super talentoso e é o único no qual realmente gostaria de pôr as mãos. Ele demonstra várias técnicas loucas, mas elas não estão bem integradas. Isto não importa muito, porque ele é muito comprometido, expressivo e musical, mas eu poderia ajudá-lo a fazer melhor e mais facilmente”.
“Este cantor possui um fabuloso espectro de cores e efeitos vocais para escolher. Sua dicção é fácil de entender e seu fraseado é lindo. Ele começa em um tom tão alto, bonito e ressonante, que me surpreendi ao escutar o quão baixa sua voz verdadeira é quando ele começa a cantar desta forma. Claramente ele canta, de alguma forma, com a laringe elevada quando começa a parte alta, e mais tarde na canção, quando ele muda para um canto mais estridente ou um grito, você nota que sua laringe está numa posição muito mais alta novamente. Os tons altos e os gritos são ótimos, mas eu acho que seria mais impactante se ele dominasse uma técnica vocal que lhe permitisse integrar melhor todas as coisas que ele faz tão bem, primeiramente com o objetivo de incorporar a profundidade e a ressonância de sua natural voz baixa às partes mais altas. Ele é o único dos cinco que eu realmente gostaria que viesse visitar meu estúdio em algum momento”.
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Por ora, apenas umas impressões iniciais:
1) hm… gostaria de pôr as mãos no Rob Halford!
Tvz pra ver se é um castratti ahahah
2) quanto tempo durou a carreira do Ozzy? ahahah
Eu responderia a ela q “8 discos”. Os 8 com o Black Sabbath. Depois q inventaram o Pro Tools, o Ozzy ganhou 30 anos bônus na carreira.
3)“vc ñ deveria se entediar ouvindo metal”. Falou e disse. E q bão q a matéria ñ apresentou figuras como Timo Rodapeuto, Fabio Bichone, Eric Adams e toda a série de canários Pro Tools.
Ainda q eu desejasse muito poder PAGAR pra vê-la (lê-la?) falando de Dave Mustaine, do Geddy Lee ou do Max Cavalera…
sons: MY FAVORITE HEADACHE * / THE PRESENT TENSE / WINDOW TO THE WORLD / WORKING AT PERFEKT / RUNAWAY TRAIN / THE ANGELS’ SHARE / MOVING TO BOHEMIA * / HOME ON THE STRANGE * / SLIPPING / STILL / GRACE TO GRACE *
formação: Geddy Lee (basses, voices, piano, guitar, programming, percussion, shining), Ben Mink (electric and acoustic guitars, violins and violas, programming, wheezing), Matt Cameron (drums)
participações especiais: Jeremy Taggart (drums on “Home On the Strange”), John Friesen (cellos on “Working At Perfekt”), Ed Wilson (additional programming), Chris Stringer (additional percussion), Waylon Wall (steel guitar on “Window to the World”), Pappy Rosen (backward vocals on “Slipping”), Duke (dog)
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Geddy Lee ñ é só o rostinho feioso de bruxa velha q no Rush toca baixo pra cacete, teclados razoáveis e mantém – embora atualmente em tons bem menos estridentes – a voz mais controversa e “ame ou odeie” de bandas, mesmo q ñ power trios, em todos os tempos. É tb, segundo impressões q eu tinha, e q confirmei em “My Favorite Headache”, o LÍDER da patota canadense.
Tal impressão eu sempre nutri ao ler/ver entrevistas da banda, com eles – e sobretudo Alex Lifeson – atribuindo a Lee o papel de arranjador, de sujeito q sabe bastante de harmonias, arranjos. Hmm… E este álbum solo, passado um tanto batido (ñ fez, como o Lifeson ousou – em “Victor” (de 1996) – cometer algum clipe, nem lançar “música de trabalho” dele) acaba sobremodo atestando isso. Pois, mais q o álbum solo do colega guitarrista, PARECE DISCO DO RUSH.
Nem poderia ser de outro modo, afinal a voz é a mesma, e idêntica a timbragem do Fender Bass. E dos teclados tb. Vários dos sons eu tinha de memória remeterem ao, pra mim mediano, “Test For Echo” – álbum rushiano imediatamente anterior a MFH – e ainda mais: a um “Test For Echo” melhorado.
