30 anos do meu primeiro show do Krisiun. Ainda quarteto e anterior ao “BlackForceDomain”. Pessoal na fila, antes, falava “vc q é baterista, vai adorar o cara. É o baterista mais rápido do mundo” (sic).
Vi e não entendi nada. Lembro q era tudo um borrão só ahahah Mal e mal me recordo se foram a primeira banda, ou o TheMist, q só conhecia de propaganda na RockBrigade.
Teve o P.U.S., q eu já não curtia, mas iria dar uma chance. Todo mundo ali q conhecia tava lá pra ver a guitarrista gostosa, Syang, ainda Simone Death. Gostosa mesmo. E o vocalista namorado putaço com a atenção exclusiva a ela.
E tocaram “Seasons In the Abyss” (Slayer) sem solos. Fúria Metal passou como videoclipe por um tempo.
Fui pra ver o Volkana, até mais q o Kreator. Era fã e já tinha visto uns 3 shows delas, tinha o “First” em LP e babava pela baixista baixinha q tocava de meião e shortinho.
Rolou. E a foto consta no encarte do “Mindtrips“, lançado atrasado (produtor priorizou gravar LegiãoUrbana primeiro). E estranhei q era uma vocalista nova e q tinha uma segunda guitarrista.
Do Korzus lembro pouco. Lançavam “MassIllusion” (q eu tinha – ainda tenho – em LP), tentavam ser o Slayer brasileiro e provavelmente rolaram os mesmos papos demagogos do vocalista, exceto pedir trampo.
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Kreator atração principal, meu primeiro show do Kreator. Já conhecia “Renewal” pelo avesso, treinava airdrumming com ele. E do q lembro mais são 3 coisas:
Mille mandando “fuck the naziiiis” antes de “Europe After the Rain”
Ventor errando a parte grooveada em “Brainseed”. Passou no show melhores momentos na Mtv
uma hora em q as luzes se apagaram, mas não o som. A banda improvisou um blues enquanto arrumavam. Lembro de Mille entoando algum “Kreator in the darkness” ahahah
Ao final, mandou o apoteótico e proverbial “we will return”. E voltaram anos depois, numa quinta-feira à noite, pra lançar “Outcast” na Led Slay com abertura do Krisiun.
Já em trio e eu entendendo melhor. Outro papo, outra história.
28 músicas – ou uma intro + 28 músicas? – no meu 28⁰ show do ano. Nada mal.
Gosto de Inocentes, mas há muito tempo não ia a um show. Q me lembre, a última vez este blog sequer se cogitava existir: eram meados dos 90’s e os vi no Centro Cultural Vergueiro, com abertura do Volkana.
(Volkana. Ainda. Com Marielle. No. Vocal)
E os caras estão aí ainda. Beirando os 30 anos da formação “nova” Clemente/Ronaldo/Anselmo/Nonô. E não sabia o q esperar: nostalgia, bolor ou contundência?
Contundência ganhou.
Assim: trinca inicial impactante.
“Fechem os Olhos dos Jornais” abriu em playback. E tudo bem. Enquanto os sujeitos entravam na penumbra, com um giroflex de viatura policial (q ficou intacto durante a apresentação) dando o tom. Acaba o som – q é meio um hip hop pancadão – os 4 estão tapando os olhos. Brilhante.
Nada de “boa noite” ou “e aí?”: mandaram “Nada de Novo no Front”, em cima da pinta do massacre Israel – Palestina. Desnecessário legenda. Daí “A Cidade Não Pára” e “Nada Pode Nos Deter”, de retórica puramente Inocentes, tomaram forma.
Clemente só foi dar uma saudação antes de explicar “Lisa”, q já era sobre empoderamento feminino há tempos. E dedicar a amiga antiga presente. E dizer q não gostava de ficar explicando letras. Não precisa.
E pra quem conhece a banda, reitero: desnecessário. Baita letrista e cronista urbano, Clemente e a banda desfilaram repertório de todas as fases da banda – com exceção de “Estilhaços” (1992) – sendo plenamente compreendidos.
E passou de uma hora e meia o show. Tipo futebol com acréscimos, os caras não querendo sair. Pq pegaram o embalo no decorrer.
Clemente estava rouco, mas aos poucos “esquentou”. Continua não muito brilhante nos comentários e brincadeiras, mas q q tem?
