30 anos do meu primeiro show do Krisiun. Ainda quarteto e anterior ao “BlackForceDomain”. Pessoal na fila, antes, falava “vc q é baterista, vai adorar o cara. É o baterista mais rápido do mundo” (sic).
Vi e não entendi nada. Lembro q era tudo um borrão só ahahah Mal e mal me recordo se foram a primeira banda, ou o TheMist, q só conhecia de propaganda na RockBrigade.
Teve o P.U.S., q eu já não curtia, mas iria dar uma chance. Todo mundo ali q conhecia tava lá pra ver a guitarrista gostosa, Syang, ainda Simone Death. Gostosa mesmo. E o vocalista namorado putaço com a atenção exclusiva a ela.
E tocaram “Seasons In the Abyss” (Slayer) sem solos. Fúria Metal passou como videoclipe por um tempo.
Fui pra ver o Volkana, até mais q o Kreator. Era fã e já tinha visto uns 3 shows delas, tinha o “First” em LP e babava pela baixista baixinha q tocava de meião e shortinho.
Rolou. E a foto consta no encarte do “Mindtrips“, lançado atrasado (produtor priorizou gravar LegiãoUrbana primeiro). E estranhei q era uma vocalista nova e q tinha uma segunda guitarrista.
Do Korzus lembro pouco. Lançavam “MassIllusion” (q eu tinha – ainda tenho – em LP), tentavam ser o Slayer brasileiro e provavelmente rolaram os mesmos papos demagogos do vocalista, exceto pedir trampo.
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Kreator atração principal, meu primeiro show do Kreator. Já conhecia “Renewal” pelo avesso, treinava airdrumming com ele. E do q lembro mais são 3 coisas:
Mille mandando “fuck the naziiiis” antes de “Europe After the Rain”
Ventor errando a parte grooveada em “Brainseed”. Passou no show melhores momentos na Mtv
uma hora em q as luzes se apagaram, mas não o som. A banda improvisou um blues enquanto arrumavam. Lembro de Mille entoando algum “Kreator in the darkness” ahahah
Ao final, mandou o apoteótico e proverbial “we will return”. E voltaram anos depois, numa quinta-feira à noite, pra lançar “Outcast” na Led Slay com abertura do Krisiun.
Já em trio e eu entendendo melhor. Outro papo, outra história.
Show no Sesc Belenzinho sempre bom. Um certo segmento do metal nacional parece estar descobrindo, aliás. Bons preço e horário, boas companhias (namorada + Leo e a Danni), algum merchan pra comprar (peguei o “Demon King”, do Chakal, no final) e nenhum tipo de rolê furado, tipo 5 ou 6 bandas de abertura – festival de tr00 – pra daí tocar a principal. Era só The Mist. Como foi em 2019.
Uma merda pq o som estava HORRÍVEL. Oscilou o tempo todo, da primeira à última nota. E provavelmente por incompetência do técnico de som da banda, já q o equipamento é do Sesc.
A coisa era tão flagrante, q entre o 3º e o 4º som, alguém atrás de nós berrou: “o som tá uma merda, arruma isso aí, ñ dá pra ouvir a guitarra” (sic). De fato, a guitarra era inaudível, fora nuns riffs de início e na parte dos solos, quando o sujeito pisava na pedaleira… e ficava alto demais!
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A banda estava alheia a isso; nitidamente se ouviam no palco. E estavam ensaiados, q bom. E a outra nota ambivalente da noite achei o pouco tempo de show: uma hora cravada, com o bis.
Vladimir Korg pra mim honra o status de lenda. Ñ q seja uma comparação, mas acho o sujeito mais carismático até q Carlos Vândalo, é o mendigo q Max Cavalera ñ consegue ser. E tão envolvido com a camisa de força q usava (e por cima, uma do Eskröta) e com a performance, q umas horas esquecia de cantar no microfone eheh ali como mero acessório. Ñ importa.
(tem o truque de cantar longe do mic tb quando falta voz, mas deixa quieto)
O guitarrista ñ era mais Jairo Guedz, nem o q gravou o ep recente, mas achei competente; o baixista é o fiel escudeiro, membro original, ajudou a agitar; o baterista achei meio fora. Às vezes, sem a pegada necessária (pode ter sido o som ruim), mas principalmente com uma bateria pequena à Lars Ulrich, sem profundidade de som nos tambores. Detalhe.