Ñ é bem o caso, e ao revisitar o álbum pra cometer o presente S.U.P., vejo-o mais como um elo de ligação entre discos do Rush, já q contém partes q tb remetem ao “Vapor Trails” (2002) seguinte, de consolidação do luto de Neil Peart e encerrador do período de 4 anos sabáticos em q os canadenses estiveram parados enquanto o baterista rodava de moto EUA, México e parte da América Central para elaborar a dor das mortes súbitas e próximas de esposa e filha.
(Episódio esse magistralmente – e sem qualquer apelação – visitado no documentário “Rush: Beyond the Lighted Stage”)
A faixa-título inicial contém elementos de ambos – o anterior, como o posterior – como tb engana um tanto, uma vez q os 15 segundos iniciais, dum baixo na cara e agressivo, prometem álbum em q Lee tvz se soltasse ainda mais como baixista. Resolvesse mostrar ao mundo a categoria e refinamento fora do consensual de sua banda-mor. Como shredder bassist ou coisa q o valesse. Ñ é bem assim q ocorre: Lee preferiu extravasar por aqui seu lado compositor/arranjador. E estivesse “My Favorite Headache”, faixa, em “Test For Echo”, ou mesmo no “Counterparts” anterior a esse, acho q seria destaque. Como acho por aqui.
Os outros 3 sons acima asteriscados, indicativos de melhores do álbum pra este q vos bosta (digo, bloga), tb contêm passagens e elementos arrojados, q se fossem sons instrumentais eu acharia ainda melhores. Sendo os sons de maior referência ao Rush ostensivamente técnico – compassos compostos inclusos – abandonado em meados dos 80’s. No q se tem q destacar os parceiros de ocasião do sujeito aqui: Ben Mink, q havia sido dos RARÍSSIMOS músicos de fora do trio a participar dum álbum deles (fazendo violinos em “Losing It”, do “Signals”), cumpre bem o “papel” de Alex Lifeson, pouco destoando em relação aos momentos mais psicodélicos ou esquisitos deste. O trampo guitarrístico vai muito na linha do Lifeson no Rush: coadjuvante, mais afeito a texturas e dedilhados q a escalas (vez ou outra um violãozinho complementar), e de solos muito breves, nada shredders.
Matt Cameron, por sua vez, cumpre a função de baterista virtuoso enrustido, fazendo o habitual de seus tempos de Soundgarden ou do disco solo de Tony Iommi (o tb de 2000 “Iommi”), ou seja, tocando bateria pra cacete de modo a parecer estar tocando qualquer coisa de qualquer jeito. Dando impressão de ter sentado na bateria meio na hora de gravar mesmo e gravado meio qualquer coisa q lhe ocorresse no momento. Rastros dessa simplicidade complexa Neil Peart acabou cometendo em “Vapor Trails”…
Ñ dá pra falar em músicos substitutos ideais pruma turnê rushiana, caso Lifeson e Peart ñ pudessem comparecer, q é heresia braba (e Lee ñ o faria, de qualquer modo), mas num mundo paralelo – aquele do Super Homem Bizarro – tvz tenha acontecido.
Divagação.
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Gosto de “Grace to Grace” por parecer Rush – TODAS as 11 músicas parecem – embora contenha mínimos diferenciais chamativos: a guitarrinha de timbragem jazzística, além de conter solinho com slide e uma programaçãozinha interessante e sutil, aliadas ao peso. De “Home On the Strange”, por conter umas firulinhas, fugir ao padrão das músicas todas de mesma formatação, muito próximas ao Rush de fase “hard prog” (conforme denominação da Wikipédia) – período iniciado em “Vapor Trails”, ainda atualmente vigente. E de “Moving to Bohemia” pelo mesmo motivo de “My Favorite Headache”: vejo (ouço)-a como som q constando em álbum do trio matriz ñ faria feio.
Ñ gosto de “The Angels’ Share” e de “Slipping” por serem as mais melosas (ñ chegam a ser baladas no sentido pop/comercial do termo): pra mim, as piores do trampo. A 1ª baseada em violões (e com violinos, q melam ainda “Working At Perfekt” e a mesma “Slipping”), contém O MAIOR POBREMA DO DISCO – e do Lee no Rush ultimamente, pra mim – o das dobras vocais. Ñ me agrada Lee cantando grave tendo ele mesmo agudo ao fundo: poderia fazê-lo mais a contento com o gordinho (no trio) e aqui no álbum com alguma cantora, pra dar melhor efeito.