A banda demonstrou o entrosamento de décadas, e gana. Destaco o baterista Nonô, meio “retão” pro meu gosto, mas preciso e sem esmorecer. Acho q por ele e Clemente, estavam tocando até agora.
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Ronaldo, q tinha visto mês passado no RoqueReverso, cantou “Eu Vou Ouvir Ramones” e ainda “Desequilíbrio”, quando Clemente desceu e entrou no meio da roda no público TOCANDO GUITARRA.
Esse foi o (alto) nível. Platéia envelhecida, muita criança (içadas ao palco quase no fim) presente – coisa q só o Sesc proporciona – som excelente e banda competente. Zero formulaicos ou burocráticos: como não curtir?
Problema técnico q estragou um pouco – e não a ponto de Clemente nos pedir desculpas – foram uns maus contatos no baixo, resolvido quando roadie trocou o tal cabeçote.
Teve brado pró-Palestina, teve “Pátria Amada” e “Pânico em SP”, “A Face de Deus” continua herética e recomendo conferir vídeos (só achei 2, segue um) no YouTube. Foi um puta show, a pretexto de lançarem um single novo (tocado) (e não disponível no merchan…), “Queima!”, mas foi bem mais q isso.
Inocentes é do tamanho do RatosdePorão, só q ficou do tamanho da metrópole, provinciana e imensa a um só tempo. Contradições…
no set-list abaixo destaco sons pra quem quiser conhecer melhor e fazer uma playlist
Set-list: 1. “Fechem os Olhos dos Jornais” 2. “Nada de Novo no Front” 3. “A Cidade Não Pára” 4. “Nada Pode Nos Deter” 5. “Lisa” 6. “Rotina” 7. “Expresso Oriente” 8. “Garotos do Subúrbio” 9. “Ele Disse Não” 10. “A Face de Deus” 11. “Eu Vou Ouvir Ramones” 12. “São Paulo” (365) 13. “Aprendi a Odiar” 14. “Medo de Morrer” 15. “4 Segundos” 16. “Underground” 17. “MisériaeFome” 18. “Nem Tudo Volta” 19. “Restos de Nada” (RestosdeNada) 20. “Desequilíbrio” (Restos de Nada) 21. “Escombros” 22. “Queima!” 23. “Cala a Boca” 24. “Pátria Amada” 25. “Pânico em SP” – bis: 26. “Quanto Vale a Liberdade?” (Cólera) 27. “Blitzkrieg Bop” (Ramones) 28. “I Fought the Law” (TheBobbyFullerFour/TheClash) 29. “Franzino Costela” (SexNoise)
O mainstream brasuca testemunhando o metal noventista q despontava. Resenhas.
Tiradas da Bizz #69, de abril de 1991 e q ñ tem o preço na minha capa, pq eu assinava. Editora Azul.
por Leopoldo Rey*, resenha de “Painkiller” (Judas Priest) “Os fãs vinham torcendo o nariz desde ‘Ram It Down’ (88), quando o Judas chegou até a mudar seus trajes de concerto. Depois, houve o processo judicial que tentava responsabilizar suas letras por induzir jovens ao suicídio. Parando para pensar, o grupo radicalizou em suas mudanças, trocando de produtor (Tom Allon por Chris Tsangarides) e acolhendo o baterista Scott Travis (ex-Racer X) por sua grande habilidade nos bumbos. O resultado foi um disco muito pesado, sem frescuras nem retoques: Rob Halford continua com a voz afiadíssima e as guitarras de K.K. Downing e Glenn Tipton travam ótimos duelos nos riffs e solos. Uma volta corajosa às suas origens heavy”.
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por Carlos Eduardo Miranda, resenha de “Addicted to Reality” (Overdose) “O quarteto mineiro Overdose manipula uma faca de dois gumes, que tanto pode atingir o alvo como ensangüentar as próprias mãos. Este LP é uma torta de hard rock recheada de metal, que às vezes consegue ser bem original – quando acerta no fermento – ou então embatumar completamente. Mesmo que essa moçada não saiba que raios seja isso, eles lembram um Van Der Graff Generator metalizado (nos bons momentos) e um Rush ou Deep Purple metido a besta (nos piores). Entre acertos e desacertos, ‘Addicted to Reality’ acaba parecendo bonzinho demais para os bangers e muito malvado para fãs do Bon Jovi“.
