Era 1994 e fui ao Super Metal Festival, no Ginásio da Portuguesa. Pouco lembro da ordem das bandas (q eram The Mist, Krisiun, P.U.S., Korzus, Volkana e Kreator): salvo engano, The Mist abriu, mas o Kreator fechou. Turnê do “Renewal”.
Fui pra ver Kreator e a baixista do Volkana de meião e shortinho. Uma delícia, eternizada em foto do encarte de “Mindtrips”. Mas lembro q na fila falavam um monte do Krisiun, q eram uns gaúchos e q eu iria curtir por causa do baterista ser “o mais rápido do mundo”. Aquela primeira impressão, imprecisa devido ao som embolado e ao tempo, foi de um BORRÃO.
O festival foi muito foda, chegou a passar melhores momentos – com mais sons do Kreator, claro, com direito a errada bizonha de Ventor em “Brainseed” – na Mtv Brasil. E se ñ me engano, só com 1 som dos gaúchos. Deve ter no You Tube isso aí.
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Assisti o Krisiun de novo na turnê seguinte do Kreator por aqui, em 1998, quando promoviam “Outcast” na Led Slay numa quinta-feira fria à noite. Lembro bem pouco dos alemães, e nem me dera conta do guitarrista do Coroner por ali; mas do Krisiun, tenho vaga lembrança de “Black Force Domain”, o som. E dum povo na beira do palco urrando junto.
Passa o tempo, década de zerenta, vi Krisiun de novo quando lançaram “Works Of Carnage”, com Korzus (sempre!) e Ratos de Porão abrindo. É show q consta dos “extras” do dvd “Live Armaggedon”. Já estava familiarizado um pouco mais. E fã.
Tempos mais tarde, Krisiun de novo com Kreator de novo headliner (turnê “Enemy Of God” – 2005 ou 2006), mais Tristania (torturia!) e Torture Squad abrindo, festivalzão de q ñ lembro o nome e já em lugar grande, Espaço das Américas. Pareciam duas bandas gringas disputando atenção, com bandas “T” amadoras tentando lugar ao sol.
E da última q os tinha visto, em janeiro de 2013, quando lançavam “The Great Execution”, foi no mesmo Sesc Pompéia onde fui no último sábado me impressionar novamente. E sempre mais.
A expressão “chover no molhado” faz sentido pros amigos? “Redundância”, “pleonasmo”, “lugar comum” é relatar q foi uma monstruosidade ao vivo. Os caras só fazem show ruim se quiserem. E passando por sons dos primeiros discos até o recente, o q impressiona é a coerência. E perceber os caras tocando ainda MELHOR os sons antigos, q ficaram em pé de igualdade com as porradas recentes.
Outro clichê: os caras realmente gostam e sentem o q fazem. Nenhum dos sons executados – duplo sentido! – o foi por obrigação. Set-list colado no palco parece q ñ teve; iam decidindo som a som meio na hora, numa boa.
O defeito é a interação precária: Alex pondo a mão ao ouvido pra ouvir gritarmos nome da banda, falar em “orgulho de tocar em casa” (Brasil, ñ São Paulo), levar “o nome do país lá fora” e esboçar alguma contrariedade ante o conservadorismo vigente atualmente, mas meio q isso já faz parte. Se quero ver sujeito articulado no metal, vou reler biografia de Bruce Dickinson, entrevista velha de Carlos Vândalo ou procuro algum documentário com Dee Snider ou aquele do Lemmy.
Q foi homenageado visceralmente. Tocaram “Ace Of Spades”, e ñ de qualquer jeito. Já o tinham feito em shows este ano, tocando “No Class”, e noutros tempos gravando “Sweet Revenge” (no “AssassiNation”). Oportunismo zero. Caráter. Raízes.
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A qualidade do som é outro fator embasbacante: sujeitos triturando velozmente todos aqueles sons, e nós ali perto conseguindo ouvir CADA NOTA. Qual a banda de metal extremo em q conseguimos ouvir os tons e o surdo da bateria nas viradas? Puta q pariu: os caras tb se importam com a gente. E sem demagogia barata.
Foi hora e meia de som. Mais, estraga. A depender dos tantos presentes (menos q 700, lotação máxima, mas bem mais q a metade do local) ficariam lá até agora. Fiquei surpreso com tanta mulher no local, algumas realmente fãs – metal virou mesmo coisa de menina, märZiano? (eheh) – e com monte de gente grisalha. Na faixa dos 60 anos, q pareceram se tratar de familiares dos caras.
A maior bizarrice foi ver casal com criança de colo, naqueles tipos de suporte de bebê, q o pai ou a mãe carregam como mochila. Ñ deu pra tirar foto, e espero q o moleque esteja bem.
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Digo assim: pode-se nem simpatizar com o extremismo do som dos caras, mas com tanta banda q deu em nada – remetamos ao Super Metal Festival – ou com outras tantas incensadas no “metal nacional” vivendo de caridade de fã e de aniversários fuleiros, parece-me injusto q o Krisiun ñ mereça o comparecimento de qualquer um de nós, de qualquer um q ouça heavy metal convictamente, de qualquer um q ñ se sinta privilegiado em presenciar eventos cuja relação custo-benefício (paguei 30 reais o ingresso INTEIRO, aliás) sempre excede o tal do custo.
Ver o Krisiun ao vivo é INVESTIMENTO. E valorizar banda q ñ vive de cenas imaginárias/injustiçadas nem de babação de ovo, tampouco de fórmulas requentadas ou de decadência mal disfarçada. Só vejo os caras melhorando, e é bem possível q o próximo show seja ainda melhor. 22 anos depois, cadê aqueles outros todos? Porra.
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Set-list: 1. “Milonga de La Muerte” 2. “Ravager” 3. “Combustion Inferno” 4. “Scars Of the Hatred” 5. “Vengeance Revelation” 6. “Vicious Wrath” 7. “The Will to Potency” 8. “Apocalyptic Revelation” 9. “Ways Of Barbarism” 10. “Blood Of Lions” 11. solo de bateria 12. “Sentenced Morning” 13. “Slain Fate” 14. “Ace Of Spades” 15. “Descending Abomination” 16. “Hatred Inherit” 17. “Kings Of Killing” 18. “Black Force Domain”