Sei q o Leo ficou putaço com o som, ele e um monte de gente. Monte de gente q era mais q o Eskröta, mas menos q o The Mist merece – umas 200 pessoas, se muito. Por outro lado, todo mundo muito fã. E majoritariamente velha guarda, exceto o “Lorenzo Black Force Dominho”, de novo ali presente. E ñ acho q faltou divulgação.
Ao final, Korg, o baixista e o guitarrista (tvz tb o baterista) desceram e ficaram trocando idéia com o público. Underground ñ é fuleiragem, marketing se faz assim tb. Korg ñ estava muito comunicativo entre os sons, mas estava bastante emocionado pela 2ª vez ali e soou sincero.
Uma divagação: num dos sons (antigos) consegui perceber influência de Mercyful Fate. As músicas mais novas combinaram com as antigas, o truque do paninho em “Hate” funcionou bem de novo, e foi isso.
Um bom show – pq os caras teriam q estar muito zoados pra fazer um ruim – mas tb uma merda pq o som estava uma merda.
Bandas q acabam e uma hora voltam é coisa mais q freqüente. O q ñ acontece tanto são voltas com discos novos. De todo modo, ao voltarem com discos novos, estes ficam sujeitos a julgamentos, apreciativos ou ñ, e nem sempre vejo comparações com os então últimos trabalhos lançados.
A lista hoje é sobre “ex últimos álbuns”. A lista da próxima sebunda-feira será complementar.
10 MELHORES EX ÚLTIMOS ÁLBUNS DE BANDA: [corrigido]
“Album Of the Year”, Faith No More
“Vanity/Nemesis”, Celtic Frost
“Aftertaste”, Helmet
“Swan Song”, Carcass
“Elements”, Atheist
“Force Of Habit”, Exodus
“U.S.A.”, King Crimson
“Spheres”, Pestilence
“Heal”, Sacred Reich
“The Cult”, The Cult
OBS: valem apenas álbuns, ex-últimos álbuns, de bandas q voltaram com discos. Coroner voltou, mas nada lançou (ainda), ñ conta; idem The Mist; Pungent Stench aparentemente voltou, mas o “disco da volta” na verdade era um disco ñ lançado muito tempo atrás
Foi uma noite realmente underground. Pelas bandas e pelo público: ñ devia ter mais q 50 pessoas pra ver Funeratus e Obskure. Q nem pano de fundo (backdrop é o caralho) ostentaram. Provavelmente ñ têm, ñ pq esqueceram.
Por outro lado, a “puta estrutura”, como disse o vocal do Funeratus. Som impecável, luzes, horário decente (início pontual às 21h30min), banheiros limpos e lanchonete com salgados, sanduíches e bebidas (inclusive alcoólicas) à disposição, em preços módicos. Lugares pra sentar, pra tiozões como eu, tb contam.
Pior pros metaleiros dorme sujo e mochilinha na porta, q (ainda) preferem ficar bebendo no boteco fora ou tentar entrar com garrafa de vinho de plástico enrustida. A realidade desse Sesc abraçar o underground do metal brasileiro pede outra postura.
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Neste ano desgracento de 2019, já tenho 17 shows idos, vários em Sescs. Ratos de Porão + Surra (2 noites) e Krisiun (idem), no Sesc Pompéia, onde vi tb Lacerated And Carbonized abrir pro Ektomorf; Mutilator, The Mist e agora Funeratus + Obskura no Sesc Belenzinho. Tudo a TRINTA REAIS. Com direito a meia, SEM MIGUÉ nem COTA. Com direito a quem possuir a carteirinha da instituição a pagar NOVE REAIS pra entrar.
Tem q ser muito pau no cu pra continuar indo nos rolês falidos e eventos de ex bandas, como Sepultura, Angra (inaugurando filão de “tributos a André Matos”), Korzus (ñ fui ver Onslaught outro dia por causa deles) e Detonator.
Sei lá. Minha opinião.
Fui ao show por acreditar q minha presença ajudará a continuidade desse tipo de show extremo (aliás, planejado Test + Deafkids em 22.11; aliás mais: Nervosa dia 2.11 no Pompéia; aliás ainda mais: Krisiun tocou no Sesc Bom Retiro no último 23.10). E sem conhecer nada das bandas.
Show à moda antiga.