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idem Carlos Eduardo Miranda (C.E.M.), resenha de “Lights, Camera, Revolution” (Suicidal Tendencies) “Em tempos que se apregoam as ‘inovações’ do Living Colour e do Faith No More, grupos como o Suicidal Tendencies – que já vinham idealizando há tempos novas metas para o som pesado – acabam meio esquecidos. Na verdade, o formalismo violento deste quinteto californiano é muito mais coeso do que boa parte das invencionices das tais bandas da moda. ‘Lights…’ traz uma explosiva mistura de punk rock, hard funk e thrash metal, que tem momentos inigualáveis em faixas como “Alone” (uma pancadaria com alto teor pop), “Give It Revolution” (mix de funk com Black Sabbath) e “Gon’N Breakdown” (thrash com vocal rap). Uma paulada”.
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André Barcinski resenhando numa tacada só“Arise” (Sepultura), “Anarkophobia” (Ratos de Porão) e “First” (Volkana)
“O heavy brasileiro chega em 91 a uma fase em que o importante não é mais provar ao Primeiro Mundo que existe vida inteligente neste país miserável e sim consolidar uma posição de prestígio conquistada nos últimos anos com os trabalhos do Sepultura e do Ratos de Porão. As duas bandas já gravaram cinco LPs cada e saíram da fase amadorística há algum tempo. Chegou a hora de parar de ressaltar apenas o caráter de ‘desbravadores do mercado internacional de heavy‘ e começar a analisar mais séria e respeitosamente seus respectivos trabalhos.
A verdade é que tanto o Sepultura quanto os Ratos não podem ser comparados às bandas do primeiro escalão do thrash (Metallica, Slayer, Anthrax, Megadeth e Exodus). Mas têm condições de reinar no circuito mezzo-underground do segundo escalão, hoje dominado por bandas como Testament, Napalm Death e Voïvod. Seus últimos trabalhos mostram maturidade musical e produções bem cuidadas, no nível médio do thrash internacional.
‘Arise’ e ‘Anarkophobia’ são ótimos discos, mas quase não inovam. O Sepultura continua na linha inspirada no thrash alemão da metade da década passada, de bandas como Destruction e Kreator: introduções lentas e dedilhadas, vozes que ecoam com predições catastróficas. “Under Siege” e “Arise” lembram o Sepultura juvenil de ‘Morbid Visions’ (86), enquanto as letras passeiam pelos clichês death metal de morte, dor e agonia: ‘Sacrifício é prazer/quando a vida termina em dor’, canta Max em “Desperate Cry”.
Os Ratos de Porão têm como principal influência o hardcore de grupos como o G.B.H. e Exploited. Os temas de suas músicas são mais realistas, e suas letras mais diretas que as do Sepultura. A música dos Ratos funciona como um documentário sobre as misérias e os males da sociedade de consumo. Musicalmente, o grupo evoluiu: os solos estão melhores e mais elaborados, as músicas mais bem-acabadas. O progresso do baixista Jabá é de impressionar. João Gordo e sua voz gutural continuam sendo o melhor da banda, um dos raros vocalistas de thrash do mundo que conseguem ter suas palavras compreendidas em meio a milhões de decibéis.
Os trabalhos dos Ratos e do Sepultura andam dando bons frutos em sua terra natal. Seu sucesso começou a motivar bandas nacionais a lançarem discos com produções bem acabadas. É o caso de ‘First’, LP de estréia do grupo feminino Volkana. Riffs surpreendentes e passagens totalmente Metallica fazem um bom disco, apesar de alguns problemas com a vocalista Marielle. Se os tons agudos em thrash já soam meio fora de contexto em cantores como Joe Belladonna, do Anthrax, imagine como fica deslocada a boa voz de Marielle. Que isso não soe como machismo ou preconceito: Wendy O. Williams, a mensageira do caos dos Plasmatics, entende de pancadaria como poucos(as)”.
*Leopoldo Rey já era veterano na época. Vivo ainda, pelo q apurei. Tiozão grisalho e calvo, apresentava na então 97fm (sediada em Santo André) um programa de heavy metal até anterior ao “Comando Metal” (da 89fm) de Walcyr Challas, “Reynação”. Escrevia só sobre heavy metal na Bizz.
