PERGAMINHO AMARELADO
Mais um momento de revisitar o diploma de datilografia. Mais uma matéria velha de jornal q guardei esses anos todos – sei lá pq – agora sobre o Metallica e o show deles por aqui em 1992, no finado Parque Antarctica.
Saiu na Folha de S. Paulo, tem uma entrevista com Jason Newsted e uns trechos bestas q poderei copiar por aqui se alguém interessar. Por ora, copio uma “avaliação” feita por Thales de Menezes, sobre a banda e o heavy metal em geral.
GRUPO TENTA ACABAR COM IMAGEM “SÉRIA”
As bandas de rock pesado são todas iguais. Fazem a música dos hormônios em ebulição, um rito de passagem da adolescência. As bandas não precisam mudar porqque é o público que muda no lugar delas. Depois de um tempo batendo a cabeça na parede, o carinha deixa de ser teen e vai ouvir outras coisas.
Aí aparece o Metallica e joga areia nessa teoria. O quarteto californiano consegue a façanha de fazer metal “adulto”. Claro, a grande maioria de seu público ainda é teen, mas o Metallica é aquele grupo de que o sujeito madurão pode dizer que gosta sem passar vergonha. Tudo isso porque o Metallica vestiu a camisa de banda “séria”.
Essa seriedade começa no visual. Calças, pretas ou jeans, sem apliques, sem buracos no joelho. Camisetas brancas ou pretas, sem nada escrito. Nos pés, tênis ou botas, brancos ou pretos. Esse mundo em preto e branco está transposto nas músicas. Nada de garotas, nada de satanismo de gibi. James Hetfield e Lars Ulrich escrevem como discípulos diretos de Lovecraft.
O Metallica é tão sério que já foi o grupo mais mal-humorado do planeta. Tão mal-humorado que escolheu para o videoclip de “One” algumas cenas de “Johnny Vai À Guerra” (Johnny Got His Gun, 71, dirigido por Dalton Trumbo), forte concorrente a filme mais soturno da história do cinema. Tão mal-humorado que fez um disco que tem a capa preta com o nome da banda escrito em preto e um desenho também feito em preto.
Será que eles são assim mesmo, tão chatos? Nos últimos anos, o quarteto tenta de todas as maneiras passar uma borracha nesse rótulo. Não chegaram ao ponto de vestir bermudas, mas dão risada, topam participar de promoções com os fãs e fazem piadinhas quando agradecem o monte de prêmios que recebem. Ulrich, o baterista e espécie de líder da banda, é o mais falador. Segundo ele, a banda ficou mais descontraída depois de superar o trauma da morte do baixista Cliff Burton, num acidente de ônibus, há cinco anos. “Parece que todos perceberam que a vida é curta e precisa ser aproveitada”, filosofa.
Ajudou muito a entrada de Jason Newsted. O substituto de Burton é brincalhão, skatista e mulherengo. “Só faço aquela cara de sério nas fotos porque está no meu contrato”, brinca o baixista. Kirk Hammett, na guitarra solo, é tímido e, de uns tempos pra cá, sorridente. Toda a faceta ranzinza do Metallica ficou concentrada no vocalista e guitarrista Hetfield. Foi ele quem cuidou da concepção do clip de “Unforgiven”, os dez minutos mais opressivos e angustiantes que já passaram na MTV.
Mas até essa postura de Hetfield parece estar mudando. Quem o encontrou nos últimos shows diz que mesmo ele está diferente, querendo passar imagem de boa-praça. O jeito é ir até o hotel e conferir esse “novo” Metallica. A música continua sorumbática e macambúzia, mas heavy metal é para essas coisas.
marZ
2 de março de 2013 @ 09:36
Eu estava la, no segundo dia. Puta show.
Rodrigo Gomes
2 de março de 2013 @ 10:54
Imagino como estão esses jornais que você guarda por tanto tempo… cada louco com sua mania, é claro.
marZ
2 de março de 2013 @ 12:03
Me lembro de Jason ter um momento seu, nos moldes de “Anesthesia”, e emendado um trecho do Star Sprangled Banner a la Hendrix. Choveu copo e vaia generalizada.
