Post daqueles tipo “querido diário”, inevitáveis nalguns momentos, mas q sinto meio vergonha em cometer.
Mas enfim.
Descobri um sebo no centro da cidade (próximo à Pça da Sé) vendendo uns cd’s usados, ORIGINAIS, importados, mas sem caixinha nem encarte. Por 3 reais cada.
Dei uma vacilada em ñ pegar um do Darkthrone q vi só semana passada lá (o “F.O.A.D.”), mas voltei pra pegar o “Noise For Music’s Sake” do Napalm Death (q é duplo), um antigão do Killing Joke (“Fire Dances”) e o cd solo – bem mais ou menos – dum dos guitarristas do Rammstein, Richard Z. Kruspe.
Paguei 12 reais em tudo!
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Um dos donos é meio truzão, tiozão grisalho com camiseta de banda black ou death q jamais ouvi falar (e de q nem lembro, pra citar por aqui), mas ñ tive as manhas de perguntar o porquê do monte de cd’s nessas condições (o do Kruspe, “Emigrate”, vi na Galeria a 35 conto. Q bão q ñ gastei isso!), q tb incluem várias cópias do “Houses Of the Holy” (Led Zeppelin), de Jeff Healey e Pat Metheny e uma coletânea do The Cult, fora outra do Black Sabbath.
Insisto: nenhum dos cd’s é pirata, e constam em bom estado (um pouco riscados por estarem embalados em plástico, mas beleza). Como explicar o fenômeno?
sons: RAM IT DOWN * / HEAVY METAL * / LOVE ZONE / COME AND GET IT / HARD AS IRON * / BLOOD RED SKIES / I’M A ROCKER * / JOHNNY B.GOODE [Chuck Berry] * / LOVE YOU TO DEATH / MONSTERS OF ROCK
formação: Rob Halford (vocals), Glenn Tipton (guitar), K.K. Downing (guitar), Ian Hill (bass), Dave Holland (drums)
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“Stained Class”, “British Steel”, “Painkiller”, “Screaming For Vengeance”, “Sad Wings Of Destiny”, “Unleashed In the East”, ou até álbuns como “Jugulator” e “Demoliton”: todo mundo tem nesses (ou até nalgum outro, alguém q seja true ou meio do contra) um álbum favorito do Judas Priest, q em termos de serviços prestados ao metal jamais se pode acusar terem negado fogo.
Ao mesmo tempo, “Turbo” parece consenso considerar a bola fora dos ingleses (ainda q com ele algum movimento de revisionismo/reconhecimento tardio esteja acontecendo – como tb com álbuns como “Another Perfect Day”, do Motörhead, “Born Again”, do Black Sabbath, ou os da era Blaze Baleya no Iron Maiden). E como fica este “Ram It Down” subestimado, vindo entre tal fiasco experimental-comercial e o “Painkiller” (sim, teve o “Priest… Live!” entre aquele e este, mas o estou desconsiderando), maior disco do Judas, cujo patamar jamais será igualado, sequer superado?
O miguxo Tucho me esclarecia outro dia (pq eu ñ sabia) de ser “Ram It Down” o álbum de retomada do Judas ao Heavy Metal. Algum arrependimento, aliado a fracasso comercial, certamente influenciaram nisso, q de resto a capa (a mais legal deles, pra mim) ostenta e alguns títulos de músicas escancaram.
Pois parece ser isso mesmo. E ouvir “Ram It Down” torna-se ainda mais divertido quando o ouvimos enquanto rascunho pro “Painkiller” q viria. E tb enquanto aprimoramento, sob certos aspectos, de equívocos cometidos em “Turbo”.
Tudo é mais pesado por aqui, e embora algumas timbragens sintetizadas tb emanem das guitarras (ñ se dão tb na posterior “A Touch Of Evil”, tão admirada? Só q feita bem mais discretamente), a coisa neste soa bem melhor temperada. Mais pesada, à exceção de “Blood Red Skies” um tanto. Considero injustiça botar-se “Ram It Down” no mesmo balaio pejorativo do anterior, coisa q até sites como o www.allmusic.com fazem. Parece existir muita má vontade para com ele, mais do q audições atentas e isentas.