Conversava com Jessiê no sábado e me surgiu o insight de pessoas aqui em São Paulo q na virada dos 80’s pros 90’s basicamente se fizeram em cima dos roqueiros e metaleiros.
Curiosamente um mesmo zeitgeist, mas em bairros vizinhos. Em vetores opostos. E sem relação entre os envolvidos.
Na Aclimação, a filha da puta da bispa Sônia e seu klan Hernandez patrocinando bandas, estúdios e organizando festivais ali no cinema abandonado tornado templo (aquele q caiu há alguns anos, na Lins de Vasconcelos), escrupulosamente inserindo pregação entre banda e outra.
Comprava tb espaço na tv Manchete, passando o “Clipe Gospel” nas madrugadas. Deu no q deu. Bostonaro está aí e a estelionatária louva. E nós aqui estranhando o banger isentão de direita. Aleluia.
No Ipiranga, por sua vez, um sujeito “muito inteligente” com uma lojinha na Bom Pastor 1515 apareceu do nada via inserções comerciais na tv Gazeta vendendo tênis de skatistas e camisetas de surf wear. No programa chamado “Grito da Rua”, de skate e surf.
Ñ toca nem nunca tocou guitarra, nunca fez nem backing vocal em disco algum, mas representando a Vision vestiu tudo o q era banda de metal e hardcore por aqui uma certa época: Sepultura, Ratos de Porão, Viper, Volkana, Zero Vision, Raimundos e etc.
Turco Loco/Alberto Hiar tvz seja uma figura estranha pra quem ñ é daqui da capital, mas já foi pra lá de onipresente e continua personagem relevante. É dono da marca Cavalera e etc. A lojinha 1515 ainda existe, tornada outlet da Cavalera.
Encontrei esse “Panelaço” linkado acima e mandei pro Jessiê. Resolvi tornar pauta aqui. JG, em seu estilo próprio, praticamente insultou e tirou (de boa) muitas verdades, muitas histórias. E o sujeito ñ fugiu da reta, nem bancou o inocente ou se valeu de politicamente correto.
Os 2 primeiros minutos são perfeitos. Histórico resumido. E na altura dos 20 minutos, pra mim a melhor descrição da treta do Sepultura. Se nunca existiu uma cena por aqui, ñ foi por culpa dele. Muito foda.
Nome e/ou apelido: José Carlos Braga (nome do único avô que conheci)/Zé
Idade: 45
Cidade e Estado de origem: Petrolina/PE
Gênero musical preferido: Heavy Metal – Thrash e Death com mais intensidade
Ouve rock desde: desde os 15, quando me apresentaram o “Holy Diver”. Alguns meses depois conheci o “A Show Of Hands” (Rush) e fiquei fascinado pelo talento da banda que nem sabia de onde era. Nessa época ainda me permitia ouvir Legião Urbana (os 3 primeiros) à exaustão. Até que 1 ano depois, já com 16, conheci “Master Of Puppets”, “Ride the Lightning”, “Cada Dia Mais Sujo e Agressivo” (disco que mais ouvi do Ratos) e um disco do Rattus (que a capa é alguém crucificado com o nome da banda em letras verdes). Depois disso, rock brazuca nevermore.
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Disco que mudou sua vida: na verdade não foi um disco, propriamente falando. Mas uma fita TDK 60. De um lado estava gravado “Reign In Blood” e no outro “Black Sabbath” (o primeiro). O impacto de ouvir “N.I.B.”, depois de ouvir “Raining Blood” que fechava o lado A da fita, com a cabeça cheia de fumaça, foi impactante demais!!! Saí dali determinado a ter tudo do Slayer e Sabbath!!
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Disco que mais ouviu na vida: “South Of Heaven” e “Master Of Reality” empatados. Ouvia um e depois o outro e vice versa ahhahahahahahahah
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Primeiro disco que comprou: “A Show Of Hands” em uma loja da Aky Disco em Juazero/BA (quando tinha 15/16 anos). Economizei grana por 3 meses e, toda semana ia na loja namorar o único disco de metal da loja. Escondia em um lugar diferente toda semana. Misturava o disco com disco de brega e forró para ninguém achar… hahahahha
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Último disco que comprou: eu acho que foi o “World Painted Blood”. Depois daí não comprei mais nada. Perdi o tesão de comprar cds.