As q ñ acho as melhores nem as piores, dão na mesma falar mal ou bem. A redundância vai ameaçando o S.U.P., por isso lanço só mais 2 aspectos:
As letras ñ vêm no encarte, sendo “My Favorite Headache” dos primeiros casos de q me lembro de álbum complementado por site. Há o aviso de q pra lê-las, visitemos www.myfavoriteheadache.com, o q tentei fazer, em vão: ñ sei se ñ está mais no ar, ou se fiz coisa errada (provavelmente a 2ª opção), mas encontrei as mesmas no Metal Archieves e o q posso dizer é serem elas letras sóbrias comuns, reflexivas acerca da vida e de relacionamentos do sujeito, etc. e tal. Ñ muito diferente – oh! – das do Rush cunhadas por Neil Peart.
Tvz se possa dizer serem mais simétricas, mais ligadas às melodias, e ñ encontrei nenhuma q realmente se destacasse, a ñ ser a de “Home On the Strange”, q fala sobre um “ícone canadense” q “dorme com uma serra elétrica”, “com a roupa do corpo”, “ñ gosta de falar”, nem de “mudanças” e q “gosta de trabalhar com suas mãos”, fora ser “um homem apolítico”. Q me deixou seriamente intrigado sobre ser homenagem ou crítica a Peart em seu auto-exílio (citado acima), ou algum auto-retrato bisonhamente engraçado (canadense tem humor esquisito, afinal de contas).
E minha conclusão é a de “My Favorite Headache”, disco solo discreto, se prestar a algumas coisas. A Geddy Lee, como peça de currículo (vai q ele resolve procurar vaga noutra banda… pode servir), a fãs incondicionais de Rush, como peça cult – de integrante da banda cult mais adorada no mundo – a ser especulada em fóruns (em discussões, p.ex., acerca de quais sons melhor caberiam em álbum do trio-mor), a fãs ñ tão xiitas de Rush como mais um item de coleção, sujeito a críticas e a audições ocasionais (meu caso), e a quem ñ suporta Rush, como prova cabal de q nem em carreira solo se consegue aturar o Geddy Lee ahahah
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Tivesse pelo menos UM som instrumental!…
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CATA PIOLHO CLXXXVII – “My Apocalypse”: Arch Enemy ou Metallica? // “The Legacy”: Testament ou Iron Maiden? // “Kill It”: Fight ou Helloween?
Meus preparativos pra este show foram: 1) faltando 1 mês, nada mais de ouvir Rush. Pra criar expectativas; 2) ñ, nunca, jamais olhar o set-list da turnê. Pq seria certamente o mesmo dos shows aqui, e pra ñ estragar surpresas.
Infelizmente com relação à 2ª medida, falhei um tanto: passando o link pra Patroa, pra q ela contasse o número de sons do show (foram 25, fora os 3 filmes), acabei vendo 1 (“The Spirit Of Radio” na abertura). Tb já havia desavisadamente lido q constariam “Time Stand Still” e “Presto” no repertório, assim como os 7 sons do sacrossanto “Moving Pictures”, a serem apresentados na íntegra e na ordem.
(e viva o Pink Floyd pela idéia gerada lá no “P.U.L.S.E.”!)
A sexta-feira já seria um dia ingrato pra qualquer show, ainda mais lá na Bambineira – q fica longe pra cacete, fora de mão e sem metrô perto – quanto mais em véspera de feriado prolongado. Resultado: uma preliminar nada animadora de duas horas e meia de trânsito (com escala no trampo da Patroa) até chegar ao Panetone, fora a caminhada de meia hora de onde deixamos o carro (livre de flanelinhas) até o estádio.
Em lá chegando e entrando, ia entrando no clima adquirindo o Tour Book da banda, pro q já estava prevenido: 50 conto num livro de fotos (da turnê anterior, “Snakes & Arrows”) caprichadas, com direito a texto do próprio Neil Peart antecipatório do “Clockwork Angels” a sair ano q vem. Com direito a idéias, conceitos e prerrogativas.
Lojinha mercenária de merchan oficial com direito a camisetas a 70 contos (!! – esperei a saída pra pegar a minha na rua, a 25) e até a calcinhas com logo da banda.
Frustração preliminar final: chegar na tal Pista Premium, com direito a pulserinhas, e q custou caro pra caralho e Ñ HAVER CADEIRAS. Monte de gente q pagou caro amontoada em pé. Pior pra Patroa, q é baixinha. Enfim.
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E falar de show da banda preferida é foda. Recorro ao mesmo expediente clichê da resenha q fiz do Therion: ñ haveria como haver show ruim do Rush. Nem q quisessem, os caras ñ conseguiriam.
