THE NAME OF THE BEAST

Pra início de conversa, reitero o q já postei no Facebook: ñ sou de treta, mas depois do q vi e ouvi dia 11 em Londres, quem vier com papo de q Dio foi maior q Bruce Dickinson, vou dar na cara com força.

Senão, vejam. Quem, durante um show de 16 sons, é capaz de:

  1. lutar esgrima no palco com Eddie Trooper?
  2. zoar os outros quase todos, passando-lhes a espada nas bundas? (Steve Harris ñ curtiu)
  3. na idade q está, topar abrir apresentação com “Aces High” (pouco mais lenta, mas ok) emendando em “Where Eagles Dare”?
  4. usar um lança-chamas alucinadamente durante “Flight Of Icarus”, enquanto cantava?
  5. encerrar com “Run to the Hills” cavalgando num cavalinho de brinquedo? O som inteiro
  6. fazer um brinde sem noção ao fim (era último show da turnê e precisavam fazer o jabá da cerveja), chamando Nicko McBrain – q está abstêmio após 19 anos – pra beber?

Menos mal q, nessa última, Nicko, tb sem noção, levou tão de boa q foi ao microfone falar umas coisas e topou brindar tb. De copo de plástico vazio ahah

Além disso tudo, q ñ foi pouco: Bruce fez o show inteiro realmente sem ler letra. Zero teleprompter, zero colas pelo chão. 60 anos em plena forma, mais a cura do câncer e a certeza da estabilidade empregatícia o tornaram ainda mais sem noção, ainda mais demente, ainda mais intenso. Bruce Dickinson é o nome da besta. E isso seria tudo o q eu poderia dizer a respeito do show todo.

Mas vou falar tb do clima, da vibe.

Lugar imenso. Gigantesco, babilônico. Nababesco. A tal O2 Arena, q além do show, ainda abriga uma puta galeria de pubs e restaurantes, tinha ainda uma exposição de heróis Marvel/D.C. (a q ñ fui, já tinha fechado) e uma balada de playboy, cujas periguetes de shortinho agarrado e tops (tem na Terra da Rainha tb) denunciavam.

Tive q pegar 2 lances de escada rolante pra chegar a meu lugar. Q era sentado, em lugar almofadado, porém lateral ao palco. Perdi ver o telão, ñ consegui ver a banda de frente, e ainda na maior parte do tempo só vi o tampo do cocoruto do papai Noel Dave Murray. Do Nicko só via as mãos, uns pratos e uns 3 tons tons da bateria (ñ veria muita coisa a mais caso visse de frente ahah). Mas preferi focar no bom:

Vi tudo da perspectiva de quem via parte do backstage: roadies correndo pra lá e pra cá, Bruce saindo a cada som/cada dois pra trocar de roupa, roadie manejando o controle remoto do Eddie. E curti os SONS sem distração ou firulas pirotécnicas.

E com um pessoal à volta tb veterano, alguns até mais q eu. Num clima de show de metal incrível: pessoas se cumprimentando ao fim, se surpreendendo com os sons antigos (impecavelmente executados), cantando a plenos pulmões a intro de “Doctor Doctor” (!!), sujeito à frente me oferecendo breja – q recusei educadamente – e nenhuma, absolutamente nenhuma, treta. Ou descontentamento.

Nem mesmo o meu, com “The Trooper”, “Fear Of the Dark” (blah!) e “Hallowed Be Thy Name” incluídas no set. Percebi q fazem parte importante da coisa. (E Nicko, na segunda, inventou um groove bastante interessante). Ñ exatamente pontos altos, mas nem um pouco mal recebidas.

Tinha criança (mesmo), tinha adolescente, tinha adulto, tinha tiozão (tipo eu) e tinha idoso. Os caras têm q agradar a todos, ñ tem jeito. Faltaram músicas? Tvz. Nada do “Somewhere In Time”, do “No Prayer For the Dying” (sonho meu!), do “Dance Of Death”, dos 2 últimos ou mesmo do “Killers” (“Wratchild” já deu, afinal). Mas eu ñ percebi na hora e nem dei falta até agora.

Em minha chatice habitual, ñ consegui pôr um defeito na porra toda.

Falando dos sons: solos Murray-Smith impecavelmente executados. Nicko McBrain monstruoso: ñ perdeu uma virada, ñ ramelou um andamento, mandou o pé direito mais insano do heavy metal. Tvz o baixo estivesse um pouco baixo, mas dane-se. Janick ñ briga mais com o Eddie (perdeu a função), mas briga com os cabos ahah Porra, 4 sons do “Piece Of Mind”. Tivessem tocado “Die With Your Boots On”, eu infartaria.

Surpresas? 2 sons da “fase Blaze”: “The Clansman” e “Sign Of the Cross”, o primeiro com intensa recepção.

As fotos q tirei do show ñ ficaram grande coisa. Mesmo. Ora borradas, ora distantes demais, por isso ñ postei tudo. Deve haver amostras melhores no Google e no You Tube.

Por fim, meu depoimento emotivo: chorei durante “Two Minutes to Midnight”. Foi foda.

Sobre algumas das fotos acima:

a) na segunda se vê um tiozão tocando guitarra. Sujeito ficou horas tocando Maiden na saída do metrô (estação North Greenwich), tirando selfie, se divertindo, ganhando os trocos merecidos e acompanhado por bateria eletrônica impecável. Com direito a crachá de músico autorizado, sei lá, pela prefeitura. Imaginem a ambiência de chegar num lugar e ouvir “Flash Of the Blade”

b) na terceira, em q se vê a O2 Arena lotada, se desmente por completo a balela de q o Maiden só lota show na América Latina. Enfiem os comentários abalizados no cu os q continuarem a dizer isso. Complexo de vira lata do caralho

Set-list: intro com “Doctor Doctor” (U.F.O.) + discurso do Churchill 1. “Aces High” 2. “Where Eagles Dare” 3. “Two Minutes to Midnight” 4. “The Clansman” 5. “The Trooper” 6. “Revelations” 7. “For the Greater Good Of God” 8. “The Wicker Man” 9. “Sign Of the Cross” 10. “Flight Of Icarus” 11. “Fear Of the Dark” 12. “The Number Of the Beast” 13. “Iron Maiden” – bis – 14. “The Evil That Men Do” 15. “Hallowed Be Thy Name” 16. “Run to the Hills”