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Top 5 discos ilha deserta: “South Of Heaven”, “Master Of Reality”, “Vol. 4”, “Decade Of Aggression” e “Imaginations From the Other Side”. Ou gravava tudo em fita TDK 60 e levava outros cds hahahahah
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Top 5 bandas: Slayer, Black Sabbath, Cannibal Corpse, Obituary e Blind Guardian
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Top 3 melhores shows que já viu ao vivo: Ratos em um Sesc de Recife; Kreator no Clube Náutico Capibaribe e Morbid Angel (lançando “Altars Of Madness”) no Sport. Nesse dia o Volkana estava abrindo pros caras… showzão.
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Música que seria a abertura do seu próprio programa de rádio: “The Spirit Of Radio” ou o trecho final de “Live Undead”…
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Música pra tocar no meu velório: “Wheels Of Confusion”
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Não entendo como conseguem gostar de: quem não gosta de heavy metal E/OU gosta de música eletrônica (desculpa ae chefe) hahahahah
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Já tocou em alguma banda: nunca. Só curto música. E nunca tive culhão para aprender algum instrumento.
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Além de rock, curto muito: não consigo ir além do rock. Me enclausurei neste mundinho e não consigo deixar. Tentei algumas vezes ouvir jazz, mas me entendiou profundamente. Pareço ser um tiozão thru mas não é bem assim ahahahhahaha
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Maior decepção musical: foram duas – Metallica com o “Load” e Sepultura com o Negão.
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Indique 3 bandas novas: difícil. Nada de novo me agrada ultimamente. Acho tudo chato demais. Então fico devendo alguma dica nesse item.
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LP, CD, mp3 ou streaming: LP. Gostava demais do chiado do disco, da agulha pulando. O meu “Cada Dia Mais Sujo e Agressivo” empenou e mesmo assim ainda tocava com a agulha subindo e descendo e o som rolando… bom demais!!!! ahhahah
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CD tive que fazer uso por causa do mercado. E streaming é a forma mais fácil para mim. Limpei tudo em casa e deixo os outros armazenarem o que eu quero ouvir hahahahah
Era 1994 e fui ao Super Metal Festival, no Ginásio da Portuguesa. Pouco lembro da ordem das bandas (q eram The Mist, Krisiun, P.U.S., Korzus, Volkana e Kreator): salvo engano, The Mist abriu, mas o Kreator fechou. Turnê do “Renewal”.
Fui pra ver Kreator e a baixista do Volkana de meião e shortinho. Uma delícia, eternizada em foto do encarte de “Mindtrips”. Mas lembro q na fila falavam um monte do Krisiun, q eram uns gaúchos e q eu iria curtir por causa do baterista ser “o mais rápido do mundo”. Aquela primeira impressão, imprecisa devido ao som embolado e ao tempo, foi de um BORRÃO.
O festival foi muito foda, chegou a passar melhores momentos – com mais sons do Kreator, claro, com direito a errada bizonha de Ventor em “Brainseed” – na Mtv Brasil. E se ñ me engano, só com 1 som dos gaúchos. Deve ter no You Tube isso aí.
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Assisti o Krisiun de novo na turnê seguinte do Kreator por aqui, em 1998, quando promoviam “Outcast” na Led Slay numa quinta-feira fria à noite. Lembro bem pouco dos alemães, e nem me dera conta do guitarrista do Coroner por ali; mas do Krisiun, tenho vaga lembrança de “Black Force Domain”, o som. E dum povo na beira do palco urrando junto.
Passa o tempo, década de zerenta, vi Krisiun de novo quando lançaram “Works Of Carnage”, com Korzus (sempre!) e Ratos de Porão abrindo. É show q consta dos “extras” do dvd “Live Armaggedon”. Já estava familiarizado um pouco mais. E fã.
Tempos mais tarde, Krisiun de novo com Kreator de novo headliner (turnê “Enemy Of God” – 2005 ou 2006), mais Tristania (torturia!) e Torture Squad abrindo, festivalzão de q ñ lembro o nome e já em lugar grande, Espaço das Américas. Pareciam duas bandas gringas disputando atenção, com bandas “T” amadoras tentando lugar ao sol.
