Lembro dum papo com o Jessiê certa vez, ele em meio às lives cometidas, em q perguntei se alguém já tinha feito entrevista com o João e a Pat, da Cogumelo Discos.
Tvz conhecidos pessoalmente pelos amigos capixaba e goiano por aqui, mas a mim seres intangíveis, inimagináveis, num nível próximo ao de entidades mesmo.
Lembro do Jessiê ter me dito q não. Tb não lembro se ele especulava sobre fazer uma live com o casal, acho q não. Ou se ele disse q não eram de falar (muito). No q retruquei – e reitero aqui – a indignação de ninguém ter feito documentário a respeito ainda. Como assim???
[o meio paulistano naufragando na própria vaidade e pretensa importância nunca o faria. E a depender da descrição sobre o doc do Andre Matos (sem acento), ainda bem q não o fizeram]
Daí o YouTube do celular me taca isso aqui hoje cedo:
A obra física. Fundamental. E em timing perfeito. Promessa de show comemorativo, só não cravaram o Sepultura. Ainda? Ou Max & Igggor?
Mas o q achei mais legal, do trecho desse baita programa Alto Falante, foi a presença e a palavra de João Eduardo, q a mim desmistificou ao mesmo tempo em q engrandeceu a obra, o legado, o sujeito lendário, a efeméride, a gravadora.
Sem a Cogumelo Discos teríamos heavymetal no Brasil como o conhecemos?
O mainstream brasuca testemunhando o metal noventista q despontava. Resenhas.
Tiradas da Bizz #69, de abril de 1991 e q ñ tem o preço na minha capa, pq eu assinava. Editora Azul.
por Leopoldo Rey*, resenha de “Painkiller” (Judas Priest) “Os fãs vinham torcendo o nariz desde ‘Ram It Down’ (88), quando o Judas chegou até a mudar seus trajes de concerto. Depois, houve o processo judicial que tentava responsabilizar suas letras por induzir jovens ao suicídio. Parando para pensar, o grupo radicalizou em suas mudanças, trocando de produtor (Tom Allon por Chris Tsangarides) e acolhendo o baterista Scott Travis (ex-Racer X) por sua grande habilidade nos bumbos. O resultado foi um disco muito pesado, sem frescuras nem retoques: Rob Halford continua com a voz afiadíssima e as guitarras de K.K. Downing e Glenn Tipton travam ótimos duelos nos riffs e solos. Uma volta corajosa às suas origens heavy”.
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por Carlos Eduardo Miranda, resenha de “Addicted to Reality” (Overdose) “O quarteto mineiro Overdose manipula uma faca de dois gumes, que tanto pode atingir o alvo como ensangüentar as próprias mãos. Este LP é uma torta de hard rock recheada de metal, que às vezes consegue ser bem original – quando acerta no fermento – ou então embatumar completamente. Mesmo que essa moçada não saiba que raios seja isso, eles lembram um Van Der Graff Generator metalizado (nos bons momentos) e um Rush ou Deep Purple metido a besta (nos piores). Entre acertos e desacertos, ‘Addicted to Reality’ acaba parecendo bonzinho demais para os bangers e muito malvado para fãs do Bon Jovi“.
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idem Carlos Eduardo Miranda (C.E.M.), resenha de “Lights, Camera, Revolution” (Suicidal Tendencies) “Em tempos que se apregoam as ‘inovações’ do Living Colour e do Faith No More, grupos como o Suicidal Tendencies – que já vinham idealizando há tempos novas metas para o som pesado – acabam meio esquecidos. Na verdade, o formalismo violento deste quinteto californiano é muito mais coeso do que boa parte das invencionices das tais bandas da moda. ‘Lights…’ traz uma explosiva mistura de punk rock, hard funk e thrash metal, que tem momentos inigualáveis em faixas como “Alone” (uma pancadaria com alto teor pop), “Give It Revolution” (mix de funk com Black Sabbath) e “Gon’N Breakdown” (thrash com vocal rap). Uma paulada”.
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André Barcinski resenhando numa tacada só“Arise” (Sepultura), “Anarkophobia” (Ratos de Porão) e “First” (Volkana)
“O heavy brasileiro chega em 91 a uma fase em que o importante não é mais provar ao Primeiro Mundo que existe vida inteligente neste país miserável e sim consolidar uma posição de prestígio conquistada nos últimos anos com os trabalhos do Sepultura e do Ratos de Porão. As duas bandas já gravaram cinco LPs cada e saíram da fase amadorística há algum tempo. Chegou a hora de parar de ressaltar apenas o caráter de ‘desbravadores do mercado internacional de heavy‘ e começar a analisar mais séria e respeitosamente seus respectivos trabalhos.
