15 ANOS DEPOIS…
… o q ficou?
… o q ficou?
A banda parece q chama Parasyche. E a estratégia pra aparecer vem ficando manjada, mas ainda rende um caldo: postar no YouTube versão de música conhecida como se vários vocalistas famosos a tivessem cometido. Alguns, executado. Duplo sentido e tudo.
Dá pra dar umas risadas, mas de ver uma 3ª vez já meio enjoa.
Pontos altos: Bruce Dickinson (perfeito), David Gilmour, Geddy Lee e Lemmy
Pontos baixos: Dio, Serj Tankian, Joey Belladonna e Kurt Cobain (nada a ver)
Versão conhecida do Faith No More pra “War Pigs”. Manjada até. E pra mim, melhor q a original sabbáthica.
Heresia é mato.
Inclusive por conta da parte do “bla bla bla bla bla bla bla blaa”, no lugar de “day of judgement, God is calling”. Tb manjada. Ame ou odeie. Sempre curti.
Até ver nos comentários do vídeo linkado, a seguinte teoria sobre esse trecho, proposta por um tal KoKor gelir, há 2 anos:
“He’s mockering with Ozzy and DIO:
No more war pigs have the power (Ozzy)
Hand of God struck the hourrarraghragh (DIO)
Day of blablablabalba bla bla (Ozzy)
On their knees the war pigs crawlingooroaghroagh (DIO)
Begging mercy for their sins (Ozzy)
Satan laughing spreads his wings roahroagroaghroagh (DIO)”
O q me faz pensar desde então: “porra, faz sentido!”
Né ñ?
por märZ
Me deram de presente uma assinatura do tal Spotify. “Tem tudo com somente 2 cliques!” – me disseram, entusiasmados. Aceitei, testei, realmente é uma mão na roda (se você não se importa em ouvir música via celular) e me acompanhou numa recente viagem à Bahia. Me fez refletir também em como as coisas mudaram desde que comecei a ouvir música a sério, como fã de “rock pauleira”.
***
Havia muito pouco disponível em 1985. Desse pouco, menos ainda chegava na minha pequena cidade. E desse pouquinho, tínhamos acesso a menos ainda. LPs eram caros, conhecia raríssimos fãs desse tipo de música e qualquer coisa que chegava aos meus ouvidos era ouro. Mesmo se fosse porcaria.
Ficava namorando as capas de discos na loja, deslumbrado com a arte. Ozzy, Dio, Maiden, Whitesnake, AC/DC, Kiss. Era fascinante, era perigoso, era… quase proibido. Não era bem visto pela sociedade majoritariamente católica conservadora da época. Nossas mães odiavam, o que aumentava ainda mais a vontade de ter e ouvir. Mas eu nem toca-discos tinha, somente um 2×1 portátil onde ouvia as duas rádios FMs locais e gravava fitas toscas sempre que rolava alguma música legal na programação. Invariavelmente, perdia o começo de todas. E foi nele que passei muito tempo ouvindo as fitas que gravava de amigos. De LPs ou outras fitas, que eram reproduzidas dezenas de vezes, e mal se ouvia o que estava tocando.
“Esse é o Dio“, “Sério? Tem certeza que não é o Ozzy?”
Alguém tinha alguma fita com “Piece Of Mind”, outro ganhou o LP “Powerage” de aniversário – “pode me emprestar pra eu gravar na casa do tio de um amigo?”. Já outro tinha “um rockão, cara, você vai pirar!”. Era Ted Nugent. Gravava tudo que colocava as mãos. Se alguém dizia que tinha um amigo no bairro tal que comprou o “Kiss da capa azul”, você perguntava o nome e que ônibus pegar até lá. Saía de casa num sábado antes do almoço, pegava 2 ônibus pro tal bairro, subia um morro, passava a caixa d’água municipal e ia perguntando: “você conhece um tal Vitor que mora por aqui?”… até achar o cara.
