Depoimento dum certo Lars (q até achei q fosse aquele) no encarte repleto de depoimentos anônimos (consta um agradecimento discreto na ficha técnica) de “From Here to Eternity – Live” (1999):
“It was on a hot spring day in Gothenburg, Sweden where I saw TheClash for the first time. I was sixteen years old and it was one of my first concerts ever. It was just magic. There I was in front of the stage pogoing and listening to the lyrics in a positive way affected me for the rest of my life. Ever since that moment I look at TheClash as one of the best bands ever. Thanks!”
28 músicas – ou uma intro + 28 músicas? – no meu 28⁰ show do ano. Nada mal.
Gosto de Inocentes, mas há muito tempo não ia a um show. Q me lembre, a última vez este blog sequer se cogitava existir: eram meados dos 90’s e os vi no Centro Cultural Vergueiro, com abertura do Volkana.
(Volkana. Ainda. Com Marielle. No. Vocal)
E os caras estão aí ainda. Beirando os 30 anos da formação “nova” Clemente/Ronaldo/Anselmo/Nonô. E não sabia o q esperar: nostalgia, bolor ou contundência?
Contundência ganhou.
Assim: trinca inicial impactante.
“Fechem os Olhos dos Jornais” abriu em playback. E tudo bem. Enquanto os sujeitos entravam na penumbra, com um giroflex de viatura policial (q ficou intacto durante a apresentação) dando o tom. Acaba o som – q é meio um hip hop pancadão – os 4 estão tapando os olhos. Brilhante.
Nada de “boa noite” ou “e aí?”: mandaram “Nada de Novo no Front”, em cima da pinta do massacre Israel – Palestina. Desnecessário legenda. Daí “A Cidade Não Pára” e “Nada Pode Nos Deter”, de retórica puramente Inocentes, tomaram forma.
Clemente só foi dar uma saudação antes de explicar “Lisa”, q já era sobre empoderamento feminino há tempos. E dedicar a amiga antiga presente. E dizer q não gostava de ficar explicando letras. Não precisa.
E pra quem conhece a banda, reitero: desnecessário. Baita letrista e cronista urbano, Clemente e a banda desfilaram repertório de todas as fases da banda – com exceção de “Estilhaços” (1992) – sendo plenamente compreendidos.
E passou de uma hora e meia o show. Tipo futebol com acréscimos, os caras não querendo sair. Pq pegaram o embalo no decorrer.
Clemente estava rouco, mas aos poucos “esquentou”. Continua não muito brilhante nos comentários e brincadeiras, mas q q tem?
A banda demonstrou o entrosamento de décadas, e gana. Destaco o baterista Nonô, meio “retão” pro meu gosto, mas preciso e sem esmorecer. Acho q por ele e Clemente, estavam tocando até agora.
***
Ronaldo, q tinha visto mês passado no RoqueReverso, cantou “Eu Vou Ouvir Ramones” e ainda “Desequilíbrio”, quando Clemente desceu e entrou no meio da roda no público TOCANDO GUITARRA.
Esse foi o (alto) nível. Platéia envelhecida, muita criança (içadas ao palco quase no fim) presente – coisa q só o Sesc proporciona – som excelente e banda competente. Zero formulaicos ou burocráticos: como não curtir?
Problema técnico q estragou um pouco – e não a ponto de Clemente nos pedir desculpas – foram uns maus contatos no baixo, resolvido quando roadie trocou o tal cabeçote.
Teve brado pró-Palestina, teve “Pátria Amada” e “Pânico em SP”, “A Face de Deus” continua herética e recomendo conferir vídeos (só achei 2, segue um) no YouTube. Foi um puta show, a pretexto de lançarem um single novo (tocado) (e não disponível no merchan…), “Queima!”, mas foi bem mais q isso.
Inocentes é do tamanho do RatosdePorão, só q ficou do tamanho da metrópole, provinciana e imensa a um só tempo. Contradições…
no set-list abaixo destaco sons pra quem quiser conhecer melhor e fazer uma playlist
Set-list: 1. “Fechem os Olhos dos Jornais” 2. “Nada de Novo no Front” 3. “A Cidade Não Pára” 4. “Nada Pode Nos Deter” 5. “Lisa” 6. “Rotina” 7. “Expresso Oriente” 8. “Garotos do Subúrbio” 9. “Ele Disse Não” 10. “A Face de Deus” 11. “Eu Vou Ouvir Ramones” 12. “São Paulo” (365) 13. “Aprendi a Odiar” 14. “Medo de Morrer” 15. “4 Segundos” 16. “Underground” 17. “MisériaeFome” 18. “Nem Tudo Volta” 19. “Restos de Nada” (RestosdeNada) 20. “Desequilíbrio” (Restos de Nada) 21. “Escombros” 22. “Queima!” 23. “Cala a Boca” 24. “Pátria Amada” 25. “Pânico em SP” – bis: 26. “Quanto Vale a Liberdade?” (Cólera) 27. “Blitzkrieg Bop” (Ramones) 28. “I Fought the Law” (TheBobbyFullerFour/TheClash) 29. “Franzino Costela” (SexNoise)
Foi em fevereiro de 2015 q fiz minha pauta de ranquear discos do The Clash por aqui. E tinha só 2 (“The Clash” e “London Calling”) e uma baita má vontade com a banda – sempre preferi os Pistols.
Mas passados anos e visitas a bazares e sebos, eis q acabei comprando todos. Em verdade, me falta aquele ao vivo azul de plaquinha de trânsito na capa, mas acho q nem precisa citar.
Pra ñ ficar no ar, algum tipo de critério na lista abaixo: músicas chatas, mas de bandas/artistas ñ necessariamente chatos; ou ñ o tempo todo. Gosto das bandas, só ñ dessas músicas, q nunca gostei.
Tb ñ entram músicas q a gente já gostou e o excesso nos deu enjôo, como são pra mim, por exemplo, “The Trooper” e “Another Brick In the Wall, Pt. 2”. Ah, foquei em rock e metal. Pra outros estilos, outras listas. Ou ñ, vai de (des)gosto.
Será q ajuda a calibrar as escolhas?
TOP 10 MÚSICAS MAIS CHATAS DA HISTÓRIA:
“Sunshine Of Your Love, Cream [“Disraeli Gears”]
“Should I Stay Or Should I Go?”, The Clash [“Combat Rock”]
“Whole Lotta Love”, Led Zeppelin [“Led Zeppelin II”]
“Wish You Were Here”, Pink Floyd [“Wish You Were Here”]
“Jump In the Fire”, Metallica [“Kill ‘Em All”]
“Ytse Jam”, Dream Theater [“Where Dream And Day Unite”]
“Bobby Brown Goes Down”, Frank Zappa [“Sheik Yerbouti”]