Pq fui pra gostar, obviamente, mas o contexto e as situações deste 2010 me deixaram diferente em relação ao show de 2002, da turnê “Vapor Trails”, gerador do cd/dvd “Rush In Rio”. Ñ tive, como lá, um embasbacamento em relação ao Alex Lifeson (quando descobri q, sim, toca pra cacete) ou encantamento pra cima do God Lee e sua técnica pessoal de tocar baixo, coçando-o.
Ou pra cima de Neil Peart, de quem já gastei anos e seguidas audições decompondo, analisando, entendendo (mas jamais conseguindo fazer) e etc. O ESPANTO desta vez foi com a PRODUÇÃO do show: os caras ñ economizam num palco, em luzes, em som, em filmes, em vídeos e em pirotecnias.
Nego fala q show da Banda Beijo gera lágrimas por conta dos fogos de artifício… Bah! Disneylândia isso. Produção de show do Iron Maiden tb é de responsa, mas trata-se duns panões gigantes arrastados pelos roadies pra lá e pra cá. E uns foguinhos em momentos ensaiadinhos estourando.
Produção dessa “Time Machine Tour” rushiana é dum outro patamar.Telão absurdo, em q mesmo as molduras eram projeções; amplis de guitarra meticulosamente cunhados pela Hughes & Kettner pra parecem rádios antigos; fumaças e fogos em momentos estratégicos (na nova, fodida, “BU2B”, davam impressão dum PALCO VIVO); piada interna de máquina de fazer salsicha no lugar dos amplis do God Lee; bateria toda desenhada pra parecer a um só tempo moderna e vintage, em q mesmo os pratos têm relógios desenhados. Uf!…
Mas nada disso seria porra nenhuma ñ fosse o SOM, q achei muitíssimo melhor ajeitado q em 2002: até os aros de caixa – como em “Stick It Out” – pareciam bater no peito; guitarras altas (embora em “Tom Sawyer” eu ñ tenha ouvido bem o Lifeson), baixo e vocais e teclados idem. E se ñ fossem os SONS.
“Time Stand Still” foi grata surpresa, assim como vibrar com o refrão “Sigourney Weaver and the places that surround me now” ahah; na seqüência, enquanto tocavam a ñ tão bem recebida “Presto” (fãs de Rush adoram odiar “Presto”, álbum, ainda), fiquei pensando no quanto esse álbum, q acho tão melhor – em sons e em som – q o incensado “Counterparts”, mereceria uma redescoberta geral… sobretudo pela faixa-título praticamente ter o mesmo molde mid-tempo das do “Snakes & Arrows” executadas e melhor recebidas, como a “Workin’ Them Angels”, chatinha, seguinte.
A 1ª parte do show, de 11 sons iniciais, ainda me agradou com a “Leave That Thing Alone” (no q valeu o torpedo do amigo Pagé!), executada sem brechas pra solo baterístico como da outra vez, “Stick It Out” (mesmo um tantinho arrastada em andamento, característica ao vivo do virginiano Peart, q puxa os sons um pouco ‘pra trás’ pra q, se acelerarem na empolgação, ainda assim fique no andamento original) e “Marathon”, única da fase tecladeira ostensiva tocada no show.
E despida daquele paredão tecladístico, q a deixou com uma cara mais visceral. No q percebi nos caras uma tendência a fugir, ainda q de leve, da rigidez de execução de outros tempos. Pois a mesma “Marathon” teve trechinho de volta ao vocal levemente estendido, assim como a “Presto”, em q Lifeson parece ter escolhido tocar uns riffs e ñ outros, deixando os sons com jeito quase espontâneo.
Aí veio o 2º filminho dos caras se zoando – interpretando o próprio empresário, p.ex – e dando o conceito da “máquina do tempo” da turnê. Q ñ foi o duma turnê nostálgica, de só tocarem sons das antigas, mas tb o de tocar músicas do presente e do futuro álbum. Ponto pra eles pela sacação. E daí veio o “Moving Pictures”, momento de maior comoção.
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Q nem foi de tanta novidade: 3 dos 7 sons já tinham sido tocados em 2002, e praticamente 2 é q soavam novidade (embora “Vital Signs” tenha sido tocada na turnê VT). “The Camera Eye”, jamais executada pelo trio ao vivo, é q foi o bicho. Era a q eu mais esperava tb.
E veio a contento, com telão complementando imagens e clima de fãs completamente entregues. Por outro lado, foi momento de eu perceber (ñ só eu, né, Cotô?) OS CARAS ERRANDO!