Malditos 80’s, quando tb Iron Maiden, Rush e ZZ Top parece q viram-se forçados a experimentar equipamentos e/ou sonoridades modernas (e, em verdade, modernosas. Falsas. O q só o tempo acabou por demonstrar), e dos quais apenas os canadenses saíram ilesos (por conta de apesar de alguns excessos – como um álbum chamado “Power Windows” – a tecnologia mostrar-se congruente ao futurismo destes): os texanos se vêm reféns das batidas eletrônicas até hoje, mas qualquer demérito em álbuns recentes, a meu ver, se dá mais por falta de inspiração, enquanto q o Maiden se salvou por ñ haver trocado Nicko McBrain por nenhum japonês de marca Cassio ou Roland. Enfim…
Voltando à tese do aprimoramento sonoro, soa hoje visível q uma mudança de baterista se faria necessária. E ñ apenas por culpa da timbragem digital ou da mixagem (pô, nem bandas EBM tacavam o som da bateria tão alto, como os q constam em “Love Zone” e “Love You to Death”) q sons – como “I’m A Rocker” (com algo q ñ sei bem q, q me remete a “A Touch Of Evil”…) e, novamente, “Love You to Death” – soem tão robóticos: as guitarras começavam a ficar mais sinuosas, mais técnicas, mais thrash, menos retas, e Scott Travis entrando no álbum seguinte só fez consolidar uma pegada mais orgânica, pq tb mais moderna, já q mais antenada com bateristas q fossem mais do q apenas metrônomos marcadores de andamento. Ñ q Dave Holland fosse uma bosta de baterista: apenas parece ñ ter se adequado aos novos tempos.
No todo COESO do álbum, pra mim apenas “Blood Red Skies” e “Monsters Of Rock” destoam um tanto; a 1ª, por ser a música mais ousada ñ só do disco, mas tb da banda: ao longo de seus quase 8 minutos, contém uma parte inicial com vocais inspirados – e tb um tanto irreconhecíveis, atípicos, de Rob Halford – bem interessante (além de fornecedora de impressões do quão bandas fracas recentes, como Primal Fear e Hammerfall, tentam emulá-la), enquanto do meio pro fim soa quase q um som programado. Ñ fossem uns arrouobos guitarrísticos esparsos, seria como Halford cantando sobre base pré-gravada sem graça e sem sal…
“Monsters Of Rock” soa experiência por eles ñ mais replicada q tvz gerasse bons frutos nos tempos atuais de Halford pó da rabiola (consigo imaginá-la coerente no “Angel Of Retribution”, no lugar daquela desnecessária “Lochness”): mais lenta, quase arrastada, semi-épica, e com um clima q bandas como o Manowar jamais atingiram.
Citar o Manowar ñ é por acaso: em se dando atenção às letras, q se alternam entre odes aos headbangers, ao Heavy Metal em si, à banda e às rotinas devassas do backstage (procurem lê-las: ñ darei os nomes assim de mão beijada…), tenho soarem mais autênticas ao menos, mais fidedignas com a imagem de uma banda de verdade, menos clichês. Ñ há aquilo de forçação de barra de batalhas imaginárias, espadas de gente preocupada em demasia com o tamanho do pau ou do peitoral, sanguinolência imberbe nem valentia infantilóide.
Falar de “Hard As Iron”, por outro lado – pra voltar a falar do q há de bom, e a ser (re)descoberto em “Ram It Down” – é falar no melhor som, e mais pesado, mais rápido e mais DENSO da banda até então. Façam o exercício (fácil) de imaginá-lo como preparativo para “Leather Rebel” e/ou “Metal Meltdown” vindouras. A faixa-título, na abertura, em atuais tempos tvz incomode pelo gritinho “massacration” (outro chupim estilístico da banda q o Manowar conseguiu apenas vulgarizar) inicial, mas tem uma pegada quase hardcore – quando hardcore significava testosterona e ñ estrogênio – q pré-refrão e refrão apenas valorizam e complementam.
