Tenho alguma prevenção pra com esses relançamentos comemorativos duplos do Rush, pq não acho condizente com a trajetória de concessões espertas (disco ao vivo a cada 4 de estúdio até os 90’s – disco de estúdio + dvd ao vivo a partir dos 00’s) da banda, sei lá.
Por outro lado, os caras autorizam… fazer o quê? Tb não curto muito as atualizações capisticas, o q não me torna assíduo desses relançamentos. Sou fã e quero defender uma (aparente) integridade q não me pertence ahah
Fiz exceção a esse neo “Hemispheres” pq tinha lá na HMV Store, foi mais barato q o Rammstein do fósforo e pq o material ao vivo (show pruma rádio holandesa em 1978 e show nos EUA em 1979, donde pinçaram uma “2112” tocada inteira) me intrigou. E é legal, embora com sonoridade bootleg e pq gravado sem intenção de lançamento: traz a banda de verdade, sem overdubs e com ocasionais vacilos.
Q aqui são umas aceleradas (poucas) de andamento e “Cygnus X-1 Book II: Hemispheres” só trazer o trecho VI final, emendado em “Closer to the Heart”, o q fez um baita sentido.
O encarte (leiam encartes) traz ainda textão de 8 páginas em fonte minúscula dum certo Rob Bowman, q vai dar algum trabalho dissecar, mas tvz o consiga durante “La Villa Strangiato” ahahah
O auto-intitulado disco dos alemães é daqueles raros – e q raros artistas conseguem fazer – a caber na prateleira do “saindo da zona de conforto”.
Sucedeu o (pra mim) fraquíssimo “LiebeIstFürAlleDa“, q por sua vez já sucedia o (pra mim – parte 2) fraquinho “Rosenrot“. Impressionou pelos videoclipes (quesito em q são invictos), mas tem bem mais. Afinal, quem vive de videoclipe é boyband.
Todas as músicas têm alguma evolução e novidades, em termos de timbres e riffs, e em termos do Rammstein de antes, ainda q cedendo ao mid-tempo de sempre quando do vocal, naquilo q é ao mesmo tempo estilo da banda e limitação técnica de TillLindemann. Q mesmo assim me surpreendeu em “Puppe”.
Eletrônica, peso, partes acústicas e déjà-vus formam um patchwork q demanda mais tempo pra ver q músicas vão me “grudar” mais. Estou na 2ª audição seguida da devida imersão*, não tenho pressa. Preferidas até agora: “Deutschland”, “Radio”, “Zeig Dich”, “Diamant”.
Lembro ter sido dos primeiros discos Universal Music a não sair nacional, o q me foi critério infalível pra trazê-lo de Londres. Aqui, quando encontrei, eram só importados e caros; curiosamente me foi tb o mais caro q trouxe de viagem.
Importado lá tb? Não entendi.
* originalmente escrito há uns 10 dias lá no Colecionadores/Acumuladores
comentário: se por um lado, um ano de discos inspirados, por outro tb um ano de discos insípidos, como “Impera” (Ghost), “The Zealot Gene” (Jethro Tull – embora inesperado), “Metal II” (Annihilator), “Caosmópolis” (Golpe de Estado) e “Unleeched” (Claustrofobia), o último só tendo de bom o nome.
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MELHORES DISCOS ADQUIRIDOS EM 2022, MAS DESOVADOS NOUTRAS ERAS:
“Diamonds On the Inside”, Ben Harper *
“The Life Aquatic Studio Sessions”, Seu Jorge
“Mental Floss For the Globe”, Urban Dance Squad
“Pandemia”, Dorsal Atlântica
“Vintage Whine”, Skyclad
“Anticontrole”, Walverdes
“Libertango”, Astor Piazzolla
“X”, Artillery
“Calle Salud”, Compay Segundo
“Chão”, Lenine
*valeu, Jessiê!
comentário: alto nível; mesmo o 10º colocado, é tipo ele e + 10.
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DISCO EXÓTICO, FORA DE PROPÓSITO, BORDERLINE, MÓRBIDO E/OU GORE ADQUIRIDO ESTE ANO (O MAIS TR00 DA COLEÇÃO DESDE ENTÃO)
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PIORES DISCOS Q ADQUIRI EM 2022, LANÇADOS EM 22 OU Ñ:
“The Menace”, Elastica
“Glad Rag Doll”, Diane Krall
“CSS”, Cansei de Ser Sexy
“La Liberación”, Cansei de Ser Sexy
“Halfway Between the Gutter And the Stars”, Fat Boy Slim
“Mamelo Sound System”, Mamelo Sound System
“Lovelorn”, Leaves’ Eyes
“Milagreiro”, Djavan
“Ponte das Estrelas”, Cesar Camargo Mariano e Prisma
“Ten New Songs”, Leonard Cohen
comentário: tirando o Elastica, a Krall e o Cohen, vendo a 1 real a quem se interessar. A 1 real todos, frete ñ incluso.