Eu entendi a homenagem mas creio que a maioria ali, nao.
Jessiê
2 de março de 2013 @ 12:53
Não sei quem é o tal de Thales mas que matéria chinfrim cheia de ranço preconceituoso. Metal é rito de passagem os fãs passam e não precisa mudar nada? Metallica metal sério e adulto depois do álbum preto com visual do U2? Banda mau Humorada? Nunca ouviu falar de Slayer fera? Típico crítico que só conhece bandas hispster inglesas (em 80) e se achavam os caras. Bah! vtnc.
Reign in blood não foi meu ritual de passagem é meu livro de cabeceira!
Ps 1.: Foi meu segundo e último show do Metallica tava bom bagarai;
Ps 2: Estou na metade da segunda garrafa de uísque no ato deste post;
Ps 3: Ainda não comprei.
Tiago Rolim
2 de março de 2013 @ 13:02
Ara pensei a mesma coisa. O chefão deve morar em um castelo soturno e imenso p gardartanto jornal velhoe outras coisas que ele diz ter, como por exemplo,a infinidade de fitas K7. hehehehee
doggma
2 de março de 2013 @ 18:19
O texto é interessante no sentido de resumir o pensamento da “crítica indie” sobre o metal e seu público. É uma visão turva, ignorante e preconceituosa, sem mais.
Todo cuidado é pouco na hora da réplica (frequentemente passional e reacionária). É aí que o povo, sem querer, reforça os argumentos do crítico.
Marco Txuca
2 de março de 2013 @ 19:57
E é crítica antiga, amigo. Já rancorosa desde então. E teu ponto achei interessante: o crítico ñ sabe criticar, o banger ñ sabe criticar o crítico. Daí dá merda e, sim, reforça preconceito.
Meio como q andei vendo nuns fóruns aí sobre o Oscar, de molecada besta reclamando q “O Hobbit” e “Crepúsculo” ñ concorreram ao prêmio. Qualquer réplica oferecida (e geralmente bem construída) é rebatida pela molecada com um “mas é um filme q foi recorde de bilheteria!”. Uff!
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Teve 2 dias aquele show do Metallica, märZiano? Lembro de ter estado num, lembro haver odiado o Viper, lembro duns babacas falando merda na minha frente durante o show, mas do show lembro pouco.
A citação hendrixiana lembro ter ocorrido no solo do Newsted, q achei francamente desnecessário. E lembro q ninguém reparou nisso; ainda ñ tinha rolado aquela propaganda da Nikie na época ahah
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Quanto aos chistes em relação ao castelo de marfim onde moro, procede um tanto: esses recortes q estou jogando fora vieram na mudança, dentro duma mala de viagem, quando casei, em 2009.
Só mês passado é q reuni coragem pra abrí-la e jogar fora o monte de cadernos, anotações, agendas com letras velhas q escrevi (e tive vergonha de rever) e… alguns desses recortes q guardei. Pq ñ era muito de Rock Brigade há 20 anos, tampouco de colocar pôsteres na parede ahah
Vai ver, eu já prenunciava q haveria algum dia uma ferramente chamada BLOG, e q eu teria farto material pra compartilhar nele. Eia!
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E vc ainda ñ comprou o q, Jessiê? Num entendi!
Jessiê
2 de março de 2013 @ 21:36
hahahaha o PS3 e já quase saindo o 4
marZ
3 de março de 2013 @ 18:21
Sim, 2 shows. Nao me lembro de banda de abertura nenhuma quando fui, no segundo dia.
Chegamos eu e mais 2 amigos em SP e fomos comprar ingresso pro show do sabado, mas estava esgotado. Ficamos inconsolaveis e alguem na Woodstock falou: ue, comprem pro show de domingo oras.
Ate entao nada sabiamos de um segundo show, mas foi nesse que fomos. E perdemos o dia de trabalho na segunda.