“Heavy Metal” (com um baita pré-refrão), “I’m A Rocker” e “Love You to Death” (q, como “Love Zone”, enganam no título, ñ se tratando, em espécie alguma, de quaisquer esboços de balada) contêm elementos mais tradicionais, daqueles q se poderia imaginá-los em discos anteriores, sem demérito. Apenas na última, o minuto final estraga um tanto, no q se pode creditar o Judas como infelizmente gerador de partes ‘gato trepando’ irritantes em bandas de melódi-cu ou derivativas já citadas. “Come And Get It” ñ curto tanto, por soar bem hard rock (a base principal nela me remete a Ted Nugent, sei lá), mas surpreende nos solos aloprados e numa vocalização beirando o gutural de Halford, coisa rara.
A versão pro som de Chuck Berry tvz seja “ame ou odeie”, e é o único som do álbum com videoclipe, facilmente encontrável no You Tube (e q foi parte tb da trilha de filme adolescente oitentista, “Johnny B.Goode”, q ñ lembro se teve tradução por aqui, e contava com Anthony Michael Hall e Wynnona ‘Maluf’ Rider no elenco). Ficou bastante modificada – ñ na letra, porém – em relação à versão original e creio se prestar exemplarmente como amostra das contradições q permeiam como um todo “Ram It Down”, álbum modernoso, mas tb orgânico; comercial, mas tb visceral; artificial, mas tb abrasivo (alguns solos de guitarra são coisa de louco. Fora Halford mandando MUITO bem: supor tocarem atualmente alguma coisa daqui ao vivo tvz seja devaneio).
Eu gosto, acho divertida. Assim como “Ram It Down”, q tvz possa nem ser elencado como dos álbuns favoritos do Judas Priest pra maioria dos headbangers, mas reconsiderá-lo é algo q eu sugeriria como opção jubilosa, gratificante.
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P.S. – algumas versões do cd (como a minha) ainda contam com versões de “Night Comes Down” e “Bloodstone”, antigas, ao vivo de turnês anteriores, o q pra fãs convictos do Priest tvz funcionem como estímulo adicional à reconsideração de “Ram It Down”. Pra mim, ficou como material bônus q acrescenta pouco.
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CATA PIOLHO CLXXIII – motörhéadico de novo. Hoje, capístico.
Over The Rainbow: ex-integrantes do Rainbow se reunem com filho de Ritchie Blackmore
Os ex-integrantes do Rainbow Joe Lynn Turner, Tony Carey, Bobby Rondinelli e Greg Smith se reuniram com Jürgen “J.R.” Blackmore, filho do lendário Ritchie Blackmore, para a formação da banda Over The Rainbow.
“Over The Rainbow reúne membros de uma das bandas com sonoridade mais distinta de todos os tempos e introduz ao mundo um tesouro, J.R. Blackmore”, comentou Rondinelli. Jürgen Blackmore aceitou se juntar a esta empreitada após perceber a intensidade da demanda por uma “reunião” do Rainbow. E esta nova banda representa a primeira vez que quatro membros de três diferentes eras do Rainbow dividirão o palco com J.R. Blackmore.
“Eu não trabalhei com eles”, comenta Jürgen a respeito dos novos companheiros de banda, que cresceu vendo tocar ao lado do pai. “Mas eu tenho admiração por eles desde quando era jovem. Eles são como irmãos para mim”.
“J.R. é a única escolha lógica para o posto de guitarrista do Over The Rainbow“, aponta Turner. “Tenho acompanhado alguns dos projetos dele ao longo dos anos, é muito talentoso”, completa. A banda estreará com uma turnê pela Rússia em fevereiro de 2009.