Na volta pro tema principal da música, lá pelas tantas, Peart voltou e sei lá qual dos outros 2 ñ voltou exatamente junto, ficando aquele átimo de 1 a 2 SEGUNDOS em q tiveram q se ajeitar, se encaixar.
Mesmo q tenha sido ensaiado isso (eheheh), achei do caralho. Pq derruba um pouco o mito da técnica e execução über alles. Peart tb se mostrou HUMANO em 2 instantes característicos de jogar baqueta pro alto, em q a mesma ñ voltou, ou caiu longe, e ele teve q catar outra!
Passado o “Moving Pictures” executaram “Caravan”, nova, q ainda ñ consegui prestar a devida atenção (e q pra mim perde pra outra), e fecharam com “Far Cry”, desdizendo impressão sobre despojamento em “Marathon”, acima, já q munida de pedal harmonizador de vocal pra estrofe (dava pra ver God Lee o acionando e desapertando) e duma guitarra base misteriosa – ou seria o baixo assaz distorcido? – acompanhando o solo esquisito. Puta som, em q minha crítica vai a ñ terem tocado “The Main Monkey Business” ou “Spindrift” do mesmo álbum, ficando “Workin’ Them Angels” e a mais ou menos “Faithless” representando S&A.
O bis veio com “La Villa Strangiato” executada primorosamente inteira, e com uma introdução forçosamente datada, em tecladinho abafado (a laMen At Work) e batida claramente oitentista. Denotando humor dos caras em ñ ficarem reféns mesmo dos sons mais arrojados; e tb ñ incorrendo em erros de “piorar” as músicas cometendo medleys com as mesmas.
“Working Man” no final, é pra eles emblemática, e fechou o ciclo da máquina do tempo, por ser o som mais antigo do set. (Aliás, de sons setentistas, foram 4 só. Muita gente deve ter dado pela falta, mas eu achei legal). Contando com uma execução reggae até sua metade.
No fim, foram 3 HORAS dum puta show, em q me desapontei apenas com a insistência duns sons q acho q poderia nem mais ter (“2112 Overture/The Temples Of Syrinx” – apesar da brincadeira caracterísitca, duns seres aparecendo com escada pra jogarem galinhas e gatos na máquina de fazer salsicha) ou q já dei meio uma enjoada (“Freewill” e “Closer to the Heart”, apesar da intro violonística belíssima nesta, q veio na seqüência do solo baterístico), e tb com o clima ali onde estávamos, repleto de gente ñ tão entusiasmada, gente perdida (muito filhinho/filhinha de papai ali só pq tinham grana pra tal, alguns mais entretidos em pegar cerveja a 5 conto dos isopores pentelhos de vendedores idem) e fãs de site nerd (o t4e) q pareciam mais entretidos em se verem por ali q com o próprio show.
Agora, é esperar o dvd. E torcer pra q venha com o impacto visual minimamente condizente com a EXPERIÊNCIA ao vivo deste show.
melhor álbum ao vivo: “Exit… Stage Left” pior álbum ao vivo: “All the World’s A Stage”
melhor dos dvd’s novo século (“Rush In Rio”, “R 30”, “Snakes & Arrows Live”, “Working Man”): R 30
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QUESTÕES PERIFÉRICAS OUTRAS:
* Alex Lifeson toca pra cacete ou nem? TOCA
* Geddy Lee cantando, no baixo ou no teclado? NO BAIXO
* melhor álbum solo? “Victor” (Alex Lifeson)
* “By-Tor And the Snow Dog” ou “Dog Years”? BY-TOR
* “Ghost Of A Chance” ou “Ghost Rider”? GHOST RIDER
* “Red Barchetta”, “Red Sector A”, “Red Lenses” ou “Red Tide”? RED BARCHETTA
* (melhor lado inteiro): “2112”, “Hemispheres” ou “Cygnus X-1”? CYGNUS X-1
* (melhor das 8 instrumentais): “La Villa Strangiato”, “Broon’s Bane”, “YYZ”, “Where’s My Thing”, “Leave That Thing Alone”, “The Main Monkey Business”, “Hope” ou “Malignant Narcissism”? YYZ
* (tetralogia “Fear”): “Witch Hunt”, “The Weapon”, “The Enemy Within” ou “Freeze”? WITCH HUNT
* “The Big Money” ou “The Big Wheel”? THE BIG MONEY
* a banda deveria acabar? PENSO Q DEVERIA PARAR DE LANÇAR DISCOS
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melhor formação (ahahah) – Lee, Lifeson e Peart pior formação – Lee, Lifeson e Rutsey
3 melhores capas: “Permanent Waves”, “Presto” e “Counterparts” 3 piores capas: “Different Stages”, “Feedback” e “Test For Echo”
3 melhores clipes: “Mystic Rhythms”, “Lock And Key” e “The Big Money” 3 piores clipes: “Far Cry”, “Nobody’s Hero” e “Half the World”
Foi o nome, noutra freguesia, do Serviço de Utilidade Pública Thrash Com H (vulgo S.U.P.), por brevíssimo tempo – uma única edição – no zine Heavy Sound, do camarada Gustavo Garcia.