Do Funeratus, já tinha maiores informações. E curti. Na comparação com o Krisiun, soam mais rústicos, ñ tão precisos. E tudo bem. Por outro lado, achei o vocalista (aliás, tb baixista; aliás, tb toca pra caralho) muito foda. Muito agradecidos pela oportunidade, ñ desperdiçaram a chance de tocar com som bom; o único senão, jogo o papo meio besta de falar em “irmandade do metal”, “hail brothers” e essas caricaturas, q poderiam ser melhor elaboradas. Até apresentar a banda soaria melhor.
Mas é o underground, e o underground às vezes ñ sai das bandas. Outro ponto negativo, mas positivo: tocaram meia hora só, respeitando a noite e o Obskure, headliner. Mas uma puta meia hora.
Tinham cds (são 3) e umas baitas camisetas pra vender.
Já o Obskure, em q pese anunciarem comemoração de “30 anos de banda” (marketing q ñ curto – quantos desses realmente ativos?) e virem com formação inchada (sexteto) e som decente etc. ñ me agradou.
“Death metal melódico” tentando ir numa praia dimmuborgeana. Nada contra, mas em banda com duas guitarras (cometendo alguns riffs bacanas), um teclado ficou exagerado. A ponto do amigo Eric uma hora zoar, me perguntando se era o “caminhão de gás passando” ahahah
O vocalista era mais articulado na hora de falar entre os sons, mas me incomodou q parecia o vocal d’O Rappa ahah Exagerou um pouco uma hora, puxando do bolso lista com bando de gente pra agradecer. Agradeceu ao Krisiun, q aparentemente indicou os caras pra tocarem lá.
Disse ainda o vocal q a última vez deles por aqui tinha sido em 2008, numa “metal battle” pro Wacken. De certo modo, faz sentido: banda mais lapidada, com preocupação com figurino e tudo e som até mais acessível. Músicas q mais curti foram as 2 últimas: a penúltima, sem o teclado e com um dos guitarristas (o antigo vocalista) fazendo. A última, uma versão bizarra pra “The Wizard”. Aquela.
Compareceram. Representaram. E tb tocaram pouco; no máximo 1h. Eram 23:15 e já estávamos eu e o Eric no metrô (q fica a 10min do Sesc). Mas foi bom. Foi honesto e foi de novo prova de q ñ dá mais pra ficar vivendo de Sepultura (aliás, nenhuma camiseta), Angra, Korzus e Detonator. Ou de eventos suspeitos e de mesmíssimas bandas natimortas de abertura.
Vou a todo evento assim q tiver de metal extremo. As bandas merecem e o público fará por merecer tb. De minha parte, sei q mereço ir a evento underground q ñ seja picareta ou meia boca.
Frontman é um negócio singular: geralmente são gente carismática, q nos faz querer ir a um show. Querer comprar um dvd, assistir a um show no YouTube. No caso dos mais ilustres – Ozzy, Bruce, Halford, Araya, Axl, Grohl – encarnam um ideal de vocalista, artista, pessoa.
A gente gostaria de ser aquilo q achamos q eles são. Ter a vida q eles supostamente têm: causam a vontade de querer traçar as groupies (no caso dos mais “macho alfa”) q eles (supostamente) traçam. Distribuir senha, rodar a fila.
Vladimir Korg é um tipo de frontman q encarna o fã q está no público. Age e reage como fosse um de nós em cima do palco. Zoeiro, desencanado e sem noção. Doidão, no melhor sentido. O cara é foda, e ter assistido The Mist no último sábado foi 80% vê-lo soberano no palco. Até chupar bala oferecida por alguém, rolou.
Momento memorável (vídeo abaixo): quando pegou o celular de alguém q filmava e filmou o palco durante o som!
Visualmente, é um mendigão metaleiro. Ñ um Antonio Conselheiro, como Carlos Vândalo, um mendigão metaleiro de boa, do bem, q troca idéia com todo mundo, toma uns goró e ñ enche o saco. Trocou idéia com todo mundo no fim, como toda a banda, q desceu pra selfies (minha namorada tirou uma com ele), autografar Lps (cheio de tiozões com “The Hangman Tree”), trocar idéia, dar risada, agradecer a presença.
O show?