Os integrantes do Over The Rainbow: Joe Lynn Turner (Rainbow 1980-1984) – vocal
Tony Carey (Rainbow 1975-1978) – teclado
Bobby Rondinelli (Rainbow 1980-1983) – bateria
Greg Smith (Rainbow 1994-1997) – baixo
Jürgen “J.R.” Blackmore – guitarra
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A se reparar, por ora, o itinerário da gloriosa turnê: com todo respeito a algum russo (ou russa) q lê esta bodega, Rússia é periferia. Desde os tempos oitentistas de Black Sabbath “era” Tony Martin, além de Uriah Heep e Asia no pó da rabiola passando o pires por lá.
Lógico q imagino ñ se fazer impossível show no Manifesto em seqüência. Ou confirmação como atração de ponta do Wacken Brasileiro. Maldade?
Porra, a resenha poderia se resumir apenas à seguinte frase:
“o q 4 caras bons, com músicas sensacionais, ñ fazem?”
Q é o q deveria ser qualquer show, e ñ é.
(e a resenha poderia acabar aqui. Na verdade, acabou. É só isso mesmo. Palavras ñ dão conta)
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COVARDIA é pouco!
Procurar ARREGAÇO no Aurélio, na Wikipédia, no DSM-IV, vai estar lá: “Carcass na turnê de reunião”. Ñ aceito se ñ tiver, tem q estar!
Foi daqueles eventos únicos, como o foram em longínquos tempos o Motörhead no Rio em 1988 (disponível no You Tube) e Metallica em 1989 e Black Sabbath com Dio em 1992 (q lamentarei até morte ñ ter ido), Megadeth no 2º Rock In Rio (q vi na tv e chapei), as últimas duas vindas do Ramones, o Rush em 2002. (Nessas, fui). Q botou os Philips Monsters Of Rock todos NO CHINELO. Daqueles q daqui 10 anos um monte de gente vai falar q foi, só pra ñ ficar chato.
Quem ñ foi pq ñ quis, pq ñ deu, apenas digo: LAMENTEM. Afoguem-se num pântano de remorso!
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E me deixou pensando, ao final do suadouro (imagine o q é ficar com a camiseta encharcada, como quando rola de pegar chuva pesada. Grudava no corpo, e doía afastá-la. Meus jeans ficaram ensopados) o quanto ñ caímos tantas vezes em contos e/ou ilusões acerca de bandas fenomenais, ou pioneiras, ou únicas, ou infames? Q a mídia do metal, q os miguxos e miguxas nos apresentam. Q alguma fitinha cassete antiga esquecida parece ainda portar.
A banda mais true da Noruega, os caras mais vanguardistas nas misturas insólitas, a formação original mais áspera da Bay Area ou da Alemanha caíram por terra domingo. E ñ aceito opinião contrária. O Carcass me fez achar q tudo quanto é show q assisti e q ñ fosse memorável (como os q citei acima) – incluindo Motörhead, New Model Army, Young Gods e Slayer recentes- fossem ilusão de percepção. Talvez tenham sido.
Ñ sei descrever detalhes. Set-list, dá pra achar no orkut (copiei pra mim, mas ñ quero postar aqui), fotos idem, trechos de You Tube – dos melhor filmados q encontrei – seguem abaixo:
[youtube]http://br.youtube.com/watch?v=PaSmFzFhEF8[/youtube]”Edge Of Darkness” + “This Mortal Coil”
Falar em defeitos soaria mesquinho. Poderia falar q Jeff Walker ñ segurou 100% (só 99,9) a “Heartwork” no fim; q o Daniel-San baterista ñ fez as viradas personais de Ken Owen completamente iguais. Mas quem sabe se o Owen ao vivo as repeti(ri)a perfeitas?
O som estava muito bom, outro aborto da natureza isso. Iluminação tb. Enrolações nenhumas, telão mostrando nojeiras, introduções pré-gravadas dalguns sons, exatamente como no disco. Produção de palco eficiente (costelas do “Heartwork”, ferramentas do “Necroticism” etc.). Puta merda, tocaram 70% do “Heartwork”, mas sem esquecerem nenhum outro álbum!
Contradição especulativa q ñ me sai da cabeça: o tipo de show pra sair em dvd (como desacredito q ñ tenham filmado nenhum show da turnê pra lançamento posterior), mas q tvz eu ñ o comprasse. Ou o visse muito pouco. Pra ñ macular a MEMÓRIA.