Batia a porta, se apresentava e explicava. “Sim, tenho um disco do Kiss, mas não empresto nem gravo porque meu cabeçote tá fudido”. Voltava pra casa de mãos vazias. Quantas vezes passei por algo parecido…
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E havia o tal Metallica, de quem ouvíamos falar o tempo todo, mas ninguém tinha ouvido, muito menos tinha algo físico. Todo novo amigo metaleiro que fazia já perguntava: “já ouviu Metallica?”. A resposta era sempre negativa. Tinha gente que pensava que era banda brasileira, por causa do nome com grafia e fonética meio latina. Demorou um tempão até conseguir ouvir algo deles. Um amigo de um amigo de um amigo veio dos States e trouxe uma coletânea caseira em fita, sem capinha, sem nomes de bandas ou músicas. “Ele falou que tem duas músicas do Metallica aqui!”. Ouvimos com atenção e aparentemente as identificamos, pela descrição que líamos na revista Metal.
“Porra, som massa! Metallica é foda!”
Aconteceu que as duas músicas que ouvimos por meses achando que era Metallica, na verdade era English Dogs. “Fight Fire With Fire” e “Ride the Lightning” passaram batidas aos nossos inexperientes ouvidos metálicos.
O começo foi assim, depois foi aos poucos mudando. Mais discos foram lançados no mercado brasileiro, mais fãs foram aparecendo, o metal ficou popular por aqui. Era difícil mas era legal. Bons tempos aqueles, em que eu tinha 8 ou 10 álbuns gravados em fitas cassete e ouvia a mesma coisa, over and over, até literalmente gastar (ou arrebentar) as fitas.
“Minha fita do ‘Metal Heart’ já era, me empresta a sua pra eu gravar de novo?”
Foi um longo caminho até os modernos “2 cliques”, mas fico feliz de ter testemunhado tudo de perto.
por märZ
Segue a parte 2 do post sobre dicos supostamente fracos que têm rotação constante por aqui:
Dio: “Sacred Heart”
Novamente, meu primeiro contato com o artista. Antes de conhecer Sabbath com Dio, ou mesmo Rainbow. Gravei isso em cassete e ouvi centenas de vezes. Entendo que foi um ponto baixo se comparado com os dois anteriores e até mesmo os posteriores, mas gosto muito deste álbum. O produtor até tentou salvar, mas as músicas são um tanto mais comerciais, fruto novamente da época em questão. Mas tirando a última, “Shoot Shoot”, o restante eu acho maravilhoso.
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Kreator: “Endorama”
Inicialmente comprei este cd pra completar a coleção, mas eventualmente comecei a apreciá-lo de verdade. Não soa como o Kreator com que nos acostumamos, mas tem vida própria e alguns momentos interessantes. Descobri que o ouço mais regularmente que os álbuns que saíram depois, mais próximos do som característico da banda.
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Newsted: “Heavy Metal Music”
Acho que ninguém gostou desse disco. A crítica malhou, meus amigos odiaram… mas eu adorei. Não lembra em nada o Metallica, e esse talvez seja seu maior trunfo. A clara influência de Voïvod em nada atrapalha, e no todo acho um disco legal e honesto.
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Neil Young: “Mirror Ball”
Neil esquece o Crazy Horse e chama o Pearl Jam para ser sua banda de apoio. A crítica caiu matando, boa parte dos seus fãs também. Novamente, foi o primeiro álbum que escutei inteiro do artista, na época em fita cassete original emprestada de um amigo na Alemanha, onde residia. Andei muito de bicicleta ouvindo “Mirror Ball” no walkman e até hoje acho muito bom.
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Slayer: “Undisputed Attitude”
Ah, esse já foi até discutido por aqui. Apesar de se tratar de um disco de covers, a maioria dos fãs detesta este álbum. Eu, fã de punk rock e hardcore que sempre fui, acho muito legal. Curto, rápido, despretensioso e divertido. Pra mim tá bom.
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Ultraje a Rigor: “Crescendo”
A banda teve dois discos extremamente bem sucedidos no mercado e havia muita expectativa para o terceiro. O que chegou foi um álbum de guitarras pesadas, palavrões e músicas esquisitas, fora dos padrões das rádios comerciais. Eu adorei e ouço muito, até hoje.
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Scorpions: “Fly to the Rainbow”
Comprei esse em Lp numa época em que a banda já era uma máquina de fazer baladas radiofônicas e hits hard rock. Ninguém gostava dessa fase inicial do Scorpions; era muito presa ao som dos anos 70, a produção era tosca e não havia hits. Mas tinha Uli Jon Roth na guitarra solo e isso pra mim sempre foi ouro.
