50 ANOS DEPOIS…
… o q ficou?
… o q ficou?
versus
… o q ficou?
Sempre achei q o Heart havia roubado “Barracuda” de “Back Street Kids”, do Black Sabbath. Fora a semelhança de palhetadas, me serviu de prova Tony Iommi relatar em sua autobio q Sabbath e Heart haviam feito turnê juntos, em meados setentistas (chuto: provavelmente turnê do “Sabotage”).
Mas eis q uma das tais irmãs, a guitarista Nancy Wilson, entregou ano passado, em mini entrevista postada no YouTube ao site Loudwire, q roubaram “Barracuda” de “This Flight Tonight”, do Nazareth. Q, por sua vez, era uma versão de som de Joni Mitchell.
Caso de “ladrão q rouba ladrão”?
Ainda q pareça sequelada (de drogas? Idade?) suficiente na conversa pra perguntar ao interlocutor algo como “Nazareth, conhece?” e ñ lembrar tanto assim o nome do som, mais o “barulho” da guitarra, fica o dito pelo ñ dito.
Por märZ
Nem vai precisar de meteoro. Nos próximos anos, vários artistas da música pendurarão suas já desgastadas chuteiras. Seja por cansaço ou morte, até 2020 creio que desaparecerão de vista (entenda-se palco e estúdio) dinossauros do calibre de Paul McCartney, Rolling Stones, Roger Waters, Deep Purple, Kiss, Scorpions, The Who e vários outros.
É natural. A idade pesa. Se juntarão a Rush, Sabbath, Nazareth, AC/DC, Motörhead, Dio, Bowie e tantos outros que já se foram ou aposentaram.
A Lei de Murphy me persegue: foi só em 2009 eu me entranhar severamente na obra contundente e consistente do Jethro Tull (só tá faltando 1 disco pra eu comprar), q a banda, q vinha pra cá quase tanto quanto o Deep Purple (mas bem menos q o Nazareth…), parou de vir. Caralho.
Daí, uma reversão às 17h da sexta-feira última: me liga no celular um tal João, do Showlivre.com, falando q eu havia ganhado par de ingressos pro show do homem. Do Jethro Tull em si, tanto quando o Angus Young É o AC/DC.
Reversão mesmo, haja visto a Lei de Murphy poder me ferrar de vez aquele dia, pois estava desde quarta sem conseguir acessar internet… Enfim.
Expectativas zero, noção nenhuma do q iria rolar (chamadas diziam q seriam “versões acústicas” de Jethro Tull, e fomos eu e a patroa – q ñ curte muito as viagens (diz q é “som de gnomo”), mas é companheira pro q der e vier – e posso dizer termos presenciado um show de responsa. De QUALIDADE.
13 sons em pouco mais de hora e meia, 90% do Jethro Tull, com algo ainda melhor: montes de lados-b (tipo “Up to Me” e “My God”). E algo ainda melhor: “Aqualung” (q ñ suporto mais ouvir), tocada em versão bem diferente, com o riff martelante sendo executado de leve no início, e reprisado, tb brevemente (e por acordeão e teclado) só no fim.
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A cumplicidade com a platéia (q ñ lotou o Credicard Hell) era ABSOLUTA. Se Ian ñ falasse um “oi” ou um “bye bye” q fosse, passaria batido. Fãs de todas as idades (excetuando ñ ter criança nem adolescente espinhudo) se assombravam com cada som q surgia, muitos reconhecíveis mesmo estando diferentemente arranjados. The Cult tocava ali perto e o outro Ian, mais pra xamã pançudo ultimamente, comandava tb um “culto”. Mas o culto aqui era mais respeitoso, mais zeloso, mais solene.
Ian ñ deixou ninguém no vácuo, sempre anunciando os sons (incluindo um instrumental inédito – e sei lá se a constar em disco solo novo ou disco bandístico vindouro) e nitidamente exibindo uma liderança ante a banda q nada tem de TIRANIA. As músicas são do cara, provavelmente ele as rearranjou, e o entrosamento entre os caras demonstrado é coisa de quem tem anos de estrada. Mesmo q o baterista – Scott Hammond – seja um tanto mais novo e q o guitarrista fritador – Florian Opahle – pareça ter idade pra ser seu neto.
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=DyKkwVYzJzs [/youtube]
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Enfim, sons e mais sons, trechos de música erudita (o solo guitarrístico shréddico foi em “Toccata em Fuga” (de Bach), e os meus destaques “Budapest” (do álbum q roubou o Grammy do Metallica em 1989) e “Thick As a Brick” executada ñ inteira (43 minutos seria de cansar), mas nuns 15 minutos dela. Coisa fina.
Iluminação impecável, banda idem, público ibidem (tirando, claro, uns deslumbrados, uns chatos perto de mim q insistiram em conversar durante o show e uns hippies maconheiros tardios q um povo no orkut fez questão de reclamar… no orkut) prum sujeito, q como recentemente Steve Harris (num post whipláshico) declarou, está bem próximo da genialidade. Pela obra, pelos anos ativos. E tb pela adequação dos sons aos seus atuais limites: ñ tem mais uma VOZ, mas ñ desafina. E ñ tem mais aquele fôlego flautista. Mas ñ arrega.
Belo show.