Aquele em q na edição #1, lançada ano passado, eu falei bem do “Load” (Metallica).
O Gustavo havia pedido uma 2ª resenha, pruma 2ª edição, q acabou ñ saindo e, infelizmente, nem sairá mais. Meu combinado com o cara era de publicar ali e ñ desovar cá tão já. Acredito q o timing era inevitável (mesmo tendo escrito esta aqui ano passado) e eis:
“Supla”, Supla, 1991, EMI
ENCOLEIRADO / SAI PRA LÁ VUDU / BREAK THE ICE / 25 HORAS / SÓ PENSA NA FAMA / MENINA DE FAMÍLIA (SAFADINHA) / VOCÊ NÃO ENTENDE NADA + COTIDIANO [Caetano Veloso/Chico Buarque]/ ZAP OUT / À BEIRA DO ABISMO / FIGA DE MARFIM / NEM DEUS BRINCARIA / AMERICAN BOY
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Coisa q ñ se discute, unanimidade mesmo, é a competência técnica de Edu Ardanuy e dos manos Busic, o Dr. Sin. Os caras tocam muito e consta serem zero em ego, no q é consenso dar-lhes outro ponto por isso.
No entanto, ñ é de hoje q algum questionamento acerca da banda, em sua trajetória algo irregular, existe: pois são bons, gente boa e lançam trabalhos acima da média (exceção, em minha opinião, ao desnecessário ‘ao vivo’ de 10 anos). E por q então parece q ñ vingam nem vingarão jamais? Comercialmente falando, claro, pois os fãs aí estão pra discordar tenazmente de tal premissa.
Tenho a hipótese de serem gente certa nascida no país errado: tivessem nascido nos EUA, rivalizariam com Mr.Big, Racer X e outras bandas hard rock de quilate técnico. Ñ foi desta vez e tvz ñ adiante reclamar com Allan Kardec ahah
Ao mesmo tempo, tenho q o vocal lhes seja ainda (mesmo tendo melhorado no “Bravo” recente) o calcanhar de Aquiles: nada contra o Andria, q canta e toca muito ao mesmo tempo (o equipararia aos melhores, a um Geddy Lee, nesse aspecto), mas é fato q seu timbre vocal ñ é por vezes dos mais cativantes, muito pelo contrário.
Teorias à parte – em q lanço ainda outra, q ouço com freqüência: como é q os caras arriscarão carreira gringa se, ganhando o pão como músicos de estúdio, professores e etc. estão vivendo mais o certo q o duvidoso? – cabe finalmente indagar: por q falar em Dr. Sin se o Enxerto da vez é dum disco do Supla?
Simples: “Supla” é o 1º álbum do Dr.Sin. Mesmo q mal conste no site oficial deles. Será vergonha? Ñ deveria, pois este é um PUTA álbum de hard rock brasileiro; daqueles, arrisco dizer, a virar cult daqui uns anos. Andria, Ivan e Edu se juntaram pela 1ª vez por aqui, como foderosa banda de apoio, e depois juntos seguiram no nome-fantasia mais famoso e pecaminoso (existiria “carreira solo de banda”, aliás?).
E o Enxerto dirige-se a quem ñ tinha idade pra acompanhar os hits “Encoleirado” e “Break the Ice” no rádio (“Só Pensa Na Fama” tb foi, mas acho sacal) ou mtv. A quem jamais ouviu falar q o filho do senador e da ex-prefeita era cover ruim de Billy Idol e possa desacreditar q um sujeito auto-paródico e lesado, de recentes encarnações ‘Charada Brasileiro’, ‘político e pirata’, ‘bossa furiosa’ e ‘brother of Brazil‘ possa já ter feito algo consistente musicalmente. Fez.
