Gênero musical preferido: Heavy Metal tradicional, Thrash, Black e Death Metal, com especial apreço pela produção oitentista.
Ouve rock desde: 2002, quando comecei a assistir à saudosa MTV Brasil. A porta de entrada foi o vídeo de “One”, do Metallica, visto ao acaso – como são as grandes descobertas, afinal. Logo percebi que emissora tinha mais a oferecer em termos de humor do que de música, vide Hermes & Renato e RockGol, mas o pontapé inicial foi indispensável.
Disco que mudou sua vida: Não foi um disco, foi um vídeo, direto dos primórdios do YouTube: Malmsteen tocando “Blue”. Vá lá que é uma peça menor no cancioneiro do guitarrista sueco, mas, para um moleque de 14 anos que estava se iniciando na guitarra, ver todos aqueles arpejos, palhetadas, sweeps, harmônicos, bends e tudo o mais era o que de mais absurdo poderia existir na face da Terra.
Disco que mais ouviu na vida: Empate triplo entre “Reign in Blood” (Slayer), “Master of Puppets” (Metallica) e “Painkiller” (Judas Priest). Por um critério matemático simples, a duração do artefato, talvez o do Slayer vença haha
Primeiro disco que comprou: “… And Justice for All” e “Black Album”, ambos do Metallica, adquiridos em uma unidade da Drogaria Danielli (!)
Último disco que comprou: Em formato físico, provavelmente “The Devil You Know” (Black Sabbath). O ingresso no ensino superior mudou radicalmente minha alocação de recursos e espaços, com os livros substituindo pari passu os CDs. Se vale formato digital: “Secret of the Runes” (Therion). Sou catecúmeno na horda, e o petardo pareceu uma boa porta de entrada.
Top 5 discos Ilha Deserta:
Bathory – “Hammerheart”
Metallica – “Ride the Lightning”
Judas Priest – “Defenders of the Faith”
Mercyful Fate – “Don’t Break the Oath”
Black Sabbath – “Black Sabbath”
Top 5 bandas: Judas Priest, Bathory, Metallica, Accept e Black Sabbath. Como sou prolixo, me permito a menção honrosa a Slayer, Venom e Manowar haha.
Top 3 melhores shows que já viu ao vivo: Meu repertório de shows de bandas de grande porte é dos mais pobres, de modo que cito apenas aquele que brilha sobre os demais: Accept no Monsters of Rock 2015. Em todo caso, minhas melhores memórias são daqueles “festivais-tranqueiragem” em botequins ou pequenas casas que frequentava lá por 2005 e 2006. Nada supera a expectativa e apreço sem filtro típicos da idade juvenil.
Música que seria a abertura de seu próprio programa de rádio: Metallica – “Whiplash”.
Música pra tocar no meu velório: Seguidor das ideias da García Marquéz a respeito de celebrações fúnebres, proponho medley dos mais insólitos: Hino da Sociedade Esportiva Palmeiras, “Cinema Paradiso” (Andrea e Ennio Morricone) e, para fechar e fazer todos voltarem às suas casas mais leves, “Hot for Teacher” (Van Halen).
Não entendo como conseguem gostar de: Essa me pegou, mas de bate pronto respondo bandas genéricas de Metal Melódico, em particular aquelas egressas de nossa safra e que tiveram seu auge no início dos anos 2000.
Já tocou em alguma banda: Durante o ensino médio, entre 2004 e 2006, fui, talvez, um guitarrista de algum talento, ganhei alguns prêmios e toquei num sem-número de bandas e projetos, mas nenhum de grande alcance haha. Dos mais dignos de nota: Barbaria, que gravou uns dois ou três discos depois de minha saída; Mercy Scream (Mercyful Fate & King Diamond cover), com a qual dividi palco com “baluartes” da cena pátria como Torture Squad e Claustrofobia, e Red Hunter, a primeira de todas, com amigos de escola e com a qual cometi as primeiras músicas autorais. Em todo caso, não toco ao vivo desde 2009, e, desde o ingresso no doutorado, sequer encosto na minha guitarra.
Além de rock, curto muito: Música instrumental em geral, com particular apreço por trilhas de filmes (Morricone, Vangelis, Zimmer, Poledouris, Goldsmith etc), animes (Yokoyama e Yamashirogumi) e videogames (Kirkhope e Kondo, sobretudo).