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MELHORES LIVROS DESTE ANO E Q OUSO RECOMENDAR:
“Invente Alguma Coisa: Histórias Que Você Deve Ler Custe o Que Custar”, Chuck Palahniuk
“Eu Não Sou Cachorro, Não: Música Cafona e Ditadura Militar”, Paulo César de Araújo
“Sing Backwards And Weep”, Mark Lanegan
“Set the Boy Free”, Johnny Marr
“Sobrevivendo No Inferno”, Racionais MC’s
“Toda Poesia”, Paulo Leminsky
“Ritual”, Mo Hayder
“Perdido em Marte”, Andy Weir *
“Depois”, Stephen King
“As Coisas”, Arnaldo Antunes
*primeira vez q li um livro PIOR q o filme
Comentários: nos comentários. Bora?
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MELHORES SHOWS (todos a q fui, ranqueados)
Cannibal Corpse – 14.05
Dorsal Atlântica – 04 e 05.11
Prong – 12.10
Crypta – 17.09
Maurício Pereira – 18.09
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PROFECIAS: sei lá.
Shows gratuitos de Eric Martin e Jeff Scott Soto? Noite no Carioca com Blaze Bayley e Ripper Owens? Paul McCartney e Coldplay lotando estádio? Nem profecia são
Muito hype pra cima do Metallica novo, q de novo (ou de necessário) nada trará. Fim do Red Hot Chili Peppers. “Boatos” da volta do Rush com Mike Porretnoy diminuindo, servindo mais como clickbait pra sites “roqueiros”. Ofertas exageradas de festivais e shows caros, ao menos no 1º semestre. Torcida pra q saia bom o disco novo do Coroner.
Será q é o caso de nos prepararmos pra morte de Ozzy ou de alguém no Iron Maiden?
1. entrando numa loja antiga no 2º andar q cheira bolor e q ñ tem nome e q quase nunca entro, mas tem monte de velharia classic rock, achei um cd do Babes In Toyland (“Spanking Machine”) cuja etiqueta em vez de constar o preço, estava escrito “imp.”
Importado, hum? Fui ao vendedor simpático (com quem bati um bom papo furado sobre Frank Zappa ou Steve Vai uns 5 minutos antes) e perguntei quanto era. Demora pra responder. Pq abriu o celular e foi ver preço no ML ou OLX. Me vem com um “95 reais”.
Eu: valeu, obrigado.
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2. lugar estava até cheio e, passando mezzo despercebidos (mezzo ñ) pelo 1º andar, vi um casal – hétero – na faixa dos vinte e poucos, camiseta preta de banda (IronMaiden os 2, tvz), com o sujeito puxando a sujeita pelo pescoço por uma corrente. E os 2 de boa.
33 anos de Galeria, nunca tinha visto isso.
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3. entrei na Paranoid, q já foi duas lojas e, em sendo uma já há um tempo, já teve 2 vendedores. Agora é um só.
Entrei só pra ver ofertas, se tinha cd a 15 reais. Pq lançamentos (Shinigami, Voice, Hellion) me parece q eles – ele? – ñ trabalham mais faz tempo. Acho q o cara percebeu q eu ñ pegaria nada, pq me abordou perguntando se eu poderia voltar dali 10 minutos.
Pq estava pra receber uma encomenda e precisaria sair da loja pra receber. Detalhe: o vi fechando a loja, por dentro.
Tvz fosse hora do almoço, tvz só antipatia.
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4. montes de cds piratas institucionalizados como “bootlegs”. Aham. Como o Rammstein novo (“Zeit”) q peguei da outra vez, em fraude perceptível só pelo preço: importado custando 25/30 reais? Os lançamentos nacionais estão entre 41 e 47…
O q vi de monte dessa vez foi o “The Rise And Fall Of Ziggy Stardust And the Spiders From Mars”. Devo ser dos poucos q ñ o tem e continuarei ñ tendo.
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5. a treta q rolou no subsolo foi noticiada na Globo (me disseram) e na Record (me mandaram) como “briga de tribos rivais”. Puta q pariu.
O q apurei é q foi coisa de bolsonarista careca nazista filho da puta arrumando treta no subsolo (o tal “bar do China”) por qualquer bosta. Bolsonarista tem bosta na cabeça e caga pela boca. Vão perder a eleição e estão matando gente, sem obstáculos.
Se alguém aqui viu algum dos vídeos, dá pra ver num ângulo um segurança da Galeria completamente alheio e inerte ao q rolava. Polícia Militar tb ñ compareceu. E assim segue.