E da última q os tinha visto, em janeiro de 2013, quando lançavam “The Great Execution”, foi no mesmo Sesc Pompéia onde fui no último sábado me impressionar novamente. E sempre mais.
A expressão “chover no molhado” faz sentido pros amigos? “Redundância”, “pleonasmo”, “lugar comum” é relatar q foi uma monstruosidade ao vivo. Os caras só fazem show ruim se quiserem. E passando por sons dos primeiros discos até o recente, o q impressiona é a coerência. E perceber os caras tocando ainda MELHOR os sons antigos, q ficaram em pé de igualdade com as porradas recentes.
Outro clichê: os caras realmente gostam e sentem o q fazem. Nenhum dos sons executados – duplo sentido! – o foi por obrigação. Set-list colado no palco parece q ñ teve; iam decidindo som a som meio na hora, numa boa.
O defeito é a interação precária: Alex pondo a mão ao ouvido pra ouvir gritarmos nome da banda, falar em “orgulho de tocar em casa” (Brasil, ñ São Paulo), levar “o nome do país lá fora” e esboçar alguma contrariedade ante o conservadorismo vigente atualmente, mas meio q isso já faz parte. Se quero ver sujeito articulado no metal, vou reler biografia de Bruce Dickinson, entrevista velha de Carlos Vândalo ou procuro algum documentário com Dee Snider ou aquele do Lemmy.
Q foi homenageado visceralmente. Tocaram “Ace Of Spades”, e ñ de qualquer jeito. Já o tinham feito em shows este ano, tocando “No Class”, e noutros tempos gravando “Sweet Revenge” (no “AssassiNation”). Oportunismo zero. Caráter. Raízes.
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A qualidade do som é outro fator embasbacante: sujeitos triturando velozmente todos aqueles sons, e nós ali perto conseguindo ouvir CADA NOTA. Qual a banda de metal extremo em q conseguimos ouvir os tons e o surdo da bateria nas viradas? Puta q pariu: os caras tb se importam com a gente. E sem demagogia barata.
Foi hora e meia de som. Mais, estraga. A depender dos tantos presentes (menos q 700, lotação máxima, mas bem mais q a metade do local) ficariam lá até agora. Fiquei surpreso com tanta mulher no local, algumas realmente fãs – metal virou mesmo coisa de menina, märZiano? (eheh) – e com monte de gente grisalha. Na faixa dos 60 anos, q pareceram se tratar de familiares dos caras.
A maior bizarrice foi ver casal com criança de colo, naqueles tipos de suporte de bebê, q o pai ou a mãe carregam como mochila. Ñ deu pra tirar foto, e espero q o moleque esteja bem.
Digo assim: pode-se nem simpatizar com o extremismo do som dos caras, mas com tanta banda q deu em nada – remetamos ao Super Metal Festival – ou com outras tantas incensadas no “metal nacional” vivendo de caridade de fã e de aniversários fuleiros, parece-me injusto q o Krisiun ñ mereça o comparecimento de qualquer um de nós, de qualquer um q ouça heavy metal convictamente, de qualquer um q ñ se sinta privilegiado em presenciar eventos cuja relação custo-benefício (paguei 30 reais o ingresso INTEIRO, aliás) sempre excede o tal do custo.
Ver o Krisiun ao vivo é INVESTIMENTO. E valorizar banda q ñ vive de cenas imaginárias/injustiçadas nem de babação de ovo, tampouco de fórmulas requentadas ou de decadência mal disfarçada. Só vejo os caras melhorando, e é bem possível q o próximo show seja ainda melhor. 22 anos depois, cadê aqueles outros todos? Porra.
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Set-list: 1. “Milonga de La Muerte” 2. “Ravager” 3. “Combustion Inferno” 4. “Scars Of the Hatred” 5. “Vengeance Revelation” 6. “Vicious Wrath” 7. “The Will to Potency” 8. “Apocalyptic Revelation” 9. “Ways Of Barbarism” 10. “Blood Of Lions” 11. solo de bateria 12. “Sentenced Morning” 13. “Slain Fate” 14. “Ace Of Spades” 15. “Descending Abomination” 16. “Hatred Inherit” 17. “Kings Of Killing” 18. “Black Force Domain”