Sabe-se lá como. Ou mais ou menos: contrato com EMI, músicos excelentes, baterista do Paralamas do Sucesso produzindo – fora tocar em “Encoleirado” – e toda uma infra midiática sugerem o Papito ter usado bem seu din-din alguma vez na carreira. Ñ deu seqüência e isso ñ nos importa aqui. Aos sons:
“Sai Pra Lá Vudu” (sobre olho gordo), “25 Horas” e “Menina De Família (Safadinha)” são as mais pesadas, de riffs inspirados e diretos, afiados, q o melhor do Dr. Sin tvz ñ tenha – tb ñ os conheço tanto pra sacar se reciclaram algum material daqui na obra posterior – e q, Ñ FOSSE o Supla, seriam hits ainda maiores q a divertida porém simplória “Futebol, Mulher & Rock’n’Roll”. Pois apesar do Papito e sua dicção problemática (“voxê”, e ñ “você”; “xai”, e ñ “sai”), têm letras bem sacadas e refrãos marcantes; as duas últimas ainda, safadas como um Velhas Virgens ñ comete tão bem.
“Encoleirado” é hit de letra esperta (a cargo de Roger, do Ultraje A Rigor, quase sempre acima da média nisso) q muito marmanjo vivendo dias de compromisso com a patroa, mas receoso de perder a liberdade, certamente se identificou – “encoleirado é meio casado, meio enforcado, meio engraçado, quase capado”. Nunca vi tal assunto abordado por qualquer outra banda brasuca. E é aqui virtude q ressalto neste “Supla”: letras falando de mulher, de sexo (às vezes bem explicitamente) e de relacionamentos, sem entanto resvalar nos clichês q formações como Velhas Virgens e Baranga insistem e insistem em repetir e repetir. Até o próprio Dr. Sin tendo em português letras deste tipo (nada pra Academia Brasileira de Letras, mas tb ñ qualquer chulice) vingaria muito mais.
Pq sou da opinião de faltarem bandas pesadas falando na língua pátria coisas q ñ só goró, balada e putaria: o Golpe De Estado permanece invicto nesse páreo. Voltando…
“Break the Ice” é balada q ñ faria feio nos EUA. Em inglês (nem todos os sons aqui são em português) mas com vocal do Andria, passaria bem. “À Beira Do Abismo” e “Figa De Marfim” são mais amenas – ñ tão ásperas, rápidas, mas também ñ baladas – e dissertam também sobre relacionamento. Se alguém lembrar da banda Taffo – q a maioria das letras era algo constrangedora, embora bem-intencionada – vale apontar q caberiam com louvor num sucessor de “Rosa Branca”. E ambas com solos impactantes. “Nem Deus Brincaria” flerta com o pop (no groove mais reto de bateria eletrônica), mas tem riff preciso, agudo, e ambiências entre Van Halen (a cargo de alavancadas) e Satriani fase “Surfing With the Alien”: a cara do Ardanuy, em suma.
Como “American Boy”, com o solo mais Van Halen, e cuja letra só pode ser de auto-ironia involuntária: sobre playba q volta deslumbrado dos EUA, “ñ gosta de nada do q é feito aqui”, “drogado pela América”.
O destaque ao Ardanuy na resenha é algo involuntário, algo ñ: pois em sendo disco de hard rock, é natural q o maior destaque, fora o vocal, fosse ele mesmo. No entanto, ressalto algum trampo baterístico de Ivan, q se retomado na Banda do Pecado (soou nome de forró isso ahah) talvez a guindasse a outro nível. Falo da timbragem, bem diferente da costumeiramente abafada por ele adotada, e de algumas passagens mais ágeis, com breques de caixa (“Encoleirado”) e condução em semicolcheias (“Sai Pra Lá Vudu”) bem interessantes. O mano Andria ñ faz feio em nenhum momento – acompanha com garbo tudo e a todos, e mais comparece como co-autor dos sons – mas era músico contratado aqui.
Os demais sons, ñ citados, ñ recomendo. Em tempos de internet, entenda-se: ñ os baixem. Porque também ñ perdi tempo e caracteres por aqui depreciando. Ñ por fazerem o disco – a propósito tb, reeditado em cd, mas q ñ sei se ainda em catálogo – pior, nem nada: apenas por ñ condizerem tanto com o perfil hard rock predominante em “Supla”.