Destaque pra Bill Steer, gênio da raça, tocando e dançando tímido como fosse guitarrista de reggae. Como se o q toca fosse aquelas babas q Hammerflácido e “bandas” similares fingem q ñ são. Deve pesar os mesmos 50 quilos duns 10 anos atrás, camisa xadrez e jeans, contrariando o estereótipo dos headbangers mais true, mesmo sem querer fazê-lo. Riffs e solos próximos à perfeição, soando como nos cd’s (e as músicas antigas, ainda melhores q nos registros clássicos. CRESCERAM ao vivo barbaridade!). Na hora em q foi ovacionado, ficou sem graça, mas de boa. Tvz esteja percebendo HOJE o quanto a banda foi (É!) foda.
Jeff Walker carismático à pampa, com trejeitos (tvz por ser inglês; fora as entradas capilares) q me remeteram a Lemmy em seus melhores momentos. Maioria das tiradas – fora as de elogio às “chicas” de São Paulo – ñ entendi direito e ñ me importei. Mas achei FODA quando, ao apresentar os guitarristas, disse achá-los os melhores guitarristas de sua geração; quem sabe ñ valha reavaliarmos duplas guitarrísticas e incluir Steer-Ammott no pódio onde estão já Murray-Smith, Hanneman-King, Mustaine-Friedman e Downing-Tipton?
Tvz só eu ainda ñ o fizesse.
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Curiosidade antropológica a tôa: enquanto aguardava o início, um sujeito próximo chamava atenção. Parecia o Jason: usando duas camisas compridas, cotoveleiras, luvas de motociclista, camisa amarrada no rosto (como cowboy de filme) e óculos de motoqueiro na testa. Fora cabelo q era só a parte de trás; na frente e no alto da cabeça, tudo raspado. Temi q, em abrindo roda, se mostrasse um psicopata carniceiro, dando bordoada e cotovelada pra todo canto: q nada, recuou e ficou na dele mais pra trás.
Ironia besta: passei mal com calor, quase desmaiei (fiquei naquele ponto de semi-consciência, em q por alguns segundos o empurra-empurra perigosamente me conduziu) e tive q ir um pouco mais pra trás. E em q som? Na “Reek Of Putrefaction”…
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Tô mais a fim de discutir essa bagaça, essa carnificina, essa ressurreição: alguém dá mais? Pq eu ñ consigo, por ora.
Tirando o fato de no Slayer ter insistido demais em usar caixa piccolo (aquela fininha, pra jazz, com som fininho) e em ñ fechar o chimbau direito, e tirando tb o fato de se consagrar mais como um “reserva de luxo” do thrash ao invés de um baterista com cara própria, sempre admirei Paul Bostaph.
Até pq pegou um rojão do caralho anos atrás: substituiu Dave Lombardo no Slayer. Claro q ñ foi a mesma coisa (o estilo é outro, sua técnica é mais apurada etc.), mas algo q poucos falam a respeito dessa passagem de Bostaph, e q eu considero o mais admirável, foi o fato de o material de Lombardo ter sido respeitado INTEGRALMENTE.
Até onde me lembro (e até onde me lembram os shows no Philips Monsters e o vhs “Live Intrusion”), cada virada, cada bumbada, cada passagem em “Postmortem”, “Seasons In the Abyss”, “Altar Of Sacrifice”, entre outras tantas, jamais foi “re-inventada” (reinventar a perfeição??). Daí saiu e passou pelo Exodus, e agora recentemente um pouco pela volta do Forbidden (curioso ñ ficar na volta da ex-banda…) e pelo Testament, q andam falando q é o melhor álbum dos caras, mas ñ sei ñ. (Ainda ñ ouvi).