Maior decepção musical: Posso me confessar decepcionado, mas não surpreso, com atitudes de músicos que costumava admirar – que vão de mudanças sonoras claramente motivadas por razões mercadológicas a invasões de sedes de governo federal de países da América do Norte. Mas, e sem querer parecer elitista, o que mais me decepciona é a estreiteza de visão do metaleiro tupiniquim médio – que vai da boçalidade política à preguiça de ficar ouvindo, apenas e tão somente, “Fear of the Dark” a vida toda.
Indique 3 bandas novas: Velho (ops!): Black Metal carioca de pura desgraça; Batushka: Black Metal polaco dos mais originais, mas que infelizmente já sofreu seu cisma (ops!) e Ex Deo, Death Metal com toques épicos e uma inspiração bardólatra em história romana que meu coração não pôde resistir haha.
LP, CD, mp3 ou streaming: Pelas razões supracitadas, mp3, mas confesso que hoje em dia escuto coisas, novas e antigas, principalmente pelo YouTube.
Fui à Galeria do Rock sábado pra comprar remédios tarja preta cd’s e digo q em 32 anos freqüentando o lugar, foi a primeira vez em q saí estressado dali.
Muita gente aglomerada sem noção, vendedores tr00 teimando formação de banda com cliente, ao invés de me atender os q chegavam, o q dá pra entender pelo aspecto da carência: pessoal tá querendo se reencontrar, bater papo, ficar circulando por ali.
Pelo lado da vacinação, por mais q uns passa-panistas digam q quem está imunizado ñ vai se infectar com os antivax, fica difícil saber se quem está indo ali realmente tomou vacina. Sei lá, a idéia era achar os cd’s [comprei “Persona Non Grata” (Exodus), “Requiem” (Bathory), “One Foot In Hell” (Cirith Ungol) e “Echoes Of the Soul” (Crypta)] e rancar fora.
Acho q andei acostumado é mais ao lugar às traças, q daria pra pegar umas coisas, papear na SoWhat um pouco e vazar. Mas um dos caras da SoWhat estava todo empolgado (veio falar comigo no corredor) dizendo q as minas do Crypta andaram por ali na sexta, “comprando roupas”. E q a guitarrista “é alta pra caramba”.
Devia estar falando da holandesa.
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Mas a idéia aqui é contar duas histórias ocorridas/relatadas, entre o risível e o lamentável e comprovadoras dum certo darwinismo em curso:
1. na última loja em q fui, Rock Machine, peguei o Exodus. A 40 covids. Estava com a sacola da SoWhat e o vendedor simplesmente a pegou e tirou os outros cd’s de dentro, pra ver quanto o concorrente estava cobrando cada um.
Muito tempo atrás, fui intimado por bangers, q me “pediram” pra ver os então lp’s do Ramones, Volkana e Golpe de Estado q havia recém-comprado. Nunca tinha sido intimado por VENDEDOR!
Troquei essa impressão com o Leo, q foi pragmático: “por q esse sujeito ñ entra no site da outra loja pra ver o quanto andam cobrando?”. Ao q me ocorreu responder: “e quem é q diz q esse sujeito sabe usar internet?”
É o q me parece.
Concorrência selvagem. Desespero.
2. na galeria vizinha, Galeria Presidente (q alguns poucos, há uns anos, chamavam – nada a ver – de “Galeria do Reggae”) subi ao primeiro andar pra fuçar na Velvet, dum cara lá ex-colunista da Bizz e meio metido, mas q faz umas promoções de cd a 20 covids. Velvet estava fechada, com aviso (à moda Adoniran) de q voltaria a funcionar só terça-feira, 23. Tranquilo.
Olhei um pouco ao lado, encontrei a Zoyd, loja antiga. Q vende música eletrônica e gótica oitentista séries B, C, D e várzea. Estranhamente ñ no mesmo lugar. Tinha mudado pra loja vizinha, à esquerda. E aí entra a história.
Dentro, o dono choramingava com um casal de clientes (amigos?) q ñ sabia mais o q fazer, pois estava perdendo clientes por ter mudado a loja. Mudado a loja pra loja ao lado.
