POST EM DUAS PARTES, I
por märZ
Estava reparando que alguns dos meus álbuns favoritos de artistas que admiro não são necessariamente considerados entre seus melhores trabalhos. Alguns foram muito criticados por serem comerciais, outros por serem fracos e outros tantos, simplesmente equivocados.
Não que eu os ache fantásticos, mas tenho por vezes uma relação afetiva com esses álbuns, muitos deles descobertos décadas atrás, ainda na era dos LPs, quando pouco chegava até nós. Então qualquer coisa virava ouro, devido à raridade. Eis alguns de que me lembro agora:
Judas Priest: “Ram It Down”
Feito com as sobras do álbum anterior, que por sua vez já não foi grandes coisas. A produção é limpa e cristalina demais e o som não tem peso nem graves. Mas curto muito algumas músicas e acho que funcionariam muito bem ao vivo. E Halford está cantando muito.
At War: “Ordered to Kill”
Tosqueira de estréia desse trio terceira divisão da Virgínia. Curtia muito seu som limitado, bem calcado em Motörhead. Música burra, porém honesta.
Ozzy Osbourne: “The Ultimate Sin”
Alguns consideram este o ponto mais baixo da carreira solo do Madman, e talvez até seja. Foi o primeiro álbum inteiro do Ozzy que tive e ouvi, ainda em cassete original. Tem algumas boas canções: o que mata mesmo é a produção da época, tentando transformar seu som para o gosto do público hair metal.
Rolling Stones: “Dirty Work”
Stones tentando sobreviver aos coloridos anos 80 e à dominância da new wave. Mas o álbum nada tem de feliz, e notoriamente Mick e Keith nem estavam se falando durante sua composição, gravação e tour que sucedeu. Tem uns climas meio sombrios e traz a guitarra de Keith bem pesada em alguns momentos. Como bônus, solo não creditado de Jimmy Page em duas músicas.
Kiss: “The Elder”
Quando coloquei minhas mãos nesse LP, só conhecia então “Creatures Of the Night” e a coletânea “Kiss Killers”. Apesar de toda a controvérsia que o acompanha, acho um bom álbum, com passagens bem pesadas, quase heavy metal. Não soa como Kiss, e talvez por isso seja tão interessante.
AC/DC: “Fly On the Wall”
Primeiro LP da banda que tive, e ouvi muito. Talvez as composições não sejam muito inspiradas, mas as guitarras estão rasgando tudo e o vocal de Brian Johnson nunca esteve tão esganiçado.
Titãs: “Tudo Ao Mesmo Tempo Agora”
Disco maldito da banda, vindo na seqüência de três clássicos. Duro, pesado, distorcido, ácido, cheio de palavrões. Ninguém ouviu, as rádios não tocaram, mas comprei assim que saiu e ouço até hoje.
Motörhead – “Another Perfect Day”
Eu até entendo a implicância com esse disco. É bem diferente do que se esperava na época de um álbum da banda. A guitarra e o visual de Brian Robertson mudaram a identidade do trio, mas as músicas são excelentes. Diferente, sim. Ruim, não. As canções têm gancho e swing, e desde quando isso é um problema?