A Galeria do Rock é um vórtex temporal, local alheio ao tempo e ao espaço, e eu posso provar.
Historinhas compartilhadas (presencialmente) com o Leo e (remotamente) com o märZ:
1. saído da SoWhat, onde passei pelo menos 40 minutos ouvindo histórias e dando risadas, trombei o Leo e fomos a uma loja no andar debaixo, a Rock Machine – q nem nome na porta tem mais, é a loja do tiozão grisalho q lê os preços nos cd’s com lupa – onde já tinha comprado os Amorphis e Soulfly novos.
Motivo da revisita: comprar o Rammstein piratex gourmet novo (citado aqui anteontem) e pegar um piratex de Osasco do Ramones (“Halfway to Sanity”, importado a 30 real) pro märZ. Q esperava no WhatsApp eu mandar coordenadas.
Mandei foto. Lacrado. Versão “importada”. E o amigo tinha me falado: “pede pro cara da loja passar o Pix q eu pago na hora”. Eu: aham. E ainda retornei a ele: “acho muito legal vc estar otimista com isso, duvido q o cara tenha Pix”. O amigo: “mas como? Aí é São Paulo”. Eu: aham. Galeria do Rock, parceiro.
Dito e feito: peguntei de Pix, loja ñ tem. Aliás, se alguma loja ali trabalha com Pix, chuto no máximo Die Hard e Baratos Afins. Resolvido: märZ me fez o Pix e eu paguei.
Adendo: o Leo resolveu pegar o Rammstein novo tb, filho único na vitrine q eu já tinha pegado. Vendedor tiozão: “volta daqui uns 10 minutos, q vai ter”.
Oi?
Voltamos dali 10 minutos e tinha outros tiozões roqueiros batendo papo com o dono, num quadrado de loja tipo 1,5 x 1,5. Podcast vintage veterano. Leo ficou puto, ñ levou nada ahah
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2. Fomos à Galeria vizinha, Galeria Presidente. Pq queria pegar um cd indie (Belle & Sebastian – mal ae) numa loja indie, a Velvet, dum careca cabeludo q já foi crítico da Bizz. André Fiori, acho.
Achei, perguntei. 20 conto. Vou pagar no débito, sujeito: “ó, essa semana minha maquininha de cartão falhou, então só tô aceitando em $$ ou vc indo à loja vizinha passar o cartão lá”. Nenhuma menção a Pix. Migué pra ver se eu pagava bolsoiolamente. Ñ.
Decidiu q iríamos à Zoyd, loja vizinha (já citada aqui uma vez), passar o cartão. E fomos os três, com Fiori deixando a loja aberta com 2 ou 3 clientes dentro. Chegando na Zoyd, dono ñ tinha ligado a maquininha ainda – entendam: ñ tinha vendido nada ainda às 14h no sábado.
Ligou maquininha, deixou iniciar, ficou de papinho furado com o dono da Zoyd, passei vintão no débito e fomos embora.
Falei pro Leo: “há 3 meses vim aqui e o cara estava com o mesmo papo – ‘máquina pifou, essa semana chega a nova’ – então ou seja: ele está vivendo de passar cartão na máquina do colega. A hora em q a máquina do colega bugar, ambos deixam de vender”.
A ñ ser q pague-se em dinheiro vivo. Inacreditável?
PS – na Rock Machine anterior, por reflexo e impulso o vendedor tiozão já punha o Rammstein na sacolinha da loja. Falei q ñ precisava, já estava com sacolinha – da própria loja – da compra anterior. Aproveitei e perguntei se interessava a ele eu devolver algumas das sacolinhas, sem pretensão de pedir desconto. Sujeito se entusiasmou e topou. Uau. Faço isso vez ou outra na SoWhat. Com idêntica e satisfatória recepção.
Curiosidade periférica: custando 30 reais e filho único em loja na Galeria do Rock sábado, lacrado. Aham.
Arrisquei. Um “pirata de Osasco” versão lançamento? Contracapa traz selo Universal e “made in Germany”. “Importado”. Zero marquinha de Zona Franca. Então.
Vendedor de outra loja chamou de bootleg. Pois é, gourmetizando a pirataria. E não tinha uma cópia, Leo ficou na mão. O amigo märZ uma vez me cravou: “pirata é o futuro do cd”. Parece q sim, nalguns casos e/ou estilos.
Tirando tudo isso – “fora tudo isso, tudo bem” – valeu a aquisição. Baita disco, pra mim o melhor desde “Reise Reise”. Som, ok. Mídia, cores e encarte não parecem pirataria: papel diferente, inclusive.
Um dos grandes discos de 2022. Top 3 pra mim até agora.