Aparentemente, por dar pra ver da rua a “antiga” Zoyd, as pessoas a viam aberta ou fechada e subiam ou ñ pra lá. Como ñ dá pra ver mais lá do térreo, pessoas andam supondo q faliu e ñ sobem. Ñ sabem q está lá ainda.
Mas o “ñ saber mais o q fazer” é q achei péssimo. Surreal. Sujeito certamente ñ tem uma página da loja no Instagram, um perfil pessoal ou comercial no Facebook e claramente muito menos um grupo de clientes (amigos?) no WhatsApp.
E obviamente ñ “ponhou um recado na porta” (sic) antiga.
Quer dizer: até deu dó. E ñ me achei íntimo pra dar palpite. Mas, caralho, como é q um sujeito desse ainda tem um loja? Se ñ falir nos próximos meses, como faço pra indicar a Nobel de Economia?
Detalhe outro: enquanto estive fuçando ali (ñ levei nada), o cara estava colando com fita durex a maquininha amarela de cartão, q tinha soltado alguma aresta. Melancolia demais.
Historinha até conhecida, envolvendo o Bathory e o Artillery:
Consta q em 1986, Quorthon escreveu pra Carsten Nielsen, baterista dos dinamarqueses, perguntando se o mesmo ñ estaria interessado em entrar pro Bathory. Nielsen teria respondido [imagino q tb por carta] q ele pensava q o Artillery se tornaria uma banda dez vezes maior q o Bathory, recusando assim a oferta de “modo gentil mas firme”.
Shaun LaCanne é um estadunidense do Wisconsin e sua banda é o Putrid Pile.
(pra quem é mais antigo: é a Putrid Pile)
Q a pesquisa básica no Metal Archieves encontrou em sua página 6 discos lançados, desde 2000. O mais recente, do ano passado, é “Revel In Lunacy”.
Traz ainda q a inspiração pra montar a banda veio quando Shaun assistiu ao show dum outro Shawn, Whitaker, q à época era tb uma banda dum cara só (atualmente ñ mais), o Insidious Decrepancy.
Legado é isso, caralho.
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Fico divagando aqui, por outro lado, Dave Mustaine, James Hetfield e Peter Tägtgren assistindo isto no conforto de suas torres de marfim e epifaneando: “por q é q ñ pensei nisso antes?”
Jeff Waters, vulgo Annihilator, lá do Watersound Studios (provavelmente o quarto dele), deve ter visto tb, rachado de rir e falado alto “eu já fazia isso quando vc ainda ouvia Nickelblargh, seu millenial”.
(Só q ñ ao vivo. Ainda)
Estivesse vivo ainda, Quorthon certamente veria como finalmente aceitar aquele caminhão de dinheiro por uma turnê do Bathory comemorativa, 3 primeiros opus e na ordem. SQN.
Seriamente falando: nem achei essa maravilha toda. Mas achei muito foda a coragem e a estrutura em fazer esse tipo de coisa. Fora divertido e verdadeiramente misantrópico. Em tempo: o show inteiro nesse festival da República Tcheca consta como dvd oficial da banda.
Ou do cara.
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Tivesse eu condições pra tal – ou uns 20 anos menos – faria algo assim tb e aproveitaria um solo de bateria programada duns 10 minutos pra dar stage diving na galera ahahah
Cobertor curto é aquela história: ou cobre os pés ou a cabeça.
Dito de outro modo: cada um puxa o assunto pra onde convém. Assim.
Aparece em meu Instagrampost da Cogumelo Records saudando (ñ os condeno por isso) o fato do Sarcófago ter aparecido numa lista de “50 maiores bandas cult do metal em todos os tempos”.
Uma lista sem maiores explicações – meio conveniente à pauta ahah – em q a banda de Gegê e Antichrist é listada junto de Bathory, Treponem Pal, Amebix, Nashville Pussy (!?), Cop Shoot Cop, The Young Gods (uau), Fudge Tunnel, Yakuza, Satan, Necrophagist e mais 39 outras formações.
Tem lá uma playlist contendo 1 som de cada banda.
“Satanic Lust” comparece pelos mineiros. “The Black Box”, pelo Treponem Pal; “Envoyé”, pelo TYG.
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Por um lado outro de importância ou desimportância, aposto q se o amigo Jessiê contatar Geraldo Minelli pra comentar, sujeito deverá mandar um “q Bathory é esse aí, nunca ouvi falar” ahahahah