ESKRÖTA
Sesc Belenzinho, 26.05.23
Eu ñ ia ao show. Na tradição mensal de ver uma “banda extrema” (e depois comer esfiha, Leo) no Sesc Belenzinho, já tinha avisado à patota e à namorada q ñ me interessava, pq ñ achava q iria encher. Tvz tendo uma outra banda junto – um Manger Cadavre?, sei lá – desse mais quórum. O q eu imaginei.
Acabou q fui de última hora, ingresso comprado 2 dias antes. E, de fato, mal tinha 100 pessoas no recinto. Uma pena – afinal ñ teve tributo a Andre Matos (sem acento) – mas ao mesmo tempo o tamanho do Eskröta ainda nos rolês.
O q ñ diminui o impacto da coisa: falavam abertamente q era “o maior show da carreira” (sic), em termos de local/estrutura, de público e de repertório. “Nunca tocamos tanto num show antes”, disseram. E foi.
21 a 22 sons. Lançamento do álbum novo, “Atenciosamente, Eskröta”, adquirido na banquinha de merchan. E foi bem legal. Motivos periféricos a seguir:
O público era praticamente meio a meio masculino e feminino. MUITA menina, a caráter (jacko e patch), adolescentes de cabelo pintado (q tvz ñ curtam Billie Eilish), masculinizadas, femininas skatistas e tudo o mais. Todas muito novas, começando no metal/hardcore com a horda de Tamyris e Yasmin, baixista/vocalista e guitarrista/vocalista, assumidamente – e sem “nervosismos” – donas da lojinha.
Tinha um tiktoker ali (q participou do festival com Crypta, Incantation, Troops Of Doom, Vazio – ou Velho? – e Dorsal Atlântica na semana anterior e me recuso a citar), mais ocupado em ser visto, e tinha fãs, amigos e as mães das moças, mais novas q eu ahahah
E o som, q inicialmente achei “muita areia pro Sesc”, foi se avolumando. Parece q as gurias + o baterista Jhon foram esquentando ao longo, perdendo o medo e incorparam. Sobretudo nas músicas novas, bastante evoluídas em relação a “Eticamente Questionável” (2018) na proposta thrash (sim, Yasmin!) e crossover, mais q hardcore. Deram um ganho no som. Bravo.
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Críticas q faço (torcendo pra q cheguem a elas): um certo amadorismo de falar com o público – “desculpa, gente, q hoje eu ñ tô muito bem”, “espero q vcs estejam gostando”, “é o maior show da carreira do Eskröta“ e etc. – q demonstram o underground nas veias, mas podendo amadurecer. Falar uns jargões mesmo, ñ ficarem pedindo desculpa ou querendo agradar.
(quem estava lá já estava cativado)
O outro porém, q Yasmin anunciou ao final: “domingo a gente vai tocar no Jai Clube…”.
Porra, show no Sesc, estrutura e condição, marcam tb outro show na capital (parece a proverbial subserviência interiorana com a capital) 2 dias depois, em boteco trú, concorrendo consigo próprias. Fator q provavelmente esvaziou o show. Q foi ocasião pra crescimento, tirar fotos, fazer reels, divulgar. E espero de verdade q tenham feito.
Comparações aleatórias e arbitrárias q me ocorreram (enaltecer umas mulheres ñ diminui as outras): Yasmin toca mais q a Prika Amaral, tem pegada. E o vocal eu acharia perfeito no (na?) Crypta, naquilo q eu tenho da Fernanda Lira forçar a barra, ñ ser natural.
Naturalidade tb no figurino: nada de trajes de palco. Yasmin de saia, camiseta e tênis Van; Tamyris de short, camiseta + jacko e patches e tênis. O baterista, metaleirão. E todo mundo natural. Sem preocupações denecessárias se iam chamar de “gostosa” ou dalguma frívola atratividade pelo físico. Diferente tb do (da?) Crypta, q se impõe tanto quanto, mas parecem usar armaduras.
(nada contra mesmo, só uns reparos na postura, mais natural. Como rola com a vocalista do Manger Cadavre? tanto quanto)
Enfim.
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Impressiona o vocal demoníaco da Yasmin, às vezes dobrado com o da Tamyris, e o contraste com quando elas falam entre os sons, meio menininhas, acho engraçado e natural. É mulher no palco, caralho.
Assim como na roda no último som, convocada só pras mulheres presentes, meio tradição da banda já.
O baterista conseguiu puxar uns sons mais rápido q no disco. O clima tava muito favorável, tocaram por uma hora e 10 minutos pq pediram bis e aí tiraram algum som (ñ foi cover de Slayer nem reprise de som) da manga do jacko. E tiraram selfie de palco, e ficariam ali trocando idéia, vendendo merchan. COMO TEM Q SER.
Torço bastante pra elas. Têm estofo, discurso, atitude; falta só umas polidas e acreditar q podem sair da “cena tóxica” dos rolês trú.
ABRE O MOSH, MULHERES NA FRENTE!!!