Pra concluir, uma viagem: fizessem acordo com o Papito para regravar 90% do material aqui, mesmo com vocais do Andria, e sem falarem se tratar de coisa do Supla (supondo a hipótese da ‘vergonha’, citada atrás, bater), o maior disco do Dr. Sin, comercialmente falando, estaria consumado. (Sem querer desmerecê-los, só uma viagem besta). E sairíamos do show todo mundo mais safadinho e cantando junto: “sai pra lá vudu”.
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CATA PIOLHO CLXXV – alguém lembra q em algum momento entre 1991 e 1992 surgiu a estória do Metallica haver chupinhado o riff de “Enter Sandman” duma música obscura duma banda (obscura tb?) chamada Excel?
Lembrava disso, e de q ñ deu em nada o assunto (ou teria Lars e uma horda de engravatados encerrado o assunto?), de modo q segue aqui a pergunta: procedia ou nem?
Falando com puro preconceito, mas tb baseado em empirismo, digo serem pessoal bem metido a besta, sem qualquer senso (nem interesse) histórico musical, e q abarrota os iPods com toneladas (modo de dizer) de tranqueiras as mais novidadeiras q os críticos indies insistem em afirmar serem “novidades”. E pra quem a coisa mais antiga, pesada e fundamental lançada é o “London Calling” (The Clash).
Q vão na onda daquela pá de banda na mesma linha – denotando pouco senso histórico, e/ou sequer terem tirado das capas alguns discos dos pais pra ouvir – q só faz emular mal The Who (a tranqueira brasuca mais eminente nisso acho aquela bosta de Cachorro Grande), The Jam, Iggy Pop e Beatles. Ou new wave oitentista – Devo, Talking Heads, The Cure, Smiths – às vezes sem nem saberem.
Q se alguém brincar q a voz do cara (modo de dizer) do Placebo é parecida com a do Geddy Lee, ñ entende a piada; q se alguém disser q o guitarrista do White Stripes chupinha pra cacete Led Zeppelin, se ofende.
Q as coisas mais pesadas q conseguem ouvir com razoável grau de compreensão, fora grunge do irmão mais velho, é Queens Of the Stone Age e Foo Fighters (mas com vergonha de admitir q gosta dos 2 ou 3 hits deles). E q simplesmente ODEIAM HEAVY METAL, pq é coisa q crítico indie adora odiar, por pura e simples obtusice.
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Q vem tendo contingente engrossado pelos emos q comemoraram o 15º aniversário dia desses e já começam a ter vergonha dos chupins mal-feitos de músicas do Fábio Jr.
E q, aproximando-os de nosso “universo”, vemos alguns e algumas por aí usando camisetas de AC/DC e Ramones só por usar (e combinar com o All Star), ou do Motörhead (sobretudo aquela com o logo e o Snagletooth, escrita “England” abaixo. E q devem fazê-los achar se tratar de banda “England”, dalgum país exótico chamado “Motörhead”…) pq virou modinha isso.
De vez em quando, umas camisetas de MC 5 (outro modismo de crítico) ou de Thin Lizzy.
Entre outras atrocidades de q ñ me recordo agora.
O Black Sabbath agora virará modinha. Os tais de Arctic Mokeys estão preparando álbum… baseado na banda. Medo.
Tirado do UOL, e a reparar no conhecimento do sujeito pra falar na horda de Iommi:
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Novo disco do Arctic Monkeys foi inspirado em Black Sabbath, diz vocalista
Da Redação
O novo disco do Arctic Monkeys está previsto para sair em agosto, mas Alex Turner já revelou alguns detalhes do trabalho. Segundo o vocalista da banda, que falou ao semanário New Music Express, o álbum é inspirado no Black Sabbath.
O terceiro CD do Arctic Monkeys vem com produção assinada por Josh Homme, líder do Queens of the Stone Age. “Passamos o primeiro dia inteiro fazendo o riff mais complicado que você já ouviu. Nós o usamos no final e na introdução, assim como o Black Sabbath“, disse o líder do grupo.
O CD ainda não tem título definido, mas a banda confirmou seus planos de lançar o trabalho antes de seus shows nos festivais Reading e Leeds, na Inglaterra, em agosto.
Influenciado por grupos como The Clash, The Jam e The Smiths, o Arctic Monkeys foi formado em 2003 e já lançou os álbuns “Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not” (2006) e “Favorite Worst Nightmare” (2007). A banda tocou no Brasil em 2007.
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Sem mais por ora. Tô indo vomitar. Alguém dá mais ou foda-se?