INVENCÍVEIS PRA CARALHO
Printado de The Metal Realm, q printou do site oficial do Judas Priest:

Printado de The Metal Realm, q printou do site oficial do Judas Priest:
… o q ficou?
“Stained Class” é o único álbum do Judas Priest com composições de todos os integrantes.
O baterista recém-chegado, Les Brinks, ganhou crédito de composição por “Beyond the Realms Of Death” e o baixista Ian Hill recebeu seu primeiro crédito de autoria por co-escrever “Invader” com o vocalista Rob Halford e o guitarrista Glenn Tipton.
Fonte: grupo de metaleiros no WhatsApp, um sujeito lá chamado Benê Rikki Leite.
por märZ
No começo de 1986 um vídeo começou a tocar no programa vespertino Super Special da TV Bandeirantes, um precursor do que viria ser a MTV Brasil anos depois. Nele, vários músicos de bandas de heavy metal majoritariamente americanas apareciam em um estúdio cantando e tocando uma canção grudenta aos moldes de “We Are The World”, que logo se tornou um hit no canal e era mostrado a cada dois dias (ou assim me recordo).
Eventualmente o LP chegou na loja da minha cidade e, como de costume à época, gravei uma fita BASF 60 com o disco e ouvia non stop no meu toca-fitas portátil, trancado em meu quarto.
Ontem revi o vídeo e o curto making of disponíveis no Youtube, e uma onda de saudosismo me atingiu com tudo. Como o álbum nunca foi editado em cd, não tenho o hábito de ouvi-lo a não ser em momentos como esse, a cada X anos. Algumas considerações:
A canção é realmente muito boa e envelheceu muito bem. Grudenta como deve ser qualquer hit, mas não descartável e esquecível. A gravação guiada por Ronnie James Dio (idealizador do projeto juntamente com seus bandmates Vivian Campbell e Jimmy Bain) é enxuta e honesta, sem apelar aos excessos então costumais no estilo. Os diferentes vocais e solos de guitarra que montam o quebra-cabeça sonoro são muito bem encaixados e em momento algum parecem forçados ou fora do lugar. A coisa toda funciona como uma unidade bem costurada e sólida.
Mas o que mais me chamou a atenção, quase 40 anos depois (o projeto foi gerado em 1985 mas só lançado no começo do ano seguinte), foi a visão dos músicos em seu auge, todos voando, seguros de seu talento e sucesso, a maioria no topo de sua forma e autoconfiança.
Don Dokken com 32 anos, Paul Shortino com a mesma idade e detonando nos vocais, Geoff Tate com meros 26 e uma estrela em ascenção, Malmsteen já um superstar aos 22! Também Vince Neil, Neil Schon, Kevin Dubrow, Ted Nugent, Blackie Lawless, Adrian Smith e Dave Murray em plena World Slavery Tour, Rob Halford no auge e o próprio Dio então com maduros 41 anos, um dos mais experientes do grupo.
Pareciam todos maiores que o Universo, tão confiantes de sua posição privilegiada no show business dos férteis anos 80.
E pensar que toda aquela cena viria abaixo meros 5 ou 6 anos depois. Deve ter sido um choque de realidade gigantesco nos egos de muitas daquelas pessoas, ao se tocarem que não passavam de mais um produto de gravadora com curto prazo de validade, totalmente descartáveis. Mas pelo menos a obra sobreviveu para a posteridade. Se alguém ainda se importar, claro.
… e aí?
… o q ficou?
… o q “ficaram”?
Ou: pra mim o Ghost tem mais culhão.
Ou: Rob Halford devia processar.
Ou ainda: King Diamond e Tom Warrior vomitarão litros.
Não consegui printar o release gigantesco do vídeo. Recomendo a leitura. Ou não.
Metal nacional made in Sweden. Tenho mais idade pra essas coisas, não.
Release apócrifo, mas meio q falando pela banda e q aposto q de Rob Halford, no dvd “Rising In the East” (2005):
“Hello and welcome to Priest live in Japan!
