INOCENTES
Sesc Belenzinho, 24.11.23
28 músicas – ou uma intro + 28 músicas? – no meu 28⁰ show do ano. Nada mal.
Gosto de Inocentes, mas há muito tempo não ia a um show. Q me lembre, a última vez este blog sequer se cogitava existir: eram meados dos 90’s e os vi no Centro Cultural Vergueiro, com abertura do Volkana.
(Volkana. Ainda. Com Marielle. No. Vocal)
E os caras estão aí ainda. Beirando os 30 anos da formação “nova” Clemente/Ronaldo/Anselmo/Nonô. E não sabia o q esperar: nostalgia, bolor ou contundência?
Contundência ganhou.
Assim: trinca inicial impactante.
“Fechem os Olhos dos Jornais” abriu em playback. E tudo bem. Enquanto os sujeitos entravam na penumbra, com um giroflex de viatura policial (q ficou intacto durante a apresentação) dando o tom. Acaba o som – q é meio um hip hop pancadão – os 4 estão tapando os olhos. Brilhante.
Nada de “boa noite” ou “e aí?”: mandaram “Nada de Novo no Front”, em cima da pinta do massacre Israel – Palestina. Desnecessário legenda. Daí “A Cidade Não Pára” e “Nada Pode Nos Deter”, de retórica puramente Inocentes, tomaram forma.
Clemente só foi dar uma saudação antes de explicar “Lisa”, q já era sobre empoderamento feminino há tempos. E dedicar a amiga antiga presente. E dizer q não gostava de ficar explicando letras. Não precisa.
E pra quem conhece a banda, reitero: desnecessário. Baita letrista e cronista urbano, Clemente e a banda desfilaram repertório de todas as fases da banda – com exceção de “Estilhaços” (1992) – sendo plenamente compreendidos.
E passou de uma hora e meia o show. Tipo futebol com acréscimos, os caras não querendo sair. Pq pegaram o embalo no decorrer.
Clemente estava rouco, mas aos poucos “esquentou”. Continua não muito brilhante nos comentários e brincadeiras, mas q q tem?
A banda demonstrou o entrosamento de décadas, e gana. Destaco o baterista Nonô, meio “retão” pro meu gosto, mas preciso e sem esmorecer. Acho q por ele e Clemente, estavam tocando até agora.
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Ronaldo, q tinha visto mês passado no Roque Reverso, cantou “Eu Vou Ouvir Ramones” e ainda “Desequilíbrio”, quando Clemente desceu e entrou no meio da roda no público TOCANDO GUITARRA.
Esse foi o (alto) nível. Platéia envelhecida, muita criança (içadas ao palco quase no fim) presente – coisa q só o Sesc proporciona – som excelente e banda competente. Zero formulaicos ou burocráticos: como não curtir?
Problema técnico q estragou um pouco – e não a ponto de Clemente nos pedir desculpas – foram uns maus contatos no baixo, resolvido quando roadie trocou o tal cabeçote.
Teve brado pró-Palestina, teve “Pátria Amada” e “Pânico em SP”, “A Face de Deus” continua herética e recomendo conferir vídeos (só achei 2, segue um) no YouTube. Foi um puta show, a pretexto de lançarem um single novo (tocado) (e não disponível no merchan…), “Queima!”, mas foi bem mais q isso.
Inocentes é do tamanho do Ratos de Porão, só q ficou do tamanho da metrópole, provinciana e imensa a um só tempo. Contradições…
no set-list abaixo destaco sons pra quem quiser conhecer melhor e fazer uma playlist
Set-list: 1. “Fechem os Olhos dos Jornais” 2. “Nada de Novo no Front” 3. “A Cidade Não Pára” 4. “Nada Pode Nos Deter” 5. “Lisa” 6. “Rotina” 7. “Expresso Oriente” 8. “Garotos do Subúrbio” 9. “Ele Disse Não” 10. “A Face de Deus” 11. “Eu Vou Ouvir Ramones” 12. “São Paulo” (365) 13. “Aprendi a Odiar” 14. “Medo de Morrer” 15. “4 Segundos” 16. “Underground” 17. “Miséria e Fome” 18. “Nem Tudo Volta” 19. “Restos de Nada” (Restos de Nada) 20. “Desequilíbrio” (Restos de Nada) 21. “Escombros” 22. “Queima!” 23. “Cala a Boca” 24. “Pátria Amada” 25. “Pânico em SP” – bis: 26. “Quanto Vale a Liberdade?” (Cólera) 27. “Blitzkrieg Bop” (Ramones) 28. “I Fought the Law” (The Bobby Fuller Four/The Clash) 29. “Franzino Costela” (Sex Noise)
Colli
29 de novembro de 2023 @ 08:29
Não conheço a banda, mas fiquei com vontade de conhecer.
Esse som do video me lembrou Polícia do Titãs. Ou Titão me lembrou dessa música que ainda não conhecia? kkk
O com parecei estar muito bom.
André
29 de novembro de 2023 @ 11:36
Ótima resenha de praxe. Me deu vontade de estar lá. Mas, os sites de “róque e metau” preferem comentar a live do Tesouro com ex colega de banda podcaster tchapitchura.
André
29 de novembro de 2023 @ 11:37
“Ótima resenha de praxe.”
Parece resenha de álbum do Motorhead cometida pela Roadie Crew. Ato falho. Foi mal!
Marco Txuca
29 de novembro de 2023 @ 12:23
Não entendi se foi elogio esse último aparte, André.
Quanto à imprensa do metal, duas coisas: 1) Inocentes não é metal; 2) shows no Sesc Belenzinho não costumam ter “credenciamento de imprensa”. Sacou?
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Colli levantou uma baita coisa: em temos de Titãs Reunião/Pra Dizer Adeus é importante dizer q o Titãs do “Cabeça Dinossauro” é q se inspirou em Inocentes e nas Mercenárias.
O serviço foi tanto, q o próprio Branco Mello levou o Inocentes pra assinar com a Warner (selo dos Titãs à época) e ser co-produtor de “Pânico em SP”, o ep, com Pena Schmidt.
História.
Colli
29 de novembro de 2023 @ 17:43
Mas quando eu ouvi. Primeira coisa que pensei, foi: “Safadeza em Titãs?!!” ????
Jessiê
1 de dezembro de 2023 @ 20:47
Tenho pra mim que Inocentes é um lance bem paulistano (como muita coisa deste período), nunca aprofundei, acho Clemente é uma figura, mas às vezes meio sem nexo e ri de sei lá o que