1h15min duma banda afiada e se divertindo. Tirando onda com o “baixista novo”, “estagiário”, “pequeno gafanhoto”, q fora mais novo, toca muito. Visivelmente emocionados com o tanto de gente presente; ñ cansavam de agradecer. Jairo Guedes exalando simpatia e demonstrando alguma articulação ao microfone q Korg deixava pra lá. O baterista meio dando enquadre pros caras, avisando próximas músicas, controlando o tempo etc.
Nenhum cover. Só música deles. Incluída “Hate”, do “Ashes to Ashes, Dust to Dust”.
Admito nunca ter sido familiarizado com os discos: tenho só os 2 primeiros, comprados há ñ muito, dos relançamentos remasterizados digipack. E fiz a lição de casa sábado à tarde: ouvi os dois. E atesto estarem soando melhores ao vivo.
Pq o zeitgeist atual é de equipamento melhor, lugar melhor pra show (dificilmente tem som ruim em Sesc), público menos fuleiro (apesar duns “metaleiros mochilinha” queima filme por ali), merchan bacana à venda e duns caras certamente amadurecidos e levando melhor tudo. Ñ cheguei a reconhecer som – o único q pareceu q eu sabia, ñ foi – mas entrei na onda e curti demais.
Informação q obtive dum conhecido, promotor de show, q lá esteve: q os caras ñ estariam com gás pra disco novo, mais voltando pra curtir, fazer shows, usufruir. Pena, pois diferentemente do Mutilator o The Mist está mais articulado q muita banda brasileira.
Q muita banda brasileira q nunca parou. E q tb nunca decolou.
Zero afetação, nenhum estrelismo ou saudosismo fuleiro, produção de palco e adereços (espantalho, banners + faixa “hate”) profissas, público ávido e potencial: o amigo Jessiê já tinha cantado essa, os caras conquistam até quem ñ os conhecia. Dica: tiver The Mist por perto pros amigos, vejam!
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Set-list: 1. “Barbed Wire Land (At War)” 2. “Phantasmagoria” 3. “Peter Pan Agains the World” 4. “Smiles, Tears And Chaos” 5. “Scarecrow” 6. “The Hell Where Angels Live” 7. “My Life is An Eternal Dark Room” 8. “My Pain” 9. “Hate” 10. “The Hangman Tree (Epilogue)” 11. “Falling Into My Inner Abyss” 12. “The Hangman Tree (Act One)” 13. “Like A Bad Song” 14. “The Enemy”
Apesar de ter já uma pá de anos que estou erradicado no Sul (primeiro em Curitiba, definitivamente em Joinville), não estou muito inteirado com a cena metálica joinvilense, já que aqui potencialmente todo mundo é banger e em toda esquina tem um Varg Vikernes, além de toda mulher – de menina a vovó – ter piercings por todo lado e tatuagens (muitas) nem um pouco amistosas (nada de florzinhas e afins), além de ruivas (naturalíssimas) de olhos verdes, em botas altíssimas com sobretudo preto…
Pelo que fiquei sabendo, foi o primeiro evento deste porte na cidade, mas Santa Catarina tem outros festivais (um bem conhecido é em Rio Negrinho, aqui próximo) e o Sul, desde que me entendo por gente, tem uma forte cena de metal extremo, principalmente Black Metal e afins.
O lugar escolhido é muito próximo da minha casa (paguei 6 reais no Uber à uma da manhã pra voltar): um parque “público” terceirizado, onde tem um complexo para eventos e praticamente todos os finais de semana rolam eventos como feiras, festas temáticas e até mesmo casamentos e aniversários de abastados (nos salões menores). Mas é também onde levo meus filhos aos finais de semana para andar de bike. Prosaico, sossegado, seguro e bem cuidado.
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Fui esperando aquela “turma do barulho” com camisetas do Guns/Ramones estilizadas e, ultimamente, também do Motörhead. Tentei também não ter spoilers das bandas. Paguei o ingresso (170 reais na porta + 1kg de não perecível) e fui de peito aberto para 12 – doze! – horas de metal prometido. Mas não me deparei com tais vestimentas: a maioria era composta por thrash oitentista de segunda e terceira divisões e death/black. Nada de Sepultura, Metallica ou Iron Maiden. Estava tranquilo com a minha “Slayer” de estimação.