As we headed over to play the japanese dates on our Angel Of Retribution world tour, we recalled metal memories of our performances there over the decades.
We had been making live metal in the land of the rising sun since the mid 70’s, and we were again in 2005 about to embark on another highly antecipated set of shows throughout the country.
As you hardcore fans are aware, the all-time favourite live classic Unleashed In the East was captured during the 1979 tour in Japan and so with that event in mind, and the fact we are celebrating more than 30 years of Judas Priest, we wanted to record and film this very special occasion.
The Budokan in Tokyo was chosen for lots of reasons but mainly because it represents the combined essence of our Priest fans throughout the world!
As you will see and hear, what we all experienced was a night to remember and treasure forever, and this night, like so many others around the world, reflects the incredible love and support you continue to give us.
You keep us alive with your metal faith and encourage us in Priest to keep making metal.
Thanks again to you, our fans worldwide, and to everyone associated with Judas Priest for making 2005 such a spetacular year”.
Meio atípico hoje: trechos de pré-epílogo de “Barulho Infernal: A História Definitiva do Heavy Metal” (2013) – pq o epílogo é de Rob Halford – do mesmo Jon Wiederhorn & Katherine Turman:
“O desenvolvimento do heavy metal é como a evolução de um vírus. Organismos microscópicos se replicam dentro de células vivas e, para garantir a própria sobrevivência, se adaptam e sofrem mutações ao longo de gerações. Não que os headbangers pareçam de uma doença debilitante. Pelo contrário, o relacionamento entre os fãs e o ‘vírus do metal’ é simbiótico, e, uma vez infectados, o hospedeiro ganha força e, pelo menos durante um tempo, prospera em meio ao caos, à agressão e ao senso de individualidade e comunidade que o metal proporciona. Diversas bandas de metal entendem a qualidade contagiante da musica que criam: o Anthrax chamou seu segundo disco de Spreading the Disease [Espalhando a Doença], em 1985; o Carcass deu nome ao seu disco de 1989 de Symphony of Sickness [Sinfonias da Doença]. E o single “Down With the Sickness” [Abaixo a Doença] alavancou a carreira do Disturbed em 1999.
(…)
O principal erro cometido de forma consistente pelos ignorantes é não se dar conta de que, quanto mais eles rejeitam a música, mais apaixonados se tornam os fãs com relação à força que os ajuda a encarar o dia. Como um virus, o heavy metal cresceu tão rapidamente e passou por tantas mutações que todos os metaleiro não cabem debaixo da mesma égide. Você não vê muitos fãs do Deicide ouvindo Mötley Crüe, nem fãs do Tool fazendo fila pra ver um show do Napalm Death.
Mas não há problema quanto a isso; a infecção ganha força na adversidade, e a necessária polinização cruzada dos subgêneros do metal ao longo dos anos manteve o gênero vital, apesar das gravadoras e outras entidades corporativas terem tido que lutar para acomodar o estilo em seu catálogo, classifica-lo e explora-lo comercialmente. O metal é uma doença infecciosa; uma fera a ser respeitada, e não enjaulada. De certa forma, é como o Exterminador do Futuro: ‘Ele não pode ser chamado à razão. Ele não sente pena, remorso ou medo. E não vai parar – nunca!’
(…)
Até que isso seja possível, porém, a atual safra de bandas de metal continuará a afetar e a infectar. Os sobreviventes de épocas passadas continuarão se ajoelhando diante dos altares dos heróis do metal, ao passo que as novas gerações de terroristas do som – sejam eles metalcore, deathcore, avant-black metal ou um subgênero ainda a ser descoberto – continuarão se formando e sofrendo mutações para deixar sua marca e lutar pela sobrevivência. Contanto que haja ira, privação de direitos, corrupção, abuso e angústia, o micróbio do heavy metal seguirá se multiplicando e procurando novos e condescendentes hospedeiros”.