Na real, ñ fossem os bateristas os donos no Anthrax e no Metallica, tvz tivesse passado por eles tb eheh
E aí a Modern Drummer brasuca deste mês (agosto) bota matéria com o cara. Bem legal e abrangente, mesmo falando em “trash metal” duas vezes na introdução e mesmo sendo aquele tipo de matéria com fotos gigantes e uma propaganda no meio para encobrir o parco texto. E com passagens q eu considero dignas de ctrl c + ctrl v.
O início fala bastante na reentrada e gravação com o Testament. Mas aí o entrevistador (Waleed Rashidi) pergunta sobre o início de carreira. Resposta:
Antes de tocar no Forbidden, tentei encontrar músicos mais experientes, pois ñ queria ficar tocando em uma garagem o tempo todo. Eu era um atleta muito bom, e praticava vários esportes. Gostava de rock e fiz testes para várias bandas. Estava com ‘fome’ de tocar e queria ser bem-sucedido profissionalmente.
O baterista original do Forbidden era meu primo, e só pq eu tinha uma van, peguei a vaga de roadie na banda. Um dia fiquei sabendo q eles queriam se livram do meu primo, pois achavam q a sua pegada de bumbo ñ era boa o suficiente. Então eu disse: ‘Ñ precisam se livrar dele, deixem q eu vou ensinar algumas coisas para ele ficar melhor’. Comecei a trabalhar sua técnica de bumbo e ele melhorou e continuou tocando com a banda e tudo ficou legal. Só q meses depois eles vieram com a mesma conversa, me convidaram para fazer um teste para entrar na banda e eu concordei. É claro q essa decisão afetou a relação com o meu primo por um longo tempo, mas se ñ concordasse, tvz estivesse fazendo outra coisa para pagar as minhas contas.
Perguntado sobre o convite e passagem pelo Slayer, disse:
(sobre o convite) Acredite ou ñ, no dia em q saí do Forbidden, recebi o telefonema da produção do Slayer. Pelo q sei, eles ñ sabiam q eu tinha saído do Forbidden. (…) Avisei q precisava de 12 dias para me preparar. Sempre fui fã do Slayer, mas uma coisa é gostar da banda, outra é tocar com ela. Fiz o melhor q pude. Comia, bebia e dormia com os discos do Slayer. No dia da audição, toquei umas 4 horas antes de a banda chegar. (…)
Assim foi o meu começo, e continuei praticando até ficar o mais autêntico possível. Aos poucos fui ganhando os caras da banda e depois os fãs.
Perguntado sobre se manter em forma pra agüentar o tranco, trouxe:
Tento ñ ficar muito tempo longe da bateria. (…) Vc deve praticar bastante para manter o nível e ñ perder a pegada no instrumento.
Uso pesos com velcro nas pernas para estudar 2 bumbos, baquetas de alumínio e já cheguei a praticar com pesos nas mãos tb, coisa leve. Mas tome cuidado se for fazer a mesma coisa, muito cuidado. Se ñ utilizar essas ferramentas corretamente, vc pode se machucar. (…) Se quiser ficar com seus pés fortes e rápidos, recomendo tocar padrões simples por longos períodos de tempo.
E aí o melhor, pra mim, vem no final, ante uma pergunta capciosa feita pelo entrevistador. Quando Bostaph se mostra realmente fã do q faz, sem deixar margem a ambigüidades ou a nostalgias bestas.
Modern Drummer – A bateria no metal às vezes parece uma competição de resistência. Creio q o lado artístico da bateria no metal está se perdendo, especialmente pelo fato de os andamentos estarem mais rápidos do q nunca se imaginou. Vc concorda com essa afirmação?
Paul – Acho q alguns garotos q estão se destacando são realmente bons. Creio q eles querem testar os limtes, e gosto disso. Mas tb acredito q quanto mais rápido fica, mais difícil será para as pessoas entenderem a música. Nada pode substituir os grooves sólidos de bandas como AC/DC, James Brown, Led Zeppelin, Bill Ward com o Black Sabbath e Vinnie Paul com o Pantera. Para esses caras, tudo gira em torno de peso e groove. Ñ acho q o metal está perdendo alguma coisa, mas está fazendo o q sempre fez, evoluir.