Cheguei às 14:10, com facilidade de estacionamento e na entrada me espantei em saber que o show já havia começado com o Violent Curse (só consegui saber nos agradecimentos, pois o logo não permitia entendimento para incautos) de São Bento do Sul, cidade vizinha, com umas 200 pessoas – talvez mais – assistindo. Thrash metal oitentista, como o nome entrega, meio acanhados e perdidos no palco, com umas atravessadas, microfonias e afins. Mas um som honesto e dentro da proposta. Achei válido e teve minha atenção. Se divertiram e teve uma galera na frente retribuindo. Foi rápido: 30 minutos (e perdi 10). Acabou e desci – o show ficava no 1º andar, com uma grande escada, mais escada rolante e elevador; ótima acessibilidade e vários cadeirantes, muletantes e afins – para comprar a primeira cerveja.
Por falar em cerveja: aqui não existem ambevianas, na verdade até que existe mas não faz a cabeça da galera: o esquema é chopp artesanal e cervejas regionais, no caso a ótima Opa (“vovô” em alemão). A Opa era 6 reais e o chopp ardidos 12, apesar de que era ótimo e muito forte. Optei pelo chopp no início.
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Subi e já tinha rolado uns 10 minutos da segunda banda; aí fui entender que não tinha intervalo entre os shows, pois como eram 2 palcos (um ao lado do outro, sem distinção de tamanho ou importância), acabava um e emendava o outro. Putz!
A banda era a curitibana Semblant, que no início não curti (death metal melódico com vocalista feminina atraente e vocal masculino fazendo contraponto), mas na 3ª música melhorou demais, com o vocalista simpático e a mina performática, em dancinha pra lá de sensual nos riffs e solos e bom timbre. Curti bastante e é nítida a experiência, a comunicação com o público e o preenchimento do palco com 7 pessoas duma forma natural e que fluía. Me interessei, e no espaço das lojinhas tinha muito material à venda (cds, moletons, bandanas, vinil) e pra minha surpresa tinha participação do David Ellefson (não lembro se era a produção) e do selo dele. Não comprei nada (40 pilas o cd), mas me interessei.
Veio o Symmetria (daqui de Joinville) com um som mais pro lado do melódico (não tipo Angra, mais pra Helloween old) e o vocalista me lembrou o Dio no jeito de cantar, entonação e até no estilo, quando leva o primeiro e único (que ouvi) cover da noite, “Heaven And Hell”, que me fez ficar cantando no íntimo a noite toda, atrapalhando a concentração. Tudo muito morno, que refletia na galera, exceto no cover – e mais pela música que pela execução.
Na seqüência, outra local: Flesh Grinder. Banda que vem desde os anos 90 com um grindCarcassold, rápido, brutal e puro gore. No início, achei tudo tosco e embolado (talvez até como proposta mesmo), mas engrenou e foi a primeira banda que pôs a galera para ‘dançar’ e o negócio começou a tomar jeito e ficar animado. Peguei uma cerveja na animação. Não é meu som, mas foi divertido.
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Aí veio o paulista Huey, que nunca tinha ouvido falar e com uma proposta ousada, um som trampado com 3 (três) guitarristas, com toques de Helmet,prog e vez ou outra me lembrando a estrutura das músicas do Opeth (bem de longe). Fiquei esperando vocal entrar para ver como soaria, já que o som tava massa e… nada. Instrumental!!! Me deu uma broxada, mas é legal, só não teria saco para um hora de show. Não é minha praia. Me desinteressei rápido, mas curti hahaha
Como levei meu filho de 5 anos, ele também se encheu do instrumental e pediu para comer. Descemos e enquanto esperávamos a batatinha, ele me laçou questões filosóficas tais como: “por que nem todos estavam de preto? (como ousam?)”, “por que roqueiro usa cabelo comprido?”, “por que tinha flores lá se era um show de metaal, que é a música das trevas?”. Ele se encheu e, junto com a batatinha, pediu para ir embora. Entre ligar para a mãe buscar e ficar esperando ele comer, perdi uma pá de bandas, como o tal Tuatha de Danann, que nunca ouvi mas odeio.
Mas ouvi um cara reclamando que a galera do metal é incompreensiva e fica de longe olhando com desprezo, e nem para fazer uma roda folk… Putz! Que bom que eu perdi.
Quando subi os paranaenses black metalBlackmass (corpsepaint e tudo) já tavam detonando Jesus Cristo e afins, rolando odes a Satanás entre a galera (tinha muuuita gente curtindo), mas tudo meio discreto. Galera do black metal é muito instrospectiva e espiritual, ao que parece. Pelo pouco que ouvi, foi até legal.