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Pink Floyd: “A Momentary Lapse Of Reason”
PF sem Roger Waters ainda é PF? Sei lá, talvez não. Mas gravei esse Lp em fita na época do lançamento, quando ainda só conhecia “The Wall”, e achei interessante. Algumas músicas funcionaram bem e outras nem tanto, mas no geral acho um bom disco.
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Manowar: “Fighting the World”
Pra muita gente TODOS os discos da banda poderiam entrar nessa lista de “malditos”, mas o fato é que na época o Manowar ainda era considerado uma banda séria por aqui, e eu gostava muito. “Fighting” foi somente o segundo Lp lançado no Brasil, após “Battle Hymns” (nenhum dos 3 no meio saíram aqui) e trouxe um som mais comercial que os anteriores, pegando todo mundo de surpresa. Não agradou, mas eu ouvi bastante e curto até hoje (com ressalvas).
versus
Rabicho de release assinado por Malcolm Dome no dvd “Neon Nights: 30 Years Of Heaven & Hell” (2010):
“It’s also marvellous to be reminded again of those songs – spanning a 30-years period. The old and the new stand together, erect and unbound. A masterclass in metal.
Added to this are honest and in depth interviews with all four members of the band, during which you’ll discover their own insights on situations and albums, and on each other. There’s humour here, as well as sharply observed information.
It all adds up to a wonderful exposition on this band, on the music that spans generations and on the people behind the personalities. This is a true tribute to four men who helped to shape the modern metal world, and without whom we’d all be a lot poorer (mentally and emotionally).
It’s a cliché, but it happens to be true in this case: we will never see their like again. This DVD will explain exactly what made them unique, and why we’ll miss ‘em so much. It’ll also make you wanna go out and play every one of their albums back to back. Now, that is no bad thing.
So, for Ronnie, Tony, Geezer and Vinny, there can be but one farewell: thank you for the music and thank you for being you“.
Pra início de conversa, reitero o q já postei no Facebook: ñ sou de treta, mas depois do q vi e ouvi dia 11 em Londres, quem vier com papo de q Dio foi maior q Bruce Dickinson, vou dar na cara com força.
Senão, vejam. Quem, durante um show de 16 sons, é capaz de:
Menos mal q, nessa última, Nicko, tb sem noção, levou tão de boa q foi ao microfone falar umas coisas e topou brindar tb. De copo de plástico vazio ahah
Além disso tudo, q ñ foi pouco: Bruce fez o show inteiro realmente sem ler letra. Zero teleprompter, zero colas pelo chão. 60 anos em plena forma, mais a cura do câncer e a certeza da estabilidade empregatícia o tornaram ainda mais sem noção, ainda mais demente, ainda mais intenso. Bruce Dickinson é o nome da besta. E isso seria tudo o q eu poderia dizer a respeito do show todo.
Mas vou falar tb do clima, da vibe.
Lugar imenso. Gigantesco, babilônico. Nababesco. A tal O2 Arena, q além do show, ainda abriga uma puta galeria de pubs e restaurantes, tinha ainda uma exposição de heróis Marvel/D.C. (a q ñ fui, já tinha fechado) e uma balada de playboy, cujas periguetes de shortinho agarrado e tops (tem na Terra da Rainha tb) denunciavam.
Tive q pegar 2 lances de escada rolante pra chegar a meu lugar. Q era sentado, em lugar almofadado, porém lateral ao palco. Perdi ver o telão, ñ consegui ver a banda de frente, e ainda na maior parte do tempo só vi o tampo do cocoruto do papai Noel Dave Murray. Do Nicko só via as mãos, uns pratos e uns 3 tons tons da bateria (ñ veria muita coisa a mais caso visse de frente ahah). Mas preferi focar no bom:
Vi tudo da perspectiva de quem via parte do backstage: roadies correndo pra lá e pra cá, Bruce saindo a cada som/cada dois pra trocar de roupa, roadie manejando o controle remoto do Eddie. E curti os SONS sem distração ou firulas pirotécnicas.
E com um pessoal à volta tb veterano, alguns até mais q eu. Num clima de show de metal incrível: pessoas se cumprimentando ao fim, se surpreendendo com os sons antigos (impecavelmente executados), cantando a plenos pulmões a intro de “Doctor Doctor” (!!), sujeito à frente me oferecendo breja – q recusei educadamente – e nenhuma, absolutamente nenhuma, treta. Ou descontentamento.
Nem mesmo o meu, com “The Trooper”, “Fear Of the Dark” (blah!) e “Hallowed Be Thy Name” incluídas no set. Percebi q fazem parte importante da coisa. (E Nicko, na segunda, inventou um groove bastante interessante). Ñ exatamente pontos altos, mas nem um pouco mal recebidas.
Tinha criança (mesmo), tinha adolescente, tinha adulto, tinha tiozão (tipo eu) e tinha idoso. Os caras têm q agradar a todos, ñ tem jeito. Faltaram músicas? Tvz. Nada do “Somewhere In Time”, do “No Prayer For the Dying” (sonho meu!), do “Dance Of Death”, dos 2 últimos ou mesmo do “Killers” (“Wratchild” já deu, afinal). Mas eu ñ percebi na hora e nem dei falta até agora.
Em minha chatice habitual, ñ consegui pôr um defeito na porra toda.
Falando dos sons: solos Murray-Smith impecavelmente executados. Nicko McBrain monstruoso: ñ perdeu uma virada, ñ ramelou um andamento, mandou o pé direito mais insano do heavy metal. Tvz o baixo estivesse um pouco baixo, mas dane-se. Janick ñ briga mais com o Eddie (perdeu a função), mas briga com os cabos ahah Porra, 4 sons do “Piece Of Mind”. Tivessem tocado “Die With Your Boots On”, eu infartaria.
Surpresas? 2 sons da “fase Blaze”: “The Clansman” e “Sign Of the Cross”, o primeiro com intensa recepção.
As fotos q tirei do show ñ ficaram grande coisa. Mesmo. Ora borradas, ora distantes demais, por isso ñ postei tudo. Deve haver amostras melhores no Google e no You Tube.
Por fim, meu depoimento emotivo: chorei durante “Two Minutes to Midnight”. Foi foda.
Sobre algumas das fotos acima:
a) na segunda se vê um tiozão tocando guitarra. Sujeito ficou horas tocando Maiden na saída do metrô (estação North Greenwich), tirando selfie, se divertindo, ganhando os trocos merecidos e acompanhado por bateria eletrônica impecável. Com direito a crachá de músico autorizado, sei lá, pela prefeitura. Imaginem a ambiência de chegar num lugar e ouvir “Flash Of the Blade”
b) na terceira, em q se vê a O2 Arena lotada, se desmente por completo a balela de q o Maiden só lota show na América Latina. Enfiem os comentários abalizados no cu os q continuarem a dizer isso. Complexo de vira lata do caralho
–
Set-list: intro com “Doctor Doctor” (U.F.O.) + discurso do Churchill 1. “Aces High” 2. “Where Eagles Dare” 3. “Two Minutes to Midnight” 4. “The Clansman” 5. “The Trooper” 6. “Revelations” 7. “For the Greater Good Of God” 8. “The Wicker Man” 9. “Sign Of the Cross” 10. “Flight Of Icarus” 11. “Fear Of the Dark” 12. “The Number Of the Beast” 13. “Iron Maiden” – bis – 14. “The Evil That Men Do” 15. “Hallowed Be Thy Name” 16. “Run to the Hills”
ESTADUNIDENSES Q SE PODE SUPOR/ACHAR (ERRADO) Q SÃO/FOSSEM INGLESES:
Por märZ
Nem vai precisar de meteoro. Nos próximos anos, vários artistas da música pendurarão suas já desgastadas chuteiras. Seja por cansaço ou morte, até 2020 creio que desaparecerão de vista (entenda-se palco e estúdio) dinossauros do calibre de Paul McCartney, Rolling Stones, Roger Waters, Deep Purple, Kiss, Scorpions, The Who e vários outros.
É natural. A idade pesa. Se juntarão a Rush, Sabbath, Nazareth, AC/DC, Motörhead, Dio, Bowie e tantos outros que já se foram ou aposentaram.