UM ANO DEPO1S…
… o q “ficaram”?
… o q “ficaram”?
por märZ
Topei outro dia com uma informação interessante na web gringa: as 10 canções mais executadas pelas radio rock americanas entre 2010 – 2019 são todas do período 90.
Curioso que os anos 80, conhecidos como a década do rock/metal (pelo menos o que os norte-americanos entendem como “metal“) é praticamente ignorado (digo “praticamente”, pois com certeza deve filtrar na programação), assim como a onda de metal pesado com mistureba da segunda metade dos 90.
Abaixo o top 10 [fonte: podcast de Eddie Trunk] a que me referi.
Notem o domínio quase absoluto do grunge, prova de como foi profundo o impacto desse hype na cultura jovem dos USA. Nada de (aquela banda q ñ é nomeada aqui), Warrant, Poison, Europe, Ozzy, Cinderella ou mesmo Kiss e Guns N’Roses, todos um dia extremamente populares nas rádios, MTV e cultura pop em geral.
Pelo menos não nas cabeças. Muitas conclusões podem ser tiradas disso, mas gostaria da ajuda de vocês.
Stone Temple Pilots
1º som: “Sex Type Thing”, videoclipe, anos 90 (1992 mesmo?) no finado Fúria Metal Mtv. Curti, ñ. Achei muito alternativo. Depois viriam os hits, o hype e etc.
1º álbum: nenhum mesmo. O máximo q cheguei de gostar foi comprar (em sebo) o dvd ao vivo (foda) da reunião (a 1ª reunião, pq parece ter havido mais) e q comentei aqui outro dia em pauta “encartes”.
por Jessiê Machado
Eu tenho um sério problema com hype, hipster, modas, ondas, new wave e tudo o mais. É a síndrome da anti-manada. Pra mim, se todo mundo – ou a maioria – está numa direção, algo errado existe naquela direção, somos muito complexos para sermos atingidos da mesma forma por uma única coisa. Unanimidade é o celeiro do comodismo de pensamento e agir. Nascedouro e cuba para todo tipo de fanatismo.
Não é um post político, mas poderia ser pois o princípio é o mesmo. Manada. Gado que segue urrando para o abatimento dando coice e chifrada, pois o caminho dele é o único correto que existe. Facebook e afins são campo fértil (“campo fértil” lembra estrume em demasia) para a manada que hoje vê que o caminho para a salvação está em sua direita, mesmo que a manada não saiba o que é destro ou ambidestro. Manada enfurecida não rumina, apenas bufa, urra, chifra e caminha valente para o penhasco, geralmente. Enfim.
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Nunca acompanhei as modas comerciais dentro do Metal, quase por questão ideológica, que foram inúmeras na minha era; as mais ruidosas foram o grunge e o new metal. Não ouvi na época e mesmo assim não gostei. Muitos anos depois comecei a ouvir uma coisa ou outra, isento, longe do hype. Foi assim também com “Breaking Bad” e um monte de outras coisas. Às vezes vendo que tive razão de não ter dado bola, às vezes vendo que perdi anos em não ouvir/ver tal modinha.
Do tal new metal, a mais bem vista, por pessoas de libada reputação (metálica), era o System Of A Down, mas a primeira vez que ouvi que me lembro foi no “N.I.B. II” e achei o cover uma merda. Horroroso. Medonho. Proibitivo. Depois vi e ouvi os hits, principalmente na MTV (lembro bem de “B.Y.O.B.”), achava bem diferente de outras coisas do estilo, mas tentava não absorver porque “um dia” ia ouvir com calma. Discografia toda. Como geralmente gosto de fazer.
Esse dia chegou alguns meses atrás e a banda tem tudo para ser um engodo, como pensei lá nos zerentas. Atira para todo lado e, de fato, tem uns lances meio new metal, tanto na afinação quanto nas quebradas de ritmo em algumas músicas. Mas também tem metal, death, HC, polca, folclore, progressivo, twist carpado, músicas longas. Tem de tudo e com sotaque exótico. Não tem como dar certo, óbvio.
Ulula (ops, olha a patrulha)
Pior que dá. É tudo simplesmente genial: a construção, as sacadas, o humor, o instrumental. Principalmente se sairmos das músicas mais comerciais e palatáveis, e chegamos no cerne da banda.
“Ddevil” é “Running Free”. Como “Spiders” se tornou comercial, é um mistério. “Mind” é uma coisa assustadora, meio prog, meio death, meio engraçada. “CUBErt”, novamente levada Maiden (old). “Darts”, levadinha Ramones, com elementos new metal. E “P.L.U.C.K.” é simplesmente sensacional!!!! E isso é só o primeiro disco, que nem é o melhor. Ainda tem “X”, “Bounce”, “Science”, “Shimmy”, “Aerials” (6 minutos e foi comercial!), “Prison Song”, “Fuck the System” (genial), “Stealing Society”, “Attack” (quase pinkfloydiana), “Revenga”, “Old School Hollywood” (monstra!).
Não é o novo metal (nada que se vende como o “novo” o é de fato), mas achei de fato foda, ainda não deu tempo de enjoar, nem sei se vou, mas tenho escutado muito (a discografia toda, de cabo a rabo).
Demorei 20 anos para descobrir que a turba, neste caso, estava com a razão.
PS – questionamentos aos amigos: 1) estou deslumbrado ou é baum mesmo?; 2) banda deste porte com apenas 5 discos em 20 anos é porque queimaram tudo, ou sabiamente evitaram fillers ou vergonha alheia?; 3) algo que tenha me passado batido?
Sinal dos atuais tempos cibernéticos é o “clique”. Concorde, discorde, veja por alto algum vídeo, leia por cima algum cabeçalho… desde q um “curtir” se faça mandatório ao final. Etiqueta. Mesmo q seja post de alguém falecido, em q “curtir” fica estranho. Mas já ñ se estranha tanto.
Decorrência dessa mudança de comportamento me parece algum tipo de marketing tosco adotado por certas bandas: é o Metallica anunciando disco novo, mas sem colaborações de Kirk Hammett… q teria perdido trocentos mil riffs num iPhone perdido nalgum lugar (aposto q metade era tudo igual) – como é?!?
E a “sinceridade” de q ñ tocariam determinado som novo – “Spit Out Of Bone” – pq o Lars errou ela em ensaio (ou foi em show?). Pra depois dizerem q tocarão; pra nego ficar torcendo pro baixinho errar? Cria-se o problema, vende-se uma solução. O hype.
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Passemos ao Slayer, do chefão (de massa falida) Kerry King, super sincero em eleger as “músicas q odeia” da banda. “Cleanse the Soul” e “Desire”. É pra ganhar cliques e comentários ou aquele monte de tinta zoou o q ele ainda tem de cérebro?
https://whiplash.net/materias/news_777/266310-slayer.html
Pior ainda achei Dave Mustaine, cuzão legítimo e juramentado, fazendo lista dos melhores guitarristas – q ñ ele – a terem passado pelo Megadeth. Com direito a ranking e notas.
Quer dizer: quem nunca, de nós, já ñ especulamos esse tipo de lista ou preferências? Sendo o cara o dono da lojinha, achei q ficou indelicado, senão grotesco, isso. Vale pra chamar atenção?
https://whiplash.net/materias/melhores/265902-megadeth.html
Ou vai ver, estou ficando velho e ultrapassado. E mesmo este blog deveria passar a se autoconsumir…
Quantas curtidas este post merece? (ah, aqui ainda vigoram ‘comentários’…)