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Daí eis que o negócio ficou sério com a trinca The Mist, Gangrena Gasosa e RDP. Foi animal, insano, excruciante. Fiquei morto, esgotado. E impressionado com o The Mist, muito bom o show. Porrada! Rápido, excelente conexão com a galera e o pau quebrou na roda. Curti tanto que vou me atualizar com o som dos caras. Bem ensaiado, bem tocado e, ao que parece, era a estréia do baixista.
Sobre o Gangrena, achei que o Txuca tinha exagerado no post [em 03.04.18] porque nos 90 não curtia tanto (médio). Mas é insanamente bom! A melhor banda ao vivo hoje no país! Nível de show do Ratos nos melhores dias. Galera conhece os novos sons, empolgantes, engraçado, tudo muito louco. É tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo que você nem vê o tempo passar. Só precisa cuidar pra nenhum Exu te jogar no chão. Ficou todo mundo possuído, foi sensacional!! Me lembrou o pique do Raimundos no início, aquela loucura contagiante e aqueles shows vibrantes. Se não viu, veja urgente. Aproveitei e comprei o cd novo e o dvd duplo por meros 20 reais.
Vendeu que nem água (que custava 5).
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O Ratos também fez um showzaço. Turnê de 30 anos do “Brasil”, que por si só já é espetacular. Gordo parecendo o Papai Noel, com uma barriga enorme (circunferência abdominal, não gordo como antes), mas simpático e sorridente. Totalmente indignado contra o Bozo. Entremeando discursos politizados e atualizações nas músicas de 30 anos (mudando pouco, de tão atual). Em torno de 70 minutos, sem tempo nem para tomar um ar. Foda! Foda mesmo.
Em determinado momento vazou um som do palco ao lado e ele disse “pára, pára! Música ruim do caralho”. Era o Shaman hahah. Só um conselho: se curte Ratos, procure os shows. Gordo não agüenta mais: mal se movia e está baqueado e desanimado com a porra toda. Mas canta com a mesma ferocidade de sempre.
Descansei no Shaman e nem sei quem era o vocalista. O som tava uma merda de embolado e uma choradeira no piano me fez pensar que era o André. Mas não cravo e nem me importo. O problema é que foi longo pra caralho! Tinha black metal espalhado por todo o espaço, dormindo ou chapados esperando o Rotting Christ. Devem ter sido duas horas de show. PQP! O Ratos devia ter o dobro de pessoas, pelo que vi rapidamente quando fui pegar uma cerveja; e eram espectadores em um teatro, imóveis. Bah!!
Até que veio o Rotting Christ, que me lembro de ouvir nos 90 com black metal clássico da época. Me surpreendi com a qualidade de som dos gregos. Climático, bem executado, pesado, lento. Em nada lembra a banda da minha memória, está mais próximo do que a nova leva de black metal faz (tipo Dimmu Borgir). Showzaço, curti tanto que vou atrás pra me inteirar. E foi nítido que a galera veio para vê-los: tinha mais camisetas deles no show do que das outras bandas. Galera cantando, concentrada, pedindo música pelo nome. Alguns nitidamente emocionados. Foi muito bom.
Já era uma da manhã e não aguentei mais, fui embora antes de acabar. Estava morto, e nem vi o restante das bandas (parece que faltava apenas o Motorocker).
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Chamou minha atenção o envelhecimento da galera: maioria entre 25 e 35 anos, menor quantidade entre 18 e 25 anos. Pouquíssimos abaixo de 18 (era totalmente permitido qualquer idade) e bastante os acima de 35. Também me impressionou a educação da galera – nego mal te encosta e pede mil desculpas – organização fora do comum (climatizado, ninguém fumava no ambiente, banheiros limpíssimos, cerveja geladíssima, latinhas no lixo e mesmo assim várias pessoas fazendo a limpeza), comida gostosa, variada e rápida; pontualidade das apresentações; seguranças cortezes e de enfeite, de tão comportada e ordeira a horda. Palcos e sons fora do comum. Tudo muito impressionante e um espaço que merece diversos repetecos. Devia ter umas 2000 pessoas, tranquilamente.
Dormi até às 15h do domingo e ainda estou sentindo o ciático.