A verdade é que tanto o Sepultura quanto os Ratos não podem ser comparados às bandas do primeiro escalão do thrash (Metallica, Slayer, Anthrax, Megadeth e Exodus). Mas têm condições de reinar no circuito mezzo-underground do segundo escalão, hoje dominado por bandas como Testament, Napalm Death e Voïvod. Seus últimos trabalhos mostram maturidade musical e produções bem cuidadas, no nível médio do thrash internacional.
‘Arise’ e ‘Anarkophobia’ são ótimos discos, mas quase não inovam. O Sepultura continua na linha inspirada no thrash alemão da metade da década passada, de bandas como Destruction e Kreator: introduções lentas e dedilhadas, vozes que ecoam com predições catastróficas. “Under Siege” e “Arise” lembram o Sepultura juvenil de ‘Morbid Visions’ (86), enquanto as letras passeiam pelos clichês death metal de morte, dor e agonia: ‘Sacrifício é prazer/quando a vida termina em dor’, canta Max em “Desperate Cry”.
Os Ratos de Porão têm como principal influência o hardcore de grupos como o G.B.H. e Exploited. Os temas de suas músicas são mais realistas, e suas letras mais diretas que as do Sepultura. A música dos Ratos funciona como um documentário sobre as misérias e os males da sociedade de consumo. Musicalmente, o grupo evoluiu: os solos estão melhores e mais elaborados, as músicas mais bem-acabadas. O progresso do baixista Jabá é de impressionar. João Gordo e sua voz gutural continuam sendo o melhor da banda, um dos raros vocalistas de thrash do mundo que conseguem ter suas palavras compreendidas em meio a milhões de decibéis.
Os trabalhos dos Ratos e do Sepultura andam dando bons frutos em sua terra natal. Seu sucesso começou a motivar bandas nacionais a lançarem discos com produções bem acabadas. É o caso de ‘First’, LP de estréia do grupo feminino Volkana. Riffs surpreendentes e passagens totalmente Metallica fazem um bom disco, apesar de alguns problemas com a vocalista Marielle. Se os tons agudos em thrash já soam meio fora de contexto em cantores como Joe Belladonna, do Anthrax, imagine como fica deslocada a boa voz de Marielle. Que isso não soe como machismo ou preconceito: Wendy O. Williams, a mensageira do caos dos Plasmatics, entende de pancadaria como poucos(as)”.
*Leopoldo Rey já era veterano na época. Vivo ainda, pelo q apurei. Tiozão grisalho e calvo, apresentava na então 97fm (sediada em Santo André) um programa de heavy metal até anterior ao “Comando Metal” (da 89fm) de Walcyr Challas, “Reynação”. Escrevia só sobre heavy metal na Bizz.
De tanto citar o “Fúria Metal Mtv” por aqui (ñ assim tanto, mais pra “de vez em quando”), fui procurar aquela abertura clássica.
Afinal, no You Tube costumava ter de tudo… menos vídeo do Zero Vision e a abertura clássica do “Fúria Metal” inteira, inteirona. Ou sem os caracteres intrusos aí abaixo. Mas tudo bem.
Daí eu lembrava q houve época de bandas tocando ao vivo no programa. Poucas e poucas vezes.
Krisiun, Korzus, Siecrist, Siegrid Ingrid, Overdose, Zero Vision… fuçando o You Tube descobri até o D.F.C., q se vi à época, esqueci completamente. Mas resolvi pinçar aqui o Dorsal Atlântica, à época lançando “Straight”. Segue:
Tinham baixista q viria a ser do Gangrena Gasosa depois. E legal vir o bônus da vinheta do programa de antes/depois dos intervalos. E se ñ me falha a memória, teve outro bloco com a banda tocando “Who Do You Think You Are?”. Q ñ encontrei.
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Daí, vou fuçar no whiplash, e eis q vejo notícia nova envolvendo Dorsal. Disco novo a caminho. Esquema crowdfunding de novo. E pegando uma onda de regionalismo brasuca?!?!
Pra quem curte heavy metal no Brasil e já está na casa dos 40, o nome Cogumelo Discos é uma grande referência. De pequena lojinha de discos e camisas de metal a selo reconhecido em todo o mundo, dominaram os anos 8o por estas plagas e ofereceram aos fanáticos algumas bandas e álbuns que ficaram na História.
Meus 10 preferidos do selo:
Sepultura: “Schizophrenia”
The Mist: “Phantasmagoria”
Mutilator: “Into the Strange”
Chakal: “Abominable Anno Domini”
The Mist: “The Hangman Tree”
Ratos De Porão: “Cada Dia Mais Sujo e Agressivo”
Attomica: “Disturbing the Noise”
Witchhammer: “Blood On the Rocks”
Psychic Possessor: “Toxic Diffusion”
Vulcano: “Bloody Vengeance”
bônus – Overdose: “Circus Of Death”
Me ative a lançamentos originais da Cogumelo e deixei de fora relançamentos de álbuns lançados originalmente por outros selos.
Como extra-bônus, citaria “Rotomusic De Liquidificapum” do Pato Fu, que por não